O passado domingo, os comandantes da inteligência militar israeli figeram soar as alarmas respeito a Irão. Na sua intervenção na reunião semanal do gabinete, o Brigadier Geral Yossi Baidatz, que comanda a divisão estratégica do Directório de Inteligência Militar das IDF, dixo que Irão está “acelerando o seu programa face a bomba nuclear”.

Baidatz explicou que a gestão da Agência Internacional da Energia Atómica (IAEA) da ONU sobre o programa nuclear iranião “não está produzindo resultados”. Ainda mais, adevertiu que os esforços da comunidade internacional para isolar a Irão e aplicar-lhe sanções não está funcionando.

Baidatz advertiu ao Governo do Kadima/Laboristas/Shas que, baseando-se no que a IAEA tem descoberto pelo de agora, é uma ecidência que Irão já possue a terceira parte do urânio enriquecido preciso para fabricar a bomba atômica. No que não fixo fincapê é em que Irão tem várias instalações nucleares não reveladas à IAEA. Doutra banda, agora que Irão tem conquerido perfeccionar o processo de enriquecimento do urânio, não lhes levará tanto tempo aos ayatolas enriquecer as duas terças partes do mineral requerido para pôr em marcha a bomba como lhes levou enriquecer o primeiro terço.

A partir do informe de Baidatz, e do que já temos aprendido sobre o fracasso da comunidade internacional à hora de unir-se para evitar que Irão adquira armas nucleares, é evidente que o único caminho para impedir que Irão se converta numa potença nuclear é bombardear as suas instalações atómicas. Só um ataque militar pode evitar que Irão acceda à bomba. E os únicos países que provavelmente podam prestar tamanhe serviço à humanidade são Israel e os EEUU.

Desgraçadamente, está meridianamente claro que o Presidente Bush, nos seus meses finais no Despacho Oval, não emprenderá nenhuma acção militar contra Irão. Desde que Bush, em Maio de 2007, delegou na Secretária de Estado Condoleezza Rice o controlo absoluto da política dos EEUU face Irão, Rice tem-se adicado mais a apaciguar Teheran que a procurar servir os objectivos da política estadounidense. É muito difícil prevêr que se vaia produzir um câmbio –apesar do evidente do fracasso- antes de que Bush deixe o despacho em Janeiro.

Isto deixa-nos só a Israel. Mas Israel carece dum Governo coerente neste momento. O domingo pela tarde o Primeiro Ministro Ehud Olmert apresentou oficialmente a sua demisão ante o Presidente Simon Peres. Olmert encabeça agora um gabinete de transição que permanecerá no poder bem até que a Ministra de AAEE Tzipi Livni forme um Governo, bem até que se convoquem eleições e os vencedores formem um Governo.

A questão central, portanto, é que serve melhor aos interesses de Israel: uma coaligação encabeçada por Livni que evite meses de inestabilidade política em Israel, ou meses de inestabilidade política face as eleições gerais que conduçam ao poder um novo Governo com um mandato ratificado pelo povo israeli?

Livni, os seus aliados em Kadima, muitos membros do Partido Laborista, o partido ánti-sionista Meretz e o Shas opinam que o melhor para Israel é a estabilidade política e o pior a inestabilidade. Argumentam que a oportunidade de assinar a paz com os palestinianos e Síria ficará diluída se não se dá uma continuidade ao Governo actual. Dizem também que à vista das “grandes ameaças” (referindo-se a Irão) que Israel afronta, não é o momento de distracções políticas como seriam umas eleições.

Contrariamente a Livni e os seus aliados, o líder do Likud, Benyamin Netanyahu, manifesta que Israel necessita eleições agora apesar da inestabilidade que evidentemente isto conlevaria. Netanyahu sustenta que Livni –que foi eligida a semana passada por menos de 20.00 votantes de Kadima para ré-empraçar a Olmert como dirigente do partido numa primeira volta plagada de acusações de fraude no voto, e cujos resultados estám sendo analisados nos tribunais- não tem legitimidade para ser Primeira Ministro. Não representa a ninguém, não foi eligida por ninguém, e nem sequer é a líder legítima de Kadima.

Para além disto, Netanyahu diz que a demonstrada incompetência de Livni nos assuntos exteriores fai que seja incaz de dirigir a Israel em tempos difíceis. Ainda mais, Netanyahu e os seus aliados argumentam que não há possibilidade de fazer a paz com os palestinianos ou os sírios a dia de hoje, e que o colegueo do Governo com a OLP e o ditador sírio, e sócio de Irão, Bashar el-Assad perjudica a seguridade nacional de Israel.

Sentado na barreira agardando a ver quem oferece mais estám o Ministro de Transportes Shaul Mofaz e os seus seguidores de Kadima. Em vez de aceitar a autoridade de Livni tras perder as primárias por 431 votos, Mofaz anunciou que se tomava um descanso na política. Os seguidores de Mofaz alegam que Livni utilizou medidas fraudulentas para lograr a sua estreita vitória, e têm impugnado os resultados. Estes membros de Kadima poderiam abandoar o partido e regressar ao Likud a câmbio de bons postos nas listas da Knesset do Likud.

Também sentado na barreira está o Presidente e Ministro de Defesa do PL Ehud Barak. Barak não ve nenhuma ventagem em acatar a autoridade de Livni. Fazê-lo só incrementaria as possibilidades de esta de derrotá-lo numas eleições gerais. Ainda mais, as manobras eleitorais de duvidosa legalidade de Livni contra Mofaz têm danado a sua image da Senhora Limpeça da política israeli, e provavelmente mermado as suas expectativas numas eleições gerais se não é capaz de formar uma coaligação e se ve forçada a convocar comícios. Doutra banda, os companheiros de Barak no Partido Laborista e os ministros do gabinete preferem unir forças com Livni para evitar as eleições.

É impossível pronosticar como rematará este culebrão. Mas só podemos agardar que Netanyahu materialize os seus desejos e se convoquem eleições. Desde que Olmert, Livni e o então Ministro de Defesa Amir Peretz condujeram a Israel à sua primeira derrota militar na guerra com Hezbolah dois anos atrás, Kadima e o Partido Laborista têm pedido constantemente à vista dos seus erros, que o que Israel necessita mais urgentemente é estabilidade política, e consequentemente não devem ser obrigados a obter um refrendo da povoação para seguir no posto. Assim, com o apoio dos seusw companheiros ed bancadas na Knesset, têm blocado uma e outra vez o direito do eleitorado a eligir.

Mas para além de proporcionar seguridade a Israel, a “estabilidade” que nos têm oferecido só tem conduzido ao país de derrota em derrota. A sua derrota na guerra com o sócio iranião representado pelo exército libanês foi seguida pela derrota em evitar que Hamas –sócio palestiniano de Irão- tomasse o controlo de Gaza. Também fracassaram em evitar que Irão armasse a Hamas até os dentes transformando Gaza num novo Líbano. E também fracassaram em impedir que Irão se figesse com o controlo postbélico do Líbano através de Hezbolah no passado mes de Maio.

Mais que combater aos sócios de Irão, têm aumentado o perigo mediante a legitimação do sócio iranião em Síria, iniciando conversas encaminhadas à entrega dos Altos do Golan, o ditador Basshar el-Assad. E incrementaram o perigo da toma por parte de Hamas de Gaza negociando a rendição de Jerusalém, Judea e Samaria com Fatah, para rematar amosando a Irão e os seus sócios que pouco importa o que fagam contra Israel; Israel seguirá entregando-lhes territórios.

Seguindo com Irão, Olmert, Livni e os seus colegas têm fracassado na obtenção dalgum apoio internacional significativo para enfrontar-se a Teherão. Sem dúvida, cabe atribuir-lhes a supervisão das relações com os EEUU na medida em que Washington tem rematado por abandoar a causa de previr a obtenção por parte de Irão de armas nucleares.


Esta não é a equipa que Israel necessita para que a dirija. E, embora seja certo que Israel se encaminha a um período de crecente volatilidade conforme os seus vizinhos tomam ventagem do vazio de poder produzido em Jerusalém, isso não nos debe fazer desviar a olhada da necessidade de convocar eleições. Mentres Irão avança face a sua bomba nuclear, a única via que Israel pode utilizar para deter aos ayatolas na consecução de meios para destruir Israel é eligindo uns dirigentes que tenham a coragem de atacar Irão.



CAROLINE B. GLICK

(24 Elul 5768 / 24 Setembro 2008)

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