SHABAT SHALOM


LIVRO PRIMEIRO DOS MACABEUS, 3:17





Mas à vista do exército que vinha contra eles, os companheiros de Judas disseram-lhe: Como poderemos enfrentar tamanho exército, se somos tão poucos, tanto mais que nos sentimos fracos, porque hoje nada temos comido?


É fácil, respondeu Judas, a um punhado de gente fazer-se respeitar por muitos; para o Deus do céu não há diferença entre a salvação de uma multidão e de um punhado de homens,


porque a vitória no combate não depende do número, mas da força que desce do céu.


A educação sobre o Holocausto entre os gentis é contraproduzente. A maioria de eles não se apresentariam voluntários para assassinar judeus ou pressionar em tal sentido. Mas se se vem empurrados por um regime ánti-semita, quase todos se unirão ao crime a pesar de qualquer educação sobre o Holocausto.
A educação passa muito da violenta minoria de furibundos ánti-judeus. De facto, as fotos do Holocausto e os seus relatos pressumivelmente fortalezem o sentimento ántisemita porque os judeus são apresentados como animais, e de forma semelhante são sacrificados.
A educação sobre o Holocausto é tacticamente perjudicial porque o Holocausto supõe um ponto de referência do sofrimento judeu. Qualquer coisa que não chegue ao limite da aniquilação será considerada como tolerável para os judeus. O mundo "educado no Holocausto", conseqüentemente, exige a Israel concessões sem precedente aos inimigos: o facto de que não sejam de momento aniquilados é considerado suficientemente bom tratando-se de judeus.
A reacção do mundo à agardada aniquilação de Israel em 1948, 1967, ou pelo Iran nuclearizado amosam quam futil é a educação sobre o Holocausto: como em 1942, o mundo contempla aos predestinados judeus com indiferente curiosidade.
Os judeus israelis que ridiculizam às vítimas do Holocausto por ir como anhos ao matadeiro, fazeriam bem em observar-se a sim próprios: vivem em Judenrat, dirigidos pelos Kastners * do nosso tempo. Mentres Iran ultima os detalhes da sua bomba nuclear, os judeus sentam-se em coffee-shops em vez de obrigar ao seu Governo a que bombardee ao inimigo. Os Kastners, como antes, lamentam ver morrer aos seus judeus, mas não querem arruinar as suas relações com os criminais cúmplices occidentais organizando uma marcha contra a ONU, assaltando a Casa Branca, ou publicando anúncios ánti-Iran a toda página nos jornais estadounidenses.
Israel actualmente está tão predestinada como o estava o ghetto polaco. Quizá finalmente Iran não nos bombardee –embora estará preparada para poder fazê-lo. Qual foi a reacção dos EEUU ante o Holocausto? Ajuda económica massiva a Alemanha. Os países occidentais não deixarão de mercar petróleo iraniano quando nos deixem fóra da existência.
Fundamentalmente, as nucleares iranianas supõem o fim do poder dissuasório nuclear de Israel. A partir desse momento absolutamente nada será capaz de evitar que Síria lanze milheiros de missis sobre as cidades israelis: Iran entraria imediatamente em jogo ameaçando a Israel com repressálias nucleares se se nos ocurrir bombardear cidades sírias. Para que resulte ainda mais bonito, Iran exigirá que Israel limite as suas operações de castigo contra as tropas sírias, mentres eles seguirão assassinando aos nossos civis. A partir do momento em que Iran abasteça de defesa nuclear à fronte síria, Israel já não poderá empregar nunca mais a defesa estratégica. A defesa terá que ser táctica, limitada às fronteiras israelis. Iran aceitará de melhor grau que ataquemos aos tanques sírios invasores antes que à população. A defesa israeli ficará reduzida a uma ínfima área indefendível.
As nucleares iranianas, para além disso, darão o pistoletaço de saída à carreira de armamento nuclear. Egipto e Arábia Saudi não podem permitir que Iran domine o Meio Leste. Será mais fázil para eles obter instalações nucleares: Arábia Saudi, de facto, provavelmente já possue armazenadas cabezas atómicas pakistanis, e o tratado de paz protege a Egipto das medidas preventivas israelis. Pelo de pronto, Mubarak prefere a ajuda dos EEUU que um programa doméstico de desenvolvimento nuclear, mas um governo de corte islamista escolheria sem dúvida o cenário oposto, especialmente quando –uma vez que Egipto estivesse nuclearizada- os EEUU incrementassem a ajuda para controlar indirectamente o país. Uma vez que esses dois países se unam ao clube nuclear, Síria não poderá ficar atrás. Irak, pela sua banda, terá que fazer contrapeso ao nuclearizado Iran. Jordânia necessitará ajuda contra uma Síria nuclear. Oman não pode sustentar um Egipto nuclear. Líbia, Marrocos e Algéria correm face programas nucleares avançados. Em poucos anos, o inteiro Meio Leste estará atestado de armamento nuclear, e parte de ele controlado, de certo, pelos terroristas.
Os judeus poderiam contrarrestar fazilmente esse cenário aprovando uma lei que autorizasse a imediata aniquilação de todos os muçulmãos mediante duascentas ojivas nucleares em resposta a um ataque não convencional desde qualquer sítio. Mas não é realista pensar que isso vaia acontecer. Tras um fungo nuclear sobre Tel Aviv, o Governo israeli tiraria-se dos cabelos ante a incapazidade para atribuir a um país em concreto a autoria do ataque terrorista. Inclusso se o país for conhecido, os judeus que duvidam actualmente se desmantelar ou não as casas refúgio dos terroristas, não semelha provável que vaiam a empregar repressálias nucleares. A demencial política israeli de submetimento ao insignificante inimigo palestiniano tem liquidado a sua credibilidade nuclear.
Não existe possibilidade alguma de que o Governo de Livni e Barak ataquem Iran. Barak foi a única voz contrária ao ataque israeli a Síria. Ele é muito mais um político corrupto e um suspeitoso homem de negócios que o comando que no seu dia foi. Livni, indecisa como sempre, não poderá enfrontar-se às objecções de Barak. Ela própria não se atreveria a contradizer a orde dos EEUU de aceitarmos mansamente a aniquilação. O medo dos Kastners não é de índole racional: Iran é incalculavelmente mais débil do que o era Egipto em 1967 e 1973. Militarmente falando, atacar Iran é pão comido para Israel. Porém, os Kastners olham para os estadounidenses e os europeus procurando a sua opinião. Mas a sua opinião é bem conhecida, durante décadas se não séculos: fecharam as suas fronteiras aos refugiados judeus que fogiam do Holocausto, negaram-se a rescatar aos judeus dos alemães, e o campo da morte foi o único lugar dos arredores de Auschwitz não bombardeado pelas forças aliadas.
Havia uma pequena possibilidade de que Olmert ordeasse o ataque contra Iran. Os israelis –de esquerdas, direita e do médio- luziram-se ré-empraçando-o pela incompetente Tzipi.
Serão necessários dois séculos para que os índizes de radiactividade na Terra Prometida voltem aos níveis de normalidade.

OBADIAH SHOHER

14 Kislev 5769 / 11 Dezembro 2008

* [*Rudolf Kasztner foi o dirigente duma pequena organização judea húngara denominada "Vaada", durante a ocupação názi de Hungria na 2ª GM. Kasztner negociou com o líder das SS, Adolf Eichmann, a saída do país dum pequeno contingente de judeus a câmbio de dinheiro, oiro e diamantes -no que passaria a ser conhecido como "O comboio de Kasztner".
Tras a guerra Kasztner trasladou-se a Israel onde remataria sendo julgado por colaboracionismo com os názis. Morreu em 1957, tiroteado por Zeev Eckstein, um supervivente do Holocausto].


Oops.. Falando ante um auditório de estudantes numa escola técnica de Tel Aviv, Tzipi Livni dixo que o futuro dos árabe-israelis radica no seu próprio Estado, onde se devem ré-agrupar uma vez estabelecido. Soa como a jovem Tzipi de 20 anos atrás.


Na realidade, o discurso não foi o oficial. Livni exprimiu esses pensamentos ante os extremadamente ánti-árabes estudantes, filhos das famílias esquerdistas fetém. A pesar do dito, ela alinha-se plenamente com o discurso do "processo de paz".


As manifestações de Livni poderiam ser um calculado intento de atrair voto de direita a Kadima. Netanyahu não tem dito nada semelhantemente agradável de ouvir –e segue obsesionado em acabar com Feiglin porque é "demassiado radical". Com a audiência de esquerdas definitivamente arrebatada por Kadima a Meretz e Avodah, Tzipi tem boas razões para votar as redes no eleitorado do Likud.


Livni também sinalou, acertadamente, que o Governo não pode proteger a todos e cada um dos soldados; que há preços que são demassiado elevados, e que Shalit quiçá vaia a ter que seguir fazendo companhia aos de Hamas.



OBADIAH SHOHER


14 Kislev 5769 / 11 Dezembro 2008

FALSOS RABINOS


Os religiosos profissionais desempenharam um importante papel na unificação e supervivência do povo judeu. Os estudantes da Yeshiva desenvolveram o trabalho imensamente importante de preservar o Judaísmo. A situação actual é diferente.

Embora quase todos os judeus varões ao longo da história estudaram a Tanaj, poucos exerceram a religião como uma ocupação a tempo completo. O Judaísmo, uma religião de factos materiais, faz ênfase na necessidade do trabalho produtivo. Para além das conjecturas do Rabino Karo, Hillel trabalhou arduamente, e o mesmo Maimónides. O seu trabalho não lhes impediu estar entre os mais prominentes eruditos judeus de todos os tempos. O Rabino Akiva uniu-se ao exército de Bar Kochba. Em tempos mais remotos, Josué bin Nun –um profeta- dirigiu um exército judeu; obviamente, Josué adicava muito tempo à prática militar. Inclusso há cem anos, os rabinos profissionais eram escassos. As comunidades judeas pagavam gostosamente um salário a vários líderes rabínicos, e proveiam de uma precária caridade a alguns outros, mas o número de religiosos profissionais era insignificante. Eles interactuavam constantemente com os judeus comuns, e impartiam conhecimento religioso e moralidade. O espectáculo das comunidades fechadas de estudantes das Yeshiva e os rabinos, afastados da sociedade judea e do trabalho, vestindo atuendos de há trescentos anos –que eram belos e modernos nas épocas em que se introduziram- é atroz.

Daquela, como agora, as yeshivas eram fundações privadas. O Estado de Israel destina pouquísismo dinheiro às Yeshivas. Portanto, qual é o nosso problema com os judeus profissionais? É a difamação. Eles tergiversam o Judaísmo. A nossa religião tem a ver com a vida produtiva, não com o isolamento monástico e a economia submergida. O sábio talmúdico, Rabino Zeira, comunicava-se com bandoleiros, e estes eventualmente se reformavam. Os rabinos existem para o bem da comunidade judea. Tanto se a comunidade é boa ou má, religiosa ou não, os rabinos devem viver dentro dela e comunicar-se com os judeus comuns –tratando de cambiar-nos para melhor. Em vez disso, os rabinos ultraortodoxos actuais vem aos judeus comuns como pagadores de impostos, como reses humanas indignas do Judaísmo.

Os rabinos que se isolam do mundo judeu em tempos de crise espiritual não são dignos do seu título.


OBADIAH SHOHER

O ACTO FINAL DE OLMERT


Ehud Olmert, que afronta uma perseguição criminal por corrupção, está utilizando os seus últimos dias no cárrego para subverter a seguridade israeli e impôr a suas próprias noções políticas ao país –noções rechaçadas pela esmagante maioria dos cidadãos israelis

Olmert tem aceitado libertar a dúzias de oficiais de Hamas, incluíndo membros do “Parlamento” palestiniano e “ministros do gabinete”, como prémio pela negativa de Hamas a libertar ao soldado israeli seqüestrado Gilad Shalit. Quando Shalit foi seqüestrado, Israel capturou alguns líderes de Hamas e meteu-nos no cárcere, prometendo que estariam pressos até que Shalit fosse posto em liberdade.

Shalit não tem sido libertado, mas dado que os terroristas de Hamas foram encadeados baixo uma providência que caduca em 2009, a gente de Olmert quere deixá-los na rua imediatamente, como gesto de boa vontade.

Agora, para além do que supugesse a sentência inicial para estes elementos, sempre poderiam ser retidos e submetidos a uma sentência adicional, e isto poderia ser repetido uma e outra vez até que Shalit fosse libertado. Uma vez libertados, estes terroristas voltarão a pôr bombas e lançar foguetes contra os civis israelis. Mantê-los no cárcere supõe, também, um meio de pressionar a Hamas para que deixem de lançar foguetes sobre Sderot. Mas Olmert não quere ser molestado com argumentos dessa índole. Ele quere que os livros de História o lembrem como algo mais que um deleznável semvergonha.

Mentres, com o entreacto das atrozidades de Mumbai, a camarilha de Olmert segue propugnando a retirada de ainda mais territórios –incluíndo a devolução dos Altos do Golan a Síria. A legislação israeli advirte que isso seria ilegal; mas se a Olmert (esse homem de leis) lhe importasse obedecer a lei, não estaria agora afrontando uma perseguição criminal por corrupção.

Inclusso o Presidente Bush reganhou a Olmert pelos seus propósitos respeito o Golan. Velaqui o insólito espectáculo dum Presidente dos EEUU reprendendo a um Primeiro Ministro israeli pelo seu muito relax respeito a seguridade de Israel.

É divertido imaginar que estaria passando pela cabeça dos dirigentes israelis mentres contemplavam a cobertura informativa da barbárie acaecida em Mumbai. Estariam pensando no antiquados que são esses dirigentes políticos e militares hindus?

Depois de tudo, Índia limitou-se a tratar com os terroristas baleando-os como cães. Aos terroristas ninguém lhes leu os seus direitos antes de serem arrestados, asignar-se-lhes defesa pública, e garantir-se-lhes juízos exemplarizantes. Aos familiares dos terroristas ninguém lhes garantiu benefício algum do sistema de seguridade social hindu, do tipo dos que se lhes oferecem em Israel aos familiares dos assassinos.

Os meios de comunicação hindus não se adicaram a aleccionar ao país sobre como o terrorismo era o seu pago por ser insensíveis e egoñistas. Os políticos hindus não se adicaram a pontificar sobre como “o único que se pode fazer com os inimigos é a paz” e que “não existe solução militar para o problema do terrorismo”. Eles não lançaram chamadas a iniciar conversas com os terroristas nem a garantir-lhes ajuda económica e armamento para que podam contrarrestar aos “autenticamente extremistas”.

Os professores hindus não encabeçaram marchas de solidariedade com os terroristas. Os poetas e escritores hindus não assinaram manifestos nos jornais apoiando as petições dos terroristas. Não se celebraram conferências nos cámpus universitários hindus exigindo que se lhe garanta aos muçulmãos do Punjab o “direito de retorno” aos fogares que uma vez tiveram em solo hindu.

Os acadêmicos hindus não insistiram em que se lhes garanta aos muçulmãos da Índia o direito a exercer a sua própria soberania num Estado muçulmão no território da Índia, nem em que todos os hindus sejam expulsados das áreas de maioria muçulmã. Na terra de Gandhi, ninguém exigiu que a Índia responda às atrozidades pondo a outra meijela porque a repressália poderia agudizar o ciclo de violência.

Em ressumo, que os políticos israelis não tiveram nenhuma dúvida de por que os dirigentes da Índia não quigeram emular a estratégia israeli de Oslo de procurar a paz com o islamofascismo mediante apaciguamentos e concessões de boa vontade.

Doutra banda, Olmert tem tido muito que dizer recentemente sobre lei e orde no plano puramente doméstico. Mas só quando os que protestam são os colonos judeus.

Um dos passatempos mais divertidos dos últimos dias em Israel é ver a súpeta indignação do Governo ante a vulneração das leis. A esuqerda em Israel jamais tem acreditado que a obriga de obedecer a lei fosse com eles. Durante décadas tem promovido motins e insurrecções entre os soldados, animando-os a não servir no exército em tanto Israel não adoptar políticas impulsadas pelo Partido Comunista israeli. Os esquerdistas nunca têm sido perseguidos por isto. A imprensa israeli ensalçava aos amotinados como grandes modelos éticos e gente concienciada.

De forma semelhante, muitos são os que na imprensa israeli aplaudem aos “heróicos” matões e hooligans que atacam à polícia israeli e aos soldados cada semana nos arrededores da valha de seguridade. Esses esquerdistas tratam de vandalizar a valha de seguridade de maneira que seja mais singelo para os terroristas suicidas atravessá-la para assassinar judeus. Por isso também não são perseguidos.

Daquela, por que o establishment político israeli está de súpeto tão interessado em denunciar a violação da lei? Pois simplesmente porque essa violação da lei em questão afecta a alguns colonos do West Bank.

Todo o alboroto está relacionado com os esforços das gentes de Olmert por expulsar judeus de uma casa em Hebron –que compraram e que lhes pertencia legalmente. O axioma operativo fundamental de Oslo tem sido sempre que a paz com os palestinianos só pode estar baseada em acondicionar um território judenrein para os palestinianos, áreas que não estejam emporcadas pela presença de judeus. Alguns jóvenes -aos que não foi dificil quentar os cascos- têm respondido em Judea com certa dose de violência. Em parte, estavam respondendo à fazilidade com a que a própria polícia tem feito uso da força contra os colonos. Alguns incontrolados lançaram pedras contra os soldados que tratavam de desalojar aos judeus, outros brazearam lançando punhetaços. Fique claro que não foi algo para sentir-se orgulhosos, e que desacredita à direita.

Mas se alguém sugerisse que uma família de negros estadounidenses não tem direito a viver num bairro de brancos, os esquerdistas e intelectuais israelis lançariam-se às barricadas em sinal de escândalo e indignação.

Mas quando os judeus tomam a rua para defender o direito dos judeus a viver em Hebron, o escândalo e a indignação tornam-se contra os agredidos. Não se decatam de que estám violando o império da lei?


STEVEN PLAUT


13 Kislev 5769 / 10 Dezembro 2008

A AUTÊNTICA HANUKÁ


O equivalente judeu do Natal é inconvinte para o establishment politicamente correcto. Esta alegre festividade glorifica uma guerra civil.

Judea era um protectorado tanto antes como depois da Revolta dos Macabeus. Os judeus estavam conformes com a ocupação e só se rebelaram quando os gregos declararam ilegal o judaísmo. Os judeus não lograram a independência –os únicos câmbios foram religiosos. Os fundamentalistas exterminaram aos judeus progressistas que pretendiam suavizar o antiquado Shabat e os requisitos da comida kosher. O Rei dos gregos pretendia converter aos extranos judeus em bons membros da comunidade helênica. De facto, ofereceu abundantes recompensas a câmbio de abandoar aqueles raros hábitos religiosos. Sem embargo, os judeus combateram. E ganharam.
Os judeus actuais alinham-se junto o Rei, e preferem as conveniências da assimilação.
Matatias desencadeou a guerra matando a um traidor judeu. Qual foi o seu pecado? Fazer um sacrifício conforme aos costumes gregos. A quantos ateus judeus lhes importaria isso actualmente?
Possivelmente o sucesso mais célebre do Lirvo dos Macabeus é o da mãe judea que exortou aos seus sete filhos a rechaçar a exigência grega de transgredir a Lei. Como repressália, cada um de eles foi torturado até a morte diante dos olhos da sua mãe; a continuação ela também foi assassinada.

Os judeus que celebram Hanuká hoje em dia, porém, bulram-se das nobles mães palestinianas que animam aos seus filhos a morrer em explosões suicidas.
A um anciano ordeou-se-lhe comer porco e negou-se. Os seus razoáveis amigos judeus ofereceram-lhe comer vaca, de maneira que não violasse o precepto embora simulasse violá-lo. Ele negou-se, não sendo que os jóvenes seguissem o seu exemplo e comessem porco. Foi imediatamente executado.
De entre os judeus que celebram Hanuká hoje em dia, quantos rechaçam comer porco num restaurante, sem necessidade de estarem ameaçados de morte? Traicionam a memória do herói.

A fotografia de uma família judea celebrando Hanuká serve perfeitamente para ilustrar um artigo enciclopédico sobre a HIPOCRESIA.


OBADIAH SHOHER

TEMPORADA DE CAZA


Olmert, Tzippi e Barak estám intentando sumar pontos. Qué é o que fazem? Ampliar o festival anual de incitação, que usualmente tem lugar na semana do “assassinato” [de Yitzhak Rabin], e que continuará até as eleições. As suas palavras são as dos autênticos incitadores da violência

A instigação contra os colonos que Ehud Olmert tem iniciado é uma campanha dirigida a obter o “certificado kashrut” dos barões da esquerda nos mass média e no aparelho judicial, a fim de aligeirar o veredito que lhe agarda.

Porém, desde que se fixo público o anúncio de eleições, a temporada de caza contra o colono declarou-se oficialmente aberta. Ehud Barak, que fracassou como Ministro de Defesa, não o tem feito muito melhor que o seu lamentável predecessor Amir Peretz em nenhum sentido: os missis seguem caíndo, Gilad Shalit ainda segue presso, e a “calma” tem permitido que os de Hamas se tenham constituído numa espécie de sólida réplica de Hizbulah. Tzipi Livni anda vendendo os seus fracassos pacificadores a todo aquele que ainda seja tão ingênuo como para acreditar nela. Só o pobre Ehud não agiu como um esquerdista com uma agenda tão esquerdista

Poderia ter tomado o sempre seguro caminho do meio; mas no radicalizado Partido Laborista actual seria interpretado como que se alinha com a direita fanática. O laborismo de hoje em dia está integrado por gentes que sonham com a cessão total e a divisão de Jerusalém, e os seus militantes árabes são o factor decissivo em todas as suas primárias, sendo, portanto, os que ditam a nossa política de seguridade.

Assim, por exemplo, é como nos figemos “merecedores” de presenciar a destrucção sem sentido do fogar dos Federman em Kiryat Arba, e que não figurava na lista de assentamentos sentenciados para serem expulsados: a polícia uniformada de negro entrou ao assalto da casa de Federman no meio da noite, golpeando aos membros da família, arrojando-os da casa, mentres algumas das suas crianças eram desalojadas a patadas, e destruindo a casa. Inclusso os fogares dos terroristas não recebem esse trato. Aos soldados que se encarregam de bloquear o accesso e de rechaçar a entrada de visitas aos residentes, dixo-se-lhes que dentro havia um “terrorista” solto.

Esta é a maneira em que Ehud Barak envelenha a relação entre os colonos e o exército, logrando que ódiem ao Estado, e pulverizando o prestígio do Tzahal, mentres dilapida uma quantidade ingente de dinheiro que agora deverá ser pagada aos Federman como compensação.

Não só este tipo de infames acções romperam todos os récords, senão as campanhas de insultos também. O festival anual do ódio, no dia da morte de Rabin, tem passado de ser (desde há tempo) um dia de introspecção a converter-se num ritual ultraesquerdista. Aqueles que não estám dispostos a “converter-se” em pacifistas não têm sítio na jornada de luto.

Daí existe um breve treito ao apático encolher-se de hombros da gente e o fim da efectividade daquele assassinato nas mãos da esquerda. Envez de emprender um câmbio de postura e procurar novos aspectos a aplicar tras o assassinato, alimentam o fogo do ódio. Esta escalada de ódio tem chegado a limites insuspeitados segundo se aproximam as eleições, com a advertência incitadora de Barak: “Os colonos têm-se convertido num crecente cancro com perigosas metástases”.

Essa é a forma de justificar a iminente expulsão. Ehud Barak tem um glorioso passado: fogiu de Tzeelim, fogiu do Líbano, ofereceu a Arafat tudo o que quixo sem compensação alguma, e abandoou a Madchat Yusef -um soldado de Mishmar Hagvul, desangrando-se até morrer em Kever Yosef. Esta é só parte da lista.

Ehud Barak não se deveria adicar a sinalar os defectos de ninguém. Ele acumula demassiados já na sua bagagem.



BOAZ HAETZNI *



14 Kislev 5769 / 12/11/2008


* Boaz Haetzni, residente em Kiryat Arba, pertence à facção Manhigut Yehudit, do Likud. Na lista para a próxima Knesset figura no posto nº 36.



O alcaide de um vizindário judeu, Alphei Menashe, prometeu impedir a marcha convocada por Baruch Marzel para o 15 de Dezembro a Umm al Fahm. Os judeus, "por fim livres e seguros na sua própria terra", têm medo de que os cidadãos árabe-israelis de Umm al Fahm podam tomar repressálias contra eles pelo passeio das hordas de Baruch Marzel por uma vila árabe na que ondeia a bandeira de Israel.
O alcaide de Umm al Fahm, membro árabe da Knesset, critica essa marcha. A polícia israeli trata de impedi-la, a pesar do permiso da Corte Suprema. Isto não é o desalojo de uma casa em Hebron –onde a polícia se empregou com entusiasmo amparando-se no permiso judicial. Esta vez, de intervir, a polícia estaria subvertindo a orde dos juízes.
Os seguidores de Marzel só estám autorizados a percorrer Umm al Fahm portando bandeiras israelis, sem cartazes nem eslogans.
No esquizofrênico Estado judeu, os judeus precisam permisso da Corte Suprema para percorrer com bandeiras israelis através de uma vila povoada por árabes.


OBADIAH SHOHER

14 Kislev 5769 / 11 Dezembro 2008

FEIGLIN ESTARÁ NA KNESSET



Nas primárias do Likud, Feiglin logrou o posto nº 20 da lista. A pesar dos anos de campanha entre as bases do Likud, o seu apoio de base não foi tão alto como agardava.
Semelha improvável que os tribunais impidam a concurrência de Feiglin às eleições tomando como argumento a sua condeia durante os altercados ánti-Oslo de uma década atrás.
Netanyahu intentará agora modificar as regras das primárias para despraçar a Feiglin a um posto na lista sem possibilidades,. Supostamente, Feiglin afastaria alguns potenciais votantes do Likud que o qualificam como muito radical. Só na pervertida política israeli é comprensível que Feiglin, um centrista não violento, poda ser considerado como um ultra direitista.
Outros candidatos honestos conseguirão também acta na Knesset pelo Likud, assimesmo. Um é Danny Danon, um homem razoável que rechaça a criação de um Estado palestiniano em Judea e Samaria. Não está tão claro que logre um assento na Knesset o nº 36 Boaz Haetzni, principal impulsor dos intentos de ré-povoar Homesh com judeus.*


OBADIAH SHOHER
14 Kislev 5769 / 11 Dezembro 2008-12-10


*[Segundo uma enquisa que publica hoje o diário ultraesquerdista Haaretz, os ressultados a data de hoje para a próxima Knesset seriam os seguintes (entre parêntese os assentos actuais):
LIKUD 36 (12)
Kadima 27 (29)
Avodah 12 (19)
Partidos árabes 11 (10)
Shas 09 (12)
Yisrael Beitenu 09 (11)
United Torah Judaism 06 (06)
Meeretz 06 (05)
Jewish Home – PNR/UN- 04 (09)

Os Verdes, o Partido dos Pensionistas, Meimad e HaTikvah –o partido do Dr. Aryeh Meldad- não lograriam apoios suficientes para estarem representados na Knesset.
Portanto:
Bloco nacional (LIKUD + Shas + Yisrael Beitenu + UTJ + Jewish Home) = 64 escanos
Bloco esquerda (Kadima + Avodah + Árabes + Meeretz) = 56 escanos


Com motivo da expulsão das famílias de Beit HaShalom em Hebron, durante uma entrevista com a BBC, fui perguntado pelos nossos planos de futuro. Quando respondim que a comunidade seguiria intentando adquirir propriedades em Hebron, o entrevistador perguntou, “Mas isso não provocará mais violência?”. E eu respostei, “Se eu comprar uma casa em Londres e se me dixesse que um judeu adquirindo propriedade ‘nessa parte da cidade’ provocaria uma reacção violenta, como julgaríamos essa admonição? Provavelmente como ántisemitismo e razismo. Por que, daquela, um judeu não pode adquirir propriedades em Hebron, de igual maneira que a gente adquire fogares em qualquer parte do mundo?”.

Outra pergunta muito repetida que tivem que respostar dos jornalistas foi, “Não opina que tudo isto está fóra de controlo?”. A minha resposta é muito simples: “Por suposto que está totalmente fóra de controlo. Mas essa não é a questão. A questão é QUEM está fóra de controlo?”. E, na minha opinião, os que têm perdido o controlo são as instituições democráticas que foram designadas para proteger aos cidadãos de dirigentes despóticos.

Seguindo com a adquisição de Beit HaShalom, por perto de 1 milhão de dólares, a comunidade de Hebron tem-se situado sob o ataque de numerosas frontes. Abruptamente a questão da legitimidade da nossa presença no edifício foi derivada aos tribunais. A decisão inicial dos tribunais apoiava de forma bastante firme a nossa reclamação de evitar a expulsão imediata. Porém, foram impostas severas restricções, incluíndo a denegação de instalar janelas e o abastecimento do suministro eléctrico municipal de Hebron. Só no meio duma descomunal treboada de neve o Ministério de Defesa accedeu à instalaçãod e janelas no edifício durante o passado inverno.
Dada a trascendência política do caso, achamo-nos de imediato enfrontados à comissão de Corte Suprema julgando os vários aspectos afectados. A comissão estava composta pela Presidenta da Corte Suprema, Dorit Beinisch, e os juízes Edmond Levy e Uzi Fogelman. Levy é religioso. Aproveitando um descanso na audiência da Corte, Beinisch cambiou a composição da comissão, sacando a Levy e Fogelman e reempraçando-os pelos juízes Ayala Procaccia –conhecido por ser um dos juízes mais ultraesquerdistas da Corte- e Salim Joubran –o único juíz árabe da Corte. Beinisch, devemos destacar, não é famosa pelas suas opiniões ideológicas de direita. Dois juízes de esquerda e um árabe, portanto, decidindo a sorte dos judeus residentes em Beit HaShalom. Se isso não é um cenário amanhado, nada o é. Assim o dixo o juíz retirado da Corte de Distrito, Uzi Struzman, qualificando a decisão final da Corte como ostensivelmente política.

Nessa decisão, a Corte determinava que não entrava a examinar as evidências apresentadas, incluíndo as provas de autenticação dos documentos legais de venda, um vídeo do vendedor recebendo e contando o dinheiro recebido pelo edifício, e uma gravação de áudio da sua descripção do trato e a recepção do dinheiro.

O Fiscal Geral, Menachem Mazuz, quanto se apresentaram as novas evidências no caso –concretamente a fita de áudio- negou-se a reunir-se com os advogados da comunidade ou examinar a devandita prova.

O Ministro de Defesa, Ehud Barak, anunciou só há duas semanas a sua intenção de legalizar todas as construcções ilegais dos beduínos no sul do país. Inclusso deu a orde de expulsar a todos os residentes do edifício, no meio de negociações a alto nível já muito avançadas, que teriam permitido evitar a brutal confrontação.

Estes são exemplos de nada menos que terror –terror administrativo, utilizado pelos escalafões mais altos das instituições democráticas do país para favorecer os seus próprios interesses políticos contra cidadãos leais ao Estado, neste caso residentes da comunidade judea de Hebron.
Tras a reacção violenta à extremadamente feroz expulsão –que incluiu o uso de gases lacrimôgenos e granadas paralisantes, fum perguntado pelas “linhas vermelhas” –e a decisão de cruzar as “linhas vermelhas”. Para desgraça nossa, na actualidade asistimos a situações onde o Governo está cruzando todas as linhas vermelhas que existiam com anterioridade. A transformação do sistema judicial –incluñindo o Fiscal Geral e a Corte Suprema- numa extensão articulada da luta política sepulta toda noção de imparcialidade ou objectividade.

Os residentes em Hebron frequentemente são etiquetados de extremistas. Sem embargo, nada resulta mais extremo que as acções acima descritas de Mazuz e Beinisch. Mas, devido à sua posição e ideologia política, o seu extremismo é considerado legítimo.

Sejamos claros. A comunidade judea de Hebron opõe-se e rechaça qualquer acto violento contra pessoas inocentes, sejam árabes, judeus ou qualquer outros. Porém, é impensável e intolerável que os máximos dirigentes de Israel podam cambiar as regras no meio do jogo agardando que a outra parte sega jogando com as velhas, mentres eles jogam com as novas. Esse tipo de acções, das que temos sido recentemente testigos, colocam inquestionavelmente a um grande segmento da população contra uma esquina sem saída, criando uma situação perigosamente imprevissível. A paz leva à paz, mas pelo mesmo, o extremismo engendra extremismo.

O autêntico perigo para a sociedade israeli não é uma dúzia de rapazes arrojando pedras mentres são violenta e ilegitimamente expulsados de uma casa em Hebron. A autêntica ameaça para o nosso país é a destrucção das instituições básicas, cujo motivo de ser se supõe que é proteger à gente mais que a aterrorizar. As decisões tomadas respeito a Beit HaShalom não estiveram baseadas na justiça, senão no puro terror judicial..


DAVID WILDER

12 Kislev 5769 / 9 Dezembro 2008

*Lembramos que David Wilder é portavoz oficial da comunidade judea de Hebron.

SOBRE A CEGUEIRA MORAL


A passada revolta de Acre foi a típica confrontação das cidades mixtas judeu-árabes, como Jerusalém, Nazareth e Lod. Mentres os sonhadores esquerdistas falam de coexistência pacífica, as gentes que vivem no terreno não se suportam mutuamente. Mais especificamente, uma porcentagem de gente de cada banda está radicalmente contra a outra.

A democracia é uma ficção: as massas são dirigidas em qualquer direcção por um punhado de activistas avezados. O rebanho de votantes desembaraça-se da responsabilidade paraa que tem sido chamado. Deixa-se conduzir às mais absurdas guerras, aceita o roubo governamental mediante a inflacção, e submete-se a qualquer decisão que os grupos de poder lhe imponham mediante o poder do Estado. Pouco importa que o 95% dos árabe-israelis pudessem viver em paz com os judeus; o cinco por cento restante faz o trabalho sujo.

O cometido governamental consiste em anular aos exaltados de forma eficaz. Esta é a maneira em que os EEUU trataram com os comunistas radicais e os negros criminais. Nada alenta tanto a conduta ánti-social como a ausência de um castigo exemplar. Os judeus, especialmente, deveriam ter aprendido esta lição: durante séculos as massas nos atacaram quando tiveram a certeza de que o Governo não moveria um dedo. Inclusso uma leve oposição policial era capaz de deter os pogromos imediatamente. Este enfoque tem funcionado em Israel durante décadas: dirigidos com luva de ferro, os árabes eram simpáticos para os judeus. A relaxação posterior a 1990 incitou a sua revolta.

Não é nada surprendente que a polícia de Haifa não estivesse preparada para os distúrbios. Os árabes que os provocaram, já intencionadamente já movidos pela maior das estupidezes, agiram em solitário ou no meio dum reduzidíssimo círculo de conspiradores. Só um árabe incitou à multidão através dos altavozes da mesquita, o qual não sugire que houvesse uma grande organização detrás. Normalmente, as revoltas a grande escala dos árabes são promovidas de forma oficial pelos oradores das mesquitas ou os dirigentes do Movimento Islâmico.

A polícia, conforme a isto, não foi avisada. Mas também não era necessário. Uns quantos agentes disparando ao ar teriam dispersado à muchedumbre, especialmente de terem anunciado que a suposta vítima árabe estava viva e desgraçadamente a salvo. Disparar pelotas de goma contra a multidão ainda teria sido mais efectivo. Mas levou-lhes duas horas chegar a pesar de que as estradas estavam vazias e suficientes polícias estavam em alerta durante o Yom Kippur. A própria ausência da polícia provocou aos árabes a desatar a sua violência.

As coisas ainda foram a pior quando os contingentes que figeram acto de presença rechaçaram disparar contra a massa de maleantes. A polícia não quere cair nas fauzes dos tribunais esquerdistas, sendo perseguidos por disparar contra árabes que “só” arrasaram propriedades judeas, dado que não acharam judeus pelas ruas. Os árabes interpretaram logicamente a inacção policial como um visto bom tácito e procederam à algarada.

A resposta dos judeus foi pintoresca. O vizindário de Ben Gurion em Acre não é uma comunidade especialmente jovem, mas ainda ficam judeus armados ali; muitos tomaram o permiso de Yom Kippur no exército. Porém, nem uma só arma foi utilizada ante a potencialmente perigosa massa árabe. Em vez disso, os judeus fecharam-se nas suas casas como soiam fazer durante os pogromos. A todos os efectos, os árabes anotaram-se uma vitória.

Quando a violência árabe remitiu, os judeus cobraram vingança contra algumas vivendas e negócios árabes isolados da área.

Em tanto ter expulsado aos ocupas árabes do homogêneo vizindário judeu teria sido uma ideia muito decente –e nada teria a ver com a defesa nem uma vingança significativa-, os autores, residentes nos vizindários árabes de Acre, saíram ilesos.

Ainda mais, resulta vergonhoso que os oficiais do Governo chamassem a ambas partes a pôr fim à violência, condeando-os por igual. Num Estado judeu, os judeus e os árabes, por definição, não são iguais. Olmert pode apresentar disculpas ao Movimento Islâmico Hamas todas as vezes que o deseje, mas não resulta errôneo que os árabes devam sofrer desigualdades num Estado judeu. Poderiam disfrutar de igualdade em Jordânia e Líbano –no caso de que pudesse ser garantida. Mentres os árabes sigam sendo residentes legais deste país, devem goçar de direitos pessoais e à propriedade –nesse, e só nesse, sentido são iguais aos judeus. Mas não é possível a igualdade política porque o Estado é judeu. Ainda mais, nem sequer têm direito equitativo à violência.

Num Estado judeu, os judeus têm direito a estar enfadados se os árabes se aglomeram no seu vizindário, e podem opôr-se aos ocupas árabes sem maior dano à sua integridade física ou propriedades. Os árabes carecem deste direito porque no nosso Estado os judeus podem assentar-se onde lhes pete.

Não há igualdade de violência entre os judeus que querem a sua terra e os árabes que querem a terra limpa de judeus. A confrontação tem como trasfundo as grandes guerras e inumeráveis pogromos que os árabes têm perpetrado contra os judeus. Se os árabes exigem direitos para os descendentes dos refugiados de 1948, deveriam admitir também as responsabilidades dos descendentes dos matarifes de 1948. Cada árabe residente no Estado de Israel tem um ascendente que assassinou e mutilou judeus. Naquela guerra o 2% dos judeus foi assassinado e o 10% ferido; isso vem sendo dez vezes as perdas que sofriram os EEUU na 2ª Guerra Mundial. Os árabes palestinianos já se adicavam a assassinar e mutilar judeus quando o Estado de Israel nem sequer estava planificado, a meiados do século XIX. A violência actual está enraizada na violência árabe dos passados cento cinqüenta anos.

Aos esquerdistas encanta-lhes prescindir das raízes. Os judeus desarraigados, desprovistos de judaísmo, volveram-se sionistas. A guerra árabe contra os judeus, desprovista das suas raízes, derivou em violência gangsteril, da que ambas partes levam a culpa. Suprimir as raízes é endêmico da esquerda porque possibilita experimentos de limpeça. O esquerdismo basea-se na planificação racional de coisas inerentemente irracionais como a economia, as sociedades, ou as relações exteriores. Mas como é possível explicar racionalmente os séculos de luta pela supervivência dos judeus? Como se pode construir uma sociedade árabe-judea quando essa sociedade está tingida de vermelho com o sangue judeu derramado pelos árabes?

Esquecede por um instante a mareante imoralidade de esquecer os gritos de vingança dos judeus mortos ou de perdoar um sangue derramado que não é o nosso. Qualquer solução árabe-judea que descarte a história passada nasce morta –mas se observamos adequadamente o curso da história, não há solução possível.

Os idiotas dizem que o passado não deve condicionar o futuro. Sim que o faz. Não existe mais futuro que o que se edifica sobre o passado.

A igualdade é outra forma de denominar à cegueira.



OBADIAH SHOHER

MATAR RESPEITOSAMENTE


Estou acostumado a receber correios não solicitados. Gentes de todas as partes do globo, de dúzias de países, compitem em insultar-me e ameaçar-me. Progres esquerdistas que procuram encasilhar a um inimigo que ódia o encasilhamento; religiosos judeus de direita que me abominam por tão só considerar a possibilidade de uma entidade palestiniana; teorizadores chiflados que querem que o mundo inteiro se una às suas opiniões pessoais sobre a propriedade da Terra Prometida. Estou acostumado a todos eles.

O que verdadeiramente me irrita são os elógios dos salvapátrias. Colhem coisas de aquí e de acolá nos meus escritos, e ficam só com os chamados a matar, aplaudem aos judeus que comem porco e violam aspectos das leis éticas do judaísmo, rapazes cristãos que nunca têm perdido um ser querido ou visto um cadavre, militares de salão que nunca tiveram que disparar a um branco humano ou partir-lhe os ósos. E todos eles querem matar árabes.

Israel tem goçado da fortuna de contar com primeiros ministros com uma ampla experiência militar. A experiência no campo de batalha pode convertir à gente em criminais, mas a maioria das vezes leva-os a ser pessoas consideradas com os demais. Estám preparados para matar, mas conhecem o valor da vida. Sempre intentarão tomar outras medidas antes de chegar à solução final. Não é casualidade que os ardentes guerreiros rematem sendo pacíficos primeiros ministros, como Begin e Sharon. Pelo contrário, os primeiros ministros com escasa experiência militar amiúde reagem de forma expansionista ou histericamente agressiva -como Rabin, que ordeou aos soldados judeus partir os braços de rapazes palestinianos durante a Intifada.

Devemos esforçar-nos em conhecer ao nosso inimigo e aniquilá-lo quando as demais vias fracassam. Não devemos demonizar o inimigo. Os muçulmãos, objectivamente, são o inimigo de Israel e de Occidente. Mas não são islamofascistas. O Islam é uma ideologia de participação comunal, muito afastada do totalitarismo fascista. Os muçulmãos não pretendem, na realidade, destruir a civilização occidental; sentem-se desorientados no meio das convulsões finais das suas sociedades patriarcais. Em termos práticos, não há diferência: o terrorismo é igual ao expansionismo muçulmão; nunca rematará, e deve ser confrontado por todos os meios ao alcanço. Isso não converte aos muçulmãos no diablo: Occidente assassinou civis a muito maior escala; os judeus dirigiram muitos ataques terroristas durante o período do Mandato e inventaram o seqüestro de aviões e a toma de reféns. Os adolescentes judeus e cristãos combateram motivados ideologicamente exactamente igual que o fazem agora os muçulmãos, e emprenderam missões suicidas que nós qualificamos de heróicas.

Os muçulmãos são os nossos inimigos, mas combatem heroicamente. Deamos aos seus soldados as honras que merecem.

Os EEUU cooperaram com os soviéticos contra os názis, de igual modo que nós estamos prestos para aliar-nos com quem for para destruir ideologicamente ao inimigo muçulmão e confrontá-lo militarmente.

Mas, não o esqueçades: alguns dos nossos aliados são o diablo.



OBADIAH SHOHER


E dixo-lhes [Moisês]: “Assim dixo HaSheem, Deus de Israel: ponha cada um a sua espada ao costado! Passade e repassade pelo campamento de porta em porta e matade cada um ao próprio irmão, ao próprio companheiro, ao próprio parente!”. E os filhos de Levi figeram conforme a palabra de Moisês; e naquele dia cairam do povo uns trêss milheiros de homens. E dixo Moisês: “Consagrade-vos hoje a Deus pois cada um tem procedido contra o seu filho e contra o seu irmão, para que Ele vos dea hoje benção” (Éxodo 32:27-29)

Os rabinos ateus adoram o conceito de pikuah nefesh * que é tão gratamente progressista: a vida é valiosa por riba de todas as coisas. Os outros, os rabinos bem formados, entendem que essa interpretação é disparatada mas a admitem, porque assim se podem abster de passar à acção política, ostensivelmente no que a salvar vidas se refere. Inclusso Meir Kahane condescendeu parcialmente ante essa interpretação, e declarou que ele não era partidário de impôr alguns valores judaicos aos judeus por temor a desatar uma guerra civil.

O problema de Gaza que afrontamos actualmente tem um precedente histórico. Arredor de 35 séculos atrás, quando abandoamos Egipto, “Deus conduxo-os não pelo caminho da terra dos filistinos, apesar de que estava mais próximo”, mas para Deus: “não seja que por ventura a gente se arrependa em quanto presinta guerra e regresse a Egipto””. Não é que os árabes actuais tenham nada a ver com os antigos filistinos, mas a analogia mantem-se. Aquí jaz a morte da malversada pikuah nefesh: “não seja que a gente se arrependa em quanto presinta guerra”. A guerra, pela sua natureza, tem prioridade sobre as vidas. Isso rege não só para as guerras directamente sancionadas por Deus, senão para qualquer guerra que os judeus decidam afrontar, inclusso as guerras de expansão, como as do Rei David. Deus dificilmente observava a pikuah nefesh quando massacrou aos primogênitos egípcios, ou os judeus quando acabaram com os já inofensivos babilônios em Purim e com os judeus progres na guerra civil que celebramos cada Hanuká.

Se a vida debe prevalecer sobre todos os valores, daquela os judeus deveriam pensar em converter-se ao Islam (que, sem dúvida, não é idólatra) e salvar-se das guerras com os árabes. Josué Bin Nun passava bastante da pikuah nefesh quando incitou aos hebreus a cruzar o Rio Jordão e lutar contra os canaanitas. Frequentemente, não matar ao inimigo árabe supõe permitir que sejam eles quem assasinem judeus, assim seja no futuro. Não importa se os inimigos estám no correcto; Amalek provavelmente agia correctamente defendendo o seu território contra os refugiados hebreus procedentes de Egipto. Em termos de salvar vidas, o nosso único objectivo debe ser salvar as vidas dos judeus razoavelmente rectos –mas eles devem demonstrar a sua rectitude estando dispostos a matar e pôr em risco as suas vidas em aras dos valores da judeidade.

Os rabinos ignorantes aludem ao facto de que um só debe pôr em risco a sua vida para abster-se de cometer idolatria, incesto ou assassinato; pouco importa que eles practiquem idolatria continuamente e admitam a assimilação, que não é melhor que o incesto. Essa regra aplica-se aos judeus observantes. A tradição judea economiza em palavras; escrita de maneira explícita, a regra deveria ser algo semelhante a isto: “Um observante judeu só debe arriscar a sua vida se se vê forçado a cometer idolatria, incesto ou assassinato”. Os judeus apóstatas serão executados da forma habitual. Se a apostasia é pública, executá-los é uma obriga religiosa de primeiro rango; não se requere o veredicto de nenhum tribunal. Pinjás ganhou-se a benção eterna para os seus descendentes quando matou a um judeu que casara pacificamente com uma shiksa **.

De forma contrária à pikuah nefesh, a Torá não valora todas as vidas, senão só a vida das pessoas razoavelmente rectas: defende-os com uma eficácia brutal “golpe por golpe”. A Torá não duvida em promulgar castigos capitais para os actos criminais, a violação do Shabat, a imoralidade religiosa, e outras variantes de conduta ánti-judaica. Os judeus são convocados a aceitar a morte antes de serem obrigados a violar em público qualquer Mandamento. “Em público” refere-se a na presença de ao menos 10 pessoas. Quanto elogiamos esse tipo de judeus no Livro dos Macabeus!

Os sábios talmúdicos acrescentaram de forma enorme o número de ofensas capitais. Os rabinos mais razoáveis detalharam como pendurar, asfixiar, queimar, decapitar e lapidar aos ofensores. Seguramente se amosariam algo surprendidos se soubessem que “salvar vidas é o principal mandamento da Torá”. Estritamente falando, tal mandamento nem sequer existe. Em tempos recentes, o absolutamente autorizado Orach Chaim, baseado no Talmud, estabelece que os judeus devem combater inclusso em Shabat se o inimigo quere “palha ou erva”. Os rabinos progres deveriam lêr isto: os judeus devem matar aos inimigos em qualquer conflito, por cima do valor duma disputa por “palha ou erva”. As autoridades religiosas judeas desde Moisês, passando por Maimónides até o Rav Kook, estabeleceram que as vidas carecem de valor algum quando os interesses nacionais judeus estám em perigo.

Deus coincide. Ele puido salvar muitas vidas sementando no coração dos canaanitas a ideia de abandoar a terra. De facto, assim o fixo em 1948. Deus, sem embargo, ordeou aos hebreus libertar um espaço para eles, perdendo na empresa a muitos dos nossos e matando a muitos canaanitas no processo.

A Deus, que nos ordeou aniquilar a Amalek, importavam-lhe as vidas?
Tratando de emulá-lo: devem importar-nos a nós?



OBADIAH SHOHER



* Pikuah Nefesh: Soe-se traduzir como a obriga de salvar a vida em perigo, e deriva do versículo do Levítico 19:16, “Não serás indiferente ao sangue do teu vizinho”.

** [Um dos fragmentos mais controvertidos da Torá é o de Números 25:10-30, referido à apostasia israelita em Shittim. Conhecida como a Parshat de Pinjás, narra como HaSheem em recompensa pelo seu acto intrépido (executar a Zimri e Kozbi, a princesa midianita) outorga a sua benção à descendência de Pinjás].


Apesar de todos os seus fracassos, Bush tem uma oportunidade de ficar na História como um Presidente decente. A sua defesa como político está perdida: os Democratas barrerão as suas políticas. Bush fracassou no recurte de taxas, na imigração ilegal, na guerra contra o terror. Com uma simples orde executiva, porém, poderia ainda deixar a sua pegada na História: bombardeando as instalações nucleares de Iran.

Olmert perdeu a Guerra do Líbano. Está implicado na mais vergonhosa das expulsões de judeus de Gaza. A sua política ánti-terrorista só tem conduzido à histéria. Porém, Olmert poderia ocupar na História um sítio ao lado de Menachem Begin: bombardeando as instalações nucleares de Iran.

O plutônio descoberto em Iran proporciona uma razão mais que suficiente para o ataque. O plutônio abastece armamento, não reactores nucleares de uso civil.

Depois de ter destruído o reactor de Osirak, o Governo Israeli dixo: “Chamamos uma vez mais a desistir nesta horrível e inhumana carreira. Baixo nenhuma circunstância permitiremos que um inimigo desenvolva armamento de destrucção massiva contra o nosso povo”.

Olmert e Bush não têm já nada que perder, e sim muito que ganhar bombardeando Iran.

OBADIAH SHOHER

MURADO


“Palestina es parte de la sociedad occidental, una especie de Italia de los años 70, en ocasiones irritantemente tradicional y otra encantadoramente tradicional, pero perfectamente reconocible. Israel es un país extraño, el experimento socio-político más extremo del nacionalismo étnico de los años 20; gira únicamente en torno a sí misma, siempre excluyendo al resto del mundo. Una de las cosas más inquietantes de Israel es la inmensa xenofobia que existe contra el extranjero (ya no digo el árabe), una xenofobia que se alimenta constantemente en los medios y en la educación”.

“Lo que hay que cambiar no es a los palestinos, sino a los israelíes, convertir sus leyes en leyes verdaderamente democráticas”.

“A vida em Cisjordânia e Gaza é como viver num cárcere gigantesco”.

“Israel, ao igual que a Sudáfrica do apartheid, é uma democracia só formal”.

Trata-se de umas declarações do assassino árabe em série Kuntar? São parágrafos extraídos de uma conferência do ánti-sionista Sternhell? Do próprio Abbu Mazen talvez? Não! Qualquer de eles minte menos em dez linhas.

Entresacadas de entrevistas realizadas em A Nosa Terra, Vieiros e outros médios pró-israelis, estas joias pertencem ao intelectual espanhol assalariado (“ademáis é de Lugo”) do grupo PRISA, Miguel Asno Murado, que depõe na edição de hoje de “La Coz de Galicia” a seguinte excrecência: "Oh, Hebron"

O nosso cretino favorito destes últimos meses refere-se aos resistentes de Beit HaShalom como um cônclave de fundamentalistas violentos e barbudos armados “hasta los dientes” –mas as mulheres judeas que resistiram na casa de Hebron (e que constituiram a maioria dos ali fechados), para além de ser-vos bem guapas não portavam arma alguma.

Longe de conformar-se com mentir e insultar, como bom judeófobo, chegando a mofar-se dos lugares sagrados do judaísmo, este pimpolho exalumno dos Jesuítas reproduze a patranha, cuja falsidade está mais que demonstrada, do suposto operativo no que o Dr. Baruch Goldstein, HY’D, morreu linchado pela multidão árabe que se preparava para iniciar um novo pogromo em Hebron no ano 1994, tras abatir a tiros a 29 árabes e ferir a mais de um cento. Nem Steve Rambo é equiparável ao desafortunado Dr. Goldstein.

A este tarugo –o rosto, certamente, às vezes é um espelho da alma- que esteve vários anos de vacações pagas num 5 estrelas de Jerusalém a soldo da UNRWA, esse ente fagotizado por HAMAS, e que de maior quere ser como Arturito Pérez-Reverte, com o seu chalequinho de “intrépido periodista” e tudo, alguém deveria aconselhar-lhe (por exemplo os seus papás ou os seus amiguetes da AELG) que se adique a outra coisa, dado que a objectividade que se presupõe ao ofício de periodista e historiador está claro que é um dom do que ele careze. São ofícios que lhe vêm algo grandes de talha. Quedava bem melhor quando emborronava guiões para “Mareas vivas” e “Pratos combinados”.

Eu proponho que Touriño e Quintana lhe deam algo na trapalhada faraônica essa da Cidade da Cultura ou por aí, que total com a milhonada de cartos que já levam ali dilapidados pouco se há notar.

E parecia tão parvo e modosito este Murado quando saiu de Lugo a converter-se em todo um homem…


SOPHIA L. FREIRE

10 Kislev 5769 / 7 Dezembro 2008

OUTRA HANUKÁ


“As pessoas sensíveis não sabiam como classificá-lo. Alguns consideravam-no uma simples e humilde pessoa, mentres outros diziam que era um louco” (Políbio, “Histórias” 26:1). Fala de Antíoco Epifanes, não de Ahmadineyad.

Existem uma grande quantidade de pros e contras no bombardeo das instalações nucleares iranianas. Numa situação semelhante em 1981, Menachem Begin teve a sorte de ir perdendo na carreira eleitoral e, temeroso da indecisão militar da esquerda se chegavam ao poder, finalmente decidiu atacar o reactor iraqui. Hoje em dia, os israelis nem sequer têm tempo para destronar a Olmert e conduzir, digamos, a Netanyahu ao poder –assumindo que Netanyahu ou Lieberman bombardeariam Iran.

Rezelosos de cumprir com o dever cívico de controlar o Governo, os israelis cifram as suas esperanças para a solução iraniana nos EEUU. Não dará resultado. Em 1981, os EEUU, junto com todos os demais, condearam o ataque de Israel contra Osirak. Bush não é mais falcão que Reagan –embora sim mais imprudente. Em 1981, Iraq era o aliado dos EEUU contra Iran. Actualmente, James Baker corteja a Iran na procura de ajuda para reducir a violência sectária em Iraq. Atacar Iran é uma aposta politicamente nefasta para os EEUU.

A bomba nuclear iraniana supõe um perigo muito moderado para os EEUU. Inclusso os ayatolas são o suficientemente sensatos como para evitar bombardear os EEUU. Em todo caso, Iran proporcionaria um escudo nuclear para que Síria, Hezbolah e Hamas agissem contra Israel sem temor duma insuportável repressália com um cenário estilo Líbano-2006. Para alecionar a outros muçulmãos, Iran deveria bombardear uma cidade sunita em Iraq, mas isso seria basicamente fazilitar as coisas aos EEUU, que veriam como a guerra civil que patrocinam em Iraq se converteria na continuação do latente conflito Iran-Iraq.

O respaldo ou o apoio explícito dos EEUU não semelha iminente. Iran é o mais destacado assunto na agenda de Israel. E não deveríamos agardar que outros façam o trabalho por nós.

OBADIAH SHOHER


Humilhados pela fazilidade com que a polícia os expulsou da Casa da Paz, os colonos e radicais projectam o seu descontento contra os árabes da localidade. De forma inusual, os estudantes da yeshiva de Kiryat Arba uniram-se aos Jóvenes das Colinas para fazer o vândalo com as propriedades que os inimigos palestinianos retêm de forma ilegal em território judeu e nos arrededores de Hebron.

Um número ainda indeterminado de casas árabes foram atacadas, e os jóvenes judeus peleam com os árabes. Ambos bandos acribilham-se uns a outros com pedras. Há encontros isolados com a polícia militar.

O incidente dos diparos já foi aclarado. Não se tratou de um enlouquecido colono judeu disparando munição contra indefensos palestinianos, senão um judeu que defendeu aos seus amigos ante o ataque com pelotas de goma duma multidão árabe. Dacordo com a lei jalájica, esteve plenamente legitimado a disparar contra a multidão atacante com munição real sem necessidade de utilizar munição não-letal. À tarde os árabes começaram disparar também às vivendas dos judeus.

Abu Mazen felicitou-se pela expulsão dos judeus da Casa da Paz e exigiu ao Governo israeli que expulse a todos os judeus de Hebron. O Coordinador da ONU para o Meio Leste também justificou a violência utilizada contra os judeus, com palavras muito altosoantes -que não utiliza jamais, porém, para referir-se aos ataques com foguetes dos palestinianos sobre as povoações israelis.

Para além dos de sempre (Barak, Peres, Livni, Kadima, Avodah, Meretz), o Likud e Israel Beitenu –o partido de Lieberman- criticaram também a violência dos colonos, chamando-os a evitar qualquer oposição às tropas. O Shas opujo-se de maneira consistente à expulsão –de facto, o único parlamentário da Knesset que se uniu aos defensores foi um membro de Shas.

Barak dou a orde de atacar inclusso antes de sentar-se a negociar com o Conselho de Assentamentos; oencontro não foi mais que uma curtinha de fume para ganhar tempo com os preparativos policiais.

As IDF estabeleceram centos de controlos arredor dos assentamentos e cruzes de Judea e Samaria para evitar que outros colonos se unissem às protestas ou pudessem fazer chegar ajuda aos hebronitas.

OBADIAH SHOHER

8 Kislev 5769 / 5 Dezembro 2008

REGRESSO A JUDEA


A antiga divisão do fogar judeu em Israel e Judea não foi casual, senão uma característica incorporada do modo de vida judeu. Para os judeus manter os princípios diferencia-os do resto do mundo, devemos permanecer separados, “o povo que vive separado”. Os nossos princípios não vam contra a ética pagana, senão que vam bastante para além. Os nossos princípios, maiormente, não são idealistas senão perfectamente adequados para a vida no mundo real. Os judeus, portanto, não necessitamos isolar-nos em comunidades monacais, senão relacionar-nos com outros povos num grau considerável. Sem embargo, uma relação excessiva conduze à assimilação cultural.

Em qualquer economia, os maiores benefícios procedem geralmente do comércio com sócios estrangeiros, porque as diferências económicas se incrementam com a distância, e a eficácia informativa (o conhecimento do mercado local) diminue. As economias exitosas estám sempre abertas ao comércio com o exterior. Mas com o comércio exterior, sem embargo, vem a influência exterior. A persa e helênica antes, a estadounidense agora. Os estratos judeus de mentalidade economicista estám sempre abertos à influência externa. Esse tipo de judeus prosperam e convertem-se em objectivos muito atractivos: para os invassores antes, para a colonização económica e, portanto, cultural agora. A gente feliz e próspera não é combativa, nem zelosa dos seus valores, sucumbindo rapidamente à invassão ou à assimilação.

Não existe um motivo racional para que os judeus educados e produtivos permaneçam em Israel pudendo ganhar muitas vezes mais do que ganham aquí nos países gentis. Uma ou duas gerações de judeus nascidos em Israel ainda permanecerão aquí por inércia, mas a inércia é algo que erosiona a grande velozidade. Os judeus dos EEUU, de modo semelhante, mantiveram a sua identidade durante duas gerações antes de abandoar o seu judaísmo, e foram universalmente assimilados a partir da terceira e quarta gerações. Trabalhar para mercados estrangeiros, depois trabalhar no estrangeiro, e por fim emigrar definitivamente ao estrangeiro é a tendência para as próximas duas décadas.

Os judeus menos produtivos permanecerão em Israel: os judeus ultraortodoxos esponsorizados pela diáspora, os negros e muitos judeus sefardis, junto com outros. O seu Estado será semelhante a Judea, um zeloso Estado pobre nas áridas colinas, perseverando em existir uma vez que Israel tenha desaparecido. Como a antiga Judea, o Estado moderno rematará convertendo-se num protectorado ou numa autonomia administrativa baixo controlo estrangeiro.


A menos, por suposto, que os judeus observem os Mandamentos e se anexionem

a Terra Prometida agora.