ELÓGIO DA NEVE FRITA

Deixando à marge a menção ao “Estado palestiniano” que ele estaria disposto a apoiar, um Estado palestiniano desmilitarizado e que reconhecesse a legitimidade do Estado judeu –que é o mesmo que teorizar sobre a neve frita ou os poliedros unidimensionais-, não nos doem prendas em admitir que o discurso de Netanyahu meresce o aprovado. Desde Yitzhak Shamir, nenhum Primeiro Ministro israeli se expressara em termos semelhantes.


A falha de lêr duas vezes o discurso na sua integridade, Netanyahu entre outras coisas manifestou:


1. O irrenunciável direito histórico do povo judeu à Terra de Israel, incluíndo Yehuda e Shomron (e sem vincular esse direito ao Holocausto, como figera dias atrás Hussein Obama).


2. O reconhecimento dos colonos como “os seus irmãos sionistas e pioneiros”, e não como inimigos do Estado ou da paz (como o vêm sendo para a esquerda desde Paz Agora até Tzipora Livni).


3. A inequívoca declaração de Jerusalém como capital única e indivisível de Israel.


4. O seu apoio a uma entidade árabe palestiniana totalmente desmilitarizada (o qual é um oxímoron) que reconheza o direito à existência do Estado Judeu.


5. O estímulo a que continue o crescimento dos assentamentos no coração de Eretz Israel –Yehuda e Shomron.


Não está nada mal, repetimos. Quando comeze dar passos para atrás já haverá tempo de atizar-lhe. Também não é questão de agardar que fosse propôr a expulsão de todos os árabes aos seus vinte tantos Estados.


O membro da Knesset por ICHUD LEUMI, o Dr. Aryeh Eldad, dixo tras o discurso de Netanyahu que “a expressão Estado palestiniano desmilitarizado é o mesmo que querer comer um porco kosher. Esse especimem não existe, igual que por definição não pode existir um Estado desmilitarizado. Netanyahu sabe perfeitamente que ninguém no mundo inteiro poderia evitar que um tal Estado se armasse, estabelecesse alianças e agisse como um Estado plenamente reconhecido”.


Doutra banda, o membro da equipa negociadora da Autoridade Palestiniana, Saeb Erikat, afirmou que “Netanyahu deverá agardar um milheiro de anos antes de achar um palestiniano que aceite as suas propostas”.


Ambos têm razão, e aí radica para nós o acerto do discurso do dirigente do Likud.


O que resulta evidente é que um “Estado palestiniano” das características do mencionado por Netanyahu nunca será uma realidade.


Demos-lhe um voto de confianza ao velho raposo.



SIMON BAR KOCHBA e SOPHIA L. FREIRE



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