AOS NOSSOS AMIGOS DA ESQUERDA


A maioria dos judeus dos EEUU são de esquerdas porque o progressismo conta-lhes o que querem ouvir.: não existe o Deus bíblico, a Torá foi escrita pelo homem, e todos somos irmãos. Perguntade-lhe ao vosso rabino reformista se ele acredita em Deus e observade como evade a pergunta com contos sobre a mente universal e o espírito que há em cada homem. Não pode acreditar em Deus, ou se não como é que ignora ou não adapta criativamente os seus Mandamentos? Perguntade-lhe por Pinchas, que se ganhou a benção eterna para os seus descendentes matando a um judeu por casar prazidamente com uma bela mulher não-judea de boa família. Pensade nos judeus que durante milheiros de anos agradeceram a Deus nas suas orações por ter-nos escolhido, por ter-nos exaltado sobre as nações, e por sermos distintos a todos. Porque, no caso de que ninguém vo-lo tenha dito, existem mandamentos que ordeam explicitamente erradicar as pregárias dos não judeus da terra de Israel, expulsar os paganos, e construir o Templo. Todos os comentaristas rabínicos, sem excepção, coincidem em que esses mandamentos vinculam a qualquer judeu.

Estaria disposto um rabino reformista a permanecer numa esquina, perto do seu templo, sinalando orgulhoso aos transeúntes que ali está a assembleia do povo escolhido de Deus? Sabe, tão sequer, que Deus chama aos judeus “gente que deve permanecer isolada”? Os judeus que se casam com gentis fazem-no movidos pela sua simpleza de comprensão: para eles não há nenhum motivo racional para ser judeu. Existem gentis agradáveis, éticos, honestos, elegantes, divertidos, e bem parecidos. Nenhuma dessas características é exclussiva dos judeus. Cultura judea? Não existe uma cultura especificamente judea; temos ido assimilando culturas de várias nações, desde Holanda a Iraq. História judea? O passado não tem porque determinar o presente. Herdança judea? A nossa única herdança é a religiosa, e uma vez que a religião é abandoada, a herdança passa a ser um nome vazio. Ancestros judeus? Isso é razismo: eu nascim judeu, e outro nasceu negro. Só temos uma razão plausível para não nos casar com gentis: porque Deus nos ordenou ser o seu povo e permanecer isolados.

As mentiras soem ser tranquilizadoras, mas sem embargo seguem sendo mentiras. Considerade a última, sobre a irmandade universal. Inclusso a Torá considera aos não-judeus os nossos vizinhos -mas não creio que vos goste saber onde. Fechade por um instante os olhos ao mundo politicamente correcto. Deus dixo aos hebreus que pedisem objectos de valor aos seus vizinhos egípcios antes do Éxodo. A única vez em toda a Torá em que os não judeus são denominados “os nossos vizinhos” é justo quando estamos a ponto de estafá-los. Por que? Porque só naquele momento os estrangeiros estiveram dispostos a ajudar-nos –dado que Deus lhes infundira temporalmente amor pelos judeus nos seus corações.

Se isso tem um cheiro perigosamente ánti-cristão, tende a certeza de que o enfoque cristão era similar. Na Parábola do Bom Samaritano, Jesus insinua que inclusso os despreçáveis samaritanos são os nossos vizinhos se estám dispostos a ajudar-nos.

Isto conduze-nos a outra mentira muito popular: contrariamente aos seus ancestros, desde tempo imemorial até 1945, os gentis actualmente ajudam a Israel e a nossa própria existência depende da benevolência dos EEUU. Seguro? Em 1948, a Administração dos EEUU negou o seu voto na ONU a favor de estabelecer o Estado de Israel e embargou remesas de armas dirigidas ao Estado judeu. Isso foi três anos depois do Holocausto, quando os judeus estavam lutando a guerra da supervivência. Os EEUU negaram-se a tão pouca coisa como fornecer a Israel com manuais de instrucções para os tanques Sherman (e os espias judeus tiveram que os conseguir através dos soviéticos mediante um programa de préstamos). Em 1956 e 1967, o Estado Maior dos EEUU estudou planos operativos para desembarcar no Sinai contra os agressores judeus para defender a Egipto. Pensades, quiçá, que esta actitude dos EEUU face Israel cambiou radicalmente em 1973? Não do tudo. Kissinger só pretendia nivelar a crescente influência soviética, e iniciou a entrega de armas a Israel em resposta aos massivo subministro soviético a Egipto; contudo, a ajuda militar chegou muito tarde e permaneceu maioritariamente fóra de uso. Demonstrar que a Administração dos EEUU procura influência no Meio Leste mais que o bem para Israel é muito simples: os EEUU proporcionam tanta ajuda a Egipto como a Israel, e vende muitas mais armas de tecnologia avanzada aos países árabes que a Israel. Em quanto a fundos para o desenvolvimento, Egipto e os palestiniãos recebem muita mais ajuda que Israel.

America lutou por Kuwait e pacificou Iraq, em ambos casos gastando mais dinheiro que a ajuda acumulada a Israel ao longo de décadas. Os EEUU libertaram o feudo kuwaiti, mas nunca tiveram intenção de defender Israel em 1967 e 1973.

A paz é o primeiro objectivo. Bem, pois tedes uma maneira muito fazil de acadar a paz. Actualmente, a única maneira: largade-vos desta terra. Os judeus podem viver em paz com os árabes em Canadá. Um Estado judeu no que o Islám considera terra muçulmã, na terra que os palestiniãos consideram sua por direito de nascimento, um Estado assim nunca poderá viver em paz. Os acordos de paz estám muito bem, mas não os confundades com a paz. Nesta terra jamais tem havido paz. O antigo Israel albergou minorias religiosas –fonte constante da condeia dos profetas- mas combateu incessantemente aos seus vizinhos. Os judeus têm combatido contra os mesmos inimigos –Egipto, Síria, os Canaanitas, Assíria- durante três milheiros de anos. Tem-se detido a História nos nossos dias?Não só nesta terra –também não houvo paz em nenhuma outra parte do mundo. Os países europeus livraram as suas duas guerras mais sanguentas apenas há uns anos. O actual período de calma pode prolongar-se por décadas, quiçá um século –já se têm dado tréguas similares na história europeia- mas nenhuma terra vive em paz perpétua. A paz nunca é um produto da negociações de boa fê. Se essa fê servisse para algo não teriam havido guerras, para começar. Nem sequer queda sítio para os assentamentos, literalmente: este território é demassiado pequeno para dividi-lo. Os negociadores falam de fronteiras completamente indefendíveis, de cidades judeas intercaladas entre vilas árabes, de cidades superpostas. É um cenário próprio do Muro de Berlin.

O processo de paz é uma enorme trapalhada. Israel sobreviviu à guerra de 1973 só graças à profundidade defensiva proporcionada pelo Sinai que libertara em 1967. A Administração Carter forçou a Israel a entregar o Sinai. Hoje, Carter é um fanático ánti-semita, mas naqueles dias era um “pacificador”. Egipto prometeu desmilitarizar o Sinai, mas já o prometera em 1956 –e faltou à promesa em 1967. EEUU garantira a não beligerância egípcia no tratado de paz de Camp David, mas já o figera em 1957 ao induzir a Israel a evacuar o Sinai que conquistara o ano anterior. Eisenhower prometera a Israel em 1957 intervir se Egipto cerrava o Estreito de Tiran; quando Egipto o fez em 1967, a Administração dos EEUU só pressionou a Israel para que se abstivesse de respostar.

O processo de paz vai de qualquer coisa menos da paz. Suponde que Israel aceitasse a categoria de Estado para os palestiniãos aqui e agora. Que seria o seguinte? Nada. Os saudis já advertiram, e a Administração Bush reconheceu, que levaria muito tempo que os árabes estabelecessem relações diplomáticas com Israel, inclusso se se crear um Estado palestinião. A República de Irão, que junto com o Estado cliente dos EEUU, Arábia Saudi, é o primeiro patrocinador mundial do terrorismo, nem sequer se planteja um arranjo diplomático com a entidade sionista.

E qual é o valor das relações diplomáticas? Israel está em paz com Jordânia e Egipto. Ambos permitem actividades praticamente sem restricção às guerrilhas ánti-israelis como Hamas e Yihad Islámica, que entrenam ali, procuram donações, e traficam com armas. Não teve lugar normalização alguma com Egipto nestes trinta anos de paz: os egípcios são hostis a Israel, os meios de comunicação governamentais fustigam aos judeus, e Egipto moderniza continuamente um exército cujo único oponhente é Israel. A paz com Egipto e Jordânia depende da estabilidade dos seus respectivos governos. Em Egipto, Os Irmãos Muçulmãos, organização vencelhada a Hamas, é o mais grande partido da oposição, programado para vencer arrolhadoramente a pouco que haja umas eleições minimamente livres. Um exército encabeçado pelos Irmãos Muçulmãos convertiria-se no pesadelo de Israel –e não é algo muito distante. Em Jordânia, a monarquia tem os dias contados, como em qualquer outro país, e a maioria palestiniã tomará as rendas do governo até agora usurpado por uma banda de pragmáticos e despiadados beduínos.

Podemos deter, quiçá, o problema jordano-palestinião accedendo às demandas de Palestina? Dade-lhes um Estado! Isso não cambiará nada. Para os palestiniãos Haifa e Tel-Aviv são a sua terra na mesma medida que Ramalah. Essas cidades eram palestiniãs antes de 1948. Galilea é palestiniã; a maioria dos seus distritos não têm apenas presença judea. Sem dúvida, a própria Israel é maioritariamente palestiniã: os árabes constituim o 34% da sua juventude. Pensades que tolerarão viver num Estado que se proclama judeu, tem uma Estrela de David na sua bandeira, e canta o espírito judeu no seu hino nacional? Não menosprezedes aos árabes. São bons patriotas, e defenderão o seu Estado.

Falando de direitos, que direitos têm os judeus sobre Tel-Aviv? Construiram-na eles? Têm construído incontáveis vilas em Ucrânia e casas nos EEUU. Os árabes construíram aldeias em Galilea –deveriam por isso ser soberanos ali? Construir acarrea direitos de propriedade no melhor dos casos, nunca soberania. Direito histórico? Os judeus nunca viveram nesse área. Inclusso no período de Herodes, quando o protectorado romano de Judea se extendia até o mar, a costa estava habitada por povos paganos. Direito religioso? Velaqui. Mas o nosso direito religioso não tem os seus alicerces em Tel-Aviv. Tem-nos em Hebron, onde Abraham adquiriu o primeiro terreno em Canaan e os nossos antepassados estám enterrados. Tem-nos em Schem, conquistada por Jacob. Extendem-se até o sul do Líbano e Jordânia –adjudicada pela Liga das Nações aos judeus, mas dividida pelos britânicos desde o território do Mandato para regalar-lha a um principinho expulsado de Iraq.

Observando o mapa o Estado palestinião, a fim de contas, é tão pequeno!, dizedes. Falso. É maior que a parte judea habitável de Israel. A próxima vez que olhedes o mapa, dade-vos conta que o Negev é um deserto, e Galilea é tão árabe como Ramalah. Dacordo com o plano de paz EEUU-Arábia Saudi, os judeus ficariam aglomerados numa franja de praia de 60 x 14 milhas. Pensades que um Estado de 14 milhas de ancho é defendível? Só na medida em que sejam úteis as sirenas que avisam com trinta segundos de antelação da caída dos missis.

E agora a democracia êtnicamente cega. Um imenso país como os EEUU ou Rússia tem que ser plural. Mas, por que uma insignificante Israel tem que dar acomodo aos árabes? Já têm 22 países próximos onde podem disfrutar perfectamente duma sociedade palestiniã, apenas a umas milhas de distância. Muitos americãos emigram na procura de oportunidades de trabalho; seria muito pedir que os árabes figeram outro tanto respeito o nosso único Estado? Os estadounidenses têm direito ao seu próprio país; quando os mexicanos intentam assentar-se ali, pelo menos são tratados como ilegais. Por que os judeus não podem ter um país próprio? Que tamanho de território não seria excessivamente grande para os judeus?

Por que não permitimos que os refugiados de 1948 regressem a Israel? Têm exactamente o mesmo direito a esta terra que os árabes que actualmente vivem em Israel. Se os judeus obrigaram a alguns árabes a marchar, e não permitem que regressem, qual é a diferência com o resto dos árabes –os que residem em Israel?

Todos os líderes sionistas proclamaram a necessiade de um Estado com maioria judea. Se é moral e razoável limitar o número de árabes a uma minoria, por que é imoral e descabelado limitar o seu número especificamente a uma minoria insignificante? Isso é o que figeram os antigos líderes. Ben Gurion autorizou represálias massivas contra os civis árabes. Fechou as suas aldeias durante semanas e à vez; desbaratou a sua vida e a sua economia. Promoveu a expulsão e as hostilidades contra os árabes, e absolveu aos autores judeus das mesmas como em Kfar Kasem. O exército judeu dominante, Haganá, atacou a infame vila de Dir Yassin apoiando-se nos “grupos terroristas” Etzel e Lehi. Os 400.000 árabes que abandoaram de Israel em 1947-48 tinham bons motivos para marchar.

Conseguim confirmar o que os mass média vos dizem, que os israelis oprimem os árabes? Tudo cambiou desde finais dos anos setenta. Desde aquela, os esquerdistas israelis atacaram ao Governo de direita por executar exactamente a mesma política ánti-árabe que os governos de esquerda sempre promoveram. Agora, os árabe-israelis não pagam praticamente impostos, não têm que servir no exército, construim edificações sem permisos, rechaçam as taxas municipais, e saim impunes de qualquer crime ou algarada. A política oficial israeli é evitar que os cidadãos árabes estém a disgosto, não sendo que se revoltem.

Tenhem-vos dito que não há solução para a existência de Israel agás a paz. Houvo paz em Europa entre a 1ª e a 2ª Guerra Mundial? Houvo paz desde as guerras de Napoleão até as guerras franco-prusianas? A paz é a paz, e por suposto quando há paz não há guerra. Mas, que paz tem sido eterna? Portanto, em cada paz deveríamos ir pensando em ganhar a próxima –iminente- guerra. Há muito tempo Israel era especialista em isso. Pugemos em fuga a Egipto em quatro guerras, e conquistamos o Sinai. Rechaçamos a Síria em três guerras, e capturamos os Altos do Golão. Repelimos incontáveis agressões desde o Líbano, e conseguimos as insignificantes granjas de Shebaa. Derrotamos aos terroristas palestiniãos uma e outra vez. Arafat estava arrinconado em Tunísia, derrotado e despreçado –até que Simon Peres o troujo de volta como um pelele com o que assinar a “paz”. Inclusso no momento culmem da Intifada, o número das nossas baixas palideciam comparado com o de vítimas em accidentes nas estradas. Então, por que necessita Israel paz com os palestiniãos, os saudis ou os sírios? Eles nunca serão amigos dos judeus, ou cesarão de acumular armamento, nem deixarão de ser uma ameaça potencial. Israel, entre o ocêano de árabes, jamais será capaz de diminuir o seu exército –é mais, tem aumentado sustancialmente em termos de gasto tras a paz com Egipto. A paz só serve para constrengir a estratégia israeli; Israel bombardeou as instalações nucleares sírias em 2007, mas teria duvidado em fazê-lo se houver paz entre os dois países? Se Síria assina a paz com Israel e depois continua com o seu programa militar nuclear, romperia Israel a paz a fim de eliminar as ameaças à sua seguridade? Daquela, o tratado de paz não é sempre algo bom.

Não posso dizer-vos em que tendes que acreditar, mas posso demonstrar que cada uma das coisas nas que acreditades respeito a Israel é falsa.



OBADIAH SHOHER

(7 Elul 5768 / 7 Setembro 2008)

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