MEUS GLORIOSOS IRMÃOS


Israel esteve em guerra outra vez. Novamente asistimos ao consenso sobre a necessidade desta guerra. Também presenciámos o vergonhoso fenómeno dalguns israelis identificando-se com os seus inimigos, e inclusso erguendo as suas bandeiras, com o consentimento da Corte Suprema e da polícia.

Vimos patriotas israelis que, com orgulho, suportam a cárrega e pagam o preço de conviver com o inimigo. Temos visto diafanamente o alto preço pagado pelos que vivem em Judea, Samaria e Gaza, entre os caídos. É impressionante e proporciona uma lição de humildade ao mesmo tempo, a forma em que as famílias dos caídos em serviço aceitam a sua dura perda como um preço a pagar pela honra de proteger e manter a seguridade de Israel.

Como colono de Ramat Aviv, no norte de Tel Aviv, descubro-me respeitosamente ante os meus gloriosos irmãos; esses que portam a bandeira da Terra de Israel e arriscam as suas vidas na batalha. Fica patente que uma educação sionista e nacional, combinada com o orgulho da nossa herdança, alimenta de valores e dedicação a toda a comunidade, e em muito maior medida que uma educação só baseada na necessidade individual.

Todos os que presenciaram o programa de TV “Politika”, o passado 6 de Janeiro, não puideram senão ficar atónitos ante as perguntas formuladas pelo presentador, Oded Shachar, insinuando a “morte” do sionismo. Doutra banda, também ficariam impressionados pelas resposta do Professor Ruth Gabizon, cujas opiniões pessoais não eram de “direitas”, mas sim de uma pessoa decididamente partidária do sionismo.

Na realidade israeli, é correcto classificar ao público entre sionistas e aqueles que despreçam o sionismo (agora denominados “post-sionistas”). A visão do sionismo é a autêntica resposta às fantasias retóricas dos de Paz Agora.

Muita gente sinte-se confundida pela divisão entre sionismo nacional e sionismo religioso. Alguém que se identifique como “nacional-religioso” imediatamente será enquadrado no campo nacional sionista. Mas não todos os que são nacional sionistas somos sionistas religiosos. O campo nacional sionista é muito mais amplo e não se limita só aos nacional-religiosos. Uma das distorsões mais comuns nos mass media israelis é a identificação criada entre “direita” e “religião”, e entre “colonos” e “religião”, como se não houver gente de direita ou colonos que não fossem religiosos.

Doutra banda, existe outro erro de conceito entre muita gente bem intencionada da comunidade nacional religiosa respeito os membros não-religiosos do denominado “Campo Laranja” –a crença de que não existe nenhum. A isto contribui o facto, inquestionável, de que o número de pessoas não-religiosas participantes nas manifestações do campo nacional sionista é pequeño. Mas quando essas manifestações giram arredor de um aspecto marcadamente religioso, e a linguagem dessas movilizações é religiosa –às vezes, inclusso, supondo a separação diferenciada entre manifestantes de ambos sexos- faz-se difícil para um sionista secular participar na mesma.

É neste contexto que fundámos o Partido Hatikva, para proporcionar um referente aos votantes seculares do campo laranja, mas não só para eles. Este partido tem a responsabilidade e a obriga de garantir que nenhum potencial votante do nacionalismo sionista fique sem o seu espaço. Figemos um chamamento para agrupar-nos numa lista nacional judea, mas sublinhando firmemente o princípio de que a formação resultante não deveria ser identificada como uma organização religiosa. Assim, nas vindeiras eleições a Ichud Leumi (União Nacional) apresenta-se como uma genuína unidade de religiosos e seculares.

Na guerra que está tendo lugar (para além do chamado alto o fogo do 18 de Janeiro) resulta óbvio que muitos dos erros da Guerra do Líbano de 2006 têm sido tomados em consideração. Isto é certo, quando menos, desde um ponto de vista estritamente militar, mas desde o ponto de vista político e da propaganda, semelha ser uma repetição da guerra de 2006. A mesma Ministra de AAEE, Tzipi Livni –membro de pleno direito no desastroso Governo daquela outra guerra, e arquitecto da misserável Ressolução 1701 da ONU- segue sem comprender os seus erros passados e tirar uma conclusão correcta deles. Empenha-se em seguir a mesma via encaminhada ao mesmo fim; nomeadamente, uma nova vitória regalada ao inimigo. No meio desta guerra, adicou-se a repetir a estupidez sobre a visão que ela tem de edificar dois Estados a partir do nosso ínfimo Estado de Israel.

É imoral afontar uma guerra deste modo, arriscar a vida dos soldados das IDF para, a fim de contas, deixar nas mãos da Autoridade Terrorista Palestiniana a Faixa de Gaza. Uma Hamas debilitada é preferível a um grupo terrorista mais forte controlado por Mahmoud Abbas.

Aquele que arrisca a sua vida para defender à gente do sul de Israel, numa guerra provocada pela expulsão dos judeus de Gush Katif, está levando à prática um sentimento de responsabilidade nacional sionista. Não o faz movido por que, umas semanas depois, a esquerda, dirigida por Livni, conduça a Israel a outra expulsão de judeus em Samaria e Judea. Isto é algo evidente para todos os simpatiçantes do sionismo nacional, sejam religiosos ou seculares.

O campo nacional sionista tem que encauzar novamente a Israel na senda do sionismo. Sem temor de nenhum tipo.


DR. RON BREIMAN*

25 Tevet 5769 / 21 Janeiro 2009


* O Dr. Ron Breiman foi portavoz de Professors for a Strong Israel e representa ao Partido Hatikva na lista à Knesset de União Nacional.






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