MATÃO DE BAIRRO

Recuperamos hoje, para dar começo à semana, este tremendo tema de Bob Zimmerman (a.k.a. Bob Dylan), aparecido em 1983 no seu álbum "Infidels". O tema foi composto aos poucos meses do ataque preventivo de Israel contra as instalações nucleares iraquis de Osirak.

Trepidante hino para pôr como música de fundo de maneira permanente ante os acontecimentos destas últimas semanas na Terra de Israel.

Bravo por Bob, let's rock!


NEIGHBORHOOD BULLY





A seguir reproduzimos a letra e a tradução.

NEIGHBORHOOD BULLY


Well, the neighborhood bully, he's just one man
His enemies say he's on their land
They got him outnumbered about a million to one
He got no place to escape to, no place to run He's the neighborhood bully.

The neighborhood bully he just lives to survive
He's criticized and condemned for being alive

He's not supposed to fight back, he's supposed to have thick skin
He's supposed to lay down and die when his door is kicked in
He's the neighborhood bully.

The neighborhood bully been driven out of every land
He's wandered the earth an exiled man
Seen his family scattered, his people hounded and torn
He's always on trial for just being born

He's the neighborhood bully.

Well, he knocked out a lynch mob, he was criticized
Old women condemned him, said he could apologize
Then he destroyed a bomb factory, nobody was glad
The bombs were meant for him. He was supposed to feel bad
He's the neighborhood bully.

Well, the chances are against it, and the odds are slim
That he'll live by the rules that the world makes for him
'Cause there's a noose at his neck and a gun at his back
And a licence to kill him is given out to every maniac
He's the neighborhood bully.

Well, he got no allies to really speak of
What he gets he must pay for, he don't get it out of love
He buys obsolete weapons and he won't be denied

But no one sends flesh and blood to fight by his side
He's the neighborhood bully.

Well, he's surrounded by pacifists who all want peace
They pray for it nightly that the bloodshed must cease
Now, they wouldn't hurt a fly. To hurt one they would weep
They lay and they wait for this bully to fall asleep
He's the neighborhood bully.

Every empire that's enslaved him is gone
Egypt and Rome, even the great Babylon
He's made a garden of paradise in the desert sand
In bed with nobody, under no one's command
He's the neighborhood bully.

Now his holiest books have been trampled upon
No contract that he signed was worth that what it was written on
He took the crumbs of the world and he turned it into wealth
Took sickness and disease and he turned it into health

He's the neighborhood bully.

What's anybody indebted to him for ?
Nothing, they say. He just likes to cause war
Pride and prejudice and superstition indeed
They wait for this bully like a dog waits to feed

He's the neighborhood bully.

What has he done to wear so many scars ?
Does he change the course of rivers ? Does he pollute the moon and stars ?
Neighborhood bully, standing on the hill
Running out the clock, time standing still
Neighborhood bully.


MATÃO DE BAIRRO


Bom, o matão do bairro é só um homem,

os seus inimigos dizem que está na terra de eles.

Superam-no em número como um milhão a um,

não tem lugar para fogir, lugar para correr,

ele é o matão do bairro.

O matão do bairro só vive para sobreviver,

é criticado e condeado por estar vivo,

não deve devolver os golpes, supõe-se que

tem a pele grossa,

supõe-se que debe tumbar-se e morrer quando

rompam a sua porta.

Ele é o matão do bairro.

O matão do bairro foi expulso de todas as terras,

tem vagado pelo mundo, um homem exiliado.

Tem olhado a sua família dispersada, a sua gente caçada e desgarrada,

está sempre submetido a juízo só por ter nascido.

Ele é o matão do bairro.

Bom, golpeou a uma multidão linchadora, foi criticado,

velhas mulheres condearam-no, dixeram que tinha que se desculpar.

Depois destruiu uma fábrica de bombas, ninguém estava contento.

As bombas estavam destinadas a ele.

Supunha-se que se devia sentir mal.

Ele é o matão do bairro.

Bom, tudo está na sua contra e as posibiliaddes são

escassas

de que viva segundo as regras que o mundo faz

para ele,

porque tem um nudo ao pescoço e uma pistola

na sua espalda,

e uma licença para matá-lo dá-se-lhe a cada

maníaco.

Ele é o matão do bairro.

Na realidade, não tem aliados.

O que procura o deve pagar, não o consegue por amor.

Compra armas obsoletas e não será rechaçado,

mas ninguém manda carne e sangue para lutar junto ele.

Ele é o matão do bairro.

Bom, está arrodeado de pacifistas que só querem

paz,

reça, por isso à noite que o derramamento de sangue

remate.

Agora, não lastimariam nem a uma mosca.

Se lastimassem uma chorariam.

Tendem-se e agardam que este matão fique

durmido.

Ele é o matão do bairro.

Cada império que o escravizou desapareceu,

Egipto e Roma, inclusso a grande Babilônia.

Converteu a areia do deserto num jardim do paraíso,

na cama com ninguém, sob as ordes de ninguém.

Ele é o matão do bairro.

Agora os seus livros mais sagrados têm sido pisoteados,

nengum contrato que assinara val o papel no que fora escrito.

Tomou as migalhas do mundo e converteu-nas

em riqueça,

tomou enfermidade e andácio e converteu-nas

em saúde.

Ele é o matão do bairro.

Que lhe deve ninguém a ele?

Nada, dizem.

Só lhe gosta causar guerras.

Orgulho e prejuízo e superstição, na verdade,

agardam por este matão como o cão que agarda alimento.

Ele é o matão do bairro.

Que tem feito para amosar tantas cicatrizes?

Acaso câmbia o curso dos rios?

Acaso contamina a lua e as estrelas?

Matão do bairro, parado na colina,

Rematando o relógio, o tempo detendo-se.

Matão do bairro.

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