GAZA, MANUAL DE USO PARA PROGRES


A operação por terra em Gaza dispara o coro de “progressistas” chamando a negociar e fazer concessões a Hamas. O extrano fenómeno dos progressistas reclamando legitimação, concessões e tratados de paz com os mais odiosos, repressivos e reaccionários regimes não é nada novo. No verão de 1939, o daquela “campião” do campo progressista –a URSS- asinou um tratado de paz com a Alemanha Nacional Socialista. Mentres alguns progres não estavam demassiado contentos com este pacto, a maioria exaltava as virtudes da “coexistência pacífica”. Naqueles dias, essa actitude era conhecida pelos bem pensantes como “a correcta posição dos marxista-leninistas”. Hoje em dia, provavelmente, qualificaria-se como o “politicamente correcto” ou “progressista”.


O discurso progressista dos nossos dias semelha ter-se fusionado numa vissão politicamente correcta e única no que respecta a Hamas. Nomeadamente, que é necessário chegar à paz, negociar e apoiar a sorte desta organização genocida e reaccionária. Ao igual que a opinião progre em 1939 respeito o pacto Molotov-Von Ribbentrop, a posição actual basea-se na ignorância deliberada dos factos e na bancarrota moral. Mas a diferência do que se passava em 1939, a opinião politicamente correcta já não vem forçada por um aparelho repressivo internacional que toma repressálias contra os “desviacionistas” com um pica-gelos, no caso de que tenham uma opinião “equivocada”. O pulo do conformismo intelectual é tão potente que inclusso pessoas teoricamente decentes vem-se atrapadas pela tendência de moda de legitimar a um grupo criminal que predica o ódio razial, e que ao mesmo tempo saboteia qualquer opção de paz para o Meio Leste.


O caso mais extremo poderia ser o que representa a franquícia norteamericana do MERETZ. Extremo não porque as suas afirmações sejam extremas, senão porque o Meretz diz ser uma organização sionista. Consideremos o seu posicionamento sobre a crise de Gaza, que inclui esta joia: “Nem o Governo de Israel nem Hamas estám a salvo da crítica”. Literalmente a afirmação é certa. Ninguém está exento de crítica. Inclusso a Mãe Teresa, provavelmente, matou algumas moscas inecessariamente e teve alguns pensamentos pouco sagrados. Mas igualar a Israel com Hamas, e atenuar a natureza de Hamas é um atentado contra a decência, a linguagem e a lógica. Hamas é uma organização que insiste na autenticidade do libelo dos “Protocolos dos Sábios de Sião”. Hamas proclama que todos os judeus devem ser assassinados antes do Dia do Juízo, que os sionistas e os francmasões são culpáveis de todas as catástrofes, como a Revolução Francesa, e que o único caminho transitável é o da Yihad. A única diferência entre Hamas e a Alemanha de 1939 é que Hamas carece de Panzers ou Luftwaffe…de momento.


Meretz faz uma segunda petição que exige, entre outras coisas, negociações directas com Hamas. Literalmente:


A Executiva de Meretz condeia o assassinato de palestinianos inocentes. Inclusso uma acção para deter o terrorismo contra as comunidades israelis que circundam Gaza não justifica golpear aos inocentes”.




Desgraçadamnte, ainda não se tem achado uma forma de librar uma guerra onde não morram algumas pessoas inocentes. Ainda é mais dificil em Gaza, dado que os terroristas de Hamas se agacham em hospitais e mesquitas, e Hamas tem declarado o seu entusiasmo por utilizar escudos humanos. Poderia ter sido eliminado o Nazismo sem que se produzissem baixas civis? É muito irônico, para além disso, escuitar aos progressistas deleznando a morte de gente inocente. Depois de tudo, quem aplicou concienzudamente aquilo de que o fim justifica os meios e que “são necessários muitos sacrifícios para o trunfo da Revolução”?


O exército de apologetas de Hamas manifesta-se com distintos matizes, ao igual que se passava com o exército de apologetas da URSS. Tom Carew de Safra VeSaifa explica algumas das linhas de pensamento que subjazem nas protestas dalguns groupies e companheiros de viagem de Hamas. “O diálogo sempre é possível”. O povo ocupado está “oprimido” e, portanto, legitimado para fazer o que queira. Pela sua banda, Hamas não escatima esforços para manifestar o que todo o mudno sabe, que eles nunca assinarão a paz com Israel baxio nenhuma circunstância. Estám, isso sim, dispostos a pactar uma trégua de dez anos se Israel se retira às fronteiras de 1948 E permite que vários milhões de “refugiados” palestinianos regressem a Israel.


Eric Lee, antigo membro do Kibbutz Ein-Dor, afiliado ao Partido Meretz, e actualmente activista do sindicato laborista britânico (um “activista” da variedade dos que não arrojam bombas) é um genuíno progressista. Pouca gente, e certamente não os socialistas de salão estilo britânico, têm umas melhores credenciais de autêntico progressista. Velaqui o que escreveu sobre a operação israeli em Gaza:


Esta batalha é o último escalão de uma guerra cujo trasfundo é se se pode consentir a existência de um ESTADO JUDEU na terra de Israel. Neste ponto, tanto os dirigentes de Hamas como os israelis estám dacordo.

É esta batalha a final desta guerra? O conflito de décadas entre Israel enos seus vizinhos árabes está chegando ao seu fim. E Israel tem ganhado.

A primeira e principal conseqüência das vitórias militares israelis foi o acordo de paz com Egipto. Era o exército egípcio, mais que qualquer outra coisa, o que supunha uma ameaçaexistencial para Israel. Uma vez fóra do mapa, uma vitoria árabe numa guerra prolongada já não era possivel.


Isto foi seguido, uma década depois, pela decisão da OLP de abraçar a solução dos dois Estados, que levou directamente aos Acordos de Oslo. Israel acha-se agora na extraordinária situação de ter ao seu antigo inimigo, Fatah, como aliado estratégico.


É neste contexto que a debilidade de Hamas e o seu isolamento devem ser entendidos. São débeis porque constituim o último reducto do que no seu dia foi um temível inimigo –um inimigo que podia despregar divisões em várias frontes, e cujos tanques e aviões ameaçavam com alcançar Tel Aviv.


A derrota de Hamas e a reinserção do controlo sobre Gaza pela Autoridade Palestiniana –possivelmente reforçada por uma força pacificadora pan-árabe, que incluiria tropas egípcias- é o mais provável ressultado do combate actual.


Se isto for assim, as condições para retomar o processo de paz ao longo de 2009 estariam dadas. Com um Governo de Kadima-Laboristas no poder em Jerusalém e Obama na Casa Branca, e Fatah controlando ambas partes dos territórios palestinianos, estaríamos ante a melhor oportunidadedos últimos anos para um acordo final arredor da solução dos dois Estados
”.



O balanço para uma pessoa normal é que Hamas não está a favor do progresso, senão que é reaccionária. Não lutam para libertar a ninguém, senão para submeter ao povo palestiniano, e a ser possível também ao israeli, baixo uma radical tirania repressiva islamista. O balanço para aqueles que realmente estejam preocupados pela paz é que não existe caminho para a paz mentres Hamas dirija os destinos de Gaza, e que nunca haverá paz se –como Meretz e outros exigem- Israel ou outros países legitimam a Hamas mediante negociações directas.


Nenhuma pessoa normal nem um Governo responsável quere a guerra, mas a situação no Negev occidental tem derivado em algo absolutamente intolerável. A Hamas e os outros grupos terroristas tem-se-lhes dado todas as oportunidades para viver em paz ou encontrar um modus vivendi ao longo de três anos. Em vez disso, Hamas incrementou gradualmente a chuva de missis e o fogo de morteiros conseguindo que cada novo nível da sua escalada de terror rematasse convertendo-se em algo “tolerável”. E foram capazes de fazê-lo, em grande parte, graças ao coro dos progressistas, que insistiam em que existia a perspectiva duma solução negociada e que a resposta militar não tinha sentido. Ehud Barak, que é retratado comendo crianças e bebendo o sangue do povo palestiniano pelos caricaturistas ánti-semitas de Europa, arriscou a sua carreira política respaldando uma trégua com Hamas, ao igual que sacrificou a sua carreira política no ano 2000 procurando tenazmente um acordo de paz. O ressultado da trégua, que Hamas rompeu unilateralmente, foi que Hamas incrementou a sua capazidade balística para alcançar as grandes cidades israelis. Não satisfeitos com isso, Hamas insistiu em que só renovariam a trégua se Israel permitia que importassem armas sem supervisão de nenhum tipo. Com os missis caíndo a diário nas povoações israelis, alguns membros da Knesset propujeram enjuizar a Ehud Barak por traição. Poucos países teriam sido tão “sensíveis” às concessões humanitárias ou retrassado tanto uma resposta armada como fixo Israel.


Meretz e todo o mundo é plenamente conscente de que não é possível afrontar uma guerra sem baixas de civis inocentes. Portanto, quando exigem que nenhum civil ressulte ferido, o que de facto fazem é proibir a Israel que se defenda baixo nenhuma circunstância. Se esta operação militar tivesse acaecido um ano atrás, sem dúvida que teria suposto uma perda de vidas menor tanto para os palestinianos como para os israelis. Este é o preço da defesa que de Hamas têm feito os progressistas, ao igual que o preço de tratar de aplacr aos názis foi o horror da 2ª Guerra Mundial.


Se os progressistas querem achar alguém a quem botar as culpas pela matança de Gaza, só necessitam olhar-se no espelho.

AMI ISSEROFF

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