A VIDA NÃO É PRIMORDIAL


Como temos chegado a esta situação na que um Gilad Shalit vivo é pior para Israel que um Shalit morto? O rapaz nada tem a ver com o problema, mas o Governo tem criado um autêntico dilema orwellião. Um soldado judeu morto mais, um cabo, é algo lamentável mas, sinceramente, um incidente passageiro. Os soldados morrem; é desgarrador quando se trata dum soldado judeu, mas dalguma maneira temo-nos acostumado. Mas se Shalit está vivo, os média israelis criam a percepção de que muitos judeus mais serão assassinados. A maioria dos israelis são sensatos; uma minoria –para além do círculo de familiares e amigos- quere uma repatriação a qualquer preço. Mas Shalit tem-se convertido num produto mediático nas mãos duns média que praticam uma compassião interessada. Eu não acredito que a ninguém nos média israelis, com a imoral reputação de que goçam, lhes importe um rábano Shalit; mas as lágrimas de cocodrilo sobre ele vendem muitos jornais. E aquí é onde intervém o Governo. Este razoou correctamente que os média o aclamariam se trai a Shalit de volta, e que faria a vista gorda ao facto de libertar a um milheiro de terroristas a câmbio. Os relatos do regresso de Shalit prolongariam-se durante meses, mentres o intercâmbio por prissioneiros seria uma questão de factos consumados e esquecida rapidamente. Inclusso se alguma página direitosa em internet lembrar que os terroristas têm volto ao talho, a assassinar judeus, a corrente mediática dominante silenciaria o problema.

O assunto Shalit planteja um descarnado dilema moral: é preferível que um inocente soladado (¿) sofra a que um milheiros de terroristas convictos sejam insuficientemente castigados? Inclusso os mais indulgentes dos cristãos estariam dacordo em que uma proporção de 1:1000 provavelmente seja excessiva. De facto, é muito mais que isso: o intercâmbio de prisioneiros envia a dezenas de milheiros de terroristas a mensagem explícita de que eles, também, serão canjeados. Para além de deixar sem castigo aos já convictos, o intercâmbio anima a outros a incorrer em delitos semelhantes. Portanto não é, na realidade, uma questão de trocar um judeu vivo na memória dos centos de mortos; é obter um judeu vivo a costa de incrementar as possibilidades de muitos judeus mortos no futuro.

Quiçá não vos goste, mas Hamas serviu-se da legalidade internacional quando capturou a Shalit. Inclusso entre os judeus progres, o professor Walzer, um eminente estudoso da teoria moral da guerra, reconhece que os soldados não são inocentes. Uma vez que empunham as armas, convertem-se em objectivos legais para os seus inimigos. Israel estava em guerra com Hamas no momento da captura. Na medida em que o West Bank está “ocupado”, e não libertado e anexionado, a guerra continua. Um país deveria estar tolo para considerar o troco de uma pessoa não inocente a câmbio de um milheiro de convictos.

Israel jamais toma tantas medidas para proteger aos seus soldados como para recuperar aos capturados. Os soldados mortos não constituim um problema político, mas os média laiam-se se se trata daqueles que continuam capturados. Assim que queremos trair a Shalit de volta; magnífico. Qual é o problema? Israel tem avondo experiência. Nos dias do sionismo tipo Selvagem Oeste, os judeus capturavam jordanos e sírios para intercambiá-los pelos presos de guerra israelis. Fagamo-lo de novo: entremos no West Bank, assaltemos qualquer obra de beneficiência de Hamas e sequestremos aos seus oficiais; repitamo-lo cinquenta vezes, e depois ofereçamo-los a câmbio de Shalit. Se isso não basta, bombardeemos até derrubar cada edifício da Autoridade Palestina em Gaza. Se também não funciona este truco, assassinemos a uns quantos dos mais famosos mecenas de Hamas em Egipto.; algo proveitoso, em qualquer caso. E sigamos assim, com medidas de sentido comum.


OBADIAH SHOHER

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