UM ESTADO PARA OS JUDEUS SEM ESTADO

Uma campanha para abandoar a cidadania israeli não frearia as tentativas de cambiar o estátus de Israel. Sendo realistas, a deriva de Israel só pode ser alterada mediante a revolta. Os esquerdistas e os árabes formam uma maioria eleitoral que poderia votar unitariamente. Os israelis têm-se resignado a construir um Estado étnicamente cego e ateu. Os palestinianos já têm de facto um Estado e assim o poderiam anunciar em qualquer momento, sem necessidade de que Israel dê a sua aprovação. A maioria dos países reconheceriam uma Palestina independente, e Israel não teria mais remédio que secundar essa eventualidade. A revolta é uma opção viável, mas o Shabak tem uma extraordinária capazidade para infiltrar-se nas organizações ánti-governamentais, e os servis tribunais já sabem o que é sentenciar a suspeitosos judeus sem cárrego algum na sua contra. Os revolucionários noutros países enfrontaram-se com problemas semelhantes, embora num grau menor que na pequena, controlada e totalitária Israel. Poucas revoluções têm resultado exitosas na história. A revolta é uma opção, sim, mas uma opção demassiado incerta.


Mentres se debatem em cambiar a deriva de Israel pelos meios que sejam, os judeus deveriam preparar-se para o pior. Se se chega a formar um Estado palestiniano e Israel continua firme na sua actual via esquerdista e oligárquica, os judeus necessitarão contar com uma estratégia de escape. O primeiro, debe ser a capazidade de resistir em Yehuda e Shomron. Em segundo lugar, necessitamos uma opção realista de ter autonomia ou soberania. Para os judeus será mais singelo enfrontar-se a um Estado palestiniano que ao Estado de Israel. A seguridade palestiniana é mais débil que a israeli, especialmente no que se refire à capazidade de infiltração nas organizações judeas. Muitos judeus têm reparos a enfrontar-se com outros judeus –inclusso se se trata de judeus esquerdistas-, mas não têm problema em opôr-se aos árabes hostis. A opinião internacional posicionaria-se com os esquerdistas em caso de que estalar uma revolta nacional, mas muitos gentis e a maioria dos judeus que residem no estrangeiro estariam do lado dos judeus que se rebelassem contra os opressores árabes.


Os judeus que abandoassem a cidadania israeli poderiam permanecer em Palestina como um povo sem Estado, e o Governo palestiniano não os poderia expulsar a parte alguma. Israel não poderia pressionar aos colonos fóra dos assentamentos devido à falta de jurisdicção. O mundo não poderia objectar que os judeus sem Estado permanecessem em Palestina, igual que os árabes o fazem em Israel.


Uma vez que os judeus botassem raízes em Palestina, os conflitos com os árabes continuariam. Mas ao não morrer os árabes às mãos das IDF, os mass media internacionais não teriam mais remédio que informar agora dos residentes judeus assassinados pelos árabes. O Estado palestiniano colapsaria e entraria numa espiral de violência. Os judeus elaborariam planos de seguridade, incrementando a autonomia das suas vilas, e lentamente iriam formando uma rede de campos de refugiados que constituiria um autêntico micro-Estado em tudo, agás no nome. Nesse momento o único que necessitaríamos seria proclamar a independência e conectar todas as povoações instituíndo o Estado de Judea.


O melhor crime é aquele que se faz legalmente aproveitando os resquícios da lei. Renunciar à cidadania israeli é um resquício legal contra o que nem Israel nem os palestinianos podem fazer nada. Possibilita que, aínda conhecendo os nossos próximos movimentos não tenham forma de contra-atacar. Num par de anos, os judeus poderiam estabelecer o Estado de Judea em Palestina e, eventualmente, expulsar a todos os árabes de Jehuda e Shomron fazendo gala duma actitude orgulhosa e combativa como a que têm os colonos de Hebron.



OBADIAH SHOHER


[Este artigo foi escrito o 25 de Abril de 2008]


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