Os árabes, mais que os judeus, têm demonstrado ser o maior obstáculo para a criação duma entidade estatal palestiniana.

Jordânia sempre teve no seu ponto de mira a anexão do West Bank, Egipto queria o Negev, Líbano tinha interesses em Galilea, e Síria quere-o tudo. Ningum de eles se preocupou jamais pelos árabes palestinianos. Jordânia, na sua procura de anexar o West Bank, inclusso chegou a proibir a palabra “palestiniano”. Mais adiante, os exércitos jordano (Setembro Negro), o sírio (em 1976) e o libanês (1973) combateram contra os “irmãos” árabes da OLP. Não tem havido nunca nem uma proposta de cooperação entre a Liga Árabe e o alto comitê dos árabes palestinianos: Síria esteve a ponto de invadir Jordânia nos anos 60, ostensivelmente para salvar a OLP de ser massacrada pelos desencantados jordanos, e actualmente mantém a pretensão de anexionar-se uma parte do reino hachemita. De modo semelhante, no Líbano; mas ali, Síria lutou contra a OLP até que logrou exilar a Arafat a Damasco. Egipto tem utilizado de sempre Gaza como um vertedeiro onde recluir aos seus próprios radicais, e tem derivado as actividades da Irmandade Muçulmã face Gaza. Jordânia utilizou à OLP para desestabilizar o West Bank, na esperança de assim poder anexioná-lo. Quando comprenderam que a anexão era impossível, Jordânia optou pelo discurso da confederação com o futuro Estado dos palestinianos no West Bank (o último acordo ness sentido assinaram-no em 1985. Os cristãos e os muçulmãos libaneses só têm sido felizes quando se têm adicado a fazer carnezarias com os problemáticos palestinianos: só a massacre do campo de refugiados de Tel al Zaatar deixou uma cifra de arredor de 3.000 palestinianos mortos (seis vezes o número da publicitada massacre de Sabra e Shatila).

Nenhum país tem brindado um apoio sincero à OLP. Nasser fixo-o só durante uns poucos anos, ao igual que Jordânia. Kuwait hospedou às organizações da OLP e incrementou os impostos num 5 % para sustentar a OLP até a sua guerra com Irak. Os russos têm ajudado intermitentemente à OLP, mas cada vez em menor medida, sobretudo desde que a OLP, em conivência com Israel, esmagaram a Fronte Nacional Palestiniana –uma franquícia na órbita comunista.

Os próprios palestinianos nunca se têm tomado em sério o de converter-se numa entidade estatal: só de 4.000 a 12.000 de eles foram quem de tomar as armas contra os judeus na Guerra da Independência de Israel. Outros árabes não se tomaram em sério o dos “palestinianos” até finais dos anos setenta, quando o acordo de paz egípcio-israeli rematou com as expectativas para uma boa temporada de um conflito a grande escala entre Israel e os países árabes. A teima de lograr um Estado para os palestinianos só se manteve em pé, a partir de então, com o pretexto de dificultar a normalização das relações com Israel, e com o teatro de operações militares circunscrito ao interior do Estado judeu. Outros países árabes figeram prominente a causa palestiniana, uma vez que o tratado de paz de Camp David com Egipto fazia impossível a guerra directa contra Israel; as guerrilhas palestinianas tomaram o relevo do exército egípcio no posto de avangarda das forças árabes contra Israel. A própria palavra “palestiniana”, para denotar uma “nação” fixo-se comum a partir desse momento. Os árabes permanentemente adicaram-se a inflamar os ânimos dos palestinianos com falsas expectativas, e trataram de disuadir por todos os meios aos dirigentes palestinianos de alcançar um acordo com Israel.

Os árabe-israelis não se têm rebelado em nenhuma das guerras entre Israel e os árabes do estrangeiro. Dispersos ao longo do país, uma revolta árabe teria complicado consideravelmente os esforços militares israelis. A mais singela explicação –que tinham medo- não satisfaz a absoluta ausência de actividades de sabotagem ou hostis: cabe supôr que, quando menos, alguns não teriam medo a uma possível represália israeli. Também não foram leais com os árabes. Mais bem, têm tendido a não se associar com os árabes invasores –que sempre foram mais hostis e brutais com os palestinianos que a própria Israel. Assim, recentemente, durante a guerra de 2006, os árabe-israelis não prestaram ajuda a Hezbolá, inclusso a pesar de que não corriam perigo de serem expulsados: esses mesmos árabes são os que se revoltam em Israel nos tempos de paz. Aplaudiram os mísseis que caiam sobre Haifa, mas isso é tudo. Os palestinianos não sintem apego face Israel; mas também não face os demais árabes. As enquisas indicam que a identificação panárabe aumenta cada vez que se produze um ataque terrorista em Israel. Mas isso é atribuível à tendência humana de identificar-nos com “o inimigo do meu inimigo”.

Os palestinianos de Israel estám no fundo satisfeitos com o nominal império judeu, ao igual que estám satisfeitos sob o império jordano. Mas há uma diferência. Os jordanos, manu militari, perseguem a assimilação dos residentes no West Bank, mentres que a política israeli face os árabes tem-se desprazado do isolamento inicial ao multiculturalismo e o agir afirmativo. Os palestinianos não se passariam da raia de estarem submetidos a mão dura –como lhes sucedeu no mandato otomano ou em Jordânia. Mas a política israeli –que proporciona a estes árabes a esperança de uma entidade nacional- é uma bomba de relojaria.

A massiva ajuda internacional faz que a vida dos palestinianos seja tolerável e, portanto, não faz senão perpetuar o conflito. Se a situação fosse insustentável para os acomodatícios árabe-palestinianos, há tempo que teriam aceitado as propostas do Estado de Israel.


OBADIAH SHOHER

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