QUANDO OS MASS MÉDIA AJUDAM A HAMAS


O emotivo festival despregado nos mass média em que tem derivado o assunto Shalit, inclui declarações vazias como “o último esforço por libertá-lo” e informes sobre um “ultimátum” a Hamas. O assunto Shalit tem-se convertido num test à capazidade negociadora do Governo israeli com os grupos terroristas.

Até há poucos dias, semelhava que o Primeiro Ministro Olmert tirara proveito das lições do desafortunado troco dos cadavres dos soldados das IDF, Goldwasser e Regev, a câmbio do criminal Kuntar e os seus amigos; um assunto que será lembrado para sempre como exemplo de cooperação entre Hezbolá e os mass média israelis. Para Hezbolá tratou-se duma fórmula exitosa que debilitou ao Governo israeli, mentres que os mass média viram como se disparavam as suas taxas de audiência –que semelha ser a sua única razão de existir.

No momento em que Hamas premeu o botão da “condição Shalit”, os mass média uniram-se imediatamente à guerra do grupo terrorista contra Israel. Hamas debe estar aínda frotando as mãos com regocijo vendo como os seus sócios israelis jogam o seu papel justo como Haniyeh, Mashaal e os seus colegas desejam que o faga.

Nesta ocasião, os produtores do “drama Shalit” têm escolhido como cenário a acampada de protesta em Jerusalém, que está sendo coberta ao minuto por todas as canles, em linha com o que se agarda que fagam a televisões dirigidas a espectadores-bassura.

É dificil criticar a umas pessoas cujo filho está soterrado em vida; mas a família Shalit equivoca-se na sua aliança com os mass média. Fazendo-o estám arrojando-se nos brazos dum astuto e cínico companheiro de viagem que os tem na mesma consideração que a qualquer outro índize de audiência, como os que se utilizam nos reality-shows.

Até há bem pouco, e tras ter desempenhado as suas funções como Governo de transição –um estátus que se brinda a tomar medidas populistas- o Governo Olmert mantinha-se firme assegurando que não trairiam de volta a Shalit se supunha submeter-se às condições impostas por Hamas; e isso é algo que cumpriria valorar. Agardemos que o Primeiro Ministro não sucumba às urgências do fim de mandato com “uma nota positiva a qualquer preço”.

Mas, assim e tudo, isso não seria suficiente. O próximo Governo debe complementar o combate contra Hamas com medidas adicionais de idêntica natureza que as que utiliza Hamas. Israel fazeria bem cancelando as visitas dos familiares de prisoneiros palestinianos, impedindo que os reos podam continuar os seus estudo, e empiorando as suas condições de emprisonamento.

Igual que tem sucedido na banda israeli, a pressão sobre as famílias dos prisoneiros palestinianos contribuiria a apresentar a Hamas como alguém que não está fazendo todo o necessário para libertar aos seus. Isto, quiçá, poderia fazer que o grupo suavizasse as suas exigências no caso Shalit.

Esteas medidas deveriam adoptar-se antes de que Israel aborde o legítimo recurso de suspender o subministro de energia, alimentos, medicinas e outras ajudas humanitárias, que seguem sendo proporcionadas –incomprensivelmente- àqueles que mantêm preso a Shalit sem lhe permitir visitas ou cursar mensagens ao exterior. Agardemos que o novo Governo o faga, e rápido.


YEHUDA WEGMAN*

Fonte: Yediot Ahronot


* O Coronel da Reserva Yehuda Wegman é um experto em Doutrina Militar e em História das IDF.

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