SIONISTAS BONS, SIONISTAS MÁUS

Uma das leis não escritas da guerra é que o bando vencedor pode fazer o que lhe venha em ganha tras o cesse de hostilidades. Esta lei é aínda mais relevante quando o vencedor resulta ser aquele que não dou começo à guerra, ou que fz tudo o possível para que a guerra não tiver lugar.


Vejamos Israel. Tras a sua vitória numa guerra que inicialmente tratou de evitar em 1948, utilizou a sua vitória para expandir o seu território. Durante vários anos, tras essa guerra, começaram a aparecer novas comunidades no mapa, como Ahdod em 1956, Karmiel em 1964, Dimona em 1955 e Arad em 1962 (por mencionar só umas quantas).


Depois, perto de 20 anos mais adiante, e enfrontada com a perspectiva duma arremetida árabe, Israel viu-se forçada a manter outro conflito bélico em 1967 que, como a guerra de 1948, rematou numa vitória decisiva a favor de Israel. Então, uma vez mais, como figera tras o trunfo de 1948, Israel utilizou essa vitória para embarcar-se numa campanha de ampliação do seu território. Novas comunidades começaram a figurar no mapa, como Kiryat Arba em 1972, Kedumim em 1975, Karnei Shomron em 1977 e Efrat em 1983 (por mencionar só algumas).


Sem embargo, aquí é onde rematam as semelhanças. Por alguma extranha razão, as comunidades que foram fundadas tras 1948 têm sido consideradas sempre como legítimas pelo público israeli, mentres as comunidades estabelecidas depois de 1967 nunca obtiveram por completo o mesmo grau de legitimiade aos olhos dalguns seitores do público israeli, sendo de facto consideradas ilegítimas inclusso por alguns cidadãos de Israel.


O argumento de que estas últimas comunidades foram estabelecidas no meio ou perto de grandes centros de população árabe –ou em “terra árabe”- não se sustenta em pê, especialmente na medida em que o mesmo pode ser dito de muitas comunidades “legítimas” estabelecidas depois de 1948 e inclusso dalgumas anteriores a 1948. Se este for o caso, daquela qual é a razão para dar um trato diferente às comunidades post-1967 daquelas anteriores a esssa data?


Semelha que a única resposta lógica é que as primeiras comunidades foram fundadas pelos “sionistas bons” (Ben Gurion e companhia), mentres que muitas das posteriores a 1967 foram fundadas por um tipo diferente de sionista, nomeadamente o tipo que acredita em que se assentar em Eretz Yisrael é uma mitzvá e toma a sua inspiração e motivação directamente do Judaísmo. Esta é a única resposta plausível ao por que este segundo grupo de sionistas e as comunidades que têm fundado são estigmatizadas e consideradas ilegítimas por uma parte da cidadania de Israel.


Desgraçadamente, o que muitos aquí em Israel que consideram as comunidades post-1967 ilegítimas ignoram, ou quiçá se negam, é a entender que aos olhos dos árabes TODAS as comunidades e assentamentos (pre-1948, post-1948, post-1967) são ilegítimas. Eles não fazem essas distinções triviais. Só nós, os pusilânimes judeus, entramos nesse tipo de matizes.



YOEL MELTZER


24 Tamuz 5769 / 16 Julho 2009


0 comentarios: