DEFESA DO DISCURSO DO ÓDIO


Os progres estám embarcados numa cruçada para exterminar o discurso do ódio. Inicialmente, a idea era razoável: para deter a propaganda hostil, a dos neo-názis e os islamistas radicais. Em aras do politicamente correcto e da igualdade, a premisa foi generalizada e todo discurso do ódio posto fóra da lei. Combater os inimigos (názis e islamistas) deu pé a combater as ideias extremas em geral, e inclusso estilisticamente.

Os pontos de vista extremos são indispensáveis para as sociedades. O ateísmo, o secularismo, a democracia, e o bem estar dos trabalhadores foram originariamente ideias extremistas.
A violência não pode ser combatida per se. O nazismo foi derrotado pela violência, e outro tanto o comunismo –pela ameaça da violência. América do Norde utilizou a violência contra os do Sul. A violência derrocou monarquias e regimes totalitários. A violência fundou todos os Estados modernos e conformou as suas fronteiras. O uso da violência policial mantém os criminais a raia.

O rechaço do extremismo e da violência serve para conservar o status quo, mas as circunstâncias câmbiam, e o status quo faz-se insustentável. Ante a ausência prolongada de discussão de outros pontos de vista –incluíndo os extremistas-, pontos de vista accidentais chegarão ao poder. Fracassarão, e agente procurará outros distintos.. As sociedades que suprimem a discussão e a evolução das ideias sucumbem às convulsões.

A ameaça da violência promove ajustes e acordos. Quando a discussão pública dos meios violentos está prohibida, a gente crê-se segura e não está em guarda ante os inimigos. O descontento aumenta. Uma contenção permanente entre vários grupos dá lugar à acumulação de ódios que eventualmente estoiram em tremendos derramamentos de sangue.

Não é casual que os países comunistas suprimiram a liberdade de expressão. A esquerda propugnou uma política muito errada de engenharia social. Eles fixaram-se brilhantes metas, presumiram que a sociedade era matematicamente racional e susceptível de ser planificada, e dirigiram a sua política a alcançar as devanditas metas. A liberdade de expressão confronta-se com a esquerda em três aspectos: introduze novas ideias que não entravam nos cálculos iniciais, questiona as metas e as políticas para alcançá-las, e demonstra que as políticas matematicamente racionais são um erro. Nos países livres a esquerda não pode suprimir o fluxo de discursos livres, mas em quanto tem oportunidade suprime as ideias mais hostis à sua política. Os pontos de vista mais críticos às políticas vigentes são, por definição, os extremistas. Despraçar-se a uma política distinta não é simples, e require muitos câmbios, disparidades, e quiçá violência. A confrontação de princípios com a esquerda leva necessariamente ao extremismo e a violência.
A única alternativa é a engenharia social.


OBADIAH SHOHER

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