COMO MORREU YITZHAK RABIN?

Existem demassiadas interrogantes no relato da morte de Rabin. Mas podemos desvelá-los de modo avondo fiável a partir do contexto. O establishment dirigente israeli tem uma nutrida história de assassinatos políticos, incluíndo Arlozoroff, os Kahane e Zeevi. O assassinato de Rabin não deveria ter por que avergonhar a ninguém. O establishment conta com uma documentada história de ostensível despreço pela lei, como as negociações de Peres e Beilin com a OLP em El Cairo antes das eleições nas que resultou eligido Rabin. Beilin e Peres estavam obcecados com o “processo de paz”, e uma vítima mais ou menos em aras desse processo não era um preço a pagar excessivamente alto. Ambos odiavam a Rabin e tinham motivos de queixa avondo contra ele.

Duas conspirações desenvolveram-se ao unísono. Uma foi a típica provocação do Shin-Bet contra o campo nacionalista, na linha da tendida contra Baruch Goldstein , ou a suposta intenção da organização Kahane Chai de dinamitar uma escola árabe, etc. O agente do Shin-Bet, “Champagne” [Avishai Raviv] trabalhara em Hebron durante anos, e Yigal Amir era um dos seus objectivos. O Shin-Bet pretendia pôr em apuros ao campo nacional, não assassinar a Rabin. E assim foi que Amir rematou disparando munição de fogueo contra Rabin. O Shin-Bet infiltrara a Amir na zona de máxima seguridade, advertindo aos vigiantes que permanecessem afastados de Rabin para proporcionar a Amir um branco perfeito. Isso é o que se ve no vídeo: os gardas de Rabin apartam-se quando Amir saca a sua pistola. Acto seguido escuitam-se berros, “É munição de fogueo!” [“It´s blanks!”].

O tiroteo foi teatralmente preparado tras uma catártica exibição pacifista. Foi planificado para que tivesse lugar na área de seguridade, em vez de na praça, para que ninguém puidesse interceptar a Amir. O Shin-Bet colocou operadores de vídeo perto do lugar para ter depois evidências contra Amir, como demonstra o vídeo de Kempler. Para conceder-lhe credibilidade o vídeo tinha que estar tomado de modo amateur. O próprio Rabin semelhava estar ao tanto do “complot”, porque na filmação olha face Amir aparentemente tranquilo, sem gesticular. O complot do Shin-Bet vinha-se preparando desde anos atrás. “Champagne” passara muito tempo com Amir e os activistas de direita.

Mas sucedeu algo absolutamente imprevisto antes do Rally da Paz. Rabin vinha de rechaçar as concessões aos árabes e figera um chamamento para anexionar o West Bank, semelha que vítima dum dos seus histéricos câmbios de temperamento. Fixo-se evidente para o grupo capitaneado por Beilin e Peres que havia que o sacar do meio. Planificando apressuradamente a maneira de desfazer-se de Rabin –naquela altura, não necessariamente mediante o seu assassinato- chegou ao seu conhecimento o complot que vinha preparando o Shin-Bet desde fazia tempo, uma operação insignificante entre outras muitas semelhantes. Nesse instante, Peres ou Beilin deram instrucções ao Shin-Bet de agilizar o “falso” assassinato, mas gardando-se um as na manga: o assassinato real de Rabin uma vez que estivesse no seu automóvil.

Embora o Shin-Bet é profundamente esquerdista e tanto Peres como Beilin tinham muitos contactos ali, é seguro que o servizo de seguridade não tinha conhecimento de que se planeava um assassinato real. Rabin foi provavelmente assassinado por um garda ao servizo de Shimon Peres. O próprio gardaespaldas pessoal de Rabin morreu na escaramuza posterior, e foi honoravelmente soterrado uns quantos dias depois de “suicidar-se”.

Posteriormente o Shin-Bet chegou à conclusão de que o grupo de Peres e Beilin aproveitaram-se de eles. O silêncio de “Champagne” não haveria de durar por sempre, e tão cedo como falar o Shin-Bet veria-se implicado no assassinato de Rabin. Não é pouca coisa: um agente do Shin-Bet convencendo a um activista de direita para disparar a Rabin. Assim que o Shin-Bet puxo em circulação o vídeo de Kempler para demonstrar que Amir não matara a Rabin.

Quer dizer: o Shin-Bet não queria um combate frontal com Peres e Beilin –daí que não discutisse a versão oficial de que Amir assassinara a Rabin. Mas, ao mesmo tempo, cobriu-se as espaldas espalhando a prova irrefutável de que Amir não matou a Rabin.


OBADIAH SHOHER


[Este é o vídeo de 10 minutos conhecido como o “Vídeo de Kempler”, que foi emitido pela TV israeli em Dezembro de 1995. Quando o Governo israeli advertiu que o visionado do vídeo demonstrava o fraude do assassinato, foi seqüestrado e nunca mais emitido pela TV de Israel.]:





[E aqui o momento dos disparos numa toma digitalizada posteriormente]:



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