A ARTE DA GUERRA



-I-

“A arte da guerra” de Sun Tzu, escrito arredor do ano 500 a.e.c., é o tratado militar mais antigo do mundo. Inclusso agora, depois de vintecinco séculos, os princípios básicos desse tratado seguem sendo uma guia válida de comportamento na guerra.

Quiçá Sun Tzu seja poida ser de interesse para o Estado Maior das IDF, em vista da Guerra Terrorista Árabe iniciada em Setembro do 2.000. Desde então mais de 1.600 judeus têm sido assassinados e muitos milheiros mais têm sido feridos e mutilados pelos terroristas árabes.

Remetendo-se à limitada resposta das IDF a esta vaga de terrorismo árabe, o antigo primeiro ministro Ariel Sharon dixera “a auto-contenção é fortaleça”. A primeira vista, um suspeitaria que o Sr. Sharon estava sob a inspiração do Sermão da Montanha. Poderia ser, sem embargo, que tivesse tirado o aforismo de “A arte da guerra” de Sun Tzu –ou mais bem, de uma interpretação errônea desse tratado. Sun Tzu teria feito uma exposição geral ao começo, “a timidez de uma doncela”-para sonsacar ao inimigo-, mas desde esse momento teria emulado a ferozidade de um lião.

Pelo contrário, o Primeiro Ministro Ehud Olmert está emulando um gatinho. Em vez de destruir o inimigo –especialmente a arrogância árabe- está seguindo a política de auto-contenção, permitindo que os que ódiam Israel tenham mais tempo para denunciar ao Estado judeu e deter a sua ofensiva. Se Olmert tivesse uma pizca de coragem, daria orde às IDF de arrasar ao inimigo numa extensão que gravasse a fogo na conciência árabe a lição: nom jogues com Israel.

Por suposto que, quando as forças do inimigo excedem às tuas ou ocupam um território superior, a auto-contenção é sinônimo de prudência. Mas quando esta situação é a contrária, auto-contenção é sinônimo de debilidade. De facto, Sun Tzu chega ao ponto de dizer: “Se combater pode conduzir de maneira provável à vitória, então deves combater, inclusso quando o teu governante o proiba”. Isto significa que as IDF, ou mais concretamente, O Chefe do Estado Maior deveria ignorar a timidez do Governo Olmert e destruir o inimigo.

Sun Tzu insiste neste princípio. Referindo-se às distintas formas em que “um Governante pode trair a desgraça sobre os seus exércitos”, e portanto sobre o seu povo, Sun Tzu prevém ao Governante contra “todo intento de dirigir um exército igual que se administra um reino”. Embora “na guerra, o general recebe as ordens do soberano” “debe vencer a quem contrapõe capazidade militar e não deve ser interferido nem pelo soberano”. Sun Tzu faz ênfase em que há ocasiões nas que inclusso “as ordens do soberano não devem ser obedecidas”.

Por suposto, isto violaria o princípio de subordinação militar à autoridade civil –um princípio que as elites políticas de Israel deveriam proclamar para preservar a sua reputação democrática, especialmente no que respeita aos EEUU. Não importam as baixas ou sacrificar soldados judeus no altar do Poder Representativo.

Sun Tzu não se tinha que preocupar pelos jornalistas ou os humanistas que fazem que uma conducta racional na guerra seja inviável, e que para além disso o único que logram é prolongar as massacres. Quando o Almirante dos EEUU Bull Halsey dixo “Golpeade forte, golpeade rápido, golpeade sem trégua”, simplesmente se fazia eco dos conselhos de Sun Tzu.

Lêmos na Torá “Quando lutes com o teu inimigo” (Deuteronómio 20:1). Os Sábios perguntam: “Que significa com “o teu inimigo””? Contestação: “Dixo Deus, “confronta-te a eles como inimigos. Igual que eles não têm piedade, não tenhas tu piedade””.

Sun Tzu estaria horrorizado da celeridade com que os Governos israelis entablam os alto o fogo ou tréguas, que permitem que os terroristas árabes se ré-agrupem e acumulem armas em maior quantidade e efectividade. Sun Tzu propugna o ataque ininterrompido. Opõe-se inequivocamente às guerras prolongadas: “Não existe nenhum exemplo -diz- de um país que se tenha beneficiado de uma guerra prolongada”. Mas as guerras prolongadas são o resultado inevitável da política, pretendidamente humanitária, de auto-contenção propugnada pelos governos israelis. Observemos como tem praticado desde sempre Washington a auto-contenção: Hiroshima e Dresde.

-II-

Alguns anos atrás, mentres dava classe a oficiais na Universidade de Bar-Ilan, decatei-me que no Colégio de Mando e Direcção não se ensinava a Carl von Clausewitz (1780-1831), um dos maiores investigadores militares. À vista está, como claramente esteve à vista durante a Segunda Guerra do Líbano.

O clássico de Clausewitz “Sobre a guerra” é tão válido para a guerra de insurgência como para a guerra nuclear. Por exemplo, e em contra do que sustentam os democráticos humanistas (incluíndo não poucos oficiais generais das IDF), Clausewitz adverte, “…em coisas tão perigosas como as guerras, os erros derivados do espírito de benevolência são os piores”.

As IDF acham-se contaminadas pelo absurdo princípio de que “a auto-contenção é fortaleça”. Imaginem ganhar uma guerra contra os yihadistas aplicando este princípio. Pois esta tem sido a guia principal de um governo israeli tras outro, quando menos desde que a Guerra de Terror de Arafat estoirou em Setembro de 2.000, uma guerra que continua oito anos depois.

É absolutamente óbvio que os governos israelis não têm intenção de ganhar esta guerra: de derrotar totalmente ao inimigo no menor tempo possível. É óbvio que os governos israelis não comprendem os princípios básicos da guerra, multiplicando em consequência o número de baixas judeas. Repasemos os princípios de Clausewitz.

Clausewitz define a guerra como “um acto de violência dirigido a obrigar ao nosso oponente a cumprir a nossa vontade. A violência é o médio; o submetimento do inimigo à nossa vontade o objectivo final”. Na medida em que o inimigo permaneça armado, agardará o momento idôneo para passar a acção.

O objectivo último das guerras é político. Para alcançar plenamente este objectivo, o inimigo debe ser desarmado. Desarmar o inimigo “é, portanto, o objectivo imediato das hostilidades. Toma o lugar do objectivo final, que é posto a um lado como algo que podemos eliminar em base aos nossos cálculos”. Noutras palavras, o primeiro é desarmar ao inimigo, submetê-lo à nossa vontade. A política vem depois.

Clausewitz avisa: “Os filántropos podem pensar que há um método muito habilidoso de desarmar e derrotar a um inimigo sem necessidade de grandes derramamentos de sangue, e que essa debe ser a tendência do Arte da Guerra. Sem embargo, por muito plausível que isso pareça, é um craso erro que debe ser extirpado; já que em coisas tão perigosas como as guerras, os erros derivados do espírito de benevolência são os piores”.

Clausewitz não defende as matanças indiscriminadas. Advirte, sem embargo, que “aquele que usa a força implacavelmente, sem indecisões ante o sangue derramado, obterá grande superioridade respeito um adversário que ponha menos vigor na sua aplicação”. “Não acreditemos nos Generais que logram conquistas sem sangue. Se uma matança sanguenta é um facto terrível, este é um motivo mais para ter mais respeito à guerra, mas não para fazer que a espada que alçamos esteja cada vez mais desafiada pelos sentimentos humanitários, até que alguém chegue com uma curtante e afiada e segue os braços do nosso corpo”.

Segue-se que um Governo que persegue a moderação ou a auto-contenção como um princípio militar padece degeneração mental, e que qualquer general que obedeça passivamente a um tal Governo é um cobarde que não se preocupa pelo benestar da sua tropa oo o seu povo. Como qualquer general digno de vestir o uniforme do seu país sabe, a capazidade de resistência do inimigo debe ser totalmente esmagada.

Mentres, o PrimeiroMinistro –se é um homem de Estado e não um politicastro- debe fortalecer a confiança e determinação do seu povo. A gente debe acreditar na justiça da causa do seu país e comprender a importância da vitória, ao igual que as consequências da derrota.O homem de Estado debe amosar sabiduria, firmeça e claridade.

E aquí é onde Olmert, seguindo a Sharon, anuncia o desastre. O seu objectivo político é criar um Estado palestinião. Para o qual necessita um “sócio nas negociações” –Mahmoud Abbas é a sua eleição actual. E devido a que defendia um Estado palestinião, para o que necessitava um “sócio nas negociações”, Sharon não destruiu no seu momento a rede terrorista árabe em Judeua, Samária e Gaza. Este é o motivo de que empregara médios limitados: assassinatos selectivos e a destrucção de um punhado de casas árabes –mas nunca um ataque a grande escala para ganhar a guerra, nem tão devastador como para erradicar o desejo do inimigo de ré-tomar a guerra durante um cento de anos –como as potenças aliadas figeram na Alemanha e os EEUU em Japão.

Se Sharon tivesse destruído o inimigo, como poderia ter feito nos dias depois do 11 de Setembro, qualquer protesta internacional que se tiver producido teria remitido numas semanas, e a gente de Israel teria volto a caminhar erguida, orgulhosa e segura do futuro de Israel.

Epílogo:

Os gilipolhas falam de “guerra post-heróica” e da necessidade de ganhar os corações e as mentes. Os corações e as mentes de quem? Necessitamos homens de Estado e generais que se preocupem infinitamente mais pelos corações e mentes do nosso próprio povo que dos dos nossos inimigos, incluíndo àqueles enganosamente denominados “civis”.

Lembro novamente ao General George S. Patton, o mais temido, exitoso e erudito general americão na 2ª Guerra Mundial, que escreveu: “Quando o inimigo berra prudência aos quatro ventos, uma perseguição violenta ponherá fim ao espectáculo, A prudência conduze sempre a uma nova batalha”. “Guerra significa combater. Combater significa matar…Encontrar o teu inimigo, atacá-lo, invadir o seu território e provocar um inferno mentres estejas nele”.

Audázia, audázia, audázia! era o lema de Federico o Grande, que Patton fixo seu. O lema das elites dominantes em Israel é Prudência, prudência, prudência! –ou Medo, medo, medo!, que diria eu.


PAUL EIDELBERG *

(Tammuz 5768 / Julho 2008)



* Paul Eidelberg é presidente e co-fundador de The Foundation for Constitutional Democracy. Liderou o partido Yamin, que convergeu nas últimas eleições à Knesset com a Fronte Nacional Judea (Hazit) de Baruch Marzel.

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