O povo de Israel entrou na terra de Canaan no século 13 antes da Era Comum. Dacordo com a Bíblia, a terra fora prometida em numerosas ocasiões por HaShem aos filhos de Abraham, Isaac e Jacob, que viveram todos na terra até que Jacob e os seus filhos marcharam a Egipto à procura de sustento durante uma época de fome severa. A continuação foram feitos escravos e estiveram vencelhados a Egipto durante mais de 400 anos.

Regressando ao século 13 A.E.C., sob o liderádego de Josué Ben Nun, o povo de Israel cruzou o rio Jordám e entrou na Terra de Israel. Advirta-se que em hebreu denominamos à nossa terra “Ha’aretz”, que significa “A Terra”. Há um ênfase específico no artigo “A”, porque para nós é a única terra.

O povo judeu está destinado a observar 613 mandamentos na Torá. Dado que muitos de eles (mais da metade) só podem ser cumpridos na Terra de Israel, um judeu que viva fóra “da Terra” provavelmente não possa observar a nossa fê na sua plenitude. Ou, noutras palavras: viver em Israel sob o nosso próprio governo é parte da nossa religião. “A totalidade dos mandamentos que vos dou neste dia para serem observados têm a finalidade de que podades viver, propagar-vos, vir e herdar a terra que o Senhor prometeu aos vossos ancestros” (Deuteronômio 8:1). Tras a morte de Moisês, as sete nações de Canaan que habitaram a terra foram conquistadas por Josué Ben Nin e o seu exército, nascendo assim o primeiro Estado judeu de Israel. “Ele amosou ao seu povo a força das suas obras, a fim de poder entregar-lhes a terra das nações” (Salmos 111:6).

A partir daí, o nosso povo viveu num Estado judeu independente. O nosso Rei Salomão construiu o Templo sagrado em Jerusalém, que foi o centro da nossa vida religiosa e cultural durante quase um milheiro de anos. O Primeiro Templo edificou-se no Monte do Templo, na nossa capital Jerusalém perto de 500 anos antes de que o destruiram os babilônios, que escravizaram a muitos e enviaram ao exílio à maioria dos superviventes. O nosso povo foi castigado por não seguir as palavras da Torá: “Com nenhuma destas coisas vos contaminedes: porque com todas estas coisas se contaminaram as nações que eu expulso de diante de vós. Por isso a terra está contaminada, e eu visito a sua iniquidade, e a terra vomita os seus moradores” (Levítico 18:24-25).

O nosso povo foi obrigado a marchar encadeado às terras estrangeiras do norte e lá “nos sentámos e choramos, quando nos lembramos de Jerusalém” (Salmo 137). Mas não esqueceram nem perderam a esperança. Há dois mil quinhentos anos, os primeiros sionistas alçaram-se e retornaram à nossa terra –mas afrontando muitos desafios. Eram predominantemente pobres, a terra estava debastada e invadida, e os invasores assentaram-se por todos os rincões da terra. Os retornados figeram o melhor que puideram e reconstruíram o Templo no Monte que estava chamado para tal em Jerusalém. O Segundo Templo permaneceu ali por mais de 400 anos até que o arrasaram os romanos no ano 70 da Era Comum. Sem embargo, inclusso depois da destrucção, ao longo da história sempre tem havido uma presença judea na terra, inclusso quando esta esteve apenas povoada.

A maioria dos que sobreviviram a destrucção do Segundo Templo foram novamente exilados, e desde então o povo judeu espargiu-se por todos os rincões do mundo, sem esquecer nunca o nosso fogar e sem renunciar jamais à esperança de regressar e ré-estabelecer o nosso país independente na nossa terra. Desde esse momento o povo judeu –onde quer que estivesse- reçava três vezes cada dia a HaShem para que nos troujesse de volta à terra. Ao longo desses muito longos e penosos anos o povo judeu foi dispersado e perseguido. Expulsados e convertidos em refugiados, indo de um sítio a outro, fomos incapazes de juntar-nos como uma só nação unificada.

Porém, tudo começou a cambiar há uns cem anos, e desde esse momento, a miragre histórica da reunificação do povo judeu na nossa terra histórica foi retomada. Depois de perto de 2000 anos de exílio, dispersos por todo o orbe, o povo judeu começou a regressar à sua terra. Judeus desde o Yemen até Índia, desde América a Marrocos, desde Europa até Austrália –literalmente desde as quatro esquinas do globo- reuniram-se em Eretz Israel e o nosso Estado independente judeu renasceu.

Entre o início do exílio romano e hoje, vários exércitos e povos têm passado pela nossa terra. Num ponto dado da história, o país tem estado controlado pelos asírios, os persas, os gregos, os romanos, os árabes, os cruzados britânicos e franceses, os turco-otomanos, os britânicos (de novo), e só finalmente de volta por nós. Naturalmente, com cada uma dessas nações e exércitos o aspecto do povo cambiou e foi-se modelando dacordo com o carácter de cada potença invasora que controlou o poder.

No curso da história muitos foram assassinados, expulsados à força (ou marcharam por vontade própria), mentres outros permaneceram. A demografia variou como as areias do tempo.

Uma coisa, sem embargo, mantivo-se inamovível: desde o nosso último exílio no 70 E.C. até o estabelecimento do Estado judeu de Israel em 1948 não houvo nenhum Estado independente nesta terra. Não houveram monarcas ou governos independentes para além daqueles que eram delegados ou virreis de governantes estrangeiros (por exemplo, os turco-otomanos ou o mandato britânico). Jamais houvo um Estado palestinião, nem reinado, governo ou povo susceptível de ter sido denominado assim. A ideia “palestiniã” só aparece há menos de 100 anos como resposta dos ocupas árabes ao sionismo judeu –os legítimos donos da terra.

Gaza e o West Bank do rio Jordám formam parte do nosso fogar histórico e foram libertados pelo exército judeu (as IDF) como resultado do intento de invasão dos países árabes, vizinhos do Estado judeu existente na época, com as suas fronteiras anteriores a 1967. Se Egipto, Síria e Jordânia não tivessem atacado Israel em Junho de 1967, o West Bank seguiria ocupado pelo Reino Hachemita de Jordânia, Gaza seguiria controlada por Egipto e os Altos do Golão estariam em mãos sírias. Mas naquele momento –embriagadas pela sede de poder e convencidas de uma vitória inequívoca- as nações árabes pensavam doutra maneira. Estavam seguras de que tinham nas suas mãos a capazidade de “arrojar aos judeus ao mar” e provocar o final do sonho sionista. Bendito seja HaShem, estavam errados. Foram à guerra e perderam. E já se sabe, quando vas à guerra e não ganhass, para dizê-lo sem rodeios: perdes.

Se me perguntades dizer-vos-ei que os israelis foram muito indulgentes. Considerade isto: se os árabes tivessem resultado vencedores, quantos judeus calculades que estariam vivendo hoje em dia na “Palestina” controlada pelos árabes? Actualmente, muitos árabes residem nas cidades sob controlo judeu de Tel Aviv, Haifa, Jerusalém e muitas mais. Agora contrastade isto com o facto de terem os judeus terminantemente proibido viver em território controlado pela “Autoridade Palestina”. Aqueles judeus que, assim e tudo, se atrevem a fazê-lo são vítimas de todo tipo de pressões internacionais e domésticas, e frequentemente vem-se obrigados pela força a marchar dessas áreas pelo simples facto de serem Judeus, mentres a comunidade internacional e o Governo israeli usam termos como “desconexão” para encobrir o que é uma clara política de limpeça étnica ánti-judea. Sabedes que aos judeus não se lhes permite transitar pelas áreas sob controlo árabe? Agora deixade que os árabes se queixem do apartheid contra eles...

Se queredes saber a minha opinião, o muro que construiu o Governo israeli (que muitos de vós chamades “o muro do apartheid”) constitui um erro incrível. A razão esgrimida para erguê-lo foi que os terroristas entravam desde o West Bank nas cidades israelis e atentavam contra autobuses ou centros comerciais. Para dizer toda a verdade, devemos reconhecer que desde a construcção do muro e a eliminação selectiva de um pequeno número de terroristas, os ataques mediante bombas nas cidades israelis têm diminuído. Mas eu não acredito em que as muralhas sejam a longo praço a via para tratar com terroristas. O meio para tratar com os terroristas é –simplesmente- esmagá-los e que deixem de existir. Os cercados estám bem para delimitar-se com os bons vizinhos, mas só quando te levas minimamente bem. A gente que educa aos seus filhos para que se rebentem nos autobuses doutra gente nada têm de bom, e devem ser tratados pela via da força militar.

A nossa reivindicação da Terra de Israel é a Torá mesma. O insólito fenómeno histórico da reunificação do nosso povo e o renascimento da nossa linguagem e cultura. Tudo isso em concordância com as promesas da Torá e as visões dos profetas demonstram a divindade da nossa fê.

“Porque o Senhor teu Deus te põe numa boa Terra, Terra de ribeiros de águas, de fontes e de mananciais, que saem dos vales e das montanhas; Terra de trigo e cevada, e de vides e figueiras, e romeiras; terra de oliveiras, de azeite e mel. Terra em que comerás o pão sem escassez, e nada te faltará nela; Terra cujas pedras são ferro, e de cujos montes tu cavarás o cobre. Quando, pois, tiveres comido, e fores farto, louvarás ao Senhor teu Deus pela boa Terra que te deu” (Deuteronômio 8:7-10).



DAVID HA’IVRI *



* David Ha’Ivri, autor do livro “Recuperemos o Monte do Templo”, vive desde 1990 na comunidade de Kfar Tapuach (West Bank) com os seus sete filhos e a sua dona Mollie (irmá de Talia Kahane, dona à sua vez de Binyamin Kahane –assassinados ambos o ano 2000 num escuro atentado que foi atribuído ao terrorismo árabe).

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