FAGAMOS QUE MARCHEM


Os judeus são conscientes e respeitam a opinião mundial. O mundo tem tratado de exterminá-los durante dois milênios, e os judeus pensam que tem que haver uma boa razão. É por isso que estám tristes: por serem fortes, simplesmente por existir. Temem a opinião mundial e perguntam-se, tolerará o mundo as nossas injustiças com os palestiniãos e os libaneses? Não espera o mundo de nós que nos comportemos conforme a moral? Sem dúvida: inclusso antes das câmaras de gas os judeus tinham que saber comportar-se, porque se amosavam temperamento, como os hebreus que se abalançaram sobre os caananitas com Joshua…Bom, obviamente ao mundo não lhe gosta esse tipo de judeus. Tanto como o tipo de judeus que tem.

Importam-lhe ao mundo 200 vítimas libanesas? Importaram-lhe os milhões de assassinados nas guerras francesas em Algéria e Indochina? Importam-lhe aos serviços de notícias o número de vítimas iraquis a resultas da invasão dos EEUU? Não colheu Israel a indirecta tras a obsessiva cobertura informativa da morte da família libanesa de orige canadião no ataque aéreo? Ao mundo importam-lhe um caralho os nativos alheios, só lhe importam os seus próprios nativos. O mundo está povoado por gente razoável. Sabem que as guerras são crueis, que o sacrifício é o que construe os Estados, e também o sangue. Morreram e mataram para estabelecer os seus Estados. E não têm problema com que Israel faça o mesmo.

Depois da vitória em 1967, ninguém objectou que Israel adquirisse território. Ninguém agardava que o devolvessemos. Jamais nação alguma tem devolto territórios significativos para a sua conciência nacional, e menos quando têm sido adquiridos repelendo uma agressão. Os EEUU rechaçaram as ofertas de paz de Sadat. Só prestou ouvidos às objecções quando a capazidade de Israel de manter os territórios começou a ser duvidosa depois de 1973.

O mundo condea aos judeus porque actuamos com sentimento de culpabilidade. Chamamos aos territórios “ocupados” em vez de “anexionados”. Oferecemos retornar o território. Temos relações comerciais humanitárias com os derrotados. Esse é o comportamento psicológico de gente com um muito grande sentimento de culpa. E assim o mundo interpreta que os judeus são injustos. E poderosos. E débeis. Uma combinação perfeita para sermos condeados. Ninguém disfruta condeando um insecto; muitos disfrutam condeando um elefante bonachão.

O problema do terrorismo pode ser resolto. Temos um exemplo. Os alemães acurralaram ao movimento de mais de 300.000 partisãos russos com batalhões de reserva da polícia. Devo lembrar os métodos que usaram? Os alemães não atacaram frontalmente os partisãos russos, senão que aniquilaram o seu apoio entre a população. A capazidade de camuflar-se entre a população e lançar pequenos ataques e acções de bandidagem é a coluna vertebral da fortaleça guerrilheira. Os alemães esmagaram essa coluna fusilando reféns e prendendo lume às vilas suspeitosas de apoiar à insurgência. Aos israelis quiçá não lhes goste esse enfoque, mas não digamos que não há maneira de combater a Hezbollah. Há maneira, provada, aceitada enão oprobiosa. Que evitemos adoptar esse tipo de medidas é questão de romanticismo, de manifesta ignorância do que é a natureza da guerra, das diáfanas e sensatas instrucções que lhe foram dadas a Joshua.

Erradicar o apoio popular a Hezbollah é uma coisa. Eliminar a sua razão de existir outra bem distinta. Israel debe deixar de oprimir aos palestiniãos. Obrigar aos árabes a viver num Estado judeu é opressão –um Estado cujo hino é Hatikva, cuja Lei de Retorno se aplica só aos judeus e não aos refugiados palestiniãos de 1948, cujo Estado Maiormilitar não inclui árabes. Devemos deixar de oprimir aos palestiniãos. Deixemo-los marchar.

Existe um potencial Estado palestinião em Jordânia, um Estado com maioria palestiniã e uma monarquia moribunda, um Estado que pode dar acomodo confortavelmente aos oprimidos árabes que vivem nos ancestrais territórios judeus que os gilipolhas chamam “ocupados”. (De igual maneira, os EEUU comumente não se denominam “território ocupado pelos colonos cristãos aos Peles Vermelhas”). Para combatir o terrorismo, identifiquemos a sua causa.

Fagamos que marchem.



OBADIAH SHOHER

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