JERUSALÉM: O PRIMEIRO, NÃO O ÚLTIMO


Os cautelosos israelis comportam-se como as avestruzes: Olmert tranquiliza a sua conciência prometendo relegar a questão de Jerusalém à última fase das conversas de paz com os palestiniãos. Nem sequer é importante que Olmert minta e, tal e como os palestiniãos não perdem ocasião de propalar, esteja a negociar Jerusalém agora.

Relegar os assuntos centrais para a etapa final das negociações é um proceder fundamentalmente nécio. Discutirias o praço de envio de um moble se não estás dacordo com o vendedor no preço? No nosso caso, o vendedor nem sequer quere vender.

Relegar os assuntos centrais para mais adiante só assegura a pré-disposição de Israel a ceder sobre eles, quando toda a pressão actualmente dispersa nos mais variados aspectos deveria concentrar-se no tema de Jerusalém. O conto é-che assim: “Dacordo, temos chegado a um acordo com os palestiniãos em todo o demais, a paz está perto. Deveríamos renunciar à paz a causa das áreas de população árabe de Jerusalém, nas que não podemos viver de todas formas?” Uma vez que todos os demais aspectos estejam encarrilados, a partição de Jerusalém colarão-na automaticamente. Os neuróticos judeus podem rebelar-se e rechaçar tamanhe “paz”, sublimando no tema de Jerusalém toda a desconfiança que sintem face o seu Governo, mas contando com isso, daquela para que dianhos serve o processo de paz?

A política israeli de concessões sistemáticas é devastadora. Os judeus renunciam às suas baças negociadoras uma por uma, perdem poder de negociação, e têm a pressão internacional incrementada que lhes restam na mão. Em 1972, Israel rechaçou a oferta de Sadat (fosse realista ou não) de paz global com os árabes a câmbio da entrega do Sinai; os palestiniãos foram nemguneados. Quatro décadas depois, Israel vai-se encontrar sem o Sinai, nem os altos do Golão nem o West Bank –e nem sequer em paz com os árabes. Quase a totalidade dos líderes muçulmãos têm já declarado que inclusso cedendo o West Bank e Jerusalém aos palestiniãos não nos encaminharemos a uma paz imediata com os países árabes. E ainda onde Israel goze de paz, não haverá normalização: os jordanos e os egípcios de a pé ódiam a Israel agora tanto como antes de assinar os tratados de paz. Iraq e Kuwait, dois países sob a bota dos EEUU, rechaçam rotundamente a paz com nós. Irão não podemos agardar que assine a paz com a entidades sionista, inclusso no caso de que os palestiniãos obtivessem um Estado próprio. Arábia Saudi é o último país com o que Israel quereria estar em paz, dado que o fluxo do dinehiro procedente do petróleo saudi em Israel –já considerável- dispararia-se até que os saudis comprassem a totalidade da Terra Santa. Ao Líbano em mãos de Hezbullah os palestiniãos importam-lhe um rábano, e não se abraçariam com os sionistas nem permitindo enterrar a Arafat no Monte do Templo, como sucederá se os palestiniãos conseguem Jerusalém. A paz com Síria suporia um fiasco militar para Israel, pois Síria renovaria os seus arsenais sob a protecção do acordo de paz como está fazendo Egipto –para golpear mais adiante com sanha vingativa.

As negociações sobre Jerusalém com Fatah são inexplicáveis. Os britânicos deram caça aos grupos terroristas judeus, Etzel e Lehi, em vez de negociar com eles. Os membros de Fatah continuam atacando aos judeus, Fatah subvenciona às Brigadas dos Mártires de Al Aqsa com o dinheiro duvidosamente transferido pela própria Israel, e em circunstâncias especialmente extranhas o escolta de Ahmed Qurei, um alto negociador palestinião, foi abatido num enfrontamento com as IDF.

O processo de paz é uma estafa. Israel não está em guerra com os palestiniãos –e, se o estamos, daquela borremo-los do mapa a golpe de missil em vez de proporcionar-lhes água e electricidade. A ameaça que supõe Palestina para Israel provoca hilaridade: simplesmente proibamos o acceso dos seus trabalhadores imigrantes, e o terrorismo suicida, como já sucedeu há um ano, desaparecerá quase por completo. Em todo caso, o terrorismo sega bastantes vezes menos a vida dos judeus que os accidentes de tráfico. Também não cumpre ser um gênio para rematar o bombardeio de cohetes Kassam e Katyushas –não com o sistema demencialmente custoso Iron Dome, senão com a singela medida política de invadir Gaza uma vez ao ano mais ou menos, matando a um par de milheiros de terroristas palestiniãos, reduzindo as suas infraestruturas aos níveis da Idade do Bronze, e disfrutando de paz durante outros quantos meses. Proibir terminantemente a UNRWA e outras fontes de ajuda a Gaza e o West Bank seria um serviço muito maior à paz que ceder aos árabes Jerusalém, Tel Aviv e Haifa juntos: os palestiniãos preocupariam-se por conseguir trabalho em vez de viver do subsídio alheio e utilizar o seu amplo tempo de lecer em actividades radicais.
Os indigentes à procura dalgo que comer não têm tempo para o terrorismo.


OBADIAH SHOHER

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