Que cabe pensar das desconcertantes declarações de Peres* e Beilin** sobre Gaza?
Peres tem-se arrependido em público da retirada, mentres que Beilin –dirigente do Meretz e ex-ministro de Justiça- afirma que ele sempre esteve em contra.


A vitória de Hamas em Gaza, e a mais que provável apropriação do West Bank, deixam ao establishment israeli como meras marionetas no processo de paz. Desde que Peres trouxera a Arafat –daquela um derrotado dom ninguém- procedente de Tunísia como aliado nominal para as conversas de “paz”, Peres respaldou inequivocamente à OLP –uma organização cujo só nome sugire uma Palestina Judenrein. Agora, Shimon Peres reclama as baionetas israelis para re-estabelecer no poder a Fatah.


Tanto Netanyahu como Lieberman prometeram nas eleições desembaraçar-se de Hamas. Algo que sabem que não poderão fazer. Mas Peres insiste em que cumpram as suas promesas e invadam Gaza. Uma eventual derrota israeli, na guerra politicamente correcta contra as guerrilhas, iria parar ao haver de Netanyahu; mas o hipotético regresso ao poder de Fatah iria parar ao haver de Peres.



* O octogenário Peres perdeu o seu tradicional auto-controlo e, de modo pouco habitual em ele, amosou um atisbo de honestidade. Quaisquer que fossem as razões, converteu-se no primeiro esquerdista em exprimir o seu arrependimento publicamente pela denominada “desconexão” de Gaza. Diante da Conferência de Presidentes das Grandes Organizações Judeas Americanas, Peres dixo que a expulsão de 8.000 judeus de Gush Katif e a retirada que supuxo entregar Gaza a Hamas, foi um grave erro. Agardemos que, para cenificar por completo o seu arrependimento, proceda ao hara-kiri.


** Numa entrevista com a RTVi, o subordinado de Peres –Yossi Beilin- afirmou que se enfrentara a Sharon para evitar a desconexão. Segundo ele, como homem de esquerdas tinha que apoiar a “desconexão”, mas em privado sempre teria estado em contra porque supunha entregar Gaza a Hamas. Beilin teria sugerido entregar Gaza directamente a Fatah –coisa à que o sensato Sharon se negou, não achando diferência alguma entre ambas organizações terroristas.

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