Ficámos atónitos e anonadados ao inteirar-nos do projecto de transferir a seguridade da cidade de Hebron aos terroristas de Fatah e Tanzim, também conhecidos por a Autoridade Palestiniana (PA).

Advertimos: acções semelhantes têm conduzido a terríveis derramamentos de sangue no passado. Estes terroristas são notavelmente conhecidos como bandas do crime e do terror, cuja natureza já tem ficado em evidência com a sua prévia actividade criminal.

O rapaz Shalhavet Pass foi assassinado por um terrorista vinculado à PA, e que fora entrenado por eles como francotirador.

Doze heróis, entre eles o Comandante da Brigada de Hebron, o Colonel Dror Weinberg, morreram como resultado do traspasso da seguridade de Hebron à PA no 2002. Outros onze judeus foram assassinados uma semana depois quando atentaram contra a linha de autobus nº 20 em Jerusalém, como resultado do insensato plano denominado “Judea primeiro”. Uma vaga de terror arrasou toda Israel, quando os terroristas de Hebron chegaram até Haifa, tudo como resultado do traslado das IDF de Hebron e o tránsfer da autoridade em matéria de seguridade às mãos da PA.

As mais recentes vítimas do terror nas nossas imediações, David Rubin e Achikam Amichai, foram assassinados há menos de um ano pela polícia da PA.

A transferência das responsabilidades em matéria de seguridade às mãos dos terroristas de Fatah ponherá em perigo as vidas de milheiros na região de Hebron, de centos de milheiros que vêm visitar os lugares sagrados na cidade dos Patriarcas e Matriarcas, e as vidas, enfim, de todos os cidadãos de Israel onde queiram que estejam.

Todos e cada um dos que participem neste delictivo e irresponsável acto não poderão se escudar dizendo que “as nossas mãos não estám manchadas de sangue”.


ASSINAM:

RABBI DOV LIOR – Grande Rabino, Kiryat Arba-Hebron

RABBI SHLOMO RISKIN, Grande Rabino, Efrat

RABBI GIDEON PEARL, Grande Rabino, Alon Shvut

RABBI ELIEZER WALDMAN, Antigo Membro da Knesset, Rosh Yeshivat Nir

RABBI YISRAEL ROZEN, Rosh Machon Tzomet

RAV RE'EM HAKOHEN, Rosh Yeshivat Otniel

RABBI HANANEL ETROG, M"M Rosh Yeshivat Shavei Hevron

RABBI MOSHE HAGER, Colonel (Reservista), Rosh Torah Academy, Yatir

RABBI UZI SHARBAF, Rosh Kollel Shalhevet Techiat HaAretz

TZVI KATOVER, Alcaide, Kiryat Arba

TZVIKI BAR-CHAI, Alcaide, Southern Hebron Hills

AVRAHAM BEN YOSEF, Alcaide, Hebron

ATTORNEY ELIYAKIM HAETZNI, antigo Membro da Knesset

RON SHECHNER, Colonel (Reservista)

NOAM ARNON

BARUCH MARZEL

DAVID WILDER

BOAZ HAETZNI

NADIA MATAR

ORIT STRUK

YEHUDIT KATZOVER

YA'AKOV SHARVIT

MALACHI LEVINGER

MEIR LAPID



(8 de Tishrei 5769 / 7 de Outubro 2008)


A fim de contas, a yihad global e a inconstante resposta de Occidente ao assalto do Islám radical sobre a sua civilização, giram arredor do ódio aos judeus. Esta verdade, nunca oculta à vista de forma absoluta, foi exposta em toda a sua crudeza umas semanas atrás nas surprendentes revelações do antigo Presidente italiano e Senador vitalício, Francesco Cossiga.

Numa carta ao jornal italiano Corriere della Sera no passado Agosto, Cossiga reconheceu que durante os primeiros anos setenta, o daquela Primeiro Ministro, Aldo Moro, assinou um acordo com a OLP de Yasser Arafat e as suas organizações afiliadas que autorizava aos palestinianos a manter terroristas, bases operativas e armazéns de armamento em Itália a câmbio de imunidade para Itália e os interesses italianos ao longo do mundo. Cossiga reconheceu também que inclusso quando os palestinianos assassinaram italianos, o Governo também os protegiu. Inclusso, admitiu por vez primeira que o ataque terrorista mais grande que teve lugar em solo italiano –o atentado contra a estação de comboios de Bolônia, em Julho de 1980, que acabou com a vida de 85 pessoas- foi obra da organização subsidiária da OLP, o FPLP de George Habash.

Na época do atentado, Cossiga era o Primeiro Ministro em Itália. Justo depois do sucesso, ele culpara da atrozidade aos neo-fascistas. Nas suas palavras, naquela época, “ao contrário que o terrorismo esquerdista, que golpea o coração do Estado através dos seus representantes, o terrorismo negro prefire a massacre porque promove o pânico e as reacções impulssivas”.

Em Agosto, reconheceu que fora obra da FPLP e afirmou que a bomba estoirou sem querer. Quer dizer, que os palestinianos não tinham intenção de assassinar a não-judeus (e que portanto as autoridades italianas seguiram protegendo-os).

O passado Venres, Cossiga ampliou as suas revelações ao Corriere della Sera, numa entrevista com o correspondente em Roma do Yediot Aharonot, Menachem Ganz. Cossiga admitiu que não só eram objectivos israelis o que Itália consentira aos palestinianos atacar com impunidade, senão objectivos judeus em geral. Sem dúvida, quando menos em um, ou provavelmente dois, incidentes os italianos colaboraram com os palestinianos nos seus atentados contra judeus. Em Outubro de 1982, seis terroristas abriram fogo contra um grupo de crentes que abandoava a Grande Sinagoga de Roma. Dúzias de judeus resultaram feridos e o pequeno de dois anos, Stefano Tache, morreu. Horas antes do atentado, a polícia italiana retirara toda vigilância dos arredores.

Por aquele então, também, em Dezembro de 1985, os terroristas palestinianos abriram fogo contra as ventaninhas de El Al no aeroporto de Roma. Dez pessoas morreram. Outras sete pessoas morreram também num atentado simultâneo contra as ventaninhas de El Al no aeroporto de Viena. Segundo Cossiga, os serviços secretos italianos receberam aviso por adiantado advertindo do atentado, mas não se molestaram em compartir a informação com Israel.

Cossiga explicou a Yediot que “nenhuma baixa italiana se produziu. Eles atacaram a aerolínea israeli no aeroporto. Os assassinados eram israelis, judeus e estadounidenses”.

Depois acaeceu o seqüestro do cruzeiro italiano Achille Lauro a pouca distância da costa de Egipto, em Outurbo de 1985. Terroristas palestinianos dirigidos por Abu Abbas seqüestraram o barco. Dispararam contra o passageiro impedido em silha de rodas Leon Klinghoffer e arrojaram-no pela borda quando ainda estava vivo. Os egípcios libertaram aos sequestradores e enviaram-nos num voo a Líbia. Os jets estadounidenses obrigaram ao avião a aterrizar numa base da OTAN em Sicília, mas os italianos rechaçaram consentir que os estadounidenses se figessem com os seqüestradores e libertaram a Abbas. Os italianos interpretaram o enfrontamento como uma vitória contra os bravucões iánquis. Mas, na realidade, foi uma rendição mais ante os criminais palestinianos. Como explicou Cossiga, “toda vez que os árabes eram capazes de perjudicar mais a Itália que aos EEUU, Itália optou por render-se ante eles”.

Cossiga alega que o acordo do seu país com os palestinianos tem-se ampliado recentemente para incluir a Hizbolah. Tras a Segunda Guerra do Líbano, Itália accedeu a dirigir a força da UNFIL encarregada de evitar que Hizbolah se volvesse fazer com o controlo do sul do Líbano, e de bloquear o seu rearme. Ao que Cossiga acrescenta, “podo dizer com absoluta certeça que Itália tem um acordo com Hizbulah consistente em que as forças da UNFIL fazem a vista gorda ante o rearme de Hizbulah, na medida em que não haja ataques contra os soldados integrantes da UNFIL”.

Ganz observa compungido que, embora as afirmações de Cossiga levaram à comunidade judea em Itália a exigir que o Primeiro Ministro Silvio Berlusconi investigasse a colaboração governamental com o terrorismo palestiniano, tal investigação não semelha que se vaia levar a cabo. Ganz explica que o próprio Berlusconi não é imune ao ánti-semitismo que levou aos seus antecessores a deixar desprotegidos aos cidadãos italianos de orige judea. Quando se dirige aos judeus italianos, Berlusconi frequentemente chama ao Governo israeli “o vosso Governo”, manifestando assim a sua adesão ao ponto de vista de que os judeus não são cidadãos autênticos em nenhum país mais que em Israel.

A crença ánti-semita de que todos os judeus são sionistas e, portanto, que todos os judeus estám implicados na guerra contra Israel –outro clássico na velha guerra contra os judeus- permite aos ánti-semitas dissimular o facto de que a sua retórica ánti-israeli está solidamente edificada sobre o ódio ao judeu. Pessoas como os dirigentes iraniãos Mahmoud Ahmadineyad e Ali Jamenei, e terroristas palestinianos da OLP com os seus parentes de Hamas e Hizbulah, quase sempre limitam as suas ameaças aos “sionistas”, querendo fazer ver assim o são ánti-semitas.

Este astuto engano é aplaudido com entusiasmo pelos seus companheiros de viagem occidentais –desde professores universitários como Juan Cole, Steven Walt e John Mearshimer, a políticos como Brent Scowcroft e Zbigniew Brzezinski, até altos dirigentes occidentais e cabeças vissíveis de Estados europeus, e um alarmante número de políticos estadounidenses.

Este engano vai parelho à carreira do ánti-semitismo. Através dos tempos, os ánti-semitas têm utilizado o ódio ao judeu como um banderim de enganche. Atacando aos judeus como inimigo colectivo, os tiranos têm proporcionado aos seus povos o convinte chivo expiatório, o culpável débil ao que atacar, desviando assim as críticas sobre os próprios erros, ou ocultando quais são os autênticos inimigos a povos pacifistas que não têm interesse em combater. O ánti-semitismo apela aos instintos mais baixos da gente. Mas à gente não lhe gosta reconhecer quanto ódiam aos judeus, e os judeus sempre têm preferido negar que sejam odiados.

Assim, os dirigentes ánti-semitas têm disfarçado a sua chamada aos instintos mais básicos, com a pretensão de que o que fazem, na realidade, é apelar a objectivos sublimes. No caso dos názis, por exemplo, Adolf Hitler e Josef Goebbels apelavam ao orgulho germânico e o amor pela Terra dos Pais. Hoje, a esquerda apela ao desejo da gente de paz e justiça. Só consentindo, e inclusso fazilitando, que os judeus morram e que o Estado judeu desapareça, poderá assegurar-se a “paz” e os palestinianos receber “justiça”.

Esta estratégia implica aos políticos europeus –e em distintos graus aos estadounidenses- por duas razões. Primeiro, como o Ministro francês de AAEE Bernard Kouchner deixou claro numa entrevista com Ha’aretz o passado venres, Occidente considera que os yihadistas islâmicos buscam a destrucção de Europa e os EEUU, e acreditam –em parte porque o seu próprio ánti-semitismo lhes leva a exagerar o poder judeu- que Europa se livrará a base de mimar aos árabes e a Irám, porque ademais Israel nos protegerá.

Referindo-se ao programa de armamento nuclear de Irám, Kouchner dixo que ninguém está particularmente preocupado com a ameaça nuclear iraniã, porque todo o mundo acredita que Israel atacará Irám por eles. Nas suas palavras, “honestamente não acredito que um arsenal nuclear poda proporcionar nenhuma imunidade a Irám. Vós, os israelis, golpearede-los antes de que adquiram armas nucleares...Porque Israel sempre tem dito que não agardará a que tenham a bomba preparada. Penso que os iraniãos o sabem. Todo o mundo sabe-o”.

O irônico deste ponto de vista é que expõe uma inversão da retórica ánti-semita. Cinco anos atrás, o antigo Primeiro Ministro de Maláisia, Mahathir Mohamed, dixo ante uma entusiasta audiência de dirigentes de Estados islâmicos: “Os judeus dirigem o mundo a distância. Fazem que outros lutem e morram por eles”. Mas a crença occidental de que Israel os protegerá de Irám, demonstra que o contrário é o verdadeiro. Occidente está absolutamente convencido de que Israel é o seu representante, e que os judeus combaterão e morrerão para protegê-los das forças do terror global e da yihad.

A segunda razão pela que os campiões occidentais da “paz” têm decidido vender a Israel e os judeus aos yihadistas é que, como ánti-semitas que são, os “antisionistas” occidentais temem o poder judeu e pretendem que sejamos débeis. Esse é o motivo pelo qual durante os últimos 40 anos os governos europeus e o Departamento de Estado dos EEUU têm financiado grupos antisionistas em Israel como Paz Agora, B’tselem e Four Mothers. Esse é o motivo pelo que culpam a Israel do terrorismo palestiniano. E inclusso quando Israel sucumba a todas as suas exigências de concessão territorial, ameaçam já com exigir ainda mais.

Na mesma entrevista com Ha’aretz, por exemplo, Kouchner duma banda elogiava ao Primeiro Ministro Ehud Olmert e à Ministro de AAEE Tzipi Livni, pela sua vontade de entregar Jerusalém, Judea e Samária aos palestinianos; mas acrescentava que isso não é suficiente. Israel deve aceitar também a livre imigração dos hostis descendentes dos árabes que abandoaram Israel em 1948. Isto é, Israel deve aceitar também a sua própria destrucção a fim de pavimentar o caminho face a “paz”. Nas suas palavras, “o problema principal é o dos refugiados e Jerusalém, mas principalmente o dos refugiados. Olmert e Livni ainda não o percibem assim”.

Kouchner, doutra banda, está seguro de que Livni rematará reconhecendo a necessidade de permitir que os hostis árabes nascidos fóra se desprazem aqui. “Penso que ela cambiará. Isto sempre sucede na gente que está no cárrego movido pela política mas também pela vida”, afirmou.

Kouchner aplacou o temor do entrevistador sobre a destrucção nacional, afirmando que ele só estima nuns 100.000 os imigrantes árabes hostis. Mas isso é o que diz a dia de hoje...

Se Livni forma Governo e aceita este ponto de vista, deixade que Occidente se encarregará de explicar que pôr limites “arbitrários” à imigração árabe é atentatório contra os direitos humanos, e que o razismo sionista israeli está incitando aos árabes e a Irám a matar judeus e occidentais por todo o mundo.

Tudo isto conduze-nos, quiçá, à maior das ironias da complicidade de Occidente com os árabes e Irám na sua guerra contra os jueus. A lógica conclusão do engano do ánti-semitismo –que os judeus são tudopoderosos e que se deve impedir que os judeus medrem- supõe a desrucção de Israel. E, se isso sucede, Occidente estará nas fauces dos yihadistas islâmicos que têm estado alimentando durante quatro décadas.

A subversão occidental da elite israeli tem fomentado uma situação onde muitos dirigentes israelis têm abraçado os pontos de vista ánti-semitas sobre Israel. Dirigentes como Livni e Olmert, e os mass média e os ambentes acadêmicos de Israel, têm aceitado maioritariamente a ideia de que Israel é culpável da yihad global. Hoje em dia estes líderes sustentam como ideal mais destacado a debilidade de Israel. Quanto mais permaneçam no poder estas elites apoiadas por Occidente, maior será a possibilidade de que Israel não ataque Irám, e que Israel permita ser destruída no interesse de lograr a “paz” com os terroristas palestinianos.

E se Israel é destruída, Occidente já não dependerá de nós, os judeus, para lutar e morrer por eles nunca mais. Estarão sós.



CAROLINE B. GLICK


(7 Tishrei 5769 / 6 Outubro 2008)

REVOLUÇÃO, NÃO REFERENDO


Décadas atrás Meir Kahane plantejou uma pregunta: revolução ou referendo? O tempo do referendo tem passado. A camarilha que dirige Israel sabe que muitas enquisas sinalam que a maioria dos judeus querem viver num Estado sem árabes, com fronteiras defendíveis (nenhum Estado palestinião) e que combata com energia os terroristas.Os esquerdistas israelis, os oligarcas, e os seus candidatos políticos, compartem uma afinidade comum aos governos estrangeiros e, consequentemente, a uma agenda ánti-judea. Os candidatos políticos mentem habitualmente aos seus votantes, prometendo uma linha dura contra os árabes, mas uma vez no despacho, começam a capitular.

Israel é um país post-comunista. Uma minoria de países que abandoaram pacificamente o socialismo viram regressar aos seus ex-comunistas. Pior que em Checoslováquia –o único cenário absolutamente pacífico na transformação post-comunista de um país inteiro-, Israel desenvolveu uma oligarquia fortíssima. O grau de controlo governamental-oligárquico sobre Israel lembra a situação de Rússia. Pior que em Rússia, os dirigentes israelis carecem de uma agenda nacional. A oposição real em Israel não tem dinheiro nem accesso aos mass média, é assediada pelos tribunais e a polícia, e obstruída em qualquer escala de governo. Inclusso se permitissem aos judeus nacionalistas competir em igualdade de oportunidades com os partidos estabelecidos, uma maioria de árabes e esquerdistas garantiria o ressultado das eleições. Não existe possibilidade alguma de libertar-se pacificamente da oligarquia socialista em Israel.

Como pré-requisito a uma revolução exitosa, o sistema de governo israeli deveria fazer-se disfuncional. Os esquerdistas traim a raia à polícia com a sua contínua interposição de demandas “por brutalidade contra os terroristas”. As permanentes concessões aos árabes, culminadas temporalmente em Gush Katif e o Líbano, têm desmoralizado consideravelmente ao exército.

Olmert era o melhor candidato para desacreditar ainda mais ao Governo. Embora soe contraditório, os patriotas israelis fazerão melhor votando por Kadima que por Netanyahu.



OBADIAH SHOHER



Em “Obama desmascarado” (2008), Floyd Brown & Leo Troxler fazem-se a pergunta: “Por que Obama nega com tanta insistência que nasceu numa família muçulmã?” Como o seu nome, Hussein, indica, Barack Obama é muçulmão aos olhos da lei islâmica porque o seu pai era muçulmão, dado que a descendência no Islám é paterlinhal.

Apesar de que a sua conversão ao cristanismo faz de ele um apóstata merecedor da morte, segundo a lei islâmica, os muçulmãos, não obstante, apoiam a Obama abrumadoramente. “Muçulmãos” inclui organizações islamofascistas e terroristas como Hamas e Hizbolah. De facto, os yihadistas têm contribuído economicamente à campanha de Obama.

Esta financiação preocupa à colunista do New York Times Maureen Dowd, apesar da sua reputação de esquerdista. Na sua editorial do 29 de Junho de 2008, Dowd planteja que foi informada por um dos trabalhadores da campanha em internet pró-Obama que a sua campanha na rede superara os 200 milhões $. Isso, afirma, é mais do doble do total gastado pornqualquer candidato na história.

Dowd pergunta, “Donde procede este dinheiro?”. Segundo ela, um dos monitores de seguridade do sítio web começou a detectar que a maior parte das contribuições procediam de proveedores telemáticos de serviços de ultramar. Embora a monitorização de seguridade não foi quem de rastrear a maioria das fontes, sim foi capaz de rastrear contribuições procedentes dumas poucas tarjetas de crédito e fundos bancários electrônicos radicados em Arábia Saudi, Irão e algum outro país do Meio Leste.

Estas donações, diz ela, procediam muito provavelmente de fontes alheias ao que são os votantes estadounidenses. A equipa de campanha de Obama argumentou que “nenhuma destas donações viola as leis de financiação das campanhas”.

Sem embargo, Dowd pergunta, “É correcto que inversores estrangeiros ajudem a decidir quem será o nosso próximo Presidente?”. Sem dúvida, dada a ascendência de Obama e o substancial financiamento procedente de fontes muçulmãs, um votante responsável deveria estar preocupado respeito da independência intelectual e a integridade de Obama.

Considere-se a sua insistência em negociar com o Presidente iranião Mahmoud Ahmadineyad sem nenhum tipo de condições, inclusso admitindo que este dirigente muçulmão aposte por um mundo sem EEUU nem Israel. Não importa que cinco anos de negociações dos EEUU e Europa com Irão só tenham suposto para esse despótico regime cinco anos a maiores para poder desenvolver o seu programa de armas nucleares. Não poderia, quando menos, Obama estabelecer como condição que Ahmadineyad renuncie à sua genocida ambição de borrar Israel do mapa, uma ameaça que viola toda lei internacional?

E que dizer de Ahmadineyad proclamando “morte a América!”? Provavelmente qualquer estadounidense patriota ou com um mínimo de auto-estima exigiria que Ahmadineyad se disculpasse por esse tipo de indignantes proclamas. Resulta extranho que o Senador McCain e a Governadora Palin não tenham pedido contas aos seus oponentes por esta evidente carência do sentido da honra.

O que me leva a considerar se o honorável Senador por Illinois aprovaria negociar com Hitler sem condições. Comparar a Hitler e Ahmadineyad não é uma hiperbole. Irão utilizou milheiros das suas crianças para avançar estoirando através de campos minados durante a guerra Irão/Iraq.

Permitide-me que justaponha a negação do Islám dos direitos humanos com o voto de Obama contra a “Acta de Protecção de Crianças Nascidas Vivas”. Este acta considera a protecção das crianças que nascem durante um procedimento falhido de aborto. Para falar sem rodeos, Obama votou a favor de matar ao recém nascido –algo pelo que não foram capazes de votar nem Hillary Clinton nem Ted Kennedy!



Volvendo à financiação da campanha: Brown e Troxler informam que a AFL-CIO e os seus filiados têm desembolsado uma quantidade sem precedentes de 250 milhões $ para movilizar a 200.000 sindicalistas a favor de Obama. Não é de extranhar: Obama apoia a sindicalização dos negócios com menos de 20 empregados. Também votou NÃO a extender os recurtes de impostosnos ganhos de capital e dividendos. E apoiou as hipotecas subprime que levaram ao colapso de Fannie Mae e Freddie Mac, e à actual crise económica.

Obama está jogando a baça do “homem humilde”, mentres recebe incalculáveis apoios do bilhonário George Soros. Com só uma aparição, recaudou 18 milhões $ das estrelas cinematográficas de Hollywood, o 95% das quais são progressistas.

Obama também está jogando a baça razial. Inumeráveis americãos, especialmente os de esquerdas, sentem-se culpáveis pelas injustiças sofridas pela raça negra –da qual autênticos cargamentos foram vendidos para ser escraviçados pelos muçulmãos e pela sua própria gente em África. Votar por Obama, pensam os progres, absolve-os de culpa ou de qualquer acusação de razismo. Para borrar a mancha do razismo, estes progressistas estám aplicando uma espécie de discriminação positiva na campanha de Obama, sem importar se está qualificado para sentar-se no despacho mais importante e complexo do planeta.

Os esquerdistas não entendem que a sua actitude pró-Obama não é só uma extensão dos programas de discriminação positiva, senão que esses mesmos programas são razistas! A fim de contas, que é o razismo senão julgar e tratar à gente, não dacordo com a sua talha intelectual e moral, senão pela cor da sua pele?

Geraldine Ferraro dixo, “se Obama fosse um homem branco, não estaria onde está”. Ferraro foi a companheira de ticket do democrata Walter Mondale em 1984.

Obama também joga a carta da “image”, apesar da sua associação com questionáveis figuras públicas. A sua juventude e verborrea, junto com o facto de ser meio branco e meio negro, trata de disimular o facto de ter tido titores ánti-americãos como o nacionalista negro Reverendo Jeremiah Wright e o comunista Saul Alinsky. Esse tipo de vínculos semelha não preocupar aos multiculturalistas promotores do auto-ódio na esquerda. O atractivo de Obama para os ánti-americãos não significa nada para a juventude ignorante da herdança americana, que tem feito dos EEUU a nação mais poderosa e caritativa da terra. Obama é a novidade, mistificadora, para essa juventude impresionável e aburrida da democracia.

Obama tem traduzido muito inteligentemente a novidade e a audácia da sua candidatura a eslóganes de campanha: CÂMBIO e SIM, PODEMOS.

Que sabem Obama e os seus aduladores sobre a tradição viva, a que reconcília permanência e câmbio, a que une reverência pelo passado e criatividade, orgulho nacional e progresso?

Como os esquerdistas contemporâneos e muitos liberais de pacotilha, desdenha a conservadores como Justice Thomas por subordinar-se à Constituição, que não deve ser respeitada como lei fundamental da nação se se câmbia cada geração. Contrariamente a Justice Thomas, ou outro grande patriota como Thomas Sowell, Obama contempla a Constituição como um mero molde no que a maioria pode estampar os seus transitórios prejuízos, focados a privar à juventude de qualquer orgulho nacional e de identidade. Dada a idolatria do CÂMBIO, importa que a juventude esteja sumida nas modas e acomodada no hedonismo? E como haveria de ser de outra maneira, se as Universidade propagam o relativismo koral e não ensinam nada sobre a excelência humana ou a grandeça –e quando tantos acadêmicos, incluíndo os mentores de Obama, vomitam ánti-americanismo?

Estes acadêmicos têm a civilização como algo que está garantido. Esquecem quanta virtude e sacrifício requeriu erguer a civilização e evitar que recaísse na barbárie. Instalados no consumismo e num modelo de sociedade auto-indulgente, a colheita actual de progressistas não são capazes de afrontar a realidade da penetração islâmica nos EEUU. Milheiros de mesquitas predicam o ódio aos EEUU e os judeus, mentres estes progres nem pestaneam. Não lhes importa a crecente rede de yihadistas, incluíndo células durmintes de Hizbolah, que agromam pelos EEUU. Nem se imaginam como se regocijarão os muçulmãos através de todo o mundo, e como serão incitados a uma violência maior, se a Meia Lua e a Espada finalmente ondeiam sobre Jerusalém Leste, como propugna Obama sem a menor palavra de reproche por parte de McCain e Palin.

A palavra “Islão” tem que aparecer duma vez nos debates de campanha. Isto dificilmente pode ser atribuído à crise económica. Certo, a crise distrai aos eleitores do mais letal inimigo dos EEUU, Irão, o epicentro do terrorismo islâmico.

A julgar pela sua retórica, Obama não comprende o enorme perigo de um Irão dotado de armamento nuclear. Não parece entender que o sócio de Irão, Hizbulah, derrotou a Israel na 2ª Guerra do Líbano –a Israel, a nação mais poderosa do Meio Leste. Não entende que a derrota de Israel foi essencialmente o resultado de um liderádego inexperto e indeciso. Nem Israel nem os EEUU têm calibrado ainda as consequências do fiasco libanês. Quiçá o fagam se Obama accede à Casa Branca. Coisa que sem dúvida logrará se o Senador McCain e a Governadora Palin não são capazes de denunciar o que Obama implica na realidade; e isto requerirá que actuem como autênticos professores sobre o que são os EEUU, começando pelos Pais Fundadores de América.



PAUL EIDELBERG

(7 Tishrei 5769 / 6 Outubro 2008)



Esta fascinante história começa nas pendentes do monte Carmelo. Durante a Guerra de Independência, as vilas árabes que se achavam neste área foram abandoadas -como todas as áreas onde os judeus goçavam de superioridade estratégica- e os seus habitantes passaram a ser refugiados. Hoje em dia, chamamos "palestinianos" àqueles refugiados. Comunidades agrárias e kibbutzim estabeleceram-se nas ruínas daquelas vilas árabes, convertindo-se nos fogares dos refugiados judeus -refugiados que chegaram aqui procedentes de Europa, tras o Holocausto, e do mundo árabe que expulsara aos judeus do seu seio.

Que tem sucedido desde então com ambos contingentes de refugiados?

Os refugiados judeus têm esquecido há muito tempo o seu estatuto de refugiados. O país que os absorbeu, o Estado judeu, tem-nos convertido na sua própria carne e sangue. Os campos de trânsito têm-se convertido em cidades, vilas e comunidades agrícolas, e tras uma década nem uma só pessoa seguia sendo um refugiado neste país.

Os refugiados árabes, porém, têm mantido o seu estatuto de refugiados. Os países aos que se trasladaram -países árabes- têm optado por não lhes outorgar a cidadania, nem direitos nem um futuro, e deixá-los como "refugiados" servindo como propaganda vivente e arma política a utilizar contra a legitimidade do Estado judeu. Os campos de refugiados têm-se convertido num gigantesco invernadeiro produtor de terror, uma extensão sem fim de ódioe incitação contra Israel, os EEUU e qualquer que não seja um muçulmão árabe.

A UNRWA é a agência cujo único mandato é cuidar dos refugiados árabes. Opondo-se à Comissão para os Refugiados da ONU, a entidade que supervisa a todos os refugiados do planeta, a UNRWA não está autorizada -nem intenta- a reabilitar aos refugiados, a naturalizá-los com os países nos que residem ou um terceiro país, ou a dar-lhes a oportunidade de viver uma vida diferente à de refugiados. Em vez de resolver o problema, a UNRWA agrava-o.

Esta é também a razão pela qual só os refugiados palestinianos que estám registrados na UNRWA preservam o seu estatuto de refugiados de geração em geração. Se o teu pai foi um refugiado, daquela ti passas a ser automaticamente definido como um refugiado, e outro tanto a tua descendência. Esta é uma definição insólita e inaceitável. Dacordo com a Comissão de Refugiados da ONU, refugiado é só aquele que foi expulsado do seu país devido a uma guerra. Os seus filhos serão trasladados a outro lugar tras um período de reabilitação. Dezenas de milhões de refugiados de todo o mundo têm sido reabilitados por este procedimento desde o final da 2ª Guerra Mundial -com a só excepção de um grupo nacional êtnico: os árabe-israelis, os refugiados palestinianos.

E assim chegamos a um martes do passado Agosto; a Comissão para os Refugiados da ONU anunciou que ia enviar 200 refugiados palestinianos a serem reabilitados em Escandinávia. Serão absorvidos pelos Governos de Suécia e Islândia e poderão começar uma nova vida para eles. Por que se lhes concedeu a estes 200 refugiados tal privilégio? Em que sentido são diferentes dos centos de milheiros apinhados em Gaza, esse imenso campo de refugiados?

A resposta é simples. Estes 200 refugiados nunca estiveram baixo o gardachuvas da UNRWA, porque estavam censados -quando ainda viviam no Monte Carmelo- no exército iraqui que participara na Guerra de Independência israeli de 1948.

Junto com as suas famílias, marcharam com o exército a Iraq. Não tiveram, portanto, estatuto de cidadãos ali, mas também não tinham que padecer à UNRWA. Hoje, que têm recuperado a condição de refugiados a causa da guerra dirigida pelos EEUU no solo iraquião, foram enquadrados directamente na lista de refugiados da Comissão para os Refugiados da ONU, que é, como dizíamos, a comissão da ONU para os refugiados "normais" -os que querem ser reabilitados, opostamente aos refugiados sob os auspícios da UNRWA, cujo estatuto de refugiado está destinado a ser perpétuo.

Os residentes de Jerem Maharal e Geva, no Monte Carmelo, podem respirar aliviados. Os árabes que viveram ali vários anos antes que eles já não regressarão, e nem sequer esperam fazê-lo a Jabalya ou Nahar El-Barid. Tomaram o avião rumbo a Escandinávia e, em vez de investir as suas energias como os seus irmãos em cultivar homens-bomba, provavelmente as invistam em estabelecer-se economicamente e em construir uma nova vida, sessenta anos depois.



BENNY ELON *

(7 Tishrei 5769 / 6 Outubro 2008)



* O Rabino Benny Elon é um dos dirigentes do Partido Moledet, integrado na lista União Nacional e membro da Knesset. É promotor da iniciativa para transferir aos refugiados árabes a Jordânia [para mais informação das suas iniciativas seguide a 1ª ligação da direita "The Jordanian Option".

OLMERT DESPIDE-SE GOLPEANDO


O Primeiro Ministro saínte, Ehud Olmert, nunca tem sido um apocado. E o passado luns, deixou claro que não tem intenção nenhuma de abandoar o cenário político de forma tranquila.

Num interview em Rosh Hashaná no jornal Yediot Aharonot, Olmert admitiu por vez primeira que está negociando assuntos cruziais com Síria e a facção dirigente de Fatah dentro da Autoridade Palestiniana (PA), comprometendo-se a que Israel evacue os Altos do Golám, dúzias de vizindários em Jerusalém e o Monte do Templo, assim como a totalidade, ou a quase totalidade, de Judea e Samária.

Olmert sinalou que ele é o primeiro Chefe de Gabinete em proclamar explicitamente o seu apoio à contracção geográfica de Israel às linhas do armistício de 1949. Sem dúvida, nenhum dos seus predecessores fora nunca tão explícito. E a sua pressumível sucessora no despacho -A Ministra de AAEE Tzipi Livni- apaga a sua voz cada vez que é perguntada sobre se acredita que Israel deveria entregar Jerusalém, os Altos e a totalidades de Judea e Samária.

A intenção de Olmert de acelerar a expansão de cesões territoriais que vem patrocinando, converte-o num caso único entre os Primeiros Ministros de Israel. Porém, o seu obstinado convencimento de que Israel não tem outra opção que a entrega de quase todas as terras conquistadas durante a Guerra dos Seis Dias tem sido o ponto de vista comum de cada Primeiro Ministro israeli, com a excepção de Binyamin Netanyahu, desde 1993. Yitzhak Rabin, Simon Peres, Ehud Barak e Ariel Sharon, deram o seu apoio a este ponto de vista. E, por certo, que todas as suas políticas durante a estância no posto foram nessa direcção.

A questão é: por que tem sido assim? Por que durante os últimos 15 anos, num determinado momento do seu mandato, cada Primeiro Ministro, agás Netanyahu, tem chegado à conclusão de que Israel deve devolver o território àqueles que se têm juramentado para a destruir?

Como Rabin, Peres, Barak e Sharon antes de eles, Olmert não emprega nenhum argumento racional para a entrega. Simplesmente diz que deve ser assim. E como os seus predecessores, Olmert utiliza três trucos retóricos para apoiar o seu aserto. Primeiro, recalca a exclussividade da sua posição como Primeiro Ministro. Olmert sabe que Israel deve render o seu território porque ele é Primeiro Ministro. Sharon exprimiu isto mais claramente quando dixo "O que se ve desde aqui, ti não o ves desde ali".

Segundo, Olmert e os seus predecessores -e a sua pressumível sucessora Livni- dizem que "todo o mundo sabe" que Israel se deve retirar. Quer dizer, que tes que ser completamente tolo se não estás dacordo comigo, porque qualquer pessoa no seu sano juízo está dacordo comigo.

Olmert exprimiu este, intelectualmente intimidante, aspecto o luns em referência aos Altos do Golám quando dixo, "Eu quero ver se há uma só pessoa no Estado de Israel que acredite que é possível fazer a paz com Síria sem ceder nos Altos do Golám".

Por último, Olmert e os seus predecessores -e pressumivelmente a sua sucessora- sustentam que é inevitável que Israel entregue todo o conquistado desde o armistício de 1949. E como é inevitável, deve fazer-se de imediato. Como afirmou Olmert -falando novamente dos Altos do Golám- "suponhamos que no próximo ou nos dois próximos anos há uma guerra na região e nos vemos involucrados numa confrontação militar com Síria...eu pergunto-me, que se passa depois de que lhes derrotemos? Antetudo, pagaríamos um preço (pela vitória) e seria lamentável. E depois de pagar o que tivessemos que pagar, que lhe diríamos? Falemos de novo? E que diriam os sírios? Falemos do Golám".

A afirmação de que um Primeiro Ministro sabe mais que a gente comum é certa. Mas nenhuma informação privilegiada no mundo é capaz de compensar a evidência empírica do que está à vista de todos. Seja certo ou não que Israel poida viver em paz com sírios e palestinianos sem necessidade de volver às fronteiras do armistício de 1949, o que é manifestamente certo é que nem os sírios nem os palestinianos têm interesse em viver em paz com Israel. O assunto de se Israel precisa entregar territórios para viver em paz é abslutamente irrelevante hoje em dia.

Tanto sírios como palestinianos sabem que Olmert -como os seus predecessores desde Rabin- deseja regressar às linhas de 1949 a câmbio de paz. E ainda conscentes disto, durante os últimos 15 anos, ambas sociedades têm gravitado no eixo iranião.

Hoje, mentres o Presidente sírio Bashar Assad mantém conversas indirectas sobre a rendição israeli dos Altos do Golám, desprega 25.000 soldados na sua fronteira com o norte do Líbano. Está reconstruíndo o seu programa nuclear com dinheiro iranião e assessoramento científico de Corea do Norte. Tem prometido aos iraniãos que seguirá proporcionando armas a Hizbulah e Hamas, e que as suas negociações com Olmert passarão pelo seu filtro.

Em quanto aos palestinianos, em cada etapa da sua relação com Israel durante os passados 15 anos, cada um dos seus líderes -sejam de Fatah, Hamas ou a Yihad Islâmica- têm sido categóricos no seu rechaço a aceitar o direito de Israel a existir. Ainda mais, na medida que concerne a Fatah, o conflito violento supunha-se que rematara em 1993. Naquela data, Yasser Arafat jurara que de então em adiante, todos os assuntos palestinianos respeito a Israel ressolveriam-se mediante negociações e que o terror seria perseguido, e não promovido.

Garantindo a rendição territorial incondicional a uns inimigos que não amosam nenhum interesse na paz, Olmert -ao igual que os seus predecessores- proclama, para além disso, que o risco subjazente à entrega do Golám, Jerusalém, Judea e Samária, é mínimo, porque Israel é muito forte. Tal e como o expõe Olmert, "somos mais fortes que eles. Digo-che, Israel é o país mais forte do Meio Leste. Podemos manter a raia a todos os nossos inimigos e derrotá-los".

Mas Olmert -como os seus predecessores- nega-se a ver que entregando os territórios que passamos a controlar em 1967 seremos muito mais débeis. E a nossa capazidade para impedir que os nossos inimigos se juntem e nos ataquem é muito escasa. Olmert ignora o facto de que foi a retirada israeli do Líbano em Maio do 2000 o que animou aos palestinianos a atacar-nos em Setembro do 2000. Ignora o facto de que a retirada de Gaza em 2005 levou a Hizbulah a atacar-nos em 2006. E ignora o facto de que o fracasso israeli na derrota de Hizbolah em 2006 levou a que Hamas se figesse com o controlo de Gaza em 2007. E, sobretudo, ignora o facto de que Hamas, Hizbulah e Síria estám controlados por Irão.

Em quanto a Irão, quando aparece o tema do programa de armas nucleares de Teherão, o mesmo líder que diz que podemos derrotar simultaneamente a todos os nossos inimigos, começa a cantar outra canção. Israel, "o país mais forte do Meio Leste". Tolea se pensa que se pode defender por sim só contra o seu mais formidável inimigo.

Para Olmert "parte da nossa exageração, do nosso poderio e da nossa carência de sentido da proporção acha-se em todo o relativo a Irão...A assumpção de que se os EEUU, Rússia e China, e a Grande Bretanha e Alemanha não sabem como lidiar com os iraniãos, mas nós, os israelis, sim sabemos: este é um exemplo de perda das proporções".

Portanto Olmert, como Sharon, Barak, Peres e Rabin antes de ele, tem a determinação de que a única estrategia que Israel pode seguir é a do derrotismo e a rendição. E ele -como os que o precederam- tem elaborado o seu cálculo estratégico ante a evidência empírica que amosam que qualquer que seja o custe de manter o status quo -o que actualmente é render-nos ante os nosso inimigos- o custe da rendição e o derrotismo, é a rendição e a derrota. Isto é, o custe para o país de permitir a sua rendição é superior ao custe de não fazê-lo ou subcontratar a nossa supervivência a potenças estrangeiras.

Se a percepção de que a única opção de Israel é rendir-se, não tem bases de evidência empírica, a que se devem essas afirmações de Olmert?

A resposta, desgraçadamente, está clara. Singelamente, a vida é mais fácil para os Primeiros Ministros, e muito melhor para os antigos da esquerda que os de direita.

Na consideração de Olmert de que as suas propostas sairão adiante, subjazem duas coisas. A primeira, que é consciente de que a leitura internacional soe ser mais generosa com os antigos dirigentes israelis que falam mal de Israel que com os que a defendem. Em segundo lugar, sabe que se alguma vez quere regressar à política, só será capaz de fazê-lo como dirigente da esquerda. As suas permanentes diatribas sobre a necessidade de capitulação de Israel serão-lhe de grande utilidade em ambos cenários.

Logo está o tema das preocupações legais de Olmert. Mentres as suas decisões políticas não diferam das dos seus predecessores, as circunstâncias nas que dimite serão análogas às que afrontou Ehud Barak.

Como Olmert, Barak abandoou o cárrego sob uma nuvem de acusações criminais. E nos seus últimos meses no posto, estragou todos os vestígios restantes de racionalidade estratégica aos sete ventos nas suas desesperadas negociações com Arafat. Apesar do facto de que o seu governo já colapsara, nem o Tribunal Supremo nem a Oficina do Fiscal Geral se atreveram a dizer-lhe que carecia do direito legal a ceder a soberania israeli sobre Jerusalém aos seus inimigos. E, como reconhecimento, à sua fidelidade ao post-sionismo, uma vez que Barak deixou o cárrego, todas as imputações criminais na sua contra foram arquivadas.

Ao igual que Barak, Olmert provavelmente não terá tempo suficiente de levar a bom porto todas as rendições nas que está implicado. Mas isso não significa que o seu proceder não seja perigoso para o país.

Os políticos de extrema esquerda e os seus compinches nos mass média afirmam que Olmert é valente ao falar de modo tão aberto como o faz. E isto é certo. Precisa-se muita valentia para meter o dedo no olho do público geral –que não apoia os teus pontos de vista.

As actuações e propostas de Olmert, que contradizem abertamente as promesas que fixo aos seus votantes em 2006, são uma bofetada no rosto do eleitorado israeli. Desgraçadamente, o público está afeito a este tipo de golpes, o público tem crecido entre este tipo de golpes. Rabin, Barak e Sharon foram eligidos apoiando-se em plataformas de linha dura. E todos eles abandoaram eses presupostos uma vez ressultaram eligidos. Este permanente traição tem levado a que o eleitorado se acomode no cinismo e a que se instale um sentido de impotença entre os cidadãos israelis. Este sentimento está exacerbado pelo facto de que Livni esteja trabalhando a destajo para impedir que se celebrem eleições que conduçam à formação de um novo Governo. Esta é a pura verdade, dado que ela deposita a sua legitimidade para governan na ridícula vitória que obteve numas lamentáveis primárias trufadas de acusações de corrupção.

Assim, ignorando a realidade básica dos câmbios estratégicos em Israel e falando de concessões irrelevantes a imaginários colegas em conversas de paz, como demonstrando o seu abjecto despreço pelo povo, Olmert está a causar-nos grandes perjuízos. Está reforçando a nossa crença de que não temos outra opção mais que eligir líderes embusteros que ignoram os nossos direitos e realidade. E esta é um perigoso engano. Porque a realidade é que não todos os líderes de Israel são uns derrotistas. Ainda quedam dirigentes que antepõem o país. Só que não são amigos de Olmert.



CAROLINE B. GLICK

(4 Tishrei 5769 / 4 Setembro 2008)

EXODUS, AGORA DESDE GAZA


O que mais me preocupa dos palestinianos é a sua semelhança com os primeiros sionistas. Os terroristas palestinianos são patriotas, não como as suas comunidades tradicionais. Como os antigos sionistas de esquerda, desenvolvem conscientemente um prototipo e mentalidade de “novo palestiniano”: já não a do camponês abnegado cuja maior alabança é a resistência ante a opressão; os terroristas confiam “só no rifle”. Como as guerrilhas judeas, não se resignam a deter a violência a câmbio de vagas promesas de reconhecimento como Estado, senão que dam caza àqueles que vem como ocupantes inclusso apesar de que estám em retirada. Como os judeus da clandestinidade, os palestinianos fabricam as suas próprias armas, conseguem outras de contrabando, e as utilizam implacavelmente. Como os judeus, entendem que combater é a única forma de lograr um Estado: Israel não se deve preocupar de ceder terras aos pacíficos palestinianos.

A identidade árabe de Gaza vem definida pelos campos de refugiados. A maioria dos judeus europeus que entraram em Israel durante anos tras o Holocausto não eram sionistas, mas passaram anos em campos para pessoas despraçadas, o que conformou consideravelmente a sua identidade: comunal com os judeus, violenta com os árabes.

As facções de Gaza combatem entre sim, exactamente como faziam os judeus no período pré-estatal. Fatah colabora com Israel da mesma forma em que a Agência Judea colaborava com os ocupantes britânicos: traicionando aos seus correligionários, fingindo resistência, e submetendo-se às decisões de repartir a terra.

A estrutura militar de Gaza é problematicamente semelhante à vitoriosa judea. Abarca todo o espectro de organizações, interconectadas embora formalmente distintas: receptores apolíticos de fundos de beneficência, partidos políticos declaradamente moderados, as suas facções armadas, e as milícias absolutamente fóra de controlo. Os judeus tinham uma estrutura semelhante durante os anos prévios ao Estado. Uma das operações mais exitosas foi levada a cabo por umas dúzias de grupos armados independentes e uns centos de audazes indivíduos judeus. Freqüentemente não recebiam dinheiro dos sionistas, mas o obtinham mediante roubos, negócios túrbios, e num caso sinalado, mediante falsificação. Depois da guerra levaram uns 150.000 judeus do bloco comunista e Europa occidental aos campos para pessoas despraçadas, e desde ali os transportaram a Palestina.

A classe dirigente israeli e o exército têm evoluído convertindo-se em mastodontes, incapazes de reagir rápida e inteligentemente. A máxima militar fala do exército despraçando-se como água, enchendo os petos da resistência, aproveitando as oportunidades. O exército israeli já não é aquela temerária entidade que fora no seu dia, senão um preguiçoso e burocratizado ente a imagem e semelhança das forças armadas dos EEUU, mas carente do abracadabrante orçamento que compensa a ineficácia de aquelas.

Israel poderia ter acabado com Gaza há muito tempo se tiver dado renda solta às brigadas militares, mercenários, ou tendo permitido aos israelis de a pé organizar-se em grupos armados que figessem fronte a Kassam, Yihad Islâmica, Fronte de Libertação Popular de Palestina e outros grupúsculos semelhantes. O exército israeli precisa descentralização com acções de baixa intensidade.

Os palestinianos são inteligentes, comparados com outros árabes. Hamas desenvolveu uma séria organização popular que tem sobrevivido a repressões, assassinatos, ostracismo e bloqueios. De forma constante, Hamas expande as suas relações internacionais. Esta organização islamista acha as suas indesejáveis amizades nos russos e nos pacifistas progres. Os palestinianos manipulam aos sofisticados mass média internacionais através dos shows tipo Al-Dura, e avergonhas aos regimes islâmicos infringindo as fronteiras com Egipto, e portanto implicando a Egipto no bloqueio dirigido por Israel.

Hamas é muito mais honesta e fidel ao seu povo que os sionistas de esquerda. Abraça valores básicos e mantém sem temor prissioneiros de guerra de forma exitosa mediante a debacle dos intercâmbios. Ao contrário que os sionistas em 1947, Hamas nega-se a repartir uma terra que ela considera árabe. Ao contrário que Egipto e Jordânia, Hamas rechaça as mentiras politicamente correctas sobre a paz, e só oferece a Israel o que pode oferecer sem compremeter a sua conciência islâmica: uma trégua.

O assunto da embarcação Chipre-Gaza lembra o projecto “Exodus”. Racionalmente falando, a imigração judea ilegal foi pouco importante: os britânicos interceptavam a maioria dos botes e permitiam a alguns passar a Palestina a conta da quota de imigração. A imigração ilegal nunca foi um tema importante para os esquerdistas, mas depois do Holocausto aumentaram os seus esforços a fim de que os britânicos renunciassem ao seu Mandato, e que a ONU accedesse ao Estado judeu. Inclusso depois do Holocausto, a noção de um Estado judeu era excessiva para a comunidade internacional. Contrariamente aos habituais projectos de imigração clandestina, o Exodus de 1947 foi concebido desde o primeiro momento para que Grande Bretanha reagisse. A sua Armada, portanto, enfrentou-se com o barco de passageiros; as balas britânicas mataram treze judeus. Escoltados a França, os passageiros negaram-se a desembarcar, e os britânicos levaram-nos de volta a Alemanha, ao horro documentado nos mass média internacionais.
Os esquerdistas internacionais estruturaram a viagem de Chipre a Gaza, e o regresso, também como um evento mediático. De forma inusual para a imigração ilegal, o Exodus levava a bordo gente velha, mulheres grávidas e centos de crianças –para lograr um efecto máximo entre os mass média. Os de Gaza enviaram no bote a Chipre a personalidades amigas dos mass média, de maneira semelhante.



OBADIAH SHOHER

(5 Tishrei 5769 / 5 Outubro 2008)


Contrariamente ao sábio critério de entrar em matéria de imediato, devo começar este artigo com uma introducção pessoal. O autor destas linhas está considerado como um inimigo dos árabes, um defesor da sua expulsão, etc. Isto não é certo. A minha vinculação emocio nal com os árabes é a mesma que tenho com qualquer outro povo –cortês indiferência. A minha relação política caracteriza-se em dois princípios. Primeiro: a expulsão dos árabes de Palestina é absolutamente sob qualquer das suas formas. Sempre haverá duas nações em Palestina –o qual é suficiente, sempre que os judeus sejam a maioria. Segundo: estou orgulhoso de ter sido membro do grupo que formulou o Programa Helsingfors. Formulou-se não só para os judeus, senão para todos os povos, e a sua base é a igualdade entre todas as nações. Podo comprometer-me, no nosso nome e o da nossa descendência, que nunca destruiremos esta igualdade e que nunca trataremos de oprimir ou expulsar aos árabes. O nosso credo, como o leitor pode ver, é completamente pacífico. Mas será algo muito distinto se não podemos acadar os nossos pacíficos fins através de meios pacíficos. Isso dependerá, não da nossa relação com os árabes, senão exclusivamente da relação dos árabes com o sionismo.

Tras esta introducção já podo ir ao quid da questão. Que os árabes da Terra de Israel deveriam chegar a um acordo de bom grau com nós está para além de todo sonho e esperança, e no futuro imediato també,. Esta íntima convicção exprimo-a categoricamente não por consternar à facção moderada do campo sionista, senão, pelo contrário, porque desejo lhes evitar essa consternação. Para além daqueles que desde a sua infância já têm estado “cegos”, todos os demais sionistas moderados têm comprendido há muito tempo que não existe a mais ligeira possibilidade de alcançar um acordo com os árabes da Terra de Israel sobre que “Palestina” poda chegar a ser um país com uma maioria de judeus.

Todos os leitores têm uma ideia aproximada da história doutros países que têm sido colonizados. Sugiro-lhes que lembrem alguns exemplos. Se intentam achar um caso de um país colonizado com o consentimento dos que nele nasceram não acharão nem um só. Os habitantes (pouco importa se civilizados ou selvagens) sempre opõem uma resistência testaruda. Ainda mais, fosse como for pouco importa a maneira de agir do colonizador. Os espanhois que conquistaram México e Peru, ou os nossos próprios ancestros nos dias de Josué ben Nun conduziam-se, poderia-se dizer, como autênticos saqueadores. Mas aqueles “grandes exploradores”, os ingleses, escoceses e holandeses, que foram os autênticos pioneiros de Norte América eram pessoas possuídas por um modelo elevadamente ético; pessoas que não só pretendiam lograr a paz com os peles vermelhas senão não molestar nem a uma mosca; gente que, com toda a sinceridade e inocência, acreditavam que naqueles bosques virges e amplas pradeiras havia espaço para ambos, os homens brancos e os vermelhos. Mas os nativos ofereceram resistência am ambos tipos de colonizadores, os civilizados e os bárbaros, com o mesmo grau de crueldade.

Outro ponto sem demassiado interesse é se existia ou não a suspeita de que o colonizador pretendia expulsar aos habitantes das suas terras. O vasto território dos EEUU jamais teve mais de um ou dois milhões de índios. Os nativos combateram aos colonos brancos, não por temor a serem expropiados, senão simplesmente porque jamais tem existido um nativo, em nenhum tempo nem lugar, que tenha aceitado a colonização por parte de outros do seu país. Qualquer povo nativo –tanto dá se civilizado ou selvagem- considera o seu país como o seu fogar nacional, do que sempre serão amos absolutos. Nunca consentirão, já não um novo amo, senão inclusso um novo sócio. E isto rege também para os árabes. Alguns ingênuos entre nós tratam de convencer-nos de que os árabes são uma espécie de imbéceis que podem ser enganados por uma versão camuflada dos nossos objectivos, ou uma tribo de avaros que abandoarão o seu direito histórico a Palestina a câmbio de compensações culturais e económicas. Rechaço rotundamente esta valoração dos árabes palestinianos. Culturalmente estám 500 anos por detrás nossa, espiritualmente não possuem a nossa resistência ou força de vontade, mas isso esgota o capítulo de diferências. Podemos falar tudo o que queiramos das nossas boas intenções; mas eles sabem, tão bem como nós, o que lhes convém e o que não. Contemplam Palestina com o mesmo amor instintivo e verdadeiro fervor com que qualquer azteca o fazia respeito a México ou com que qualquer sioux olhava as suas pradeiras. Pensar que os árabes consentirão voluntariamente a realização do ideal sionista a câmbio de benefícios culturais ou económicos é pueril. Esta fantasia infantil dos nossos “arabófilos” provém, na realidade, duma espécie de despreço pelo povo árabe, dalguma espécie de infundada percepção dessa raça como uma multidão lista para ser subornada a fim de que vendam a sua pátria a câmbio duma rede ferroviária. Esta vissão está absolutamente infundada. Os árabes, pode que a nível individual nalgum caso sejam subornáveis, mas isso não significa em absoluto que todos os árabes de Eretz Israel estejam desejosos de negociar com uma forma de patriotismo que, nem sequer, os indígenas de Papua conhecem. Todos os povos indígenas resistem aos colonizadores estrangeiros na medida em que têm alguma esperança de manter-se a salvo do seu domínio.

Isso é o que estám fazendo os árabes em Paletsina, e o que seguirão a fazer mentres tenham uma pisca de esperança em poder evitar a transformação de “palestina” em a “Terra de Israel”.

Alguns de nós imaginaram que ocorrera um malentendido, que os árabes se opõem a nós porque não comprendem as nossas intenções, mas que se lhes figéssemos entender quam modestas e limitadas são as nossas aspirações, daquela estreitariam-nos entre os seus braços pacificamente. Isto também é uma falácia que tem sido demonstrada uma e outra vaez. Só necessito lembrar um incidente. Três anos atrás, durante uma visita aqui, Sokolow pronunciou um grande discurso sobre esse “malentendido” empregando uma linguagem mordaz para amosar o equivocados que estavam os árabes ao supor que tratávamos de lhes quitar as propriedades, expulsá-los do país, ou suprimi-los. Isto não era assim. Nem sequer queríamos um Estado judeu. Tudo o que queríamos era um regime representativo da Liga das Nações. Uma resposta a este discurso foi publicada no jornal árabe “Al Carmel” num artigo cujo conteúdo lembro de memória, mas do que estou seguro que reproduço o sentido.

Os nossos grandes sionistas estám inecessariamente perturbados, escrevia o autor. Não existe malentendido. O que Sokolow diz em defesa do sionismo é certo. Mas os árabes já o sabemos. Obviamente, os sionistas de hoje não podem sonhar com expulsar ou eliminar os árabes, ou inclusso com estabelecer um Estado judeu. Claramente neste momento eles estám interessados numa só coisa –que os árabes não interferamos na migração judea. Ainda mais, os sionistas têm prometido controlar a imigração dacordo com a capazidade económica de absorção do país. Mas os árabes não nos fazemos ilusões na medida em que não existem condições para a imigração.

O editor do jornal inclusso deseja acreditar que a capazidade de absorção de Eretz Israel é muito grande,e que é possível assentar muitos judeus sem necessidade de afectar nem a um só árabe. “Isso é o que querem os sionistas, e o que os árabes não querem. Nesse sentido, os judeus tratarão, pouco a pouco, de convertir-se numa maioria e, ipso facto, formarão um Estado judeu e o destino da minoria árabe dependerá da vontade dos judeus. Mas, não eram os próprios jueus os que nos diziam quam “agradável” era ser uma minoria? Não existem malentendidos. Os sionistas querem uma coisa –liberdade de imigração- e a imigração judea é o que nós não queremos”.

A lógica empregada por este editor é tão simples e clara que deveria ser aprendida de todo coração e convertir-se em parte essencial da nossa noção do que é a questão árabe. Não tem importância se citamos a Herzl ou a Herbert Samuel para justificar as nossas actividades. A colonização mesma tem a sua própria explicação, integral e inexorável, e comprendida por cada árabe e cada judeu que se detenha a pensar nela. A colonização só pode perseguir um objectivo. Para os árabes palestinianos este objectivo é inadmissível. Está na natureza das coisas. Cambiar essa natureza é impossível.

Um plano quesemleha seducir a muitos sonistas seria como o seguinte: se é impossível que o sionismo seja aprovado pelos árabes de Palestina, devemos intentá-lo com os árabes de Síria, Iraq, Arábia Saudi e, quiçá, Egipto. Inclusso se isto fosse possível, não cambiaria a situação básica. Não cambiaria a actitude dos árabes da Terra de Israel face nós. Setenta anos atrás, a unificação de Itália foi conseguida, com a retenção por parte de Áustria de Trent e Trieste. Porém, os habitantes dessas cidades não só rechaçaram aceitar a situação, senão que lutaram contra Áustria com redoblado vigor. Inclusso se for possível (e ponho-o em dúvida) negociar Palestina com os árabes de Bagdad e Mecca, como se se tratasse dalguma insignificante zona fronteiriça, Palestina seguiria sendo para os palestinianos não uma franxa de terra, senão o seu lugar de nascimento, o centro e a base da sua própria existência como nação. Portanto seria necessário emprender a colonização contra a vontade dos árabes palestinianos, que é a situação a que nos vemos abocados na actualidade.

Mas um acordo com os árabes de fóra da Terra de Israel também é uma ilusão falsa. Para que os nacionalistas de Bagdad, Mecca e Damasco, acordassem uma contribuição tão cara (accedendo a deixar de lado a preservação do carácter árabe de um país situado no centro da sua futura “federação”) teríamos que oferecer-lhes algo equivalentemente valioso. Só poderíamos oferecer duas coisas: dinheiro ou asistência política (ou ambas coisas). Mas não podemos oferecer nenhuma. No que se refere ao dinheiro, é absurdo pensar que podemos financiar o desenvolvimento de Iraq ou Arábia Saudi, quando nem sequer temos suficiente para a Terra de Israel. Dez vezes mais iluso é pensar na asistência política para promover as aspirações políticas árabes. O nacionalismo árabes tem os mesmos objectivos que o nacionalismo italiano anterior a 1870 e o nacionalismo polaco antes de 1918: unidade e independência. Estas aspirações contemplam a erradicação de qualquer pegada da influência britânica em Egipto e Iraq, a expulsão dos italianos de Líbia, rematar com o domínio francês sobre Síria, Tunísia, Algéria e Marrocos. Para nós, apoiar um movimento desse tipo seria suicida e constituiria uma traição. Por se pretendíamos ignorar o facto de que a Declaração Balfour foi assinada por Grande Bretanha, não podemos esquecer que França e Itália também o figeram. Não podemos intrigar sobre a expulsão de Grande Bretanha da Canle de Suez e o Golfo Pérsico, e a eliminação do mandato colonial francês e italiano sobre o território árabe. Esse tipo de doble jogo não pode ser considerado baixo nenhum conceito.

Assim, devemos concluir que não podemos prometer nada aos árabes da Terra de Israel ou dos países árabes. O seu acordo voluntário fica fóra de questão. Daí que aqueles que sustentam que alcançar um acordo com os nativos é uma pré-condição essencial para o sionismo já podem ir dizendo “não” e abandoar o sionismo.

A colonização sionista, inclusso a mais restringida, deve ser levada a cabo em contra dos desejos dos nativos. Esta colonização pode, portanto, continuar e desenvolver-se só baixo a protecção de uma força independente da população local –um muro de ferro que os nativos não podam traspassar. Esta deve ser, em ressumo, a nossa política faze os árabes. Formular qualquer coisa distinta não é mais que hipocresia.

Não é só que deva ser assim, e que é assim o admitamos ou não. Que significam para nós a Declaração Balfour e o Mandato? O facto de que um poder desinteressado se comprometa a criar tais condições de seguridade que a população local fique persuadida de interferir com os nossos esforços.

Todos nós, sem excepção, estamos exigindo constantemente que esse poder cumpra estritamente as suas obrigas. Neste sentido, não há diferências sustanciais entre os nossos “militaristas” e os nossos “vegetarianos”. Uns preferem um muro de ferro de bayonetas judeas, os outros propõem um muro de ferro de bayonetas britânicas, outros propõem um acordo com Bagdad, e semelham estar satisfeitos com as bayonetas de Bagdad, mas todos aplaudimos, dia e noite, a criação dum muro de ferro. Destruiríamos a nossa causa se proclamassemos a necessidade de chegar a um acordo, enchendo a cabeça do Mandato com crenças de que não necessitamos o muro de ferro, senão conversas sem fim. Uma proclamação dessa índole só nos pode perjudicar. Portanto é o nosso dever sagrado denunciar esse tipo de discurso e demonstrar que é uma trampa e um erro.

Duas breves observações: em primeiro lugar, se alguém objecta que este ponto de vista é imoral, contesto-lhe: não é certo; tanto se o sionismo é koral e justo ou imoral e injusto. Essa é uma questão que deveríamos ter plantejado antes de convertir-nos em sionistas. Esse questionamento já o tempos deixado atrás, e em positivo.

Temos decidido que o sionismo é moral e justo. E dado que é moral e justo, devemos fazer justiça, sem nos importar se Joseph ou Simon, Ivan ou Achmet estám dacordo ou não com ela.

Não existe outra moralidade.

Tudo isto não significa que nenhum tipo de acordos seja possível; só um acordo voluntário é impossível. Na medida em que tenham uma mínima esperança de poder liberar-se de nós, não venderão essas esperanças, não por nenhuma espécie de bonitas palavras ou bocados suculentos, senão porque não são uma multidão informe senão uma nação, quiçá um pouco feita jirões, mas ainda viva. Um povo vivo faz concessões enormes nesse tipo de questões cruziais só quando já não lhe fica esperança. Só quando nem a menor rendija seja visível no muro de ferro, só então, os grupos extremistas perderão a sua influência, e a sua influência passará às mãos de grupos moderados. Só então estes grupos moderados acudirão a nós com propostas de concessões mútuas. E só então, os moderados, oferecerão propostas de compromiso sobre aspectos práticos como as garantias contra a expulsão, a igualdade ou a autonomia nacional.

Sou optimista em que ambos povos, como bons vizinhos, poderão viver em paz. Mas a única via para alcançar tal acordo é o muro de ferro, que é o mesmo que dizer, o fortalecimento de um governo em Palestina sem nenhum tipo de cortapisa árabe; que é o mesmo que dizer, um governo contra o que os árabes combaterão. Noutras palavras, para nós a única via para um acordo no futuro é o rechaço absoluto de qualquer intento de acordos agora.



ZEEV JABOTINSKY

(1923)