O enfado do movimento reformista com o Rabino Mordechai Eliyahu pelas suas manifestações vinculando o Holocausto com o Judaísmo Reformista foi um tanto equívoco; a conexão é, sem dúvida, existente. Aos alemães de a pé ofendia-lhes a presença judea nas suas vidas: judeus pelas ruas alemãs, nos seus negócios e Governo. Tal presença figera-se possível pelo abandono da havdalá [separação], do isolamento judeu. Os judeus tradicionalmente isolavam-se dos gentis por pureza ritual e para resistir a assimilação, e esse isolamento ademais aliviava as tensões com as gentes vizinhas. Quanto menor foi a comunicação dos judeus com os nativos, menos irritados amosavam-se estes. Uma vez que os judeus romperam a barreira do isolamento ritual em Alemanha, só foi questão de tempo que começassem as massacres. Uma situação semelhante se dou em Rússia onde os indigentes judeus, os comerciantes, socialistas e mais tarde os oficiais comunistas irritavam à população nativa. Este razoamento não pretende justificar aos assassinos, mas só explicar o seu agir.


Rússia e, em menor medida, a Alemanha pré-názi restringiram a assimilação judea. Os judeus abandoaram os ghettos mas seguiam sendo identificáveis e institucionalmente inferiores –o que sementava o caminho para o ánti-semitismo. Os EEUU assimilaram aos seus judeus rapidamente, mas inclusso ali a ruptura do isolamento levou a um elevado ánti-semitismo até os anos sessenta.


O Reformismo institucionalizou a ausência do isolamento ritual através da eliminação de rituais. Os judeus reformistas comportam-se como os seus vizinhos gentis. O Reformismo, por suposto, não provocou o Holocausto –os názis assassinaram inclusso a judeus convertidos ao cristanismo- mas reforzou a ânsia judea de assimilação, que de maneira tão dramática contribuiu à catástrofe.



OBADIAH SHOHER


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