PURIM É A FESTA DO ISOLAMENTO JUDEU



[Pela sua actualidade, reproducimos este texto do Rav. Binyamin Kahane (H’YD) datado em 1994]


Sempre têm existido judeus que se enganam a sim próprios pensando que se fossemos capazes de derrubar os muros que nos separam dos gentis poderíamos viver em paz, e que o ánti-semitismo desapareceria. O que estes judeus que se auto-despreçam, e que vivem atormentados por um falso sentimento de culpa, fazem, na realidade, é culpar aos autênticoss judeus -que se distanciam dos gentis e que não se querem assimilar- da existência do ánti-semitismo. Mas a verdade é justamente a contrária. A história tem demonstrado que sempre que os judeus se têm intentado aproximar aos gentis, uma onda de feroz e “inesperado” ánti-semitismo tem estalado, traíndo com ela progromos e holocaustos. Na Alemanha, os judeus deixaram de referir-se a sim próprios como judeus passando a denominar-e “alemães de crenças mosaicas”. Morreram mais judeus defendendo a Mãe Pátria alemã na 1ª Guerra Mundial que os falecidos em todas as guerras do Estado de Israel. Os judeus alemães foram a pessoificação do judeu assimilado anterior ao Holocausto.


A Torá e os nossos sábios ilustram-nos sobre esta extranha lei da natureza, da que temos um perfeito exemplo na Megilat Ester [Rolo de Ester] e o relato de Purim. O relato contido no Livro de Ester gira arredor de dois grandes sucessos; o pecado dos judeus que participaram na festa de Assuero, e a provocação intencionada a Haman por Mardoqueu, que teria agardado deliberadamente na porta pela que Haman tinha que passar, rechaçando acto seguido dobregar-se diante de ele.


Existe algum tipo de conexão entre ambas coisas? Que têm em comum a participação no banquete de Shushan e a provocação de Mardoqueu? A muitas pessoas custa-lhes comprender a deliberada incitação de Mardoqueu a Haman. Por que essa forma gratuíta de meter-se em problemas? Por que procedeu Mardoqueu de tão “irresponsável” maneira, sabedor do ódio face os judeus que albergava Haman? Para eles, resulta óbvio que foi Mardoqueu quem provocou que se emitisse o diabólico edicto que chamava ao extermínio dos judeus! Os sábios, porém, ensinam as coisas doutra maneira, explicando que o Rolo de Ester começa com o relato do banquete de Assuero para que vejamos que a autêntica causa do malvado decreto contra os judeus foi um castigo divino pela patética participação da comunidade judea na festa de Assuero.


Em primeiro lugar: por que tomaram parte do banquete? Acreditavam que se despreçavam um evento ao que íam prestar atenção todas a nações do Império, os judeus ficariam marginados e seriam centro das iras de todos os países. Pensavam que a participação judea na festa ajudaria a derrubar as barreiras, mitigaria as tensões e aminoraria o sentimento ánti-semita. Mardoqueu e os observantes da Torá sabiam, porém, que o assimilacionismo e o contacto com os gentis não só não fazeria decrecer o ánti-semitismo, senão que embora parecesse mentira fazeria-o aumentar. Eles sabiam que existe uma diáfana proibição na Torá contrária a participar nesse tipo de celebrações. Esse mandamento existe para evitar a assimilação e a confusão da identidade judea e da sua singularidade.


Hoje em dia podemos comprender o “extremismo” de Mardoqueu. Mardoqueu soubo ver que o caminho que estavam seguindo os judeus da sua geração remataria conduzindo ao Castigo Divino; assim que optou por desviar-se pela senda zelote. Provocou intencionadamente a Haman, sabendo que lograria enfurecê-lo e provocar uma reacção que resultaria inequívoca para todos os membros da comunidade judea de Pérsia. Mardoqueu era conscente de que a sua acção não seria perjudicial, a longo prazo, para os judeus. Sabia que o seu acto de fê estimularia que os judeus acordassem do seu grave erro de deixar-se assimilar (que foi, sem dúvida, o que sucedeu quando a nação de Israel, na sua totalidade, secundou a Mardoqueu nos três dias de abstinência e oração). Essa era a única maneira de cancelar o diabólico decreto.


O actual processo de paz não é, nem mais nem menos, que um moderno banquete de Assuero, agás que nesta ocasião não foi iniciado pelos judeus. O objectivo é construir um “Novo Meio Leste”, o que significa suprimir todos carácter judeu do Estado num intento de que Israel seja uma nação “como a demais”. Esta conspiração para rematar com qualquer elemento distintivo de judeidade não será evitada a base de comprar o afecto dos gentis, nem nos trairá paz. Os programas do AJC, a ADL e o Novo Meio Leste de Shimon Peres só exacerbarão o profundo ódio e as tensões que pretendem disipar. A alternativa judea é a de Mardoqueu o Judeu –separação, e não assimilação.


Hoje, tras o atentado de Jerusalém, lembramos uma vez mais o resultado que trairá a política de “paz” com os nossos vizinhos. A única saída é uma separação real entre os judeus e os árabes hostis que vivem entre nós. Peres fala de erguer um muro arredor da Linha Verde, ignorando a ameaça árabe da Linha Verde para adentro. O Likud e os outros partidos de direita ainda falam de coexistência entre judeus e árabes. A alternativa judea tem que ser a nossa alternativa, a alternativa de Mardoqueu o Judeu: isolamento já!


Conta a lenda que o velho professor Yeshiyahu Leibowitz não era muito partidário da festividade de Purim. A fim de evitar esta primitiva festividade, tinha por costume viajar a Jerusalém o 14 de Adar e regressar a Ramat Gan o dia 15. Numa entrevista feita o ano passado, o seu filho negava esta lenda, mas reconhecia que tinha certa base no facto de que o seu pai detestava um dos versículos da Megilat Ester, e sempre se ausentava durante a sua leitura. Analisemos brevemente o versículo.


Qualquer que nos conheça, sabe perfeitamente que quando um helenista (com ou sem kipá) vai contra algum preceito da Torá, nós enseguida entraremos a fundo nesse preceito. A Torá é absolutamente perfeita, e se não é absolutamente, não é Torá. Alguém que negue embora seja um só versículo da Torá está negando a Torá por completo. A Torá não é um supermercado onde um escolhe só aquilo que lhe interessa.


Ao professor teria-lhe gostado que o Rolo de Ester só figesse fincapé nos “aspectos positivos”. A ideia dos judeus matando aos seus inimigos ressultava-lhe repulsiva. Mas não vos tendes detido a pensar que a maioria das festividades judeas baseam-se em grande parte em enfrontamentos com os gentis, a nossa separação do que representam e a nossa vingança contra eles? Botade uma olhada: Hanuká (gregos), Purim (persas), Páscua (egípcios). Inclusso na festividade de Shavuot, os rabinos dizem que o ódio dos gentis se originou no Monte Sinai (e, de facto, as palabras hebreas que designam “ódio” e “Sinai” têm a mesma raíz). Dá que pensar, não?


Por último, velaqui o “versículo proibido” (a pesar do facto de que este versículo constitui uma violação das leis por chamar à revolução, incitação, razismo, usar livremente o discurso para lograr objectivos proibidos, etc., arriscaremo-nos a que o leam os do Shin Bet):


“E dixo o Rei à Raínha Ester: Na fortaleza de Shushan os judeus mataram e destruíram quinhentos homens, e os dez filhos de Haman nas mais províncias do rei que teriam feito? Qual é, pois, a tua petição? E dar-se-te-á. Ou qual é ainda o teu requerimento? E far-se-á. Então dixo Ester: Se bem parecer ao Rei, conceda-se aos judeus que se acham em Shushn que também façam amanhã conforme ao mandado de hoje; e pendurem numa forca os dez filhos de Haman”.


O resultado da petição de Ester foram 75.000 gentis mortos. Pergunto-vos: que vos parece?


BINYAMIN KAHANE


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