Carta Aberta do Presidente Simon Peres ao Primeiro Ministro da Índia Mammohan Singh.







Querido Primeiro Ministro,

As minhas sinceras simpatias a você e o povo hindu pelo descontento e protestas contra a sua ocupação acaecidas na passada semana.

Mas devemos falar honestamente sobre como afrontar esta forma de activismo na Índia, perpetrada por esses incomprendidos militantes islâmicos.

Senhor Primeiro Ministro, eu possuo uma grande experiência em encarar exitosamente o terrorismo e a violência, e por isso é pelo que me permito acudir no seu rescate.

O primeiro que debe você comprender é que só é factível chegar à paz com os inimigos. Com os amigos não é preciso alcançar a paz. Não existe solução militar para os problemas do terrorismo, e daí que você deva procurar uma solução diplomática. “Sem justiça não há paz”, como dizem eles. Debe convidar aos líderes da organização islâmica responsável das matanças em Mumbai e Nova Delhi a ter um encontro com você e, quiçá, realizar uma visita ao Taj Mahal juntos. Debe você aprender a sentir o seu sofrimento e assim comprender as suas necessidades.

Mas, o mais importante, debe você rematar com a ocupação ilegal dum território que não pertence a você! Primeiro, debe retirar-se de Kashmir e Jammu e expulsar a todos os colonos hindus que lá estiverem. Mas isso, comprenda, debe ser só o começo. Amplas zonas de Bengália Occidental, Assam, Kerala, Uttar Pradesh, Bihar, Gujarat e Hyderabad contam com maioria de população muçulmã. Lakshadweep é no seu 95% muçulmã. Você não pode seguir submetendo a essa gente a viver como uma minoria demográfica! A solução passa por criar dois Estados para dois povos dentro da própria Índia. Os muçulmãos índios têm direito à autodeterminação e a soberania nacional!

Debe você ter em conta que a Índia foi conquistada pelos Mogoles e isso faz da Índia o fogar nacional dos muçulmãos. O facto de que a Índia fosse particionada com Pakistão e a independência subvencionada de Bangladesh não ressolvem grande coisa. Que há do direito de retorno dos refugiados muçulmãos do Punjab e doutros muçulmãos? Eles exigem que se lhes permita exercer os seus direitos soberanos dentro da Índia nos territórios dos seus antepassados e que se lhes restituam os seus antigos fogares!

Depois, está o assunto do estátus de Nova Delhi. Foi uma cidade muçulmã durante séculos, e foi a capital dos Mogoles. A vossa egoísta insistência em que Nova Delhi siga pertencendo à Índia é razista. Devedes rematar com o regime de apartheid que sustentades em Delhi e convertê-la em capital dos dois Estados, ou talvez três. Não tenho dúvidas de que Pakistão aplaudirá os vossos esforços.

Deve atender as exigências dos militantes de Mumbai na sua totalidade. Para além disso, deve oferecer-lhes serviços web via internet e hoteis de cinco estrelas a câmbio da sua promesa de abandoar a violência. A fim de contas, assim é como nós convertimos a Yasser Arafat no nosso aliado na paz. Reflexione: a força militar já não joga nenhum papel no universo postmoderno. Está demodé. É arcaica. Hoje em dia, os interesses do consumidor são os que movem o mundo, e os activistas islâmicos da Terra assinarão sem o duvidar a paz a câmbio de certos benefícios por poder participar no comércio global.

Os ataques de Mumbai sucederam porque você tem sido excessivamente insensível às necessidades do vizinho muçulmão. Você interpretou literalmente a sua retórica, mentres que nós em Israel sabemos que toda a sua retórica está vazia e que, de facto, estas gentes procuram sinceramente a paz. Sim, já sei, adoram a Hitler e celebram atrozidades genocidas, mas que é o que verdadeiramente nos querem dizer?

Deve negociar com eles inclusso quando estejades baixo as suas bombas. As negociações condicionadas ao fim da violência é um caminho sem saída. Só serve para prolongar a sangria! Você deve pôr a sua própria casa em orde, e eliminar a desigualdade e a injusiça dentro da Índia, e então os terroristas deixaram de ser um problema.

A clave radica em construir uma Nova Ásia, uma na que todo o mundo esteja tão ocupado nos assuntos verdadeiramente importantes –desenvolver o turismo, investir em infraestruturas e alta tecnologia- que não tenham tempo para pensar em violências.

Ainda mais, se você toma medidas contra os que perpetraram a protesta de Mumbai e os que os apoiam, só estará contribuíndo a expandir e agrandar o círculo vicioso da violência. Os seus bombardeios de represália ferirão, sem dúvida, a algumas crianças inocentes e civis junto com os insurgentes que você poda eliminar. Isso enfurecerá ao resto do Mundo e provocará que as vítimas procurem vingança. A sua violência contra estes militantes e activistas conduzirá-os ao ódio face os Hindus e levará aos separatistas a abraçar o terrorismo. E não só: se você rechaça negociar com os separatistas muçulmãos, os seus líderes serão derrocados e um grupo autenticamente violento e extremista tomará o controlo. Nesse caso, você terá fechado a janela da oportunidade de conseguir a Paz.

Comeze por declarar um alto o fogo unilateral. Senhor Primeiro Ministro, bendito seja o que faz a Paz. Lembre a Mahatma Gandhi (não a Rehavam “Gandhi” Zeevi). Receverá o apoio do mundo inteiro e será felicitado se você responde a estes horríveis ataques desarmando a Índia e abrindo um diálogo sério com os activistas do terror.

O único que lhe estou pedindo é que “demos uma oportunidade à paz”. Sim, irmão, o que você necessita é shalom, salaam, peace, Paz. Ademais, será recompensado com o Prémio Nobel da Paz como reconhecimento. Não permita que o arrastem pela alcantarilha da repressália. A violência nunca tem servido para nada. A História não brinda lições. A História é um passado morto.

Siga o meu exemplo! Faga entrega aos que bombardearam Bombay de missis ánti-tanque e ánti-aéreos, de maneira que podam combater contra os autênticos radicais e extremistas.

Demonstre a sua humanidade pagando pensões a todas as viúvas e orfos dos activistas que figeram estoirar os hoteis.

Senhor Primeiro Ministro, a minha política de paz tem rematado com a guerra, as matanças e o terror no Meio Leste.

Agora só temos sócios de Paz. Se você segue as minhas indicações, pode lograr os mesmos elevados objectivos.

Pacificamente seu,

Simon Peres, grande pacifista.


STEVEN PLAUT

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