Tirando partido do sentimento de culpabilidade de Occidente, Hamas acusou a Israel de “carecer de coragem” e “fracassar na consecução do acordo”. O pecado judeu é enorme, sem dúvida: Olmert rechaçou libertar a oito assassinos em série, 150 destacados terroristas e um milheiro de colaboradores a câmbio do cabo esquerdista Shalit.

Shimon Peres pressionou para a posta em liberdade do seu amigo, o líder do Tanzim, Marwan Barghouti, e Barak pressionou para que os soltassem a todos. Curiosamente, o Chefe do Estado Maior, Gabi Ashkenazi, tomou o relevo de Barak, fazendo um cego brinde ao sol ao ritmo do habitual soniquete de que as IDF não escatimariam esforços para trair ao nosso prisoneiro de guerra de volta. O adequado teria sido bombardear a Hamas, em vez de entrar em escuras operações de intercâmbio.

Os israelis aínda negam-se a admitir o facto de que Olmert é o menos nefasto dos Primeiros Ministros que temos padecido nos últimos 20 anos –e nos próximos cinco.

Olmert saturou à opinião pública de modo magistral com rumores dum intercâmbio iminente. Quando o acordo semelhava estar cozinhado, e o público já o tinha digerido, reconsiderou a conveniência de recuperar a Shalit, e começou a manifestar a sua oposição a libertar os terroristas. Muitos votantes respiraram com alívio quando as conversas fracassaram definitivamente.

Ninguém é perfeito. E nenhum Primeiro Ministro é bom: Olmert esteve a ponto de libertar uma piara de “assassinos de segundo rango”, incluíndo a Walid Ajnes e Fadi Juabeh, que expiam 26 cadeias perpétuas cada um. Dúzias de milheiros de soldados israelis arriscaram a sua vida para arrestar aos 1.500 terroristas que o Governo semelhava não ter problema algum em soltar.

Netanyahu terá muitos problemas com as planhideiras de esquerda pro-Shalit (inimigas das vítimas do terrorismo). Os seus oponhentes de esquerda utilizaram a Shalit para debilitar o Governo Netanyahu. A quem benefícia tudo isto? Quem tem injectado milhões de dólares na campanha mediática a favor de Shalit? Os que querem que Israel perda a guerra contra o terrorismo: a União Europeia e os ultraesquerdistas.

O maior problema é que todos eles serão libertados, antes ou depois. Nós consideramo-los assassinos, mas os árabes consideram-nos insurgentes. Qualquer acordo com os palestinianos requere que Israel liberte a esses “soldados” que lutaram por Annapolis e os objectivos da Folha de Ruta. Israel respeitava aos seus terroristas do ETZEL e do LEHI. E os árabes respeitam aos seus.

A única alternativa, à eventual posta em liberdade, é a sua execução.

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