AO MELHOR NÃO FAZEM NADA


A operação de Gaza vêm introduzir câmbios significativos para os judeus. Os árabe-israelis não tiveram medo de montar algaradas em resposta à guerra. A própria Livni aceita agora a necessidade de transferir a quinta coluna ao seu autêntico país.

Embora a comunidade internacional respondeu com as suas habituais maneiras ánti-semitas -e exerceu pressão para rematar a violência só quando Israel respostou à violência- as condeias foram excepcionalmente moderadas, na medida em que Israel não tem feito nem caso. Em vez do que vinha sendo habitual, os judeus sensíveis preocuparam-se desta vez em prestar atenção a países como Rússia, que bombardeou cidades chechenas e georgianas passando de críticas –embora não tiveram empacho em se indignar com Israel.

A atenuada resposta mundial não significa que aceitem o direito israeli de defesa. O mundo não está preocupado pelo auge da militância islamista: Hezbolá é bem recebida nas capitais europeias. O que se passa, mais bem, é que a dirigência política de Europa e os países árabes afins opõem-se a Hamas, porque se trata dum movimento genuinamente revolucionário. Contrariamente ao que acaece com muitos golpistas de meio pélo e com os guerrilheiros latinoamericanos, Hamas propõe câmbios autênticos: um governo honesto baseado em princípios não-occidentais. Contrariamente, também, aos partidos europeus, que alfombram o seu caminho face a conquista do poder com ajudas dos mass media e não diferem uns dos outros na prática, Hamas é genuinamente diferente e popular. Portanto, um pode estar em desacordo com o estilo talibám dos nossos inimigos palestinianos, mas por algum extranho motivo moral ressultam molestos aos corruptos políticos europeus e aos gangsters de Fatah.

Egipto acha-se isolado no mundo árabe pela sua absoluta concurrência com Israel em contra de Hamas. O Governo de Mubarak prega-se a Israel porque Hosni necessita o apoio dos EEUU para ceder os trastos ao seu filho Gamal, eliminar aos Irmãos Muçulmãos e evitar a celebração de eleições democráticas que levassem ao referido grupo islamista ao poder. A solução dos “Dois Estados” vai sendo progressivamente assumida como algo já obsoleto. Os dirigentes mundiais percibem que Hamas não vai poder ser erradicada. Se o Governo egípcio fracassou no intento de extirpar aos Irmãos Muçulmãos com todo tipo de medidas indecorosas, Israel tem ainda menos opções com os seus vástagos de Hamas. Dependente de Iran e dos genuínos valores do Islám, Hamas não vai fazer em breve as pazes com Israel nem vai consentir que as faça Fatah. Desde Bush Sr. e Clinton, a burocracia política dos EEUU renunciou a aplicar as ideias de Carter dos “lutadores pela liberdade palestinianos” e passou gradualmente a conteplá-los como repugnantes terroristas pouco propícios para as mesas de negociação. O tema “palestiniano” vai perdendo fol entre os esquerdistas, e os judeus progres vam percebendo que o dos “dois Estados para dois povos” iguala ao povo judeu com os insignificantes árabes do Levante.

Arábia Saudi, principal valedora do acordo entre israelis e palestinianos ante a Administração USA, tem preocupações avondo com o Iran nuclear e presta escassa atenção ao Levante. O Governo judeu observa que os árabe-israelis –um terço da juventude de Israel- não são já uma ameaça demográfica menos significativa que a dos árabes do West Bank, e que a desconexão de Judea e Samaria não ressolve nada. As negociações com Fatah sobre os blocos de assentamentos acham-se em ponto morto: evacuar 150.000 judeus é politicamente impossível, e as vilas judeas e árabes estám tão interpermeabilizadas que pensar em as separar com fronteiras ressulta impossível.

Israel tem uma pequena esperança de ser deixada por fim só, e de que continue o status quo.


OBADIAH SHOHER

0 comentarios: