Lugar: Universidade Edward Said, Paris, República Islâmica da Gália do Norde.


Tema: Notas do Leitor Convidado Especial do curso “História do Meio Leste”, o professor visitante Osama bin Levy.


Gostaria-me agradecer-lhes a todos vocês –homens, mulheres, ciborgs- a sua presença na conferência desta tarde, a pesar da averia no metrônomo sobre a cidade que está propiciando algo de chuva. Agardo que não tivessem muitos problemas para achar aparcamento para os seus dispositivos periféricos pessoais lanza-mísseis na estação espacial para convidados da Universidade.


Tenho sido requerido para ressumir-lhes uma etapa na história do Meio Leste que teve lugar antes de que a maioria de vocês tivessem nascido, embora está amplamente documentada nos chips de saber que todos vocês têm incorporados nos seus mecanismos de ignição balística.


É certamente dificil para todos os que vivemos hoje em dia comprender a profuncidade da imbecilidade que levou à desaparição do Estado de Israel a começos do século XXI. Mas gostaria-me lembrar-lhes que esses sucessos tiveram lugar quando os seres humanos aínda viviam nas mais primitivas das condições, utilizando computadores mecânicos com ecrães em vez de suplementos bio-pensantes; quando os humanos aínda conduziam aquelas máquinas suicidas chamadas “automóveis” e chocavam uns contra os outros.


Os dirigentes políticos israelis, os jornalistas e os acadêmicos vinheram infectando ao longo dos anos a nação com uma extranha enfermidade chamada Colonofóbia Aguda, ou CA. A praga de CA foi inoculada com tão massiva determinação que poucos foram os que no país lograram imunizar-se contra os seus síntomas de hipercongelação neuronal. Os que resultavam infectados ficavam mentalmente paralisados, incapazes de contemplar qualquer solução aos problemas vitais que não incluísse a ideia de que “os colonos são os responsáveis de todos os problemas do planeta Terra”.


Portanto, como poderão vocês comprender, a adopção da solução dos “Dois Estados para dois Povos” esteve baseada não só na asfixiante pressão internacional, senão na insistência dos próprios políticos israelis e das elites intelectuais em que esta fórmula ponheria fim ao conflito do Meio Leste de uma vez por todas.


Existiam, por suposto, multidão de razões para ser escépticos. Israel vinha de abandoar apenas uns anos antes a Faixa de Gaza, retirando todos os seus soldados e cidadãos. O resultado foi o lanzamento de milheiros de mísseis e outros incontáveis ataques terroristas contra Israel pelos palestinianos de Gaza.


Evidentemente, qualquer ser inteligente ou inclusso um ciborg avariado teriam entendido que Gaza era apenas um exemplo a pequena escala do que Israel poderia agardar de qualquer capitulação posterior.


Mas os dirigentes de Israel seguiram repetindo o que os estadounidenses, europeus, e outros repetiam machaconamente ao unísono. Seguiram defendendo que ninguém podia predizer o que fazeriam os palestinianos com o seu novo Estado baixo a fórmula “Dois Estados para dois Povos” at´que gozassem de ele de maneira efectiva.


Repetindo até o cansaço a esperança de qu quizás os palstinianos se converteriam em vizinhos civilizados uma vez que tivessem o seu próprio Estado e que, em todo caso, não havia alternativa à de “dar uma oportunidade à paz”, os criadores de opinião israelis lograram lavar o cerebro às massas até que deram a conformidade ao mantra de “Dois Estados para dois Povos”.


Exactamente 14 minutos depois de que “Dois Estados para dois Povos” fosse implementado, o Estado de Palestina iniciou um varrido com dúzias de milheiros de lanzamentos de mísseis, morteiros outros meios de rudimentária tecnologia bélica que eram utilizados pelos exércitos nos alvores do século XXI. Tel Aviv e Jerusalém foram praticamente arrasadas.


Seguindo os massivos ataques com mísseis contra Tel Aviv e Jerusalém –ataques que (naturalmente) foram absolutamente inesperados para o establishment político israeli e os seus aduladores jornalísticos- veu o golpe final de Palestina.


Massas ingentes de tropas e voluntários doutros Estados muçulmãos –especialmente Iran e Pakistão- que se trasladaram a Palestina para defendê-la dos agressores israelis, participaram numa marcha.


Grandes grupos de infiltrados palestinianos atacaram o que ficava de Israel, perto de Netanya, curtando todas as autopistas norde-sul e dividindo o país pela metade.


Milheiros de judeus que viviam em vilas isoladas e comunidades da Galilea foram linchados por membros da Fronte de Libertação de Galilea, e os seus corpos decapitados ficaram abandoados nas beiras das estradas.


Comandos de sabotagem palestinianos deixaram inoperativos os aeroportos israelis, e uma chuva de mñisseis convertera os portos marítimos nalgo demassiado perigoso como para que algum navio se atrevesse a atracar. Portanto, não houvo modo de fogir para os judeus. Pequenos focos de resistência judea foram submetidos a asédio, e os que os sustentavam submetidos mediante a inanição (os membros dos kibbutz que padeceram o asédio viram-se tão desesperados, que remataram por comer comida kosher).


Próximos já ao final, quase todos os políticos israelis insistiam em que o curso dos acontecimentos fora absolutamente inesperado e que ninguém poderia ter sido capaz de prevêr algo assim.


Pouco depois de que Israel fosse completamente invadida, o Presidente dos EEUU, Al Franken, e o Primeiro Ministro francês, Abu Jihad, anunciaram que os Dois Estados por fim foram logrados para os Dois Povos: os povos palestiniano e jordano.


Figeram, assimesmo, um chamamento a todos os países do mundo a que permitissem que os refugiados judeus superviventes da derrotada entidade sionista pudessem obter acolhida nos seus países. Mas só Micronésia aceitou.


O Leitor Convidado da próxima semana disertará sobre a história da extinta comunidade cristã de Europa.



STEVEN PLAUT

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