BOMBARDEAR IRÃO



Não deixo de estar assombrado e avergonhado pela quantidade de expertos que, sem nenhuma informação classificada como tal, fazem confidências prognosticando nos assuntos globais, especialmente naqueles relativos aos EEUU e Israel. Assim que, que pode dizer um simples investigador político como eu quando se lhe pergunta se os EEUU ou Israel bombardearão Irão para evitar o desenvolvimento das suas armas nucleares?

Quase qualquer pessoa que se tome o 11 de Setembro em sério, e que tenha escuitado ao presidente iranião Mahmoud Ahmadineyad jactar-se de ir lograr um mundo sem América nem Israel, deveria admitir que um Irão com armamento nuclear seria uma ameaça para a civilização occidental. Não é necessário ser um grande investigador político para ver que um Irão nuclear controlaria as amplas reservas petrolíferas do Golfo Pérsico intimidando a uma já avondo intimidada Europa. Isto seria suficiente para devastar a economia dos EEUU e conduzir ao último bastião de liberdade e dignidade humana a um misserável final. Ao igual que a Israel, um ataque nuclear massivo condearia-os ao olvido. Fim do judaísmo e do cristanismo.

Daí que se me pergunte: “Lançarão os EEUU ou Israel um ataque preventivo contra Irão, o epicentro do imperialismo islâmico –horror de horrores que faz que o imperialismo da Alemanha názi apareça como um assunto menor na história mundial?”.

No planeta vivem quase 1.500 milhões de muçulmãos, e o número que, de maneira mais optimista, calculamos apoia abertamente a jihad islâmica é do 10%. Imaginade qual seria a percentagem com um Irão nuclear. Qualquer estimação sobre os “muçulmãos moderados” entra no terreo da sandez.

Daquela, que podo dizer de um ataque preventivo dos EEUU ou Israel contra Irão para evitar esta catastrofe? A pesar dos meus sete anos nas Forças Aéreas dos EEUU, uns quantos livros sobre a arte de governar, e quase 29 anos ensinando aos oficiais israelis na Universidade de Bar-Ilan, não estou suficientemente qualificado que os expertos sabe-o-tudo que mencionava acima como para oferecer predicções fiáveis na matéria em questão. Isso sim, o historial e a actitude actual dos líderes americãos e das elites dirigentes de Israel não convidam a pensar que nenhum de eles vaia a lançar um ataque preventivo. Mas, que sucederá amanhã?

Retrocedamos a 1949. Os EEUU tinham daquela um monopólio exclussivo nas armas atómicas. Contudo, e a pesar de que a URSS carecia dum sistema de lançamento, os EEUU não foram quem de prevêr o desenvolvimento por parte dos soviéticos da bomba atómica, que alfombrou a escravidão comunista do Leste europeu durante mais de 40 anos.

Mais recentemente, em Dezembro de 2007, a NIE (National Intelligence Estimate) dos EEUU afirmou que Irão dera por rematado o seu programa de desenvolvimento nuclear em 2003. John Bolton, antigo embaixador estadounidense na ONU, escreveu uma feroz crítica contra o informe da NIE no The Washington Post (7-12-2007). Afirmava, nas suas conclusões: “…a NIE abre a porta para que Irão materialize as suas ambições militares de armamento nuclear com toda tranquilidade, em detrimento de todos nós”.

Este é o motivo pelo qual o Sr. Bolton escreveu uma carta aberta no The Wall Street Journal animando a Israel a lançar um ataque preventivo contra Irão. Afirmava audazmente que os EEUU apoiariam a Israel antes, durante e depois de que um ataque dessa índole tiver lugar.

Sim, mas o Sr. Bolton deveria saber que o Governo israeli, dirigido pelo Primeiro Ministro “estamos-cansos-de-ter-coragem” Ehud Olmert, não é capaz nem sequer de reunir os folgos para lançar um ataque contra a franquícia de Irão em Gaza, Hamas. Milheiros de missis de Hamas têm despovoado a cidade israeli de Sderot, e o Governo israeli ainda, e a pesar da abrumadora superioridade das IDF, não tem movido um dedo. Agardar que este Governo ataque Irão, quando inclusso os EEUU -com muito mais potencial e menos risco- abstém-se de fazê-lo, é pouco realista.

As coisas não semelha que vaiam ir melhor se Olmert é ré-empraçado pela Ministro de Exteriores Tzipi Livni ou o de Transportes Shaul Mofaz. Como membros do ánti-sionista e postmoderno partido Kadima, ambos estám comprometidos na criação em breve dum Estado palestinião em Israel –o qual deveria ser suficiente para amosar que carecem do compromisso moral e a fortaleça como para atacar a Irão.

E que dizer de Binyamin Netanyahu, chamado a convertir-se no em Primeiro Ministro israeli nas próximas eleições nacionais? Gostaria-me poder afirmar o contrário, mas o historial do Sr. Netanyahu não é muito esperançador, embora tão só for porque, como ministro do Governo Sharon, votou a favor da retirada de Gaza, em contra das advertências dos mais altos oficiais da inteligência e o exército israeli.

Para além disso, o seu livro “Uma paz duradeira: Israel e o seu lugar entre as nações”, faz-me suspeitar que foi escrito por americãos, e que o seu autor real se dirigia à humanidade sem fazer ênfase na enormidade diabólica à que se enfrontam tanto Israel como a civilização.

Para sermos justos, porém, devo acrescentar que o livro foi escrito em 1999, quer dizer, antes do 11 de Setembro e antes de que Ahmadinejad tivesse jurado “borrar Israel do mapa”.

Agardamos que o Sr. Netanyahu tenha visto a luz e poda demonstrar a coragem necessária para salvar a Israel – e não só a Israel? Para contestar a isso um debe ser já algo mais do que um simples investigador político.



PAUL EIDELBERG

(20 Av 5768 / 21 Agosto 2008)

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