O ESPANTALHO IRANIANO

Ódio a mentira. Mentir é um arte, e as mentiras do Governo são tão vulgares como a pintura contemporânea. Os professores de arte podem ensinar a pintar, mas soem ser pintores mediocres eles próprios; a competência em mentir dos políticos impede que as suas mentiras sejam boas ou acreditáveis. Mentir é um arte dificil.


O conto da “promesa” de Ahmadineyad de borrar Israel do mapa é uma vergonha. Não porque seja mentira. As mentiras políticas não me imutam desde há décadas. A história ensina que o rei estava espido; o rei, aquí, são os analistas occidentais sobre Iran. Não seria vergonhoso se só tivessem esquecido que Ahmadineyad citou uma frase célebre do Ayatolá Jomeini; a ignorância é algo amplamente aceitado pela maioria da gente. O que resulta vergonhoso é a falha absoluta de intuição sobre a a mentalidade iraniana. É extremadamente ánti-natural para um iraniano prometer borrar um país do mapa. Essa tosca franqueza é arte e parte da cultura occidental, especificamente da cultura racionalista de comida rápida. Qualquer analista que conheça minimamente Iran teria que soltar um alarido só de pensar que um iraniano pudesse pronunciar essas palavras. “Borrar do mapa” é uma expressão 100 % americana, antes que persa. Jomeini, há muitos anos, prometeu que o Estado sionista desapareceria do livro dos tempos. Essa afirmação, em todo caso, não implicava um papel violento de Iran. No discurso occidental, equivaleria a dizer que “a justiça prevalecerá”.

Iran é o único país muçulmão com uma grande, próspera e satisfeita comunidade judea. Os judeus nunca temos padecido problemas institucionais ou doutra índole em Iran. É lamentável contemplar a Israel imitando aos que ódiam aos judeus incitando contra o país mais tolerante com os judeus.

Os dirigentes muçulmãos de Iran naturalmente que têm um problema com o regime sionista. Os bons judeus também. Essa actitude não é exclussiva dos ayatolás. O Shah de Iran, um ditador criminal e amigo dos EEUU, também não simpatizava com Israel. Em termos de relações internacionais, Iran tem todo o direito a subverter um regime do que não gosta: o regime israeli. Aos EEUU gosta-lhes ter pelo mundo adiante “monstros lonjanos” aos que poder destruir. A CIA tem subvertido vários regimes acá e acolá. Israel também: por exemplo, cooperando com os kurdos para subverter aos ayatolás. Iran luta contra o regime post-sionista que rige a terra dos judeus: isso, provavelmente, converte a Iran num inimigo, mas não no diabólico Estado que freqüentemente se nos apresenta.

Iran apoia os movimentos de independência palestiniano e libanês. Está no sei direito, e é uma postura lógica para um regime islâmico honesto. Em vez das guerrilhas árabes, Israel deveria estar ocupando o sul do Líbano rechaçando o direito a um Estado para os árabes palestinianos. As enquisas têm demonstrado que o apoio israeli ao Estado palestiniano é correlativo com as campanhas terroristas palestinianas. Os árabes que se imolam carregados de bombas têm logrado que Israel aceite as aspirações nacionais palestinianas. Não se trata de dizer que Israel deveria abandoar o sul do Líbano –que é a zona norte da nossa Terra Prometida- ou estar dacordo com o Estado palestiniano. A questão é: Iran é um digno adversário que não se merece o ódio histérico que se verte contra ele.

Iran demonstra limitação no seu apoio a Hezbolá e Hamas. Depois de que a Força Aérea Israeli destruira um transporte de mísseis Zelzal no Líbano, Iran não fez o ademão de abastecer a Hezbolá com mísseis de rango meio capazes de alcanças Tel Aviv. A quantidade de ajuda iraniana destinada a Hezbolá e Hamas roza a caridade, e as suas capazidades militares são basicamente sustentadas por Síria e pequenas donações estrangeiras.

Os dirigentes israelis têm convertido a Iran num homem de palha e num espantalho. Os principais traidores israelis, de Beilin a Lieberman, unidos contra a ameaça iraniana. Outros problemas são deixados a parte, os problemas realmente urgentes: as IDF têm-se convertido numa espécie de Exército dos EEUU -mas burocratizado- um monstro custosíssimo incapaz de reagir (se não é espoleado pelos mass media), os exércitos inimigos d Israel têm-se desenvolvido velozmente fazendo que as guerras convencionais contra eles sejam proibitivamente perigosa para Israel, os mísseis de meio alcnço e ánti-aéreos dos países árabes reduzem enormemente a capazidade de ataque das IDF. A ameaça nuclear iraniana está hinchada artificialmente para ocultar os problemas reais, existenciais, que Israel não é capaz de aturar: as armas nucleares descontroladas em Pakistan, a proliferação nuclear em Corea do Norte, algumas cabezas nucleares pakistani que se sabe que estám armazenadas em Arábia Saudi, assim como os programas nuclears de Egipto, Algéria, Marrocos e Líbia.

Iran nunca atacaria a Israel com armas nucleares. Um historiador veria-se num apreto para lembrar a última ocasião em que se dou uma grande agressão por parte de Iran; a minúscula invasão das ilhas Tunbs semelhava uma aberração até que os arquivos britênicos recentemente desclassificados confirmaram que o Emirato Sharja solicitara a invasão como uma forma de lavar o rosto. Certo, Iran blandirá as suas armas nucleares, e provavelmente provea dum escudo nuclear defensivo a Síria –mas milheiros de mísseis sírios de meio alcanço –muitos de eles com cabeças químicas e bacteriológicas- supõem também, a fim de contas, um potente escudo defensivo.

Inclusso aínda não está ao 100 % claro que Iran tenha um programa nuclear militar. Pode que insistam no enriquecimento do urânio só como forma de satisfazer o seu orgulho nacional. Como membro do Tratado de Não Proliferação, Iran tem direito a enriquecer urânio, e deter agora o programa suporia ceder à pressão dos EEUU.

A chiíta e persa Iran é o aliado naturl de Israel contra os inimigos árabes sunitas. Iran poderia ser um árbitro do conflito árabe-israeli muito mais desejável e honesto que Egipto, quem desempenha de facto dito papel na actualidade. Uma Iran nuclearizada criaria grande descontento em Azerbaijan e outros arredores de Rússia, arruinaria aos inimigos árabes de Israel na carreira armamentística, e compartiria o estátus do seu inimigo colectivo junto com Israel.

Israel tem boas razões para querer atacar a Iran, destruíndo as suas instalações nucleares. A reinstauração do poder disuasório israeli, não é a menor de elas. Evitar a tentação dos regimes árabes a desenvolver os seus próprios programas nucleares é outra. Ser capaz de manter o psicologicamente fundamental monopólio regional das armas nucleares é também um casus belli.

Neste mundo de cristãos, islamistas, negros e asiáticos, Israel não tem amigos. Às vezes não temos mais remédio que atacar aos que teriam sido os nossos aliados para aterrorizar, assim, aos inimigos.


OBADIAH SHOHER

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