O AUTÊNTICO SIGNIFICADO DE NUNCA MAIS



Um reiterado tópico repetido pelos dirigentes judeus e a comunidade internacional é o do “nunca mais”. Presidentes e Primeiros Ministros visitam Yad VaShem, rendem tributo no Memorial do Holocausto e derramam lágrimas de cocodrilo sobre os judeus assassinados no Holocausto, mentres, doutra banda, não cessam de condear e atacar a Israel. Os mesmos dirigentes que gardaram silêncio na comemoração do Holocausto, denunciam a Israel com a mais odiosa das virulências durante os seus momentos de maior necessidade, como foi o de combater para defender-se a sim própria e aos seus cidadãos. Nunca mais, prometeram. Nunca mais? Em verdade?

O Holocausto proporciona muitas mensagens universais. Ensina ao género humano a estar sempre alerta contra as forças do ódio e a intolerância, do quer que se erijam contra a gente ou contra um grupo. Adverte-nos que nunca consintamos o crescimento de discursos fanáticos nem ideias intolerantes. Amosa a fazilidade com que uma nação pode descer às profundidades da depravação e a imoralidade. Mas, para o povo judeu, o Holocausto tem uma mensagem nítida e comovedora: Nunca mais sejades débeis.

Desde a destrucção do Segundo Templo, dois milênios atrás, os judeus têm vivido como extranhos em terra estrangeira, em minoria sob o mandato dos outros. Nos territórios cristãos e islâmicos, os judeus foram obrigados a viver em ghetos, mellahs ou juderías, a luzir roupas humilhantes e com distintivos, padeceram restricções no desempenho das suas profissões e no emprego, e sofreram severas discriminações. Os judeus dependiam da benevolência dos donos das terras e tinham que comprazer os seus desejos, já fosse escuitar um sermão de conversão proferido por um sacerdote numa sinagoga em Shabat, ou pagar um imposto jyziah em degradantes cirimónias organizadas pelos seus caciques muçulmãos. Os judeus padeciam serem cuspidos e insultados, golpeados e vítimas de abusos ao livre antolho. Os dois milênios da vida dos judeus em Europa e o Meio Leste, com a excepção de ocasionais períodos de prosperidade e tranquilidade, estiveram marcados pelo medo constante e a inseguridade. Arrasados por pogromos e Cruzadas, Inquisições e conversões forçosas, massacres e jihads, os judeus viveram com a sua vida sempre pendente dum estreito fio. Um novo rei ou Papa, dirigente ou crego, podia pôr em perigo aos judeus quando quiger.

Neste clima de arraigada aversão e despreço face os judeus, Hitler chegou ao poder. Utilizou os tradicionais discursos ántisemitas da Igreja Católica, assim como novas teorias raziais ántisemitas para instigar o ódio da gente. As políticas do regime názi, inclusso antes de que a Solução Final ao Problema Judeu fosse implementada, íam encaminhadas a esmagar e deshumanizar aos judeus. O judeu amosava-se aterrorizado ante os camisas pardas názis, a Gestapo e as SS, incapaz de defender-se ou valer-se por sim próprio. Como animais, os judeus foram introduzidos em vagões de reses, asfixiados em câmaras de gas e queimados em fornos. A besta názi não teria sido capaz de levar a termo o seu genocídio sem a ajuda dos seus colaboradores e executores polacos, lituanos, ucranianos, húngaros, etc. Não teriam podido fazer nada sem a aprovação silenciosa da comunidade internacional. O Papa mirou para outro lado quando os judeus de Roma se congregaram baixo a sua janela. Roosevelt, Stáline e Churchill estavam ao tanto dos campos da morte, das fosas colectivas em Ucrânia, das câmaras de gas e dos crematórios em Polônia. E cerraram as suas portas aos refugiados judeus. Os bombardeiros aliados sobrevoaram Auschwitz, mas optaram por não bombardear as linhas de ferrocarril. Quando os judeus procuravam desesperados um sítio onde ir, os britânicos, a solicitude dos árabes e do colaborador názi Haj Amin al-Husseini –maldito seja o seu nome- impediram a aliya à Terra de Israel, e inclusso enviaram de volta a muitos refugiados aos domínios názis.

O martes, durante o Dia de Lembrança do Holocausto, um grupo de partisanos que combateu contra os názis nos boscos de Europa, visitaram uma base aérea das IDF. Uma mulher perguntou a um oficial se os nossos pilotos poderiam chegar até Iran. “Podem chegar onde queiram”, constestou-lhe. Esta resposta, poderosa e comovedora pela sua simplicidade, exprime o autêntico significado de “nunca mais”. Nunca mais agardaremos em vão pelos planos dos aliados de bombardear as câmaras de gas. Nunca mais agardaremos pela ajuda que jamais chegará do mundo. Nunca mais nos permitiremos ser débeis, vítimas, impotentes. Nunca mais aceitaremos condições sobre onde podemos viver, que roupas podemos vestir, que profissão ou propriedades ter. Nunca mais estaremos a mercede dos gentis, esmolando pelas nossas vidas. Este piloto dixo que pode que cheguemos 60 anos tarde para os judeus de Europa, mas que aínda chegamos a tempo para os judeus de Yemen ou Etiopia. Nunca mais chegaremos tarde. Pode que não fóssemos capazes de salvar aos judeus de Varsóvia, mas as nossas aeronaves alcanzaram Irak e Entebbe. Os nossos aviões podem voar ao Líbano ou Gaza, e poderão voar até Iran, para destruir aos inimigos do povo judeu. Não permaneceremos indiferentes ante o sangue dos nossos irmãos, mentres são detidos e deportados face a aniquilação, vivendo baixo o bombardeo constante e os ataques com mísseis, ou à sombra dum ataque nuclear. Sabemos que o mundo abandoou aos judeus à sua sorte, que os tratos ficaram em papel molhado e os refúgios seguros foram clausurados. Hoje, podemos chegar a qualquer sítio.

Outra supervivente fixo uma petição ao oficial da IAF: “Só lhes pido que tomem as medidas para que nunca se produça outro Holocausto”. Mentres um fato de mulheres e homens judeus vistam o uniforme das IDF e protejam ao povo judeu por terra, mar e ar, nunca poderá haver outro Holocausto. Temos aprendido o terrível preço de ser débil. Estarmos indefensos e sem um fogar nacional teve o horrendo custe de um terço da nossa nação. O ódio da comunidade internacional face os judeus não tem diminuído um ápice desde que os convoios se detiveram e os crematórios deixaram de expulsar o seu detestável fume. Ao longo de Europa e Norteamérica, em foros públicos e cámpus universitários, o Estado judeu está sendo deslegitimado e sinalado como um Estado pária. Não devemos ignorar as palavras destes promotores do ódio, pois já sabemos o que nos supujo não contar no seu dia com um Estado próprio. O único que nos separa de Auschwitz-Birkenau são os soldados das IDF. Os que condearam ao exército por acudir a Gaza devem saber que só foram ali para proteger e defender ao Povo Judeu. São o único que nos separa do abismo, das cinzas apiladas em Majdanek, dos recintos abarrotados de sapatos e sacos de cabelo curtado. Aos judeus de Europa, massacrados pela apatia do mundo e a nossa própria debilidade, exterminados nos boscos de Treblinka, os campos de Birkenau e nas fosas colectivas de Ucrânia, prometemos-lhes não sermos débeis nunca mais, nem permitir que nos atemorizem e golpeem. Este é o autêntico significado de “nunca mais”.


BAR KOCHBA (FOR ZION’S SAKE)




"Nós, pilotos da Força Aérea Israeli (IAF), sobrevoando os campos de extermínio, surgidos das cinzas dos milhões de vítimas, transportando os seus gritos silenciosos, saudando a sua valentia, e prometendo sermos um escudo da Nação Judea, e da sua Terra, Israel”.

1 comentarios:

Absolutamente sublime.

24/04/09, 12:47