PARA OS JUDEUS PROGRES OBAMA É O MESSIAS

A diferença entre muçulmãos radicais e judeus progres dos EEUU é que aqueles querem converter-se em mártires, mentres os outros aspiram a ser vítimas. Num giro irônico do destino, os muçulmãos radicais e os judeus progres norteamericanos estám feitos os uns para os outros.

Esta simbiose ideológica seria suficiente para dar pé à presença dum desenho inteligente. Mas como todas as coisas que semelham emanar dum poder superior, existe um giro paradóxico. Não é a sim próprios a quem os judeus progres dos EEUU querem sacrificar no altar do vitimário: é aos seus irmãos de Israel.

Barack Hussein Obama recebeu perto do 80 % do voto judeu e segue a colheitar um grande apoio entre a judearia dos EEUU. Em contraste, só o 6 % dos judeus israelis apoiam a Obama.

Inclusso antes das eleições, os judeus israelis, contrariamente aos seus sicofantes irmãos dos EEUU, interpretavam que com Obama os israelis eram o povo menos apoiado de todo o mundo occidental por parte desse inexperto político convertido em candidato presidencial.

Para apoiar a Obama, os progres judeus tiveram que fazer todo um despregue de acrobácias mentais. Tiveram que ignorar a sua relação de mais de 20 anos com o Reverendo pastor ántisemita Jeremiah Wright. Tiveram que ignorar a sua estreita relação pessoal com o ánti-sionista Rashid Khalidi. Tiveram que ignorar a sua afirmação durante os cáucus de Iowa de que ninguém tinha sofrido mais que o povo palestiniano. Tiveram que ignorar o seu apoio ao seu curmão keniata, e destacado genocida, Raila Odinga, um defensor da Sharia. Tiveram que ignorar a própria herdança muçulmã de Obama. Tiveram que ignorar que expertos políticos ánti-israelis como Samantha Power (que agora goza dum assento próprio no Conselho de Seguridade Nacional), Susan Rice e o General James Jones fossem os que realmente levassem as rendas no assesoramento de Obama no Meio Leste.

Desde as eleições, as políticas de Obama face Israel têm sido as da traição, e a reacção da comunidade judea progressista só pode ser descrita como inacreditável. Quando Obama exigiu a congelação dos assentamentos –incluíndo o crescimento natural e a edificação em Jerusalém Leste- aos rabinos reformistas faltou-lhes tempo para brindar-lhe o seu apoio. Inclusso o “Jewish Daily Forward” editorializou apoiando a congelação dos assentamentos, como se os assentamentos fossem o obstáculo para a paz e os mantras prévios de “paz por territórios” tivessem dado mais resultados para a causa da paz que uma chuva permanne de mísseis.

A negativa de Obama a fazer o que as nações e Estados do primeiro mundo têm feito tradicionalmente –honrar os acordos e obrigas das Administrações anteriores- deveria ter gerado, quando menos, desgosto da comunidade judea. A fim de contas, Obama desviou-se de modo caprichoso e sumariamente da linha que a Administração Bush levara com respeito aos assentamentos –linha que fora estabelecida, segundo Elliot Abrams, para compensar a lamentável retirada de Israel de Gaza e o Norte de Samária.

Embora for pela simples razão de constituir um precedente insólito que pode afectar a todas as nossas futuras relações internacionais, os judeus progressistas, sempre preocupados pelo espírito das leis, deveriam ter posto o berro no céu.

Mas o seu apoio a Obama foi inquebrantável e as suas queixas brilaram pela sua ausência.

O discurso de Obama em El Cairo ligava a Israel com o Holocausto –ignorando mais de 2.500 anos de história judea e a história europeia dos séculos XVIII e XIX. O discurso foi um vergonhoso sermão de equivalência moral comparando o sofrimento auto-imposto pelos palestinianos com a Shoá.

Aínda assim, os judeus progres nem se imutaram.

A Administração Obama abraza o mito de que as IDF são responsáveis das baixas civis em Gaza –justificação que essa Administração utiliza para negar-se a vender helicópteros de tecnologia avanzada à democrática Israel, a pesar de estar ansiosos por vendê-los à ditadura militar egípcia. Também não levantou isto resquemor algum. A negatica da Administração de vender aeronaves de guerra a Israel semelha não importar aos judeus progres.

O nomeamento de George Mitchell –um enviado espcial sem precedentes na história de Israel, promovido por um gang de ánti-sionistas- não tem provocado nem um simples gimoteo. Depois de tudo, um milheiro de rabinos (ou parvos úteis) asinaram uma petição autoria do infame Brit Tzedek saudando tamanhe nomeamento, embora seja duvidoso que inclusso esses rabinos idiotas agardassem que George Mitchell e os seus sequazes ánti-sionistas fossem a aceitar a operação.

Contudo, os assinantes de Brit Tzedek não têm pedido aínda que os seus nomes sejam etirados da petição ou articulado uma protesta pública.

A política internacional da Administração Obama basea-se em que George W. Bush e os seus conselheiros “neocon” são os causantes da crise política internacional. Bush, que possue uma forte visão pessoal da política internacional e um coeficiente intelectual muito por riba do sempre cacarejado por John Kerry, é caricaturizado como um simples manipulado por um conciliábulo de judeus. George W. Bush não teria esitado em condear o regime iraniano quando abatiu a tiros manifestantes na rua nem se teria posicionado do lado de Hugo Chávez na crise de Honduras. George W. Bush tem uma visão dos EEUU. Barack Obama só possue uma visão de sim próprio. Ninguém foi quem de manipular a George W. Bush, e não é mais que um complot ántisemita o facto de que seja caricaturizado como um pelele manipulado pelos judeus.

Mas o ódio a Bush dos progres judeus é tão marcado que, inclusso a costa do libelo da manipulação judea da suposta incompetência de Bush, essa image é totalmente compatível com o modo de pensar dos judeus progresistas.

A aposta ánti-israeli de Obama não vai achar oposição na comunidade judea, senão respaldo. Os judeus progres dos EEUU abrazam o vitimismo. A ideia duma Israel forte ansiosa de defender-se é antitética com as necessidades psicológicas da comunidade progre dos judeus norteamericanos, necessidades que poderiam ser descritas como uma espécie de síndrome da mulher maltratada. Se os palestinianos de Gaza lanzam mísseis contra Sderot é porque Israel se tem feito merecedora desses ataques. “Os palestinianos só lanzam mísseis e atacam com terroristas suicidas porque não têm outro meio de protesta. Se Israel cedesse mais territórios, se Israel levantasse os bloqueos, se Israel se desculpasse por obrigá-los a imolar-se em pizzerias, discotescas e lojas. Se Israel comprendesse a sua cultura…”.

A maioria dos judeus não podem renunciar ao seu “progressismo” na medida em que também não o podem fazer os não-judeus. Tomemos aos progres que me tropezo em Berkeley, que contemplavam a tragédia do 11-S e diziam, “É devido à nossa política exterior”. Diziam-no com toda a enganosa suficiência do que diz algo supostamente muito profundo –e não algo ilustrativo duma tara psicológica ou duma enfermidade mental. Eles também necessitavam justificar o seu vitimismo, e agora fazem o mesmo com uma vítima propiciatória.

Obama representa um ponto de ruptura entre os israelis e os judeus progres dos EEUU. Para estes, Obama aínda é o melhor segundo as suas enquisas; entre os israelis, é dificil achar um só judeu que não entenda a ameaça que Obama supões para a sua própria supervivência.

Os judeus progres são, geralmente, gente secular; mas isso não significa que sejam atéus, e em Barack Obama têm achado, sem dúvida, ao seu Messias.


ABRAHAM H. MILLER

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