HEBRON, A INTERROGANTE DE NETANYAHU


O 7 de Setembro de 1995, Binyamin Netanyahu, daquela candidato a Primeiro Ministro, fixo a seguinte afirmação durante a sua visita a Hebron:


“O assentamento judeu estará em Hebron de forma permanente. Se alguém intenta que isto não seja assim, eu e os meus amigos estaremos aquí, e haverão de botar-nos fóra também. Seria um gravíssimo erro estabelecer centos de polícias palestinianos aquí, deixando um área reduzida para os judeus e para que operem as IDF. De produzir-se um conflito, as IDF não seriam capazes de reagir e chocariam enseguida com as forças palestinianas. Isso seria uma prescripção para uma tragédia. Só pode haver uma força de seguridade, e debe ser as IDF”.


O 13 de Maio de 1996 declarou que “deveríamos reorganizar até o último assentamento. Hebron supõe um problema muito grande. É o assentamento judeu mais antigo do mundo, e a sua comunidade judea está em grave perigo. Todos lembramos o que se passou em 1929. É preferível que uma questão tão delicada seja tratada ao final do processo de conversas”.


A começos de 1997, durante uma conferência de imprensa sobre os Acordos de Hebron, Netanyahu proclamou que os conceitos ideológicos com os que crecera, e nos que acreditara, “já não dam para mais”, necessitando-se tomar “duras decisões” e criar um espaço intermédio “entre a visão e a realidade. Isso é liderádego”.


O 14 de Janeiro de 1997, o Primeiro Ministro Netanyahu, junto com Yasser Arafat, asinaram os Acordos de Hebron, que entraram em vigor seis dias depois. Aqueles acordos dividiam Hebron em dois seitores, deixando mais do 80 % da cidade sob o controlo policial da Autoridade Palestiniana. Entre os territórios abandoados estavam as Colinas de Abu-Sneneh, dominando a comunidade judea do sul de Hebron, e Harat al-Shech ao norte. Foi desde estes premontório desde onde os francotiradores de Arafat aterrorizaram Hebron ao longo de dois anos e meio, disparando noite e dia contra os apartamentos e caravanas dos judeus, assim como contra os carros e as próprias pessoas mentres caminhavam pela rua. Abu Sneneh converteu-se num enclave infame a raíz do assassinato da criança de dez meses de idade, Shalhevet Pass, oito anos atrás.


A Comunidade Judea de Hebron segue baixo ataque desde várias frontes. Só há uns meses, o Ministro de Defesa saínte, Ehud Barak, ordeou a expulsão forçosa das famílias de Beit HaShalom, a pesar da carta asinada por mais de 50 membros da Knesset e dirigida, tanto a ele como ao Fiscal Geral Menachem Mazuz, exigindo que se pospugesse o desalojo até passadas as eleições e uma vez examinadas novas evidências do caso.


A Corte Suprema Israeli segue permitindo às organizações de extrema esquerda, como Shovrim Shtika [Rompendo o silêncio] e Bnei Avraham, incitar aos árabes de Hebron contra a comunidade judea, baixo a máscara do que eles denominam “visitas guiadas”, a costa do erário público. Em palavras do fiscal Sherman, representante do Estado, essas “visitas guiadas” supõem o despregue de enormes quantidades de polícia e forças armadas para garantir a sua seguridade. Porém, não diz nada do que a própria polícia define como “ostensíveis provocações” que conduzem a um incremento do malestar e a violência em Hebron.


Estes “tours” têm lugar a costa das liberdades civis dos residentes de Hebron. A polícia fecha rutinariamente as ruas de Hebron ao trânsito judeu, devido às “visitas” da troupe esquerdista à cidade. O outro dia um residente de Hebron foi parado pela polícia e não se lhe permitiu acceder à sua caa em Tel Rumeida porque uma excurão de esquerdistas estavam visitando naquele momento a uma família árabe do bairro.


Para além disso, o 99’7 % de Hebron está vetado aos judeus. E, por certo, os grupos judeus são constantemente disuadidos de fazer “visitas guiadas” similares em cidades como Um el-Fahm.


A violência árabe em Hebron é permanente. Quase a diário, lançam pedras contra os carros com matrícula israeli que circulam entre Hebron e Kiryat Arba, ferindo aos condutores e passageiros, e causando graves danos nos veículos. Dois meses atrás, duas rapazas judeas foram atacadas e intentadas violar por um grupo de árabes nesta estrada. Adicionalmente, terroristas árabes armados com coitelos são interceptados todas as semanas junto a Tumba dos Patriarcas. Durante os interrogatórios, admitem que o seu objectivo é apunhalar e matar israelis. Apenas há uns meses, uma terrorista esteve a ponto de quitar a vida a um oficial da polícia perto de Ma'arat HaMachpela.


Ao mesmo tempo, representantes de Hebron e Kiryat Arba têm sido informados pelo Mando Central das IDF que “Tzir Tzion” [a Estrada de Sion], que começa um kilómetro ao norte da entrada de Kiryat Arba e cruza Hebron, será aberta em breve ao tráfico rodado árabe. A última vez que os controlos nesta estrada foram eliminados –permitindo-se a livre circulação de veículos árabes por ela- dois israelis foram assassinados no lapso de 12 horas: o contratista David Cohen e o concelheiro de Kiryat Arba, Hezzy Mualem. Esta é a única via que conecta Hebron a Kiryat Arba, e daí a Jerusalém, e viceversa. Desgraçadamente, Israel tem sido testigo dum novo tipo de terrorismo durante o ano passado –a utilização de veículos suicidas. A reapertura desta estrada é uma convidação para trasladar esta modalidade terrorista aos vizinhos de Kiryat Arba-Hebron e aos centos de milheiros de visitantes que tem esta área anualmente.


Como tem pensado reagir ante estas ameaças o próximo Primeiro Ministro Binyamin Netanyahu? Qual vai ser a sua actitude face a comunidade judea de Hebron?


A decisão governamental que aprovava os Acordos de Hebron em 1997 incluia a seguinte cláusula: “O Governo agirá para garantir todas as condições e requisitos necessários para a existência, seguridade e consolidação da comunidade judea de Hebron”. Manterá Netanyahu a sua promesa? Proporcionará plena seguridade aos residentes e Hebron? Aprovará uma normativa que permita aos judeus construir nas suas propriedades? Aprovará que os judeus poidam adquirir legalmente propriedades dos árabes que desejem vendê-las?


Não há muito tempo, o Presidente Shimon Peres, falando sobre a destrucção de Gush Katif, dixo durante a visita aos líderes judeus nos EEUU: “Eu era partidário de abandoar Gaza. Agora dou-me conta de que foi um erro…Passe o que se passe no futuro, não volveremos cometer os erros derivados de abandoar Gaza”.


Que poderia haver mais adequado que o Primeiro Ministro Netanyahu, situado nas escaleiras que levam à Tumbas dos Patriarcas judeus, admitindo que os Acordos de Hebron –que dividiram Hebron- foram um grave erro pela sua banda, e garantindo que nunca mais implementará políticas que ponham em perigo a existência da comunidade judea de Hebron? E prometer medidas concretas que forneçam da máxima seguridade à primeira cidade judea da Terra de Israel.


DAVID WILDER


16 Adar 5769 / 12 Março 2009



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