SOBRE O ATAQUE AO PROFISSOR STERNHELL


O fume do foguete ainda não se disipara fronte a casa do Profissor Zeev Sternhell em Jerusalém, quando os mass média lançaram a mais feroz andanada maccartista contra a direita israeli desde mediados dos noventa. Os mass média chegaram à visceral conclusão de que o ataque contra Sternhell, ligeiramente ferido pelo estoirido, tinha uma motivação política, devido a que Sternhell tinha percorrido uma longa senda exprimindo opiniões radicais. Estas incluiriam as suas denúncias contra os colonos de YESHA e todos os não esquerdistas israelis como “fascistas”, justificação de ataques terroristas contra os colonos, e chamamentos a uma planificação central da economia e a sociedade israeli no mais genuíno estilo soviético.

A última tanda de maccartismo indiscriminado ánti-disidência em Israel foi a que seguiu ao assassinato de Yitzhak Rabin. Os mass médias de esquerdas inventaram a “teoria” de que Rabin fora assassinado como resultado directo da maneira que tem a “direita” de entender a liberdade de expressão e de proclamar as suas ideias. A esquerda maccartista israeli insistira daquela em que todo aquele que estivera em desacordo com a iniciativa de Oslo de Rabin era colectivamente culpável da sua morte. A teoria esquerdista da jurisprudência levou-nos a insistir em que qualquer israeli que não fosse de esquerdas era culpável colectivo da sua morte agás que ele ou ela pudessem ser declarados inocentes para além de toda dúvida razoável. O episódio demonstrara o quebradiço que são os conceitos de democracia e responsabilidade em grandes seitores da areia política israeli.

E há uns dias produce-se o ataque contra Sternhell. Uma vez mais, qualquer israeli que não seja de esquerdas está sendo questionado pela imprensa como culpável de “terrorismo” contra Sternhell, agás que demonstre a sua inocência para além de toda dúvida razoável, e sem importar que não exista prova alguma de que o explossivo fosse colocado por alguém vinculado à “direita” israeli ou inclusso por alguém que o figesse sem motivações de índole política. Os mass média em Israel não têm necessidade de evidências ou provas de nada. Artigo tras artigo denunciam à “direita” como autora (colectiva) tras o ataque, e várias intervenções, destacando as de A.B.Yehoshua e a do zar policial Avi Dichter, insistindo em que os inomeáveis “colonos” estám tras o ataque a Sternhell. Os chiflados profissores de ultraesquerda, habitualmente ignorados pelos mass média israeli –agás no caso do ánti-sionista “Ha’aretz”-, a mesma gente da que jamais se tem escuitado uma condeia quando se produz uma atrocidade árabe contra os judeus, sairam a reluzir em todos os mass média a lançar proclamas sobre como o ataque contra Sternhell era consequência da brutalidade israeli contra os pobres palestinianos, e como o atentado vem provar que qualquer que discrepe com os esquerdistas é por definição um terrorista.

Uma pessoa razoável não teria por que descartar automaticamente a possibilidade de que um lunático isolado da “direita” ou inclusso um “colono” pudesse ser eventualmente achado implicado no ataque. Curiosamente, nem um só comentário da nova em Ha’aretz ou nos demais mass média, referiu-se ao autor (es) do ataque contra Sternhell com o seu querido qualificativo de “activistas”. Imaginade, só suponde, embora semelha presumível que este não é o caso. Não seria divertido que a polícia estivesse ocultando sólidas evidências de que terroristas palestinianos tivessem atentado contra Sternhell com um explossivo, tras se lhe ter outorgado o “Prémio Israel”, tendo-se convertido em símbolo da entidade sionista e um codiciado trofeu terrorista? Para além disso, Sternhell seguro que ao longo dos anos terá ido acumulando uma merecida aversão por parte de muitos, incluíndo alguns franceses ánti-semitas, um dos quais lhe ganhou uma demanda por libelo na França. Portanto, uma pessoa imparcial poderia ter sérias dúvidas sobre quem levou a cabo o atentado até que se descobra alguma evidência.

Mentres, qualquer que tenha disentido nalguma ocasião dos dogmas da extrema esquerda, e inclusso qualquer que tenha exprimido a mais mínima crítica aos pontos de vista de Sternhell –incluíndo os seus pronunciamentos chamando ao assassinato de “colonos”, seguro que se passou a semana sorteando as acusações dos média exigindo um passo à fronte e denunciar o ataque. Como se qualquer que não seja de esquerdas e não tomasse a iniciativa de fazer tal declaração pressumivelmente tivesse apoiado o ataque! Um prominente profissor de “Professors for a Strong Israel” [ver ligação na coluna da direita] recebeu uma espécie de citação judicial procedente duma TV israeli e negou-se a asistir, ao considerar esse tipo de convocatória um insulto. Isracampus.org.il, organismo de estudo da rede que monitoriza o extremismo acadêmico ánti-israeli, foi semelhantemente insultado com exigências acussatórias exigindo-se-lhe que dera a cara e renunciasse explicitamente à autoria do ataque.

Deixade-me repetir aqui o que propujem aos membros e líderes de “Professors for a Strong Israel”, e que pela presente sugiro a qualquer pessoa não pertencente à esquerda, que se pergunte qual deve ser a resposta adequada a esta caça de bruxas. A minha sugerência é adaptar para a ocasião o familiar aforismo de David Ben Gurion. Ben Gurion frequentemente fazia afirmações deste tipo “Combateremos o Documento Branco como se não existisse Hitler e combateremos a Hitler como se não existisse o Documento Branco”

Consequentemente, a minha proposta é que todos os não-progressistas, quando sejamos perguntados pelo ataque contra Sternhell, respondamos assim: “Acreditamos que a violência política em Israel deve ser combatida como se não existisse a plaga da traição acadêmica dos esquerdistas, e a plaga da traição acadêmica dos esquerdistas deve ser combatida como se não houver violência política em Israel”.

Para além disso, deveriam ser mencionadas algumas outras observações, que incluiriam:

A vissão e opiniões políticas de Sternhell eram repugnantes antes do ataque e não vam ser menos repugnantes pelo facto do ataque.
A sedição da esquerda radical não se pode legitimar no ataque a Sternhell, à marge de quem o levesse a cabo.
Os críticos da esquerda radical não ficam deslegitimados pelo ataque contra Sternhell, para além de quem o levasse a cabo.
Os críticos com as opiniões do Profissor Sternhell têm tanto direito a exprimir as suas críticas como o próprio Sternhell as suas.

Como nota à marge, se em breve aparecesse no cenário um suposto lunático do movimento
Kahanista como implicado, sugiro firmemente que a negação do direito de expressão dos kahanistas seja considerada como causa primeira do ataque. Os kahanistas e SÓ os kahanistas têm sido criminalizados em Israel, ilegalizados, tem-se-lhes negado a liberdade de expressão, e têm sido declarados “razistas” e “terroristas”. Nem um só esquerdista post-sionista, nem um só fascista árabe, neum um só grupo estalinista tem sido criminalizado de maneira semelhante e nenhum foi declarado oficialmente “razista”, apesar de incitar ao assassinato de judeus e negar o Holocausto.

Permitir que os “fanáticos” compitam no mercado da livre exposição de ideias, que exponham as suas teorias à vista de todos, soe redundar na sua neutralização. Mas a esquerda ánti-democrática e a dirigência política israeli decidiram arbitrariamente criminalizar aos Kahanistas, proibindo-os como ilegais, e a gente à que se lhe nega a liberdade de expressão às vezes reage com violência. Como queira que ningum se tem visto envolvido, e não existe evidências de que vaia a está-lo, a conclusão política é que o kahanismo deve ser descriminalizado e que se deve permitr que os kahanistas exercitem a sua liberdade de expressão.



STEVEN PLAUT

(29 Elul 5768 / 29 Setembro 2008)

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