É HORA PARA UMA MIRAGRE DE HANUKÁ


Estamos em Hanuká, a festa das luminárias, quando os judeus de todo o mundo se juntam cada noite e celebram as miragres realizadas pelos nossos ancestros há dois milênios durante a grande Revolta Hasmonea contra o tirano seleucida Antíoco.

Todos conhecemos a grandes rasgos a história, de cómo uma banda de judeus lutadores pela liberdade conhecidos como “Macabeus” restituiram a nossa soberania nacional e religiosa. Guiado pela mão da divina providência, Matatias, o sumo sacerdote, e os seus aguerridos filhos derrotaram aos invasores sírios e gregos, purificaram o Templo de Jerusalem e estabeleceram uma dinastia que durou 103 anos.

Mas isso não foi tudo o que os Macabeus conseguiram. Há outro logro, menos conhecido, que a maioria de nós provavelmente esquecemos, mas que não é menor, sobretudo à luz dos ataques de Hamas sobre o Negev. Acreditemo-lo ou não, os Macabeus libertaram Gaza, submeteram à sua hostil população e povoaram a área com judeus, reincorporando-a ao antigo Estado de Israel.

Atendamos a esta lição de história que necessitamos aprender urgentemente.
No 145 a.e.c., uns vinte anos depois dos sucessos que comemoramos em Hanuká, o rei hasmoneu, Jonatan, irmão de Judas Macabeu, atacou esse área e pacificou-na, obrigando aos residentes de Gaza a suplicar a paz. O relato está no Livro Primeiro dos Macabeus (11:62).

“Naqueles dias, Simão dirigiu-se contra Gaza e submeteu-na a asédio”, o Livro dos Macabeus (13:43) contano-lo acrescentando, “construiu uma máquina de guerra e lançou-na contra a cidade, destruíndo uma fortaleza e tomando-a ao assalto”.
Os soldados de Simão “que se ocultavam dentro da máquina” entraram na cidade de Gaza, que decontado viu como a sua população implorava a paz, pedindo-lhe que “negociasse com eles não dacordo com a sua debilidade, senão dacordo com a sua piedade”.

Simão aceitou, mas não antes de tomar uma série de medidas para assegurar-se de que Gaza nunca mais supugesse uma ameaça para os seus vizinhos. Entre elas, “destacou nela os homens suficientes como para fazer que se observasse a lei, e que fosse mais forte do que fora antes”, essencialmente impondo seguridade naquela franja de terreno sem lei.

Simão enviou, também, judeus a colonizar a área, e ele próprio edificou um fogar em Gaza, para sublinhar o facto de que o povo judeu tinha intenção de permanecer ali.
Agora, mais que nunca, este parte da nossa história deveria estar presente em todos e cada um de nós, na medida em que a alegria da Hanuká este ano está sendo emborronada pelo facto de dúzias de milheiros dos nossos compatriotas israelis vivendo à sombra dos foguetes disparados por Hamas desde Gaza.
Desde a passada fim de semana, os terroristas palestinianos têm lançado mais de 40 Qassams e morteiros desde Gaza, elevando o número de projectis lançados desde começo de ano a uma cifra superior aos 2.900. Isso dá um promédio de 8 projectis por dia, cada dia, desde o 1 de Janeiro.

Isto é simplesmente intolerável.

E a ameaça que supõe para Israel não faz mais que crescer.

O passado Domingo, o director da Shin Bet [Agência de Seguridade Israeli] Yuval Diskin dixo durante a reunião semanal do Gabinete que Hamas tem incrementado a capazidade de alcanço do seu arsenal, que já pode chegar até Kiryat Gat, Ashdod e inclusso os arrabaldos de Beersheva. Duvida alguém que continuarão extendendo a sua capazidade? Devemos agardar pacentemente, com os braços cruzados, até que Tel Aviv caia dentro da sua linha de fogo?

Cada dia que se passa sem reagir só aumenta o perigo, permitindo que Hamas aperfeizoe e prove o seu armazém de armas letais.

Uma acção militar concertada e prolongada deve ser emprendida já. Tem chegado a hora de seguir as pegadas dos nossos ancestros Macabeus e subjugar Gaza duma vez por todas.

Deveriamos retomar um controlo militar completo sobre a área, derrocar o regime de Hamas e julgar aos seus lñideres por crimes de guerra.
E mentres tanto, corrijamos o catastrófico erro da expulsão dos judeus de Gaza e reconstruamos as ruínas de Gush Katif. Se foi acertado para Simão o Macabeu construir casas e assentar judeus ali, não há razão para que nós não fagamos o mesmo.
Essas medidas há tempo que se deveriam ter tomado e são consideradas, de forma já geral, inevitáveis. Quanto mais agardemos, mais dificil será, assim que deveríamos agir agora. Com um Presidente saínte em Washington, e com grandes dúvidas sobre como se relacionará com Israel a entrante Administração de Obama, temos uma oportunidade no próximo mes de emprender um golpe de efecto contra o terror de Hamas. Se deixamos passar esta oportunidade será um trágico e fatídico erro.

Seguramente estaredes pensando que a comunidade internacional não o verá de bom grau, a pesar de estar muito ocupada com a crise financieira global.

O seu enfado, porém é algo com o que podemos conviver. Mas com o terrorismo não.

Reunamos a coragem e fortaleza necessárias para defender-nos e derrotar os nossos inimigos.

Quizá, assim, nos fagamos merecedores de contemplar a nossa própria miragre de Hanuká.


MICHAEL FREUND

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