PAZ JUDEA OU INICIATIVA DE PAZ ÁRABE?


Por que não aceita Israel a iniciativa de paz árabe? Eles oferecem-nos a normalização com todos os Estados árabes (agás Irão) a câmbio de regressar às fronteiras anteriores a 1967, Jerusalém, e uma solução ao problema dos refugiados. Isso é, basicamente, ao que está disposto o Governo israeli; a maioria dos israelis aceitariam essa solução, agás a partição de Jerusalém. As diferenças são triviais: os saudis querem uma volta total às fronteiras de 1967, mentres Israel ofereceu intercambiar blocos de assentamentos por similares extensões de terras deshabitadas, e os palestiniãos manifestaram o seu acordo. O plano de paz não requere que Israel aceite os refugiados para chegar a uma solução: presumivelmente uma compensação económica encarregará-se, e os EEUU e a União Europeia estariam contentos de correr com os gastos de ré-assentar os refugiados em Palestina.

O tema de Jerusalém é uma questão de nomes. Qual é a Jerusalém que os judeus querem por capital eterna? Os bairros árabes periféricos de “Jerusalém Leste” não são Jerusalém no sentido bíblico. Os judeus viveram ali, mas também viveram em Hebrão, Schem e toda Judea. Em termos religiosos, entregar Hebrão e Schem (com o consentimento da maioria dos israelis) é uma aberração incomparavelmente maior que abandoar os distritos de escasa significância no leste da velha Jerusalém.

O tema da Cidade Velha é frequentemente vítima de maus entendidos. A Cidade Velha de Jerusalém é meramente uma estrutura otomana. Borrar os muros da Cidade Velha clarificaria o facto de que a maioria de esta não tem significância bíblica. O único problema real, a parcela de tremenda importância para judeus e árabes: o Monte do Templo. Seria impensável para um Estado que basea em direitos bíblicos a sua própria existência abandoar o lugar mais epicêntrico do judaísmo. Pois embora impensável, isso está sucedendo nestes momentos: Israel proíbe aos judeus orar no Monte do Templo, mentres os árabes o disfrutam utilizando-o de letrina.

Portanto, quais são as opções no que respeita ao Monte do Templo? A primeira e preferível, arrasar as suas estruturas muçulmãs e edificar o Terceiro Templo. Isso, sem embargo, não se levará à prática. A oposição sustentada pelos progres, os judeus assimilados, e alguns religiosos judeus, clausuram esse tipo de cenário. Para clarificarmos, quase todos os religiosos judeus acreditam que o Terceiro Templo descenderá de maneira sobrenatural desde o ceu. Maimónides ridiculizava esse ponto de vista, mas botou raigame entre alguns cregos que melhor fariam de estarem reçando que fazendo outras coisas.

A segunda opção, propugnada por alguns nacionalistas judeus, é edificar o Templo no Monte do Templo sem destruir o santuário muçulmão. Isso, também, é pouco realista na medida em que os muçulmãos objectariam que se profanam os seus lugares sagrados, os religiosos judeus exigiriam que o sobrenatural messias descendesse das nuvens, e os grupos pelos direitos dos animais protestariam pelos previssível regresso dos sacrifícios rituais.

Em contra de toda lógica, os judeus salvariam as apariências nacionalistas abandoando o Monte do Templo. Se o lugar não está nas nossas mãos, pelo menos podemos proclamar a nossa inocência por não construir o Templo. E se um autêntico líder como Meir Kahane surgisse, ele não teria problema em limpar de árabes o Monte do Templo, Judea, Samária, e o que figer falha desde o Nilo até o Éufrates.

Se a nossa vontade não é construir um Estado religioso para o Judaísmo, se não pretendemos manter a judeidade do Estado expulsando aos árabes, daquela o mais acorde ao sentido comum é aceitar a iniciativa árabe de paz.


OBADIAH SHOHER

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