INCITANDO AOS JUDEUS A VOTAR OBAMA


O momento escolhido foi suficiente para levantar as suspeitas de que o conto era absolutamente falso.
O semanário judeu “The Forward” lançou um bulo o passado 2 de Setembro, amplamente citado e editado, de que Michelle Obama, a esposa do contendente democrata pela Presidência, tinha parentes judeus, inclusso rabínicos, na sua família.

Coincidência? Dificilmente. Os judeus são uma pequena parte do electorado dos EEUU; para além disso, estám concentrados em estados clave como New York ou Florida e tendem a votar Democrata com maioria qualificada. Os Obama necessitam o seu apoio para trunfar, mas os judeus estadounidenses acham-se alarmados pelos comentários dos vínculos e raízes muçulmãs de Obama, e por factos como o seu câmbio de opinião em apenas 24 horas sobre se apoia o reconhecimento de Jerusalém como capital indivisível de Israel –afirmação que rectificou horas depois de manifestar-se em sentido contrário. Assim pois, que melhor maneira de fomentar o apoio a Obama entre os judeus que descobrir algum tipo de parente judeu?. “The Forward” achou rapidamente um em Capers Funnye (pronunciado fuh-NAY), o “rabino líder” da Congregação hebreu-etíope Bnai Zaken, no sul-oeste de Chicago.

Os progressistas judeus têm decidido apostar forte por Obama e tratam de calmar a inquietude sobre o questionável compromiso de Obama com a seguridade de Israel. Certo que Obama conta com Biden na sua equipa, que goça de um amplo historial de apoio a Israel. Mas mais que apoiar a Israel, Biden –escolhido para compensar a debilidade de Obama em política exterior- tem umas credenciais em política internacional consistentes geralmente no apoio de posições equivocadas (como a capitulação em Iraq).

Os judeus progressistas de Obama estám sendo dirigidos por “The Forward”, um semanário judeu esquerdista publicado em New York (décadas atrás foi um diário yiddish de ideologia socialista). Trata-se de um jornal pequeno, com uma circulação de arredor dos 25.000 exemplares e uma página web. Editorialmente é monocromático (ultra-esquerdista) e confronta-se com Israel quando isto convém ao credo esquerdista dos seus editores. As colunas de opinião do “The Forward” aproximam-se à uniformidade progressista-esquerdista, figurando comentaristas arqui-progres como Leonard Fein. É preciso pouco esforço para ocultar o seu prazer com a candidatura de Obama.

“The Forward” é o tipo de publicação apreçada por essa espécie de judeus que –na genial expressão de Dennis Prager- tem sustituído o judaísmo pelo progressismo como religião.
Era mais diverso e centrista tempo atrás, quando estava dirigido por Seth Lipsky, que escrevia também para o “The Wall Street Journal”, mas Lipsky viu-se obrigado a marchar no 2000 sendo ré-empraçado pelo esquerdista J.J. Goldberg, ré-empraçado à sua vez recentemente por Jane Eisner, uma aduladora de Peter Jennings. Entre os seus primeiros projectos para o jornal esteve um ataque contra Sarah Palin pelas sua relação com o ánti-semita Pat Buchanan. Outros progressistas estám intentando de maneira semelhante alarmar aos judeus com Sarah Palin, em aspectos como que a Igreja a que ela asiste se ocupou em certa ocasião dum missioneiro de “Judeus por Jesus” [messiânicos]. Isto é absolutamente divertido, considerando a espécie de pastor com que Obama tem passado grande parte da sua vida adulta.

Sob o titular “Michelle Obama tem um Rabino na sua família”, “The Forward” editou uma reportagem celebrando a suposta conexão judea de Michelle, e apontou que o seu curmão “rabino” tem “instado frequentemente à grande comunidade judea a crecer aceitando judeus que não sejam brancos”.

Só há um problema: o “rabino” descoberto por “The Forward” como parente de Michelle Obama nem é rabino nem, evidentemente, judeu.

Não existe razão alguma pela que uma pessoa negra não possa ser judea e, de facto, existem dúzias de milheiros de judeus negros. A maior população negra é a conformada pelos judeus de Etiopia, a maioria dos quais se têm trasladado actualmente a Israel. Há pequenos grupos e congregações de autênticos judeus negros nos EEUU, frequentemente descendentes de conversos, alguns descendentes de imigrantes das índias occidentais. Outros indivíduos negros têm-se convertido ao judaísmo. O judaísmo, ao contrário do que afirma a interminável propaganda ánti-semita sobre a raça judea, nunca tem sido razial e existem judeus que são razialmente chineses, índios, americãos nativos, etc. Os antigos israelitas eram uma população multirazial inclusso na época em que abandoaram Egipto. A admissão da “raça” judea não consiste em nada mais que na obriga de acatar as práticas religiosas judeas e seguir um processo de conversão religiosa.

Mas existe uma importante diferença entre judeus negros e negros pseudo-judeus. Estes últimos são não-judeus que pretendem passar por judeus. Em particular, há um grupo que se autodenomina os “Israelitas Negros”, ou também “Hebreus Etíopes” e outras denominações semelhantes, que são negros não-judeus que se têm inventado uma história pela que afirmam ter velhas raízes.

O “rabino” descoberto pelo “The Forward” como parente judeu de Michelle Obama nem é rabino nem judeu a olhos do Israel bíblico. O grupo mais numeroso destes reside em Chicago, embora alguns dos seus membros transladaram-se a Israel nos 70 e vivem como “Hebreus Negros” não-judeus em Dimona e outros pontos do sul de Israel. Não são admitidos pelos rabinos nem pelo Estado de Israel como judeus genuínos, apesar de que não há nenhuma objecção para aqueles que desejem converter-se ao judaísmo. Não são, pois, ordeados por autênticos seminários rabínicos, e em vez disso têm as suas próprias “Escolas para Hebreus Negros”, nas quais os judeus podem figurar entre os asistentes. A congregação de Funnye acha-se entre estas “sinagogas” dos Negros Israelitas que pretendem equiparar-se com o judaísmo tradicional.

Mentres os autênticos judeus negros têm-se transladado permanentemente a Israel ao amparo da Lei de Retorno, que garante uma autêntica cidadania a qualquer judeu que deseje viver lá, os “Israelitas Negros” não têm esse direito –embora muitos obtiveram permiso migratório a Israel nos anos 70. Naquele momento o Governo israeli estava preocupado pelas seqüelas que pudesse sofrer a relação com os EEUU se não eram admitidos. Muitos israelis estiveram em desacordo, especialmente desde o momento em que alguns dos dirigentes dos “Hebreus Negros” participaram em campanhas internacionais de difamação contra Israel, chegando inclusso a haver um movimento nos anos 80 em Israel para expulsá-los. Em 1981 um grupo de líderes de direitos civis americãos, encabeçados por Bayard Rustin, investigaram o trato que se lhes dera concluíndo que foram tratados equitativamente e sem nenhum tipo de discriminação.

Hoje em dia os “Hebreus Negros” de Dimona têm um popular coro de góspel, levam restaurantes, e sairam nas notícias com motivo duma visita de Whitney Houston. Em 2006, Eddie Butler, um “Hebreu Negro” de Dimona foi escolhido para representar a Israel no concurso da canção Eurovision.

Alguns dos “Hebreus Negros” dos EEUU são cristãos praticantes, ou mesclam ideias e práticas cristãs com outras religiões, e um dos primeiros desses grupos (fundado em 1896) chamava-se Igreja de Deus e os Santos de Cristo. As congregações negras de “Observantes dos Mandamentos” semelham estar próximas ao judaísmo actual nas suas crenças e práticas, embora os seus membros são considerados como não-judeus agás se se convertem formalmente. Alguns desses “Israelitas Negros” são abertamente hostis aos brancos e afrocentristas. O curmão “rabino” de Michelle Obama, da “sinagoga” de Beth Shalom Bnei Zaken, também tem pertencido à junta directiva do “Museu Negro do Holocausto” de Milwaukee (que recentemente entrou em bancarrota e foi fechado).

Os Democratas estám entrando na senda da guerra suja tratando de apresentar a Sarah Palin, que luze uma bandeira de Israel no seu despacho, como uma ánti-semita, para asustar aos judeus e que votem a Obama. Quedade-vos com este obsceno detalhe: a alternativa que pretendem que apoiem os judeus é a de um protegido do Reverendo Wright, refrendado por Louis Farrakhan e HAMAS, ambivalente respeito a Hizbullah, e cuja política exterior acarreará a restauração em Iraq dum terrorismo árabe fascista.


STEVEN PLAUT

(15 Elul 5768 / 15 Setembro 2008)

0 comentarios: