MODELOS DE GUERRA


A Alemanha názi jamais atacou, matou ou feriu a um só cidadão no continente americão. Desde que os EEUU declararam a guerra à Alemanha, bombardearam os seus centros industriais e civis, invaderam o seu território, embora não antes de invadir e libertar a França –com o custe necessário de matar civis. A política de guerra americana?: “Rendição incondicional”. O ressultado?: Alemanha rendeu-se incondicionalmente.

Corea do Norte, um satélite soviético, nunca atacou, matou ou mutilou a um só cidadão em território americão. Desde que os EEUU, sob os auspícios da ONU, declararam a guerra contra Corea do Norte (a mais de 10.000 kilómetros de distância), bombardearam e invadiram o seu território, matando a vários milheiros de civis no processo, até que foram expulsados pelos chineses. A política de guerra americana? Restauração do status quo anterior. O ressultado foi precisamente esse: Corea permaneceu dividida; os EEUU não ganharam a guerra nem a perderam –agás milheiros de soldados americãos.

Vietnam do Norte, outro cliente soviético, jamais atacou, matou ou feriu um só cidadão em solo dos EEUU. Desde que os EEUU declararam a guerra contra esta distante nação, bombardearam por ar e mar, mas, significativamente, abstiveram-se de enviar forças terrestes. A política de guerra americana?: retirada das tropas comunistas de Vietnam do Sul e restauração do status quo anterior. O ressultado?: uma “solução política” deixando aos comunistas no Sul. Depois de um “decoroso período”, o cliente soviético conquistou ao aliado dos EEUU.

Agora um breve comentário sobre estas três guerras, examinadas em orde inversa.

Tanto como cidadão privado como candidato a Presidente, Ronald Reagan julgou a Guerra do Vietnam como “imoral”. Por que? Porque se baseou no que ele e outros denominaram uma política de “não vitória” (precisamente a política dos governos israelis). Informado por opiniões de expertos militares, o Sr. Reagan aderiu à posição de que se duas divisões dos EEUU tiveram sido desembarcadas em Vietnam do Norte em 1965 –e naquela altura não havia motivos para temer uma intervenção chinesa- a guerra teria rematado enseguida.

Mais de 50.000 americãos não teriam perdido a vida. Vietnam do Norte e do Sul não teriam sofrido um milhão de baixas. Vietnam do Sul não teria que ter estado vivendo sob uma tirania comunista.

E o mundo, tão quisquilhosamente consciente dos danos civis ressultantes dos ataques de Israel contra os terroristas árabes, não teria sido testigo –sem amosar nem um gesto contra a atrozidade moral- do genocídio criminal estimados nuns três milhões de homens, mulheres e crianças em Camboya.

Volvendo à Guerra de Corea, a maioria das baixas americanas tiveram lugar durante as prolongadas negociações com os comunistas em Panmunjom. Não é singelo –inclusso soe ser absurdo- negociar com comunistas, ou com qualquer grupo ideologicamente chamado à tua destrucção final. Com isso como objectivo final, esse tipo de inimigos são infinitamente mais pacientes que os políticos democratas. Para além disso, eles não têm que preocupar-se pelas próximas eleições, a opinião pública ou a percepçãp que podam obter os jornalistas que contam árvores em vez de mirar o bosque. Não têm que preocupar-se pelos pacifistas, esquerdistas, corporações multinacionais e, embora seja triste de dizer, os oportunistas dos partidos rivais e os interesses pessoais.

Não é singelo negociar com comunistas que despreçam o prejuízo burguês de que todos os conflitos podem ser amanhados por médios pacíficos. Assim, os comunistas prolongaram indefinidamente as negociações de Panmunjom, agardando que os elementos divisivos figessem o seu labor por eles nos EEUU.

O único que os comunistas (e os seus homólogos árabes) respeitam é a força. Tratando-se desta gente, nada é pior que a amabilidade – ou o que os democratas chamam “auto-contenção” ou “moderação”, qualidades que são traduzidas como debilidade por estes inimigos da democracia.

Se algum conflito refuta a manida expressão de que a guerra não ressolve os problemas, esse é a 2ª Guerra Mundial. Essa guerra teve como ressultado a destrucção da que era naquele então a tirania mais perigosa sobre a terra: a Alemanha názi.

Hoje, se Israel procurar um modelo de fazer a guerra contra os sucessores dos názis –não só Hamas, mas também a Autoridade Palestiniã que tanto adora Condoleezza Rice- seguramente um não recomendaria o modelo vietnamita concebido por Henry Kissinger, e pelo que recebeu um Prémio Nobel da Paz. Os Acordos de Vietnam deixaram 140.000 tropas comunistas afincadas em Vietnam do Sul. Também não recomendaríamos o modelo coreão, no que as intermináveis negociações derivaram na simples restauração do status quo prévio.

Se algum modelo é apropriado, no que respeita aos implacáveis inimigos de Israel, é o modelo utilizado pelos EEUU contra a Alemanha názi.



PAUL EIDELBERG

(Tammuz 5768 / Julho 2008)

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