ESCOLHAMOS A ÍNDIA


Os árabes na Idade Meia desenvolveram aceitavelmente a ciência. Depois os europeus figeram outro tanto, embora mais devagar, e os americãos e os japoneses tomaram o relevo. Agora os índios (certas castas) são criativos, numerosos, e relativamente aplicados. Muitos de eles emigram, alguns regressam, muitos ficam na Índia. China não pode ir demassiado para além porque a cultura confuciã não estimula a criatividade, só faz ênfase no trabalho diligente. Índia é a melhor candidata para chegar a ser a próxima súper-potença. Sem embargo, padece o mesmo problema que Israel: a falha de clusters competitivos. Ambos países possuem excelentes cerebros que aceitam a subcontratação estrangeira, mas carecemos de infraestruturas: excelentes universidades, empressas financeiras, regulações que favoreçam os negócios, e indústrias de apoio para a comercialização. Não está claro, e sem dúvida é improvável, que a Índia possa desenvolver clusters competitivos em vez de seguir sendo uma fonte de alta tecnologia em mãos estrangeiras. Mas se o logra seria magnífico para Israel, já que a Índia também padece graves problemas com o islamismo, com o terrorismo, tem rezelos face EEUU e a Grande Bretanha , e historicamente nunca foi ánti-semita, a pesar de que os seus líderes socialistas e alguns nacionalistas promoveram esse tipo de sentimentos.

China não se convertirá numa súper-potença tanto pela falha de criatividade derivada da sua cultura confuciã, como pela sua gigantesca população que impede uma pressão à alça sobre os salários, imprescindível para o avanço em tecnologias. As castas intelectualmente aproveitáveis na Índia são relativamente escassas, mentres que na China têm-se acumulado já uns imensos excedentes financeiros dos seus cidadãos que não são ré-distribuídos. China, para além disso, poderia ser um país aliado de Israel; mas os chineses, porém, são enormemente pragmáticos, e preferirão decantar-se face regimes islamistas reácios a nós, especialmente àqueles que não se neguem rotundamente a que Israel abasteça a China com tecnologia militar.

O razoável para Israel é orientar a sua política internacional face a Índia, a pesar das objecções dos chineses e dos EEUU.


OBADIAH SHOHER

(27 Tammuz 5768 / 29 Julho 2008)

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