CEGA IDOLATRIA DO ESTADO


O nosso bando comporta-se de forma anormal.

Aqueles que se negaram a boicotear ao General Gershon Hacohen e pensam que deveria ter falado no debate de Kfar Etzion intitulado “O Rei David e eu”, argumentam que Hacohen ostenta um montão de dignas fazanhas baixo o seu uniforme, e um gr4ande passado no exército; um rabino inclusso diz que Hacohen “evitou um derramamento de sangue”. Outros afirmam que Hacohen representa um ponto de vista diferente e que, a fim de contas, que problema há em sustentar uma opinião diferente?

Sendo assim, eu proporia que o violador em série Beni Sela deveria ser convidado como conferenciante na convenção de Binyian Shalem sobre “Relações familiares”. Por que não? Estou segura de que Beni Sela tem no seu haver umas quantas fazanhas. Estou segura de que cumpre com o mandamento de respeitar aos pais. Provavelmente tenha cumprido os seus deveres de reservista do exército, tendo ajudado ao país nesse sentido.

Mentres violava às suas vítimas derramava lágrimas de identificação com elas e, o mais importante, evitou derramamentos de sangue. Simplesmente violou. Não assassinou. Mas, em quaqluer caso, representa só uma opinião distinta. Por que não o escuitar?

Soa como uma ideia descavelada? Excessiva? Radical? Algo cínica? Por que?

Diredes, “Não exageres. Beni Sela é um autêntico criminal. Como podes nem sequer comparar a ambos?” E aquí é onde radica o problema: os organizadores deste debate, na realidade, não comprendem o problema inerente a invitar a Hacohen. E isto debe-se a que eles não acreditam que os sucessos de 2005 em Gush Katif sejam criminais. Não nos cabe dúvida de que se os mesmos sucessos se tivessem desenvolvido na França, e o Governo tivesse expulsado a 10.000 judeus da capital Paris, e entregado as sinagogas aos muçulmãos para que as convertessem em mesquitas, então todos os organizadores deste debate, junto com o povo de Israel, teriam sido unânimes na opinião de que se trataria dum crime ánti-semita; e que seria preciso boicotear e combater a esses europeus.

Daquela, a que se debe que quando isto sucede em Israel não se produça um shock? Nem que a expulsão seja vista como um crime?

Será a resposta o facto de que tenha sido perpetrada por judeus? Dando a entender que o mesmo facto acometido por não-judeus é um crime, mas se o perpetram judeus, dentro da “família”, está bem?

O problema não é só convidar a Hacohen ao debate bíblico. O problema é a conduta de parte do nosso bando antes, durante e depois da expulsão: o coqueteo com os soldados que vinham a nos expulsar; a cooperação e pleitesia dalguns rabinos e figuras públicas com quem perpetrou a expulsão; a violência física e psíquica dos “apaciguadores” contra os activistas de direitas; a patética necessidade de serem respeitados pela esquerda. Nenhum outro sector teria actuado assim se uma ameaça de expulsão e a destrucção do trabalho de toda uma vida pendurasse sobre as suas cabeças. Nem os haredim, nem o bando secular. E, com total seguridade, também não os drusos. Daquela, por que – por que?- o nosso bando tem-se comportado de maneira tão anormal? Na pregunta jaz a raíz do problema e a raíz da resposta.

Sou da opinião de que o sistema educativo estatal tem debastado profundamente o nosso bando, rabinos e personagens públicas incluídas. Esta educação basea-se na ideologia de “o Estado por riba de tudo”. Muitos têm levado esta ideologia a tais extremos que, na sua opinião, o Governo, como representantes do Estado, pode fazer o que lhe pete, inclusso crimes contra o povo judeu no seu território. Esta adoração radical do Estado tem levado recentemente a cenas estrambóticas de compadreo com as forças de expulsão. Esta ideologia extremista evitou ao Conselho de Judea, Samária e Gaza combater para salvar Gush Katif optando, pelo contrário, por protestar penosamente como planhideiras, porque o Estado sagrado não pode ser tocado. Esta anormal ideologia não contempla a expulsão como um crime. Esta ideia perversa levou-nos à ruína a um montão de nós, e incitou a muita gente religiosa a participar na expulsão e, portanto, profanar o nome de Deus colaborando no abandono de parte da nossa terra sagrada ao inimigo; e expulsando judeus dos seus fogares.

Afortunadamente, não todos foram vítimas deste radical e perigoso adoutrinamento que converte às suas vítimas em cegos robots que obedecem qualquer orde sem questionar a sua ética. Cada vez mais gente no nosso bando percata-se do perigo da obediência cega ao Governo. Esta é a gente que, graças a Deus, evitará que outra expulsão poda ter lugar.

Esta é gente que comprende que o Estado não é um fim em sim próprio, senão uma ferramenta a usar para outros propósitos: o regresso do povo judeu à terra que Deus lhes entregou, a aplicação da soberania judea sobre todo o território de Israel quando chegue o dia em que podamos restaurar o antigo reino judeu. Outro tanto podemos dizer do Exército. As IDF foram criadas para salvagardar o povo de Israel na terra de Israel e para combater os inimigos de Israel. Se há elementos que pretendem se apoderar deste país e o seu exército e cambiar radicalmente o seu cometido, daquela não temos melhor opção que santificar o nome de Deus opondo-nos a eles.

O que os idólatras radicais do Estado não comprendem é que desobedecer a orde expulsão teria santificado, mais que perjudicar, às IDF. Só a massiva desobediência para evitar o crime da expulsão teria perservado o Estado de Israel na Terra de Israel.

Fracassamos em Gush Katif e o Norte de Samária no verão de 2005. Desde então estamos tratando de remediar o problema com vistas aos futuros combates em Judea e Samária. O aluvião de protestas contra a invitação de Gershon Hacohen à convenção “O Rei David e eu” amosa que, graças a Deus, existe um enorme grupo de gente que entendeu a lição que recebemos na expulsão do 2005 e que esta vez combaterá em sério para salvar Israel.

Eutou certa de que o Rei David, que lutou toda a sua vida para conquistar e construir a Terra de Israel, estaria agradecido a todos os activistas que evitaram a grande profanação do nome de Deus em Kfar Etzion.



NADIA MATAR

(2 Elul 5768 / 2 Setembro 2008)

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