SHABAT SHALOM


DEUTERONÔMIO 5:12


Guarda o dia de sábado, para o santificar, como te ordenou o Senhor teu Deus.

Seis dias trabalharás, e farás todo o teu trabalho.

Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus; não farás nenhum trabalho nele, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu boi, nem o teu jumento, nem animal algum teu, nem o estrangeiro que está dentro de tuas portas; para que o teu servo e a tua serva descansem como tu;

Porque te lembrarás que foste servo na terra do Egipto, e que o Senhor teu Deus te tirou dali com mão forte e braço estendido; por isso o Senhor teu Deus te ordenou que guardasses o dia de sábado.


BARAK SECRETLY OKAYED TRANSFER OF 1.000 RIFFLES TO HELP PA

by Tzvi Ben Gedalyahu

(IsraelNN.com) Defense Minister Ehud Barak arranged for a secret transfer of 1,000 Kalashnikov rifles and tens of thousands of
Similar cooperation in the 1990s... ended up with PA soldiers using the weapons to attack Israelis.
bullets from Jordan to the Palestinian Authority (PA) through the Allenby Bridge crossing last week, according to the Hebrew daily Ma'ariv. Prime Minister Ehud Olmert had promised the arms to PA chairman Mahmoud Abbas when they met last week.

"We cannot demand that they fight terror, riots and terrorist groups without giving them the power to do so," sources told the newspaper. IDF Chief of Staff Gabi Ashkenazi and Israel Security Agency (Shin Bet) director Yuval Diskin did not object. However, military commanders in the field objected, recalling similar cooperation in the 1990s that ended up with PA soldiers using the weapons to attack Israelis.

The Defense Minister also approved approximately 20 new PA police stations to be established in Judea and Samaria because of reports that the PA is improving its operations and is coordinating with Israel to wipe out Hamas money laundering offices.

The government considers the transfer of weapons a move to bolster the administration of Abbas and his prime minister, Salam Fayyad.

Earlier this year, PA policemen attacked Israel several times with newly acquired weapons that were transferred with the encouragement of the government.


Tirado de ARUTZ SHEVA, 05 de Setetmbro 2008


A maior ameaça para a existência da Israel judea não é nem religiosa, nem militar: a ameaça do terrorismo palestinião é insignificante, e a nossa opção nuclear serve como elemento disuassivo para os países árabes. As maiores ameaças são três: a estratégica, a política e a económica.

A nível estratégico, os israelis estám desesperançados. Alguém deveria dizer-lhes, honesta e claramente, que não devem perder a esperança de paz –porque, para começar, não devem albergar nenhuma esperança desse tipo. Aqui não haverá paz, jamais. Os muçulmãos serão sempre hostis, a defesa deverá manter-se indefinidamente, e os palestiniãos perseverarão no terrorismo e a sabotagem. Não devemos perder a esperança singelamente porque não existe esperança. Esta é a maneira de viver aqui, entre um ocêano de muçulmãos.

A nível político, os israelis têm perdido inclusso a israelidade, o patriotismo. E não de forma surprendente. Patriotismo significa compromiso com a terra dos nossos ancestros. Mas os mass média têm lavado o cerebro dos israelis até convencê-los de que Samária e Judea não são a nossa terra, e que os ancestros dos árabes (portanto, não os nossos) sempre viveram ali. O patriotismo não se pode basear no manso “mas nós, também, necessitamos um lugar para viver”. A identidade israeli só pode sobreviver fazendo-se assertiva –a costa dos palestiniãos. Não podemos assinar a paz, não queremos a paz, queremos esta terra na sua totalidade –tanta como podamos arrodear com os nossos tanques. Este é o único patriotismo existente entre os seres humanos.

A nível económico, Israel é um desastre absoluto. Correspondeu aos ingeniosos socialistas e burócratas judeus rematar com o empressariado judeu. Os judeus são capazes do melhor e do pior, e o pior dos judeus tem prevalecido. Não há patriotismo que poida com a hecatombe económica. Os russos são extremadamente patrióticos, mas os acaudalados capitalistas atrairam a muitíssimos de eles a América. O patriotismo israeli não pode suportar a lacra duns salários netos quatro vezes inferiores aos dos EEUU. O Governo israeli presiona a EEUU, Canadá e Austrália freneticamente para que imponham restricções à imigração. A desastrosa economia ameaça a própria existência do povo judeu em Israel, na medida em que gradualmente irá emigrando e assimilando-se. Não há maneira de reformar o marco económico israeli –deve ser demolido. Os sindicatos devem ser ilegalizados, a rémora burocrática varrida num 99%, e a regulação abolida mais que modificada. Este objectivo é imensamente mais urgente que a despreçável paz com os palestiniãos ou a inútil paz com os sírios.



OBADIAH SHOHER

(4 Elul 5768) / 4 Setembro 2008)


O povo de Israel entrou na terra de Canaan no século 13 antes da Era Comum. Dacordo com a Bíblia, a terra fora prometida em numerosas ocasiões por HaShem aos filhos de Abraham, Isaac e Jacob, que viveram todos na terra até que Jacob e os seus filhos marcharam a Egipto à procura de sustento durante uma época de fome severa. A continuação foram feitos escravos e estiveram vencelhados a Egipto durante mais de 400 anos.

Regressando ao século 13 A.E.C., sob o liderádego de Josué Ben Nun, o povo de Israel cruzou o rio Jordám e entrou na Terra de Israel. Advirta-se que em hebreu denominamos à nossa terra “Ha’aretz”, que significa “A Terra”. Há um ênfase específico no artigo “A”, porque para nós é a única terra.

O povo judeu está destinado a observar 613 mandamentos na Torá. Dado que muitos de eles (mais da metade) só podem ser cumpridos na Terra de Israel, um judeu que viva fóra “da Terra” provavelmente não possa observar a nossa fê na sua plenitude. Ou, noutras palavras: viver em Israel sob o nosso próprio governo é parte da nossa religião. “A totalidade dos mandamentos que vos dou neste dia para serem observados têm a finalidade de que podades viver, propagar-vos, vir e herdar a terra que o Senhor prometeu aos vossos ancestros” (Deuteronômio 8:1). Tras a morte de Moisês, as sete nações de Canaan que habitaram a terra foram conquistadas por Josué Ben Nin e o seu exército, nascendo assim o primeiro Estado judeu de Israel. “Ele amosou ao seu povo a força das suas obras, a fim de poder entregar-lhes a terra das nações” (Salmos 111:6).

A partir daí, o nosso povo viveu num Estado judeu independente. O nosso Rei Salomão construiu o Templo sagrado em Jerusalém, que foi o centro da nossa vida religiosa e cultural durante quase um milheiro de anos. O Primeiro Templo edificou-se no Monte do Templo, na nossa capital Jerusalém perto de 500 anos antes de que o destruiram os babilônios, que escravizaram a muitos e enviaram ao exílio à maioria dos superviventes. O nosso povo foi castigado por não seguir as palavras da Torá: “Com nenhuma destas coisas vos contaminedes: porque com todas estas coisas se contaminaram as nações que eu expulso de diante de vós. Por isso a terra está contaminada, e eu visito a sua iniquidade, e a terra vomita os seus moradores” (Levítico 18:24-25).

O nosso povo foi obrigado a marchar encadeado às terras estrangeiras do norte e lá “nos sentámos e choramos, quando nos lembramos de Jerusalém” (Salmo 137). Mas não esqueceram nem perderam a esperança. Há dois mil quinhentos anos, os primeiros sionistas alçaram-se e retornaram à nossa terra –mas afrontando muitos desafios. Eram predominantemente pobres, a terra estava debastada e invadida, e os invasores assentaram-se por todos os rincões da terra. Os retornados figeram o melhor que puideram e reconstruíram o Templo no Monte que estava chamado para tal em Jerusalém. O Segundo Templo permaneceu ali por mais de 400 anos até que o arrasaram os romanos no ano 70 da Era Comum. Sem embargo, inclusso depois da destrucção, ao longo da história sempre tem havido uma presença judea na terra, inclusso quando esta esteve apenas povoada.

A maioria dos que sobreviviram a destrucção do Segundo Templo foram novamente exilados, e desde então o povo judeu espargiu-se por todos os rincões do mundo, sem esquecer nunca o nosso fogar e sem renunciar jamais à esperança de regressar e ré-estabelecer o nosso país independente na nossa terra. Desde esse momento o povo judeu –onde quer que estivesse- reçava três vezes cada dia a HaShem para que nos troujesse de volta à terra. Ao longo desses muito longos e penosos anos o povo judeu foi dispersado e perseguido. Expulsados e convertidos em refugiados, indo de um sítio a outro, fomos incapazes de juntar-nos como uma só nação unificada.

Porém, tudo começou a cambiar há uns cem anos, e desde esse momento, a miragre histórica da reunificação do povo judeu na nossa terra histórica foi retomada. Depois de perto de 2000 anos de exílio, dispersos por todo o orbe, o povo judeu começou a regressar à sua terra. Judeus desde o Yemen até Índia, desde América a Marrocos, desde Europa até Austrália –literalmente desde as quatro esquinas do globo- reuniram-se em Eretz Israel e o nosso Estado independente judeu renasceu.

Entre o início do exílio romano e hoje, vários exércitos e povos têm passado pela nossa terra. Num ponto dado da história, o país tem estado controlado pelos asírios, os persas, os gregos, os romanos, os árabes, os cruzados britânicos e franceses, os turco-otomanos, os britânicos (de novo), e só finalmente de volta por nós. Naturalmente, com cada uma dessas nações e exércitos o aspecto do povo cambiou e foi-se modelando dacordo com o carácter de cada potença invasora que controlou o poder.

No curso da história muitos foram assassinados, expulsados à força (ou marcharam por vontade própria), mentres outros permaneceram. A demografia variou como as areias do tempo.

Uma coisa, sem embargo, mantivo-se inamovível: desde o nosso último exílio no 70 E.C. até o estabelecimento do Estado judeu de Israel em 1948 não houvo nenhum Estado independente nesta terra. Não houveram monarcas ou governos independentes para além daqueles que eram delegados ou virreis de governantes estrangeiros (por exemplo, os turco-otomanos ou o mandato britânico). Jamais houvo um Estado palestinião, nem reinado, governo ou povo susceptível de ter sido denominado assim. A ideia “palestiniã” só aparece há menos de 100 anos como resposta dos ocupas árabes ao sionismo judeu –os legítimos donos da terra.

Gaza e o West Bank do rio Jordám formam parte do nosso fogar histórico e foram libertados pelo exército judeu (as IDF) como resultado do intento de invasão dos países árabes, vizinhos do Estado judeu existente na época, com as suas fronteiras anteriores a 1967. Se Egipto, Síria e Jordânia não tivessem atacado Israel em Junho de 1967, o West Bank seguiria ocupado pelo Reino Hachemita de Jordânia, Gaza seguiria controlada por Egipto e os Altos do Golão estariam em mãos sírias. Mas naquele momento –embriagadas pela sede de poder e convencidas de uma vitória inequívoca- as nações árabes pensavam doutra maneira. Estavam seguras de que tinham nas suas mãos a capazidade de “arrojar aos judeus ao mar” e provocar o final do sonho sionista. Bendito seja HaShem, estavam errados. Foram à guerra e perderam. E já se sabe, quando vas à guerra e não ganhass, para dizê-lo sem rodeios: perdes.

Se me perguntades dizer-vos-ei que os israelis foram muito indulgentes. Considerade isto: se os árabes tivessem resultado vencedores, quantos judeus calculades que estariam vivendo hoje em dia na “Palestina” controlada pelos árabes? Actualmente, muitos árabes residem nas cidades sob controlo judeu de Tel Aviv, Haifa, Jerusalém e muitas mais. Agora contrastade isto com o facto de terem os judeus terminantemente proibido viver em território controlado pela “Autoridade Palestina”. Aqueles judeus que, assim e tudo, se atrevem a fazê-lo são vítimas de todo tipo de pressões internacionais e domésticas, e frequentemente vem-se obrigados pela força a marchar dessas áreas pelo simples facto de serem Judeus, mentres a comunidade internacional e o Governo israeli usam termos como “desconexão” para encobrir o que é uma clara política de limpeça étnica ánti-judea. Sabedes que aos judeus não se lhes permite transitar pelas áreas sob controlo árabe? Agora deixade que os árabes se queixem do apartheid contra eles...

Se queredes saber a minha opinião, o muro que construiu o Governo israeli (que muitos de vós chamades “o muro do apartheid”) constitui um erro incrível. A razão esgrimida para erguê-lo foi que os terroristas entravam desde o West Bank nas cidades israelis e atentavam contra autobuses ou centros comerciais. Para dizer toda a verdade, devemos reconhecer que desde a construcção do muro e a eliminação selectiva de um pequeno número de terroristas, os ataques mediante bombas nas cidades israelis têm diminuído. Mas eu não acredito em que as muralhas sejam a longo praço a via para tratar com terroristas. O meio para tratar com os terroristas é –simplesmente- esmagá-los e que deixem de existir. Os cercados estám bem para delimitar-se com os bons vizinhos, mas só quando te levas minimamente bem. A gente que educa aos seus filhos para que se rebentem nos autobuses doutra gente nada têm de bom, e devem ser tratados pela via da força militar.

A nossa reivindicação da Terra de Israel é a Torá mesma. O insólito fenómeno histórico da reunificação do nosso povo e o renascimento da nossa linguagem e cultura. Tudo isso em concordância com as promesas da Torá e as visões dos profetas demonstram a divindade da nossa fê.

“Porque o Senhor teu Deus te põe numa boa Terra, Terra de ribeiros de águas, de fontes e de mananciais, que saem dos vales e das montanhas; Terra de trigo e cevada, e de vides e figueiras, e romeiras; terra de oliveiras, de azeite e mel. Terra em que comerás o pão sem escassez, e nada te faltará nela; Terra cujas pedras são ferro, e de cujos montes tu cavarás o cobre. Quando, pois, tiveres comido, e fores farto, louvarás ao Senhor teu Deus pela boa Terra que te deu” (Deuteronômio 8:7-10).



DAVID HA’IVRI *



* David Ha’Ivri, autor do livro “Recuperemos o Monte do Templo”, vive desde 1990 na comunidade de Kfar Tapuach (West Bank) com os seus sete filhos e a sua dona Mollie (irmá de Talia Kahane, dona à sua vez de Binyamin Kahane –assassinados ambos o ano 2000 num escuro atentado que foi atribuído ao terrorismo árabe).


Há um ano contemplava uma retransmissão da TV russa na que Vladimir Putin, cabalgando sobre um noble cavalo, alcançava a beira dum lago, sacava com destreça a sua camisa e, numa impressionante exibição de forma física, fazia uma flexão remolhando o rosto na água cristalina.

Foi quando me comezei a preocupar. O dirigente decidido a restaurar a honra perdida da grande nação e os dias de glória, estava desenvolvendo o papel de machote. Lembrou-se imediatamente um velho filme de propaganda italiana no que Il Duce –Musolini- vai conduzindo no seu carro oficial quando de súpeto vê a um granjeiro luitando por subir uns sacos de trigo na sua carreta. Il Duce desce do seu carro e –igual que Putin- saca a sua camisa e numa impresionante exibição de machote musculoso, sube rapidamente o trigo na carreta do agradecido granjeiro. Hitler e Stáline também interpretaram o papel de machotes.

Portanto, a invasão russa de Georgia não me susprendeu demassiado. Qualquer que pense que a útima ofensiva russa é em represália contra uma provocação georgiana não entende –na minha opinião- a Putin. Quando Hitler anexou os Sudetes, alguns expertos pensaram que de daria por satisfeito. Verdadeiramente, milhões de alemães viviam nas “regiões separatistas” de Checoslováquia, e o mundo occidental pensava “comprender” aos alemães. Depois de tudo, que queríades? Uma Segunda Guerra Mundial? Assim, os Sudetes foram sacrificados para aplacar a Hitler, e em palavras de Churchill: “Escolhechedes a vergonha em vez da guerra. Teredes vergonha e guerra”.

Teria sido singelo deter a Hitler naquele momento. O exército checo em solitário era maior que o alemão, e as suas fábricas de Skoda produciam armas de alta precisão. Mas o mundo posterior à 1ª Guerra Mundial queria tranquilidade. Escolheu entregar a Hitler o que queria na esperança de que quedaria satisfeito. Hitler conseguiu o que queria e o mundo um pequeno respiro. O resto é história.

Putin não se contentará com Georgia. O caso de Georgia tem-no abastecido de todos os incentivos que necessitava. Não sabemos ainda quando e onde terá lugar a próxima erupção. Mas se trunfa Obama las eleições dos EEUU e o processo de desintegração continua, o novo bravucão russo sentirá-se o suficientemente confiado como para emprender mais guerras.

Representa Rússia uma ameaça directa para Israel?

Os sírios têm convidado explicitamente aos russos a encarregar-se conjuntamente das suas bases terrestes e marítimas. É possível que Rússia comeze a expandir-se na nossa direcção. É uma eventualidade indesejável –mas se sucede, não o será por vez primeira. Pilotos israelis têm-se já enfrontado em escaramuças aéreas contra os pilotos soviéticos que defendiam os céus egípcios durante a batalha de Attrition. Os pilotos israelis inclusso derrubaram uns quantos aviões pilotados por russos.

Israel não é Georgia e os russos o sabem. Mas Israel hoje em dia também não é a Israel da batalha de Attrtion. Israel, actualmente, amosa-se débil, apetecível para todos os seus vizinhos e para qualquer matão internacional que queira cobrar-se uma peça.

A restauração do factor disuasório israeli não é uma questão de incrementar o orçamento em exército, como os lobbys de defesa têm-nos feito pensar. Apenas há dois anos, o exército israeli colapsou ante um inimigo do tamanho duma simples divisão –numa guerra iniciada pela própria Israel. O problema não foi o armamento. O problema foi a perda do nosso sentido da justiça e os objectivos comuns que sustentavam a nossa coesão e poderio nacional. A nossa incapazidade disuasória não se debe a falha de tanques ou aviões de combate. A nossa carência disuasória debe-se ao facto de que os nossos inimigos pensam que a nossa sociedade se está desintegrando e que o Estado de Israel é “mais débil que uma tea de aranha”, nas eloquentes palavras de Nasrallah.

Eu não investiria nem um só shekel mais em seguridade. As altas somas que os lobbys estám pedindo, estariam melhor empregadas em necessidades sociais. Uma sociedade justa comprende o que se está a fazer no seu território e pode produzir o poder de disuasão que Israel acostumava a ter –quando acreditava que fazia o correcto.



MOSHE FEIGLIN

(Av 5768 / Agosto 2008)


Estamos cansos. Cansos de viver num Estado judeu que condea os judeus por disparar contra árabes em defesa própria, e que sentência judeus a anos de cárcere por debuxar caricaturas de Mahoma. Cansos de escuitar intermináveis racionalizações do pulo suicida, o processo de paz, os mantras da coexistência pacífica a pesar de todas as evidências da implacável hostilidade dos árabes. Cansos de panegíricos de democrática cegueira étnica e de subsidiar árabes e eslavos para que se reproduçam até constituir a maioria no Estado judeu. Cansos de combater o Estado totalitário israeli alabado por milhões de gentes de boa vontade como baluarte da democracia (baluarte sim, democrático não). Cansos de padecer processos baixo acusações políticas, e frequentemente sem cárrego nenhum, mentres outros judeus vivem a sua vida despreocupadamente. Cansos de viver num Estado judeu que investe mais nos árabes ou os kibbutzim que nos religiosos judeus –embora culpem a estes pelo déficit. Cansos de ver o Estado que tanto anelamos durante dois milênios indo-se a pique.

Os Estados totalitários não são susceptíveis de reforma. Tras os “democráticos” anos 90 em Rússia, a KGB retomou o poder. Os Estados totalitários têm que ser destruídos e depois possivelmente ré-construídos. Israel conta com todos os atributos dum aparelho de seguridade totalitariamente dominante, dotado duma só família política –de esquerdas-, um governo e um controlo oligárquico sobre a economia, lavado de cerebros na escola e nos meios de comunicação, e tribunais com prejuízos. Seria precisa uma revolução radical, empapada com o sangue dos árabes e os esquerdistas judeus, para pôr ponto final ao Estado ánti-semita de Israel. Para que? Para levar uma vida ultraortodoxa com os ortodoxos por riba de até as mais irrelevantes das normas? Para trocar o esquerdismo pela hipocresia religiosa? Para ter desacreditados rabinos dum lado ao outro do país e um fato de ultraortodoxos crendo ser uma casta privilegiada de modernos Levitas? Para conceder aos rabinos o prazer de serem os vicários de Deus e que proclamem um montão mais das suas irrelevantes normas? Não, muito obrigado. Não merecem o sangue dos bons judeus.

Não podemos transformar Israel -atestada de esquerdistas, judeus por via dos seus bisavós, e árabes- num Estado judeu. A maioria pode chegar a aceitar um Estado forte, nacionalista, mas não um Estado judeu, pela singela razão de haver escasíssimos judeus comprometidos ao seu arredor. Necessitamos o Estado de Judea. Não podemos forjá-lo a partir da totalitária Israel, e portanto é inclusso preferível que Israel entregue os assentamentos ao Estado palestinião. Construiremos Judea a partir de Palestina.

Simplesmente queremos que nos deixem em paz. Educar às nossas crianças como nós consideremos correcto. Observar a religião como entendamos adequado. Estabelecer as nossas próprias normas sobre bem estar, gays, árabes. Proibir a pertença a Paz Agora durante quatro gerações. O que seja.

O estrato judeu difere em muitos aspectos. Os ortodoxos, conservadores e reformistas nunca se ponherão dacordo. O reformismo é judaísmo para alguns, e ateísmo para outros. O esquerdismo é ánti-semitismo para alguns, uma política moral viável para outros. Alguns exigem conviver com os árabes, outros desdenhá-los. Trata-se de valores. Não existe consenso possível –e não é necessário. Os judeus viveram historicamente em comunidades isoladas. Os Fariseus não se mesclavam com os Caraítas e, inclusso, várias sectas Hasídicas despreçam-se entre sim. Israel, ao igual que outros Estados-nação, quer impôr a sua vontade em todas as matérias até o mais mínimo detalhe. Algo injustificável. O Governo só deveria intervir nos assuntos que as comunidades não possam atender. A educação, a admisão ou exclusão de árabes, a violação pública dos Mandamentos, devem ser reguladas a nível comunitário mais que a nível nacional. Algumas comunidades excluirão aos árabes e observarão o Sabat; outras darão a benvinda aos gays e às barbacoas de porco em Sabat. Não existe nenhuma razão legal para obrigar à uniformidade moral.

Judea não seria um Estado ultraortodoxo. Os princípios básicos incluiriam severas limitações na admisão dos não-judeus e na inviolabilidade das fronteiras. Para além disso, as comunidades de Judea teriam liberdade para impôr as suas próprias regras de observância religiosa, obrigatórias para os membros da comunidade. As comunidades poderiam abarcar desde os anarquistas até os ultraortodoxos, com a mais ampla gama de pontos de vista pelo meio. Os limites da cidade protegeriam a cada comunidade da conduta culturalmente ofensiva dos forâneos.

É tudo quanto exigimos: que nos deixem em paz. Continuade com o vosso Estado socialista se queredes, simplesmente deixade-nos viver como queiramos. Trabalhar as nossas hortas, educar os nossos filhos, disfrutar da nossa comunidade. Nem sequer queremos votar: eligide os Olmerts para vós. Aceitamos qualquer jurisdicção: entregade os nossos municípios aos palestiniãos e viveremos como dhimmis baixo Abu Mazen. A grande Israel esquerdista ou a Grande Palestina islâmica dá-nos igual.

Deixade-nos em paz.



OBADIAH SHOHER


Não sei se reparou alguém nesta notícia que davam ontem os amigos da web ELDERS OF ZIYON (http://elderofziyon.blogspot.com)



ARABIC WIKIPEDIA ENTRY ON "JEWISH"

The autotranslated Arabic Wikipedia article on the word "Jewish" contains lots of incomprehensible things, and clearly it has been used as an outlet for anti-semitism, as the header states:


As a result of sabotage on this page, disabled the ability to edit this page for new users or anonymous temporarily.


One paragraph stands out both for its bizarreness as well as for its evident hatred:

The resistance has Almachihanih [I think this means "Messiah" - EoZ]

Resistance in the Jewish concept is the Christ who would take another decade to fight Alammyin or non-Jews is a prophet in their concept and fighters deny them this is a prophecy of Jesus Christ and the Prophet Mohammed (peace be upon him) because the Prophet came unlike Jewish and racist tendencies that were Imagine that the resistance of the Jews who avenged of everything they have on one hand and the fact that the Messenger of Jesus and Mohammed opened the door for all the faith in God unlike the Jewish religion and closed Almachihanih orientation is now among some extremists affected by some American Christians and Biblical concepts that will ensure the return of Christ to Earth And waged a global war against everyone on behalf of Armageddon battle

Not sure what it means, but it doesn't strike me as being quite up the standards one would expect from an encyclopedia!

CEGA IDOLATRIA DO ESTADO


O nosso bando comporta-se de forma anormal.

Aqueles que se negaram a boicotear ao General Gershon Hacohen e pensam que deveria ter falado no debate de Kfar Etzion intitulado “O Rei David e eu”, argumentam que Hacohen ostenta um montão de dignas fazanhas baixo o seu uniforme, e um gr4ande passado no exército; um rabino inclusso diz que Hacohen “evitou um derramamento de sangue”. Outros afirmam que Hacohen representa um ponto de vista diferente e que, a fim de contas, que problema há em sustentar uma opinião diferente?

Sendo assim, eu proporia que o violador em série Beni Sela deveria ser convidado como conferenciante na convenção de Binyian Shalem sobre “Relações familiares”. Por que não? Estou segura de que Beni Sela tem no seu haver umas quantas fazanhas. Estou segura de que cumpre com o mandamento de respeitar aos pais. Provavelmente tenha cumprido os seus deveres de reservista do exército, tendo ajudado ao país nesse sentido.

Mentres violava às suas vítimas derramava lágrimas de identificação com elas e, o mais importante, evitou derramamentos de sangue. Simplesmente violou. Não assassinou. Mas, em quaqluer caso, representa só uma opinião distinta. Por que não o escuitar?

Soa como uma ideia descavelada? Excessiva? Radical? Algo cínica? Por que?

Diredes, “Não exageres. Beni Sela é um autêntico criminal. Como podes nem sequer comparar a ambos?” E aquí é onde radica o problema: os organizadores deste debate, na realidade, não comprendem o problema inerente a invitar a Hacohen. E isto debe-se a que eles não acreditam que os sucessos de 2005 em Gush Katif sejam criminais. Não nos cabe dúvida de que se os mesmos sucessos se tivessem desenvolvido na França, e o Governo tivesse expulsado a 10.000 judeus da capital Paris, e entregado as sinagogas aos muçulmãos para que as convertessem em mesquitas, então todos os organizadores deste debate, junto com o povo de Israel, teriam sido unânimes na opinião de que se trataria dum crime ánti-semita; e que seria preciso boicotear e combater a esses europeus.

Daquela, a que se debe que quando isto sucede em Israel não se produça um shock? Nem que a expulsão seja vista como um crime?

Será a resposta o facto de que tenha sido perpetrada por judeus? Dando a entender que o mesmo facto acometido por não-judeus é um crime, mas se o perpetram judeus, dentro da “família”, está bem?

O problema não é só convidar a Hacohen ao debate bíblico. O problema é a conduta de parte do nosso bando antes, durante e depois da expulsão: o coqueteo com os soldados que vinham a nos expulsar; a cooperação e pleitesia dalguns rabinos e figuras públicas com quem perpetrou a expulsão; a violência física e psíquica dos “apaciguadores” contra os activistas de direitas; a patética necessidade de serem respeitados pela esquerda. Nenhum outro sector teria actuado assim se uma ameaça de expulsão e a destrucção do trabalho de toda uma vida pendurasse sobre as suas cabeças. Nem os haredim, nem o bando secular. E, com total seguridade, também não os drusos. Daquela, por que – por que?- o nosso bando tem-se comportado de maneira tão anormal? Na pregunta jaz a raíz do problema e a raíz da resposta.

Sou da opinião de que o sistema educativo estatal tem debastado profundamente o nosso bando, rabinos e personagens públicas incluídas. Esta educação basea-se na ideologia de “o Estado por riba de tudo”. Muitos têm levado esta ideologia a tais extremos que, na sua opinião, o Governo, como representantes do Estado, pode fazer o que lhe pete, inclusso crimes contra o povo judeu no seu território. Esta adoração radical do Estado tem levado recentemente a cenas estrambóticas de compadreo com as forças de expulsão. Esta ideologia extremista evitou ao Conselho de Judea, Samária e Gaza combater para salvar Gush Katif optando, pelo contrário, por protestar penosamente como planhideiras, porque o Estado sagrado não pode ser tocado. Esta anormal ideologia não contempla a expulsão como um crime. Esta ideia perversa levou-nos à ruína a um montão de nós, e incitou a muita gente religiosa a participar na expulsão e, portanto, profanar o nome de Deus colaborando no abandono de parte da nossa terra sagrada ao inimigo; e expulsando judeus dos seus fogares.

Afortunadamente, não todos foram vítimas deste radical e perigoso adoutrinamento que converte às suas vítimas em cegos robots que obedecem qualquer orde sem questionar a sua ética. Cada vez mais gente no nosso bando percata-se do perigo da obediência cega ao Governo. Esta é a gente que, graças a Deus, evitará que outra expulsão poda ter lugar.

Esta é gente que comprende que o Estado não é um fim em sim próprio, senão uma ferramenta a usar para outros propósitos: o regresso do povo judeu à terra que Deus lhes entregou, a aplicação da soberania judea sobre todo o território de Israel quando chegue o dia em que podamos restaurar o antigo reino judeu. Outro tanto podemos dizer do Exército. As IDF foram criadas para salvagardar o povo de Israel na terra de Israel e para combater os inimigos de Israel. Se há elementos que pretendem se apoderar deste país e o seu exército e cambiar radicalmente o seu cometido, daquela não temos melhor opção que santificar o nome de Deus opondo-nos a eles.

O que os idólatras radicais do Estado não comprendem é que desobedecer a orde expulsão teria santificado, mais que perjudicar, às IDF. Só a massiva desobediência para evitar o crime da expulsão teria perservado o Estado de Israel na Terra de Israel.

Fracassamos em Gush Katif e o Norte de Samária no verão de 2005. Desde então estamos tratando de remediar o problema com vistas aos futuros combates em Judea e Samária. O aluvião de protestas contra a invitação de Gershon Hacohen à convenção “O Rei David e eu” amosa que, graças a Deus, existe um enorme grupo de gente que entendeu a lição que recebemos na expulsão do 2005 e que esta vez combaterá em sério para salvar Israel.

Eutou certa de que o Rei David, que lutou toda a sua vida para conquistar e construir a Terra de Israel, estaria agradecido a todos os activistas que evitaram a grande profanação do nome de Deus em Kfar Etzion.



NADIA MATAR

(2 Elul 5768 / 2 Setembro 2008)

MAJADEIRO MAJADELE


MINISTRO ÁRABE DO GOVERNO DE ISRAEL "CHEGOU TARDE" PARA NÃO ESCUITAR O HINO EM BEIJING

Ainda que a touro passado, chamou-me a atenção esta notícia tirada do diário Yediot Ahronot.
O Ministro de Cultura e Desportos do Governo de Olmert, o muçulmão Majadele, chefe da delegação de Israel aos jogos olímpicos de China - e que se autodefine como ánti-sionista- demorou-se em chegar à cirimónia oficial de benvinda à sua delegação.

Todos os presentes, incluído o Presidente da Nação, Shimon Peres, olharam-se uns aos outros perguntando onde se metera Majadele, até que finalmente não se puido postergar mais a cirimónia e o representante chinês deu a benvinda aos presentes em ausência do chefe da delegação.
Majadele, quem agardava a uns metros do lugar, apareceu justo depois de que rematou de soar o hino, evitando assim ter que permanecer de pê ao lado da bandeira como respeito ao hino nacional.
Ao ser recriminado pelos seus companheiros da delegação, desculpou-se aducindo que "se extraviara" e não dera achado o caminho face o lugar, apesar de estar acompanhado por um guia proporcionado pelo Estádio Olímpico.
Majadele declarou em mais de uma oportunidade que ele não respeita o hino nem a bandeira do país que representa.


Os dois recentes ataques terroristas em Jerusalém foram perpetrados por árabe-israelis: empregados, relativamente prósperos, moderados, residentes em Israel. Olmert declarou que a barreira de seguridade não serve para evitar os ataques dos árabe-israelis. Vários destacados rabinos impugeram a proibição de contratar árabes pelo perigo que implica para os judeus. Uma mulher árabe demandou a uma companhia de recursos humanos em Yaffo por discriminação, e mais pleitos que virão.

A situação é de mal gosto. Eu sempre me sinto incómodo quando tenho que rechaçar os serviços dos taxistas árabes em Jerusalém, ou ignorando aos vendedores árabes no mercado de Mehane Yehuda. São gente muito trabalhadora, muitos de eles encantadores e alguns, inclusso, decentes. Eles não me ódiam no instante prévio a deter-me ante eles, os observá-los e dirigir-me a outro táxi; e a minha ofensa está injustificada no nível pessoal. Ainda é mais desagradável ter que sair duma cafetaria porque não têm camareiros judeus. Mas considero que não existe outra opção.

Queremos a nossa terra sem árabes. Inclusso se tivessem sido a melhor gente de quantos nos rodeam, uma nação de Albert Schweitzers e Mães Teresas, teriamos que expulsá-los igualmente. Não é uma questão de capricho; temos que observar o Mandamento explícito. Quem quer que esteja vivendo na terra que Deus nos entregou debe ser botado fóra. Contrariamente a Amalek, que nos atacou sem motivos, os nativos nos combatem justificadamente, luitam pela terra que consideram sua. E é por isso que não queremos exterminá-los, senão só que se vaiam. Não é questão de estar no certo ou errados. É um mandamento divino que está para além do bem e do mal.

Afortunadamente, os árabes estám muito longe de ser bons vizinhos, e pelo tanto não nos tem que remorder a conciência por expulsá-los. As escolas israelis ensinam aos estudantes árabes a nobleça do nacionalismo –desde o ponto de vista judeu, provavelmente, mas os árabes de imediato aplicam-se o conto. Os jóvenes árabes, prósperos, sem necessidade de emprego a tempo total, devido à debilidade dos judeus, com os seus titubeios e concessões, são extremadamente ánti-israelis. Ao igual que nós, não têm nada pessoal contra o judeu em concreto. Os judeus compram os falafels árabes. Os árabes deitam-se com rapazas judeas. É idílico no nível pessoal. Também o era em Hebron dias antes da massacre de 1929.

Os sociólogos equivocam-se ao explicar a radicalização das massas. Os mongois levaram uma vida de bárbaros durante milênios, e de súpeto convertiram-se, em palavras de Gumilev, em “passionários”, conquistando a metade do mundo conhecido, para sumir-se ao pouco tempo no olvido. Os palestiniãos eram moderadamente hostis, entraram em erupção durante a Intifada, e depois voltaram à sua rutina cotidiana. Repetição intermitente. Em Hebron, as infermeiras judeas cuidavam grátis aos árabes. Que relação mais estreita cabe imaginar? Em 1929, os pacentes assassinaram-nas a todas. Não agardedes que com o vosso panadeiro vos vaia ir melhor.




OBADIAH SHOHER


(Elul 1 5768 / 1 Setetmbro 2008)

GUERREIROS DA NOSSA TERRA






Esta manhá contaram-me uma história assombrosa, que nunca escuitara antes. Estava sentado com o meu bom amigo e profissor, o Rabino Yisrael Shlissel, Deám do Centro de Estudos Ohr Shlomo em Tel Rumeida. Eu vinha de contar-lhe um dos vários feitos espantosos acerca do tiroteo da sexta-feira, quando dois jóvens de Kiryat Arba foram assassinados por terroristas árabes. Nas notícias de esta manhá os árabes proclamavam que Achikam Amichai e David Rubin não foram assassinados pelos terroristas. Mais bem trataria-se dum incidente com motivações criminais. O locutor partidário dos terroristas veu dizer que se tratara de um trapicheo de drogas complicado no que remataram disparando-se um ao outro.

Como resultado destes cárregos, na noite da sexta, pouco depois do começo do Sabat, a polícia irrompeu na morgue de Kiryat Arba, espiu aos dois homens mortos, tirou-lhes fotografias e tomou as marcas dactilares, a fim de investigar qualquer antecedente “criminal” ou um passado “relacionado com as drogas”.

Suficiente para revolver o estómago.

Quando rematei de contar-lhe isto ao Rabino Shlissel, relatou-me a sua história. O Rabino é, a propósito, genro do assassinado Rabino Shlomo Ra’anan, que foi apunhalado até morrer no seu fogar de Tel Rumeida por um terrorista árabe nove anos atrás.

O Rabino Shlissed contou-me que na semana de luto posterior à morte do seu sogro, a polícia ordeou à viúva do Rabino assassinado, Chaya Ra’anan, que os acompanhasem ao quartel de polícia para contestar algumas perguntas. Ela estivera presente no momento do assassinato e intentara salvar ao seu marido, em vau. Accedeu e uma vez ali sentou-se ante um investigador nas instalações da polícia local. Quando a sua linha de interrogatório começou a ficar clara, ela ergueu-se abruptamente e marchou. O oficial de polícia estava fazendo-a suspeitosa de ter assassinado ao seu marido (incluíndo estoirar uma bomba incendiária para arrassar o seu fogar-caravana), e “fingir” que se tratara de um ataque terrorista.
Demassiado para a nossa maravilhosa polícia israeli, que suspeita que as vítimas do terrorismo são criminais, e que deixa espidos e tomas pegadas dactilares a israelis mortos suspeitando que são criminais.

Dificil de acreditar. Mas o relato é verídico. Este é o país no que vivemos.

É muito similar aos cárregos dos oficiais das IDF, que vinham dizer entre linhas, que os dois homens e as duas jovens mulheres que os acompanhavam não deveriam ter estado onde estavam, ou que devriam ter recebido previamente o OK do exército. Se o tivessem feito ainda estariam vivos.

Pode ser mas, quem teria sido assassinado naquele lugar? E por que os judeus que vivem em Eretz Yisrael têm que obter permisso para caminhar pelo seu próprio país? Os assim chamados “líderes” do nosso país estám intentando fechar-nos num ghetto, ou quiçá algo mais pequeno que um ghetto. Prefeririam encerrar-nos e botar bem longe a chave. Isto é “viver”?, isto é ser “gente livre na nossa terra” como recitamos no hino nacional israeli, HaTikvah?

Ressulta manifesto que o Governo israeli tem debuxadas as fronteiras para o presto a nascer “Estado palestinião”, que Deus proibe. Qualquer que conduça um carro dentro de Judea, desde Jerusalém, ou através da autoestrada Transjudaica desde o oeste, terá que passar um “controlo-de-fronteiras”, preparado para comprovar passaportes e evitar que os “indesejáveis” entrem em “Palestina”. Deus nos asista!

O novo Primeiro Ministro da terrorista Fatah seica dixo que as mortes “entristecem” aos palestiniãos. E, por suposto, que os “entristece”. “Entristece-os” que só morreram duas pessoas, e não mais. A fim de contas, havia três judeus no lugar; por que não se acabou com a terceira pessoa também?!

Não há muito tempo escrevim que os EEUU são o nosso inimigo. Isto trascendeu e ofendeu a alguma gente. Quiçá devim ser mais específico. Não toda a gente dos EEUU são inimigos nossos.Mas a Administração dos EEUU? Que dizedes? Não podo me retractar no que é verdadeiro.

Actualmente existem três forças que agem contra Israel, duas no exterior e uma interna. Desde o exterior está Ismael, representado hoje em dia pelo mundo árabe, representado pelo Führer do Iran, o diablo de Al-Qaeda, e os nossos “sócios de paz” na ruta, que são os mais sofisticados. Os dois primeiros não se ocultam tras sutilezas. Eles berram bem alto: Vamos borrar os judeus do mapa.O terceiro grupo prefere o método Cavalo de Troia, tal e como admitiu o “homem de Estado de talha internacional” Feisal el Husseini, justo antes de morrer, e ser relevado por um dos seus sucessores, Sari Nussebah, que declarou recentemente que os judeus não têm sítio em Jerusalém, Hebrom ou Jaffa.

O segundo grupo é Asav (Esau), representado hoje pelo “mundo occidental”, nomeadamente, Europa, a ONU e, na cima de todos, os EEUU. Quando a Secretária de Estado do mais grande poder do planeta compara a situação dos palestiniãos com a discriminação contra os negros nos EEUU, quando o Embaixador dos EEUU em Israel se reune com o Presidente da Corte Suprema israeli para charlar “sobre os territórios ocupados”, quando o Presidente dos EEUU é categórico na sua intenção de erguer um novo Estado terrorista no mundo antes de abandoar a Casa Branca, ao preço que seja, a agenda está clara. Bush não vai vir a Israel num par de semanas a tomar o sol em Eilat. Vai vir a exercer toda a pressão que lhe seja possível para arrancar mais concessões israelis, num intento de impôr-nos o “processo de paz”. Israel deveria ter o valor de dizer “não”; mas Bush tem posto demassiado prestígio em jogo para que os líderes israelis se atrevam a questionar as suas exigências. Bush está, actualmente, liderando um ataque frontal contra Israel usando, não bombas nucleares, senão a diplomacia como arma principal. Isto é, quiçá mais perigoso que uma bomba nuclear; com uma bomba sabes contra o que te enfrontas; com as declarações só podes especular sobre o significado e as implicações dos resultados pretendidos. Se isto não é um inimigo, não sei o que o é.

Porém, há uma terceira força intentando arrinconar a Israel. Essa força somos, por suposto, nós próprios. Não, não todos nós. Senão aqueles que se supõe que “dirigem” à gente, que de facto nos dirigem, mas na direcção errônea. Mais que portadores de fortaleça, coragem e orgulho, são derrotadas versões de justo tudo o contrário. O liderádego israeli tem estado levando nos últimos anos ao nosso povo e o nosso país a um beco sem saída, uma ruta suicida, que nos levou a Oslo, Hebron, Wye River, e agora a Annapolis, a traição suprema de tudo pelo que tem luitado sempre Israel.

Achikam Amichai e David Rubin eram guerreiros. Ambos serviam em unidades de elite, um na armada e o outro na força aérea. Estavam entrenados para proteger o seu país, para proteger a sua gente, para fazer o que for necessário para derrotar o inimigo. Sofreram um ataque surpresa, mas não desesperaram. Quando menos dois dos terroristas que os atacaram morreram; quiçá inclusso um terceiro também. Durante o tiroteo cairam, mas salvaram a vida de uma jovem que estava com eles. Se não tivessem repelido a agressão, teriam morto sem combater, e ela, quase com total seguridade, teria morto também. Sabiam que as apostas estavam em contra, mas não quigeram cair sem abrir fogo.

O seu amor pela terra, pela sua gente, pelas suas crênças, a sua coragem, as suas próprias vidas, é a quitaessência da judeidade em Israel; esse é o verdadeiro liderádego; essa é a maneira em que um judeu deveria viver hoje em dia.

Pode que tenhamos perdido a dois dos melhores, mas temos, mirade-nos aos olhos, os judeus israelis do futuro. Não Olmert, Peres, Livni, não Mazuz, Beinish ou Barak, senão gente como Achikam e David, eles são o nosso futuro.

Achikam significa “meu irmão tem-se erguido”; David, o eterno Rei de Israel. Achikaim é irmão de todos nós, ergueu-se contra o terrível da vida cotidiana, para entregar a sua vida pelo seu povo, pela sua terra, pelo seu Deus. David exemplifica a bravura do seu homónimo. Deixade que as suas vidas e memória sejam uma benção para todos nós; aprendamos da sua actitude e sigamos a senda que marcaram ante nós.

Benções desde Hebron


DAVID WILDER

(O artigo publicou-se em Dezembro de 2007)




Que farias se o teu grupo nacional já tivesse quase duas dúzias de Estados sobre seis milhões de milhas quadradas de território, quigesse ainda um Estado mais, mas o Estado de outro povo único, minúsculo, resucitado, se interpugesse no caminho?

Faz o favor de lêr a resposta nas amiúde citadas declarações do membro executivo da OLP, Zuheir Mohsen, ao jornal alemão “Trouw” em Março de 1977:
“O povo palestinião não existe. A criação de um Estado palestinião é só um meio para continuar a nossa luita a prol da unidade árabe contra o Estado de Israel. Na realidade, actualmente não existe diferência entre jordãos, palestiniãos, sírios e libaneses (…) Só por razões tácticas e políticas falamos da existência dum povo palestinião, dado que o interesse nacional árabe exige que postulemos a existência de um “povo palestinião” diferenciado que opôr ao sionismo”.

Antes de ter que tratar com, quando menos, uma parte das sensibilidades de Occidente, os árabes simplesmente passavam muito das tácticas de Zuheir Moshen.

As populações nativas eram singelamente conquistadas e arabizadas à força no nome da Nação Árabe e a propagação do Islám –imperialismo e colonialismo- pura e simples. Milhões de nativos egípcios coptos, nativos da África negra, kurdos, bereberes, judeus e outros sofrem ainda as consequências desta supeditação criminal.

Sem embargo, na era post-Holocausto, na carreira por conquistar corações e mentes, como podem exigir os árabes vinte e dois Estados e negar um só aos judeus?

A resposta, como sinalava Mohsen acima, procurade-a vós próprios.

A partir de agora sodes “palestiniãos”. Só depende da ignorância da maior parte do mundo que trunfe a vossa demanda: “Se os judeus têm um Estado, por que não os palestiniãos?”. E não esqueçades, os “palestiniãos” são os novos apátridas judeus de antanho.

Esquecede os factos. Como o facto de que à maioria dos árabes jamais lhes importou a terra dos judeus –Judea- até que as suas conquistas imperiais os levou fóra da Península Arábiga no século VII da EC [Era Comum], quando se expandiram em todas direcções.

Ou o facto de que o própio nome, “Palestina”, era o alcume que dou a Judea o Emperador Adrião tras a segunda revolta independentista dos judeus. Para botar sal nas suas feridas, ele renomeou a terra dos judeus com a denominação dos seus inimigos históricos, os Filistinos –um povo do mar não semítico (portanto, não árabe) da zona circundante a Creta. Tácito, Dio Cássio e outros historiadores romãos escreviam sobre Judea e os judeus, não sobre “Palestina” e os “Palestiniãos”. Olhemos umas linhas do Vol.II Livro V da obra de Tácito:

“Vespasiano sucedeu no mando (…) estava furioso porque os judeus eram a única nação que ainda não se rendera (…) Tito, proposto pelo seu pai para completar a rendição de Judea (…) mandou três legiões em Judea (…) Entre os seus aliados havia bandas de árabes que gardavam grande rencor aos judeus, a amarga animosidade habitual entre nações vizinhas”.

Ou o facto de que uma imensa quantidade de árabes fossem recém chegados ao Mandato de Palestina, tras a ruptura do Império Turco-Otomano, que controlara o território durante quatro séculos. Quando a UNRWA começo a asistir aos refugiados árabes (depois de que meia dúzia de Estados árabes invadiram a nascente Israel em 1948 e fracassaram), a própria palavra “refugiado” teve que ser redefinida havida conta do seu significado prévio de “pessoas que habitual e tradicionalmente residem”, por “aqueles que viviram no Mandato por um período mínimo de dois anos antes de 1948”. O próprio santo patrão de Hamas –que dá nome à sua brigada terrorista e os seus foguetes, Sheikh Izzadin al-Qasam- era de Latakia (Síria).

E assim sucessivamente.

Utilizando esta mesma táctica, os sérbios têm sido machucados de maneira similar.
Albânia é uma nação independente do suloeste da antiga Jugoeslávia. Sérbia livrou a sua maior batalha por Kosovo contra o expansionismo islamista (daquela dirigido pelo imperialismo turco) em 1389. Albânia converteu-se, quando menos nominalmente, ao Islám através da conquista turca. Ao longo dos séculos, os etnicamente albanos invadiram devagar os territórios tradicionalmente sérbios.

A finais do século XX, todo o mundo sabia que com a morte do Mariscal Tito, o Estado artificiosamente encolado de Jugoeslávia romperia em pedaços. Se ti es um albano em Sérbia, e já tens um Estado étnico albano (não podendo reclamar “inexistência de um Estado”), como podes ter a desvergonha de reclamar um território adicional a costa de outro povo (os sérbios)?

Seguide o conselho de Zuheir Mohsen. Renomeade-os passando a chamar-vos “kosovares” e preparade-vos a receber yihadistas do resto de todo o mundo árabe e muçulmão –assim como apoio da OTAN. Uma grande parte do conflito tras a dissolução de Jugoeslávia foi uma conspiração deliberada contra os sérbios. As atrozidades sucederam (como tem sucedido durante séculos), mas em ambos bandos, e com os ´serbios como vítimas frequentes –vítimas que o Departamento de Estado dos EEUU e os muçulmãos ignoraram. Os bombardeios americãos pugeram o ponto final.

Hitler desenvolveu uma partida similar com a grande população de alemães de étnia nos Sudetes checoslovacos. A 2ª Guerra Mundial veu acto seguido, na medida em que as suas miras estavam postas para além dos domínios checos e eslovacos.

Daqui podem tirar uma lição os judeus, os kurdos, os bereberes e outros. Em vez de exigir o direito ao seu próprio Estado, os judeus devem pedir mais Estados.

Por exemplo, os judeus têm uma longa história em Marrocos –séculos antes de que a invadiram os árabes. Arredor de 600.000 judeus marroquinos vivem actualmente em Israel, como parte do problema dos refugiados do Meio Leste do que nunca se fala. Isso supõe uma maior quantidade de judeus marroquinos que árabes têm a sua nação nos Estados de Kuwait, Abu-Dhabi, etc. Adicionalmente, muitos mais judeus marroquinos vivem nos EEUU, França e outros sítios na actualidade, incluíndo Marrocos.

Por que os árabes podem ter múltiples Estados e os judeus não?

Já nos remotos tempos dos romanos, os judeus que fugiram da guerra com Roma começaram a despraçar-se pelo norte de África forjando laços com os bereberes [Imazighen], especialmente nas montanhas do Atlas. Através das montanhas do Atlas, A Raínha Dahlia al Kahina (à que o célebre estudoso muçulmão Ibn Khaldun, chamava “a judea”) uniu a judeus e bereberes para combater contra o invasor árabe, que mais adiante subjugaria e massacraria a ambos povos.

Por que não há Estados para os habitantes da cordilheira do Atlas –pelo menos um Estado para os judeus e outro para os bereberes- no norte de África?

Por que “palestiniãos” e “kosovares”, mas não “atlasiãos”?

Mentres damos voltas a isto, 35 milhões de kurdos seguem sem Estado. Os kurdos são anteriores aos árabes tanto na “árabe” Síria como em Irak, ou na “turca” Turquía. Mas todos sabemos o que tem sucedido quando os kurdos têm intentado fazer valer os seus direitos ali. A sua maior esperança actualmente está no lugar no que se lhes prometera independência tras a 1ª Guerra Mundial –no norte de Mesopotâmia (parte do actual Irak). Se os kurdos jogassem a baça árabe, cambiando “árabe” por “palestinião”, a quantos Estados kurdos não teriam legítimo direito?

A pesar de que não agardo que nada do acima sinalado suceda, não estaria de mais perguntar aos académicos, colegas do Departamento de Estado e outros profissionais do hipócrita doble raseiro: Por que não?

A realidade, por suposto, é que todos esses povos ainda luitam por lograr ou manter direitos humanos ou políticos básicos no que os árabes denominam “estrictamente patrimônio árabe”. Que outros segam o jogo à sua mentalidade subjugante é uma autêntica farsa.


GERALD A. HONIGMAN

(26 Av 5768 / 27 Agosto 2008)

CRIMINAIS NO BANQUINHO


Os esforços do Ministro de Justiça Friedmann para reformar a Corte Suprema não são a habitual rifa burocrática, senão o câmbio político mais importante desde que o Likud chegou ao poder em 1977. Tendo perdido o seu monopólio de várias décadas no poder, os esquerdistas activaram uma canle de controlo sobre Israel: o sistema judicial e policial. Durante o mandato do partido MAPAI, só os esquerdistas pata negra foram admitidos nos escalafões meios e altos dos departamentos judiciais. A pesar de sucessivas derrotas nas eleições à Knesset, os esquerdistas têm seguido a governar o país mediante os postos judiciais e os mass média.

Imaginade a situação quando um Primeiro Ministro de direita quere renovar os altos rangos da polícia. Não pode situar à cabeça do sistema mais que oficiais procedentes do rango alto e meio, exclussivamente dotados pelos esquerdistas. Em qualquer momento que queira situar a uma pessoa com pontos de vista moderadamente de direita, a burocracia esquerdista bloquea a proposta. Se algum pequeno câmbio é introduzido, um ocassional Ministro do Interior de esquerdas o derrogará. Deste modo, o domínio da esquerda no aparelho policial perpetua-se.

Os tribunais são ainda mais difíceis de modificar. De forma incrível, a Corte Suprema Israeli escolhe os seus próprios membros. O sistema romano de controlos e contrapesos, que subjaz em todos os Estados civilizados hoje em dia, presupõe que cada poder exerce controlo sobre os demais. A Corte situa-se por riba do Governo e o Parlamento de maneira que pode anular as suas decisões e prescrever eficazmente novas decisões impondo a sua opinião sobre os casos. O Governo e o Legislativo sabem que a Corte anulará aqueles dos seus actos que não se ajustem a essa opinião, e abstenhem-se directamente de promulgá-los. A única forma para que as outras ponlas de Governo –essencialmente, o povo- poda controlar às Cortes é através dos nomeamentos. Daí que seja essencial, para qualquer democracia que se preze, que seja o legislativo quem nomee os juízes.

O ideal seria que a Corte puidesse ser desautorizada pelo legislativo em virtude da interpretação das leis e, especialmente, por sustentar imprecisos valores morais. A única razão para revocar um acto de governo deveria ser a sua explícita contradicção com outra lei. O institucionalizado costume de interpretar as leis mais que simplesmente supervisá-las abre a via ao abuso judicial. A diferência entre lêr e interpretar é ela própria matéria de discreção judicial, mas não debe sê-lo até o ponto que as Cortes disfrutam actualmente.

É razoável que os juízes podam ser submetidos a processo pela Knesset. Um comitê de investigação especial deveria poder –se não enviar a prisão- quando menos emprender uma acusação contra os juízes achados culpáveis de activismo político. A Corte Suprema supervisa o entramado de barreiras de separação sem limites ao seu albedrio, inclusso sobre o critério moral dos juízes. Da mesma forma que qualquer oficial do Estado que excede os seus limites de poder, esse tipo de conducta deveria conduzir aos juízes da Corte Suprema a rematar entre reixas.



OBADIAH SHOHER

(29 Av 5768 / 30 Agosto 2008)

Fotografia: Aharon Barak, Presidente da Corte Suprema


Amanhã, Sabat, cumprirão-se dez anos. Dez anos atrás, uma quinta, a véspera do primeiro dia do último mes do calendário hebreu, Ma’arat HaMachpela, a tumba dos Patriarcas e Matriarcas foi aberta na sua totalidade para a oração dos judeus. Pela tarde o rabino Ovadia Yosef chegou a Hebron, a primeira vez que visitava a cidade e o lugar sagrado tras muitos anos. Arredor das 11:00 p.m., segundo concluia de falar aos centos de congregados os móveis começaram soar. Um terrorista infiltrara-se no vizindário judeu de Tel Rumeida. Imediatamente Ma’arat HaMachpela ficou vazia e os residentes de Hebron emprenderam caminho face Tel Rumeida. Os detalhes começavam a chegar: a vítima fora o Rabino Shlomo Ra’anan, de 63 anos e neto do primeiro Rabino Chefe de Israel, Rav Avraham Yitzhak HaCohen Kook. O terrorista acoitelara-o. Correndo de caminho desde a Ma’ara em direcção ao vizindário chamei a um amigo, vizinho dos Ra’anans e também paramédico. “Como se acha?” perguntei. David contestou-me, com uma voz apenas audível: “Não houvo nada que pudessemos fazer, não pudemos fazer nada para salvá-lo. Morreu”.

Os soldados ao pé da colina que precede Tal Rumeida intentavam evitar que subíramos, mas eu não estava disposto a atender as suas demandas. Correndo, cruzando a rua, escabulhim-me dos seus agarrões e subim até a cima. Segundo cheguei, a Rebbetzim Chaya Ra’anan, viúva do Rav Shlomo, era introduzida numa ambulância. Não estava claro se também ressultara ferida, mas sem dúvida se achava sob o shock.

No interior do vizindário cheirava a lume recém extinguido. O terrorista, procurando a massacre, arrojara um cóctel molotov no interior do fogar-caravana, agardando que o consumissem as lapas. Afortunadamente os vizinhos foram quem de o extinguir antes que se propagar a outras caravanas. A Rabbetzin Chaya intentara sacar ao seu marido, ferido já de morte, antes que as chamas arrasassem o comedor. Só minutos antes estivera envolvida numa luita feroz com o terrorista, com o seu fatalemente ferido marido no meio, saíndo empurrada por ambos os dois. O terrorista portava um coitelo e apunhalou à vítima repetidas vezes no coração, assassinando-o. Logo saltou por uma janela e correu atravesando a rua, apenas uns metros, refugiando-se na zona baixo controlo árabe de Hebron, entregada à Autoridade Palestiniã apenas um ano antes. Dacordo com os Acordos de Hebron, as forças de seguridade israelis têm proibido entrar nesse área nem para perseguir delinquentes. A resultas disso, o mesmo terrorista perpetrou um segundo ataque em Yom Kippur, umas seis semanas depois, ferindo uns vinte soldados. Também não detido dessa vez, semanas depois trasladou-se a Beer Sheva, com intenção de arrojar algumas granadas de mão no interior da estação de autobuses da cidade. Só então puido ser detido e conduzido a prisão.

O rabino morto jazia no chão junto à sua casa, coberto com uma manta. Um pouco depois foi metido numa casa, e o seu cadavre arrodeado de velas. Passei a noite na oficina olhando uma foto que lhe figera não muito tempo atrás. Â manhá seguinte o funeral começou em Tel Rumeida e rematou em Jerusalém, onde foi soterrado em Har HaZaytim –o Monte dos Olivos, próximo aos seus ilustres avó e tio, os Rabinos Avraham Yithzak HaCohen Kook, e Zvi Yehuda Kook.

A minha reacção foi quase instantânea: eu estava daquela negociando por um apartamento vazio em Hebron. Não houvo nada mais que negociar, nem mais perguntas: uma semana depois a minha família transladou-se de Kiryat Arba, onde vivíramos 17 anos, a Beit Hadassah. Eu estivera trabalhando aquí quatro anos, assim que era em certo modo uma clausura. Sentim que regressava a casa.

Por que? Muito simples: os terroristas utilizam o assassinato e outras formas de violência como um intento de obrigar-nos a marchar. A única reacção adequada é fazer o contrário; não marchar, senão nos aproximar mais. Isso foi exactamente o que figemos.

Ontem, celebrando o 10º aniversário do assassinato do Rabino, um nutrido grupo de gente congregou-se no Centro Gutnick, no exterior da Ma’arat HaMachpela. Só uns metros além, milheiros estavam visitando o lugar sagrado; sendo a véspera do novo mes de Elul, o edifício inteiro estava aberto aos fideis judeus. Exactamente como aquele fatídico joves de dez anos atrás.

Durante umas horas vários importantes Rabinos entregaram palavras de conforte e palavras da Torá aos presentes, incluíndo os membros das famílias Kook-Ra’anan-Shlissel, e muitos outros que vinheram a apresentar os seus respeitos ao Rabino e família. Os oradores incluiram ao Rabino Eliezer Waldman, Rosh Yeshiva da Yeshiva de Kiryat Arba, o Rabino Hananel Etrog, Rosh Yeshiva da Yeshiva Shavei de Hebron, em Beit Romano –Hebron-, o Rabino Doron Avichzar, Deám da Academia Netivot Dror Torá na comunidade de Telem, e Noam Arnon, que disertou sobre a conexão entre o Rabino Kook e Hebron.

Sem embargo, o orador mais importante , na minha opinião, foi Michael Hershlovitz, Rabino da comunidade Neria da região de Binyamin, e mestre na Yeshiva Merkaz HaRav de Jerusalém. O tema da sua dvar Torá foi absolutamente adequado: o ensino da Torá é importante, mas não menos importante é obrar, implementar o que aprendes. Falou em profundidade descrevendo como o Rabino Shlomo Ra’anan fixo precisamente isto: viver numa caravana na comunidade Hadar Adar e procurando isso, transladar-se a outra caravana no vizindário de Tel Rumeida, em Hebron.

Durante anos o Rabino estudou e encheu de sentido o assentamento na terra de Israel, Eretz Yisrael. Mas percebindo que as palavras não são suficiente continuou a senda das ensinanzas do seu avó e tio, não só falando senão fazendo. Isto é a Torá.

Não é fázil viver em fogares-caravana. Tel Rumeida, dalguma maneira isolada dos demais vizindários de Hebron, não é o lugar mais prázido para viver. Cada manhá, chova, neve ou brilhe o sol, o Rabino baixava a colina para orar com os mais madrugadores, um grupo de dez homens. Cada dia transladava-se e regressava da Yeshiva de Merkaz HaRav em Jerusalém, onde participava no estudo da Torá e na instrucção. Nada singelo para um homem entrado nos sesenta anos. Mas o Rabino sempre tinha um sorriso no rosto, e conhecia a todos os rapazes de Hebron pelo seu nome, sempre presto a ajudar, com uma personalidade afável, que conciliava humildemente com o seu génio para a Torá.

Concluíndo as suas observações, o Rabino Hershovitz acrescentou, “Rabino Shlomo, quero que saibas, inclusso a pesar de que provavelmente saibas de onde ti es, que a tua extensa família tem continuado as tuas pegadas, seguindo o teu exemplo de Torá e feitos, assentando-se na terra, Eretz Yisrael, como ti figeste”.

A Rebbetzin Chaya, sentada com a sua irmá Tzippy –ambas vivem hoje em Tel Rumeida- a escasos metros de onde fora assassinado o Rabino, a pesar da dor, não puido senão sorrir, sabendo que a senda que tomaram ela e o seu marido está a ser continuada pela sua prole.

A presença do Rabino puido sentir-se firmemente entre os participantes, que sem embargo sentem ainda a dor da sua morte e o vazio que o seu assassinato deixou, para a sua família, para os seus amigos e vizinhos, e para todo Am Yisrael.
Zechar Tzadik l’vracha – HaShem Yikom Damo.



DAVID WILDER

(29 Av 5768 / 30 Agosto 2008)


“A espada [adicada] ao Senhor está cheia de sangue…porque o Senhor tem sacrifício em Bozra, e grande matança na terra de Edom” (Isaac, 34:6)

A maioria dos rabinos têm-se desembaraçado de Deus. O seu Deus é um subordinado que debe estar agradecido de qualquer ínfima atenção que se lhe preste. Não se agarda que tenha influência alguma nos assuntos cotidianos e, portanto, não infunde temor. De terem temor de Deus, os rabinos teriam seguido os seus preceptos, e não as instrucções do Governo. Por que os rabinos não chamaram aos judeus a combater contra o Governo ante a destrucção de Gush Katif? Pois porque os rabinos não contemplam o mandamento de conquistar Canaan ou estabelecer um Estado judeu como algo vinculante. São escépticos daquele antigo camarada, Josué bin Nun, que conquistou esta terra. Pode que fosse porque ele recebeu um mandamento; eles não. Os rabinos exigem miragres, como a de um Messias sobrenatural, porque não acreditam nas palavras da Torá. Os mandamentos não os persuadem; os rabinos sabem quan rapidamente o Talmud é capaz de tergiversar os mandamentos. De facto, a Torá ocupa para eles um lugar secundário por detrás dos sábios –aos que, por certo, eles também ré-interpretam à sua maneira. Se os rabinos acreditam que os mandamentos são divinos e as palavras entram por uma orelha e saim por outra, para que querem um Messias? Mas eles não acreditam que os mandamentos sejam miragres –e exigem que a miragre tenha lugar diante dos seus olhos. Deus, porém, tende a realizar as miragres sem violar as leis da natureza. Qualquer miragre pode ser explicada. Os expertos são capazes de explicar persuasivamente como o Mar Vermelho partiu em dois de forma natural. A supervivência judea ao Holocausto é atribuída ao açar, e as vitórias de Israel contra os exércitos árabes à superioridade táctica.

Meir Kahane aproximava-se ao prototipo do Messias tão de perto como é possível imaginar: um gênio, um líder carismático, um homem de religião e de guerra, que sofreu, humilhado, condeado a morte pelos líderes judeus, e assassinado por um árabe edomita. Os rabinos talmúdicos também chamavam aos romanos edomitas. Se vinher o Messias e fosse reconhecido, seguiriam-no os judeus? A pergunta não é retórica. Montões de chabadniks consideram ao Rabino Lubavitcher, o Messias. Numa clara violação do mandamento que proíbe a idolatria, colocam a foto do Rabino nas suas casas e oficinas, e rendem-lhe reverência. Congregam-se na sua tumba a pregar benções e intercessão. Mas os chabadniks ignoram a grande exigência do Rabino de não ceder nem um anaco da Terra de Israel. Quiçá consideram ao Rabino o seu líder espiritual, mas indigno de ser tomado em consideração para assuntos terrenais. Mas não só. Os judeus aplaudiram entusiasmados as visitas de Sharon, Netanyahu e outros políticos ao seu Rabino; Sharon, em concreto, suplicou-lhe que o ajudasse contra o plano de Shamir de celebrar eleições em Palestina. Os chabadniks –pressuntamente dispostos a morrer na fogueira antes que renegar da sua religião- tiveram medo de combater contra o Governo renegado que levou à destrucção de Gush Katif.

Os líderes de Chabad condearam com exabruptos à multidão que em Kfar Chabad votaram por Baruch Marzel e o seu programa de defesa da terra judea e expulsão dos inimigos árabes. Os líderes sabiam que agiam contrariamente ao magistério do Rabino e improvisaram um absurdo pretexto: que os chabadniks não deveriam ter votado por Marzel porque ele não poderia superar a barreira electoral e esses votos estavam mal empregados. Como se não estivessem pior empregados os votos ao Shas e similares chiringuitos sémi-religiosos desenhados para colaborar com o Governo –a câmbio de dinheiro e promoção. Os líderes de Chabad poderiam ter ajudado a Marzel a superar a barreira eleitoral em vez de volcar toda a sua campanha contra ele.

O judaísmo é uma religião de feitos. Não há separação entre as coisas terrenais e as espirituais. Uma religião de pureça prática é dura, sem dúvida. Por isso os religiosos judeus têm inventado uma vida paralela. O judaísmo segue sendo para eles uma religião de feitos, mas de feitos insignificantes, rituais desconectados da vida cotidiana. Cortam o papel de váter antes do Sabat e observam ritos absurdos sem a menor base na Torá –mas têm expulsado a Deus das questões práticas. Ignoram a advertência daquele que dizia: “Hipócritas! Observades o diezmo da menta, o eneldo e o comino, mas desatendedes a parte da lei mais importante: a justiça, a piedade e a fê”. Porém, seguiram o seu conselho errado: “Entregade pois ao César o que lhe pertence, e a Deus as coisas de Deus”.

Mas no Judaísmo, inclusso a terra na que vivemos é coisa de Deus; nada pertence aos insignificantes césares do Governo israeli.


OBADIAH SHOHER