PAZ AGORA – A COSTA DE QUEM?


O movimento Paz Agora (Shalom Ajshav) denuncia a adquisição de uma nova vivenda pelos judeus em Hebron. Uma objecção é que os judeus provavelmente tenham chantajeado ao vendedor árabe por meio dum trato injusto. É dificil de entender como um punhado de judeus pode atemorizar a um árabe respaldado por milheiros dos seus, a polícia israeli, a administração militar e as organizações humanitárias judeas sempre prestas a emprender um pleito na sua defesa. O árabe que levanta um edifício de quatro andares tem evidentemente bons contactos e dinheiro, e não é uma presa fázil. O conto é-vos bem simples: a casa em questão é muito grande, e o dono sendo realista não pudo rematá-la, portanto vendeu-na a câmbio de uma elevada quantidade, em relação ao estado real do mercado em Hebron. Os judeus de Hebron sabem que a administração militar israeli escruta cada uma das suas adquisições, e naturalmente tiveram cuidado de fechar o trato impecavelmente.

A nossa é uma “ocupação militar” muito extranha. Os ocupantes abastecem aos ocupados com um armamento que não tem mais uso prático que atacar aos ocupantes, agora ou em breve. A população árabe possue quantidades massivas de armas ilegais, incluíndo armas automáticas, e construe milheiros de vivendas ilegais mentres os judeus não podem portar armas de autodefesa, estão severamente limitados no abastecimento de munição, e não podem reconstruir as suas vivendas, permitindo-se-lhes só construir novas edificações. Uma situação na que o ocupante está claramente em desventagem respeito do ocupado é historicamente inusual.

Se aos árabes se lhes permite viver e trabalhar em Israel, os judeus deveriam logicamente ter os mesmos direitos nos territórios controlados pelos palestinianos. Exigir que os judeus abandonem Hebron é muito mais que exigir que os árabes abandonem Tel Aviv.

Os judeus não insistem na soberania sobre Hebron, senão na simples autonomia permitida sob a lei musulmana aos dhimmi. Numa recente iniciativa, muitos judeus têm considerado renunciar à cidadania israeli para poder estabelecer-se legalmente tras a Linha Verde uma vez que Israel se retire. Viver a uns passos de onde Abraham entrou em Hebron é mais importante para alguns judeus que a proximidade aos clubes de striptease de Tel Aviv.

A pesar da situação dos assentamentos, os judeus de Hebron não têm nem sequer tocado uma só parcela de solo público, senão meramente adquirido casas compradas aos árabes. Nenhuma só propriedade das saqueadas e arrebatadas pelos árabes em 1929 tem sido devolta; o balanço das demandas está incontestávelmente do lado dos judeus.

Quiçá a presença judea em Hebron obstrui os esforços de paz? É dificil calibrar que iniciativas propiciem a paz. Dada a guerra do Líbano e a treboada de míssis caindo sobre Sderot, as concessões não semelham trair a paz. Hebron oferece uma lição na salvaguarda da paz: os judeus que lá residem deambulam confiadamente e conduzem com as janelas dos carros abertas, mentres os árabes colocam barrotes nas janelas das suas casas. Isso a pesar do facto de que os árabes possuem de longo mais armas que os judeus de Hebron. A exposição principal do museu de Hebron mostra a massacre de 1929: árabes e judeus conviviam pacificamente, até um dia em que os árabes massacraram os judeus, incluíndo as monjas do hospital Hadassah que cuidavam deles sem cobrar nada. Aqueles que pensam que a mentalidade tem trocado em oitenta anos fariam bem em observar a matança fraternal em Iraque.

A casa em disputa controla um enclave estratégico, o que conecta os barracões judeus de Hebron com a única via de escape face Kyriat Arba. É tão só questão de aclarar se serão os judeus ou os árabes os que eventualmente poderão disparar desde as janelas do edifício para despejar a estrada quando se chegue a maiores enfrontamentos. O exército não intervirá, como não o fixo quando Baruch Goldstein se viu obrigado a desactivar o iminente progromo. Eventualmente, a defesa corresponderá-lhes aos judeus de Hebron mesmos, e eles precisam desesperadamente a altura estratégica dessa vivenda.

As protestas em Hebron têm um cheiro velho: a esquerda israeli e a direita árabe encamados contra os religiosos judeus. Os judeus continuaram com a sua rutina em meio dos berros dos manifestantes. Essas pessoas que vivem com orgulho em caravanas perforadas a balaços perto do lugar onde fluem todas as pregárias antes de ascender ao ceu, não são fazilmente intimidáveis. O mais chamativo foram os rostos dos valentes rapazes judeus rodeando o edifício em disputa – os rostos dos estudantes da Torá, dos trabalhadores e guerreiros, rostos sem traça de medo ou ódio. Um prototipo judeu há tempo esquecido e que está renascendo em Hebron.

OBADIAH SHOHER

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