Seguindo com o seu propósito de exterminar aos judeus, os europeus insistem na sua exigência de que Israel asuma a solução dos dois Estados –a pesar do facto de que os palestinianos já têm renunciado a ela. Tanto Hamas como Fatah declaram que não reconhecem a Israel, para além da dimensão das suas fronteiras.
Fazendo-se eco do dito pelo representante da política exterior comunitária, Javier Solana, o Ministro de Assuntos Exteriores checo advertiu a Israel que as suas “relações serão muitos dificultosas” se os judeus se atrevem a renunciar a um acordo que dê passo a dois Estados.
Talvez Israel deveria romper as suas relações diplomáticas com a União Europeia até que Espanha conceda a independência aos bascos, o Reino Unido a Escócia, e França aos bretones.

[Na image: atentado de ETA em Vic, 1991]


JUDEUS E CINEMA


Para iniciar a semana escolhemos este texto de David Mamet, tirado do seu imprescindível livro “Bambi vs.Godzilla” (2006).



Adicamo-lo ao amigo Moisés Morales -seguidor de Stella Adler (seguidor da autenticidade)- que nos puxo fragmentos de “On the waterfront” uma tarde em Vigo.











OS JUDEUS NO MUNDO DO ESPECTÁCULO



“Estes falsos judeus promovem a imundícia de Hollywood que arraiga no povo norteamericano e nos povos de todo o mundo re reduze a nossa força moral […] são os judeus perversos, os falsos judeus…” (Louis Farrakhan, 2006)




Vejamos se sou capaz de ofender a vários grupos bem intencionados à vez. Dirijo-me em particular aos razialmente puntilhosos e a quem defendem, com a melhor das vontades, mas sem comprometer-se, às pessoas com trastornos do desenvolvimento: não descarto que o Sindrome de Asperger tenha contribuído à criação do cinema.


Entre os sintomas desta alteração do desenvolvimento acham-se a precozidade, uma notável capazidade para reter grandes quantidades de informação, incapazidade para relacionar-se em grupo segundo a maneira própria de cada idade, ignorância das normas sociais ou indiferença ante elas, uma grande inteligência e dificuldades para afrontar os câmbios, unido tudo isso a uma aptitude fóra do comum para concentrar-se nom mais nímios detalhes duma tarefa.


Visto assim, diria que é o perfil dum director de cinema. Permita-se-me observar, assimesmo, que o Sindrome de Asperger dá-se de maneira predominante entre os judeus askenazis e os seus descendentes. Para quem não tenha estado atento, este grupo constitui, e tem constituído desde as suas origes, o grosso dos directores de cinema e dos gerentes dos estudos cinematográficos nos EEUU.


Neal Gabler, no seu “An empire of their aown”, sinala que os criadores do cinema –Goldwyn, Mayer, Schenck, Laemmle, Fox- procediam dum círculo cujo centro era Varsóvia e com um rádio não superior aos 300 quilómetros (acrescento aqui, com orgulho, que os meus quatro avós pertenciam a esse círculo).


Amplando o nosso círculo a todos os judeus de Europa do Leste (os askenazis), achamos uma lista de directores que começa pela promoção de Joe Sternberg e segue em pleno vigor com a de Steven Spielberg e os jóvenes de hoje.


Um reitor de Harvard, nos anos setenta, teve que se defender. A política de admisão de estudantes, até então desinteressada, começou a ter em conta o lugar de residência do solicitante. O reitor chamou ao novo programa Diversidade Geográfica, ou algo assim, e sinalou que nos tempos não ilustrados prévios a esta política, uma porcentagem estatisticamente anómala do alunado procedia “dos donuts que arrodeavam as cidades”. O seitor mais espabilado do alunado respostou: “isso não são donuts, são bagels”.


Como também o é a comunidade cinematográfica.


Têm-se escrito muitos textos sensibleiros nas últimas duas décadas sobre a “táboa rasa”, a ideia de que, como teoricamente todos os rapazes são iguais segundo a lei, os rapazes devem, por extensão, ser iguais em tudo, e que isto seria impossível a menos que todos os rapazes fossem, desde o seu nascimento, igualmente capazes –sem ter em conta as influências medioambientais –de trunfar em tudo.


Esta é uma teoria magnífica e majestuosa e defenderia-a todo o mundo, agás quem tenha rapazes, os tenha observado, ou pensado em eles seriamente alguma vez.


As razas, como sustenta Steven Pinker no seu desmitificador ensaio “Tabla rasa”, são só grandes famílias; as famílias compartem os gens e, portanto, as predisposições genéticas. Estas podem influir nos portadores de gens (ou indivíduos) muito, pouco ou nada. Ora bem, existe a possibilidade de que uma família que transmite o gem duma grande coordinação mão/olho dê mais atletas que outra família sem esse gem. A família com gens de agudeza visual produzirá muito provavelmente bons cazadores, cujas aptitudes proporcionarão alimento. As famílias dos bons cazadores prosperarão e se cruzarão entre sim, reforçando assim a predisposição genética à agudeza visual.


Entre os filhos das famílias askenazis, nada era mais valorado que o talento para o estudo e a exégese.


Identificava-se e potenciava-se aos alunos prodigiosos: o filho dotado duma família pobre era adoptado por uma família rica, e assim o rapaz melhorava de posição e servia à comunidade, a religião e a raza.


Ao crescerem, estes normalmente contraríam matrimônio no seio da família ou a família ampla dos ricos. Os rapazes precozes alimentavam-se melhor e, portanto, viviam mais tempo, de modo que tinham mais provabilidades de aparear-se e transmitir os seus gens.


Estes estudantes chegavam a ser aclamados rabinos e mestres jasídicos e fundavam gerações de rabinos; a progênie destas cortes rabínicas entremesclava-se, como qualquer realeza, e assim explico eu, como mendeliano aficionado, o predomínio do Sindrome de Asperger entre os askenazis.


Quais eram os rasgos que indicavam o prodígio incipente? A capazidade para reter e correlacionar enormes quantidades de informação, a ausência de desejo duma interacção social normal (ou a falha de aptitude para isso), idiosincrásia, uma aptitude extraordinária para a inmersão nos detalhes mais nímios; enfim, seiscentos anos de rabinos polacos e cem dos seus descendentes genéticos, e chegamos aos directores de cinema norteamericanos.


Não vaiam vocês a pensar que com isto reclamo para a minha ampla família e para mim o yichus [abolengo] da descendência dos rabinos. A minha própria história familiar e, segundo creio, a da maioria dos directores de cinema que conheço (tanto judeus como não judeus), é sem lugar a dúvidas a duns tarambanas. Sustento, porém, que a endogamia culturalmente limitada duma das suas partes constituíntes representa uma ventagem colateral para o povo askenazi no seu conjunto.


Por suposto, não cumpre ser askenazi nem, de facto, judeu para trunfar como director de cinema; este divertimento genético de meu pode indicar, não obstante, um desiderátum do cineasta (embora não tem por que ser hereditário, mais vale que conste no currículum): experiência como tarambana.


Os provérbios dizem-nos que a pedra rechazada pelos construtores tem-se convertido na pedra angular. O mesmo se passa com qualquer no mundo do espectáculo, e em especial com o director. Já que, como pode este posto, que requere a um geralista depravado, atraír a alguém que tenha trunfado ou seja apto para trunfar num campo concreto?


Do mesmo modo que U.S. Grant fracasou em tudo menos em preservar a União, o director é provavelmente uma pessoa que, por nascimento, formação ou predisposição, tem o talento ou sinte o impulso de pôr orde no caos, ou bem de invertir o processo.


Loki, Raven, os Fonz, Falstaff e Larry David são exemplos deste arquetipo, o embaucador: personagens que exprimem ou intuim a propensão a trastornar e, portanto, reordear o mundo num nível de abstracção distinto, que é o cometido do cineasta.


Como pode alguém aprender a contar uma história em imagens, asignar a vários ofícios e departamentos as suas tarefas, supervisar e dirigir a vários centos de artistas, técnicos e administradores, e aspirar a satisfazer as exigências de uma agotadora agenda de producção lutando contra o clima, a natureza humana, o azar, etcétera?


É um trabalho que atrai àqueles que se crescem com o desafio, o caos, a incertidume, a intervenção humana; que adoram a improvisação; que prefeririam antes morrer que se volver a integrar na população geral, etcétera. Um trabalho que atrai, de facto, a sémi-delinqüentes.


Nota:


Sim, há muitos judeus na indústria cinematográfica.


Não, não matámos a Cristo.


DAVID MAMET


SHABAT SHALOM





SAMUEL I 15:2



Assim diz o Senhor dos Exércitos: Eu me recordei do que fez Amalek a Israel; como se lhe opôs no caminho, quando subia do Egipto.


Vai, pois, agora e fere a Amalek; e destrói totalmente tudo o que tiver, e não lhe perdoes; porém matarás desde o homem até à mulher, desde os meninos até aos de peito, desde os bois até às ovelhas, e desde os camelos até aos jumentos.

O SHOW DOS VENRES EM NIILIN

Disfrutando do dia de descanso dos muçulmãos, centos de árabes, junto com ultraesquerdistas israelis e estrangeiros, acribilharam a pedradas às IDF perto de Niilin. O lugar da barreira de separação é um ponto conflitivo para os árabes dado que dúzias de milheiros de imigrantes ilegais palestinianos o utilizam para passar a Israel –o que tem convertido aos lugarenhos em gente adinheirada.

O show tem lugar todos os venres.

O exército utilizou gas lacrimôgeno e balas de plástico, garantindo-se assim que os palestinianos acudam novamente à cita a semana que vem.

Uma vez, durante a 1ª Intifada, o Rabbi Kahane –que daquela estava na reserva- foi enviado a aplacar as revoltas árabes em Hebron; aquele mesmo dia, alguns árabes morreram no West Bank, mas nenhum em Hebron: como os palestinianos estavam aterrorizados duma resposta extremadamente dura do Rabbi Kahane, optaram melhor por ficar nas suas casas.


O Egipto oficial não levará a cabo celebrações especiais para comemorar o trinta aniversário do tratado de paz com Israel. As organizações islamistas egípcias, mais bem, fazerão actos de condeia do acordo.

Egipto, como as nações normais, não celebra uma paz que simplesmente lhes devolveu um território que já consideravam seu.

Os judeus, sem embargo, celebram um tratado de paz que significou a perda das 5/6 partes do seu país e da Terra Prometida, o lugar onde recebéramos a Torá.



Durante a sua intervenção na conferência da IDC Herzliya, Olmert manifestou que, para conseguir a paz com os palestinianos, o próximo Governo deverá dar-lhes mais do que Barak lhes tem oferecido: insinuando que Israel deverá desmantelar todos os assentamentos, convertendo a 220.000 judeus em pessoas sem fogar, e entregando aos árabes o Monte do Templo.

Olmert confirmou o persistente rumor de que lhe tem oferecido a Abbas um acordo, há mais de seis meses, que concederia a titularidade do Monte do Templo aos terroristas palestinianos. Abbas, presumivelmente, o teria rechaçado, já que não está disposto a conceder aos judeus nem um palmo de território.

O Governo é vítima da sua política de concessões continuadas: conforme os palestinianos vam digerindo as concessões, reclamam mais.

Há um caminho menos oneroso para acadar a paz com os palestinianos: a sua expulsão.


LUZ VERDE PARA O IRON DOME


Para além de telhados de cemento armado, Sderot receberá também proximamente o Iron Dome. Israel vem de provar este novo sistema de programa ánti-mísseis.

Os judeus poderão contar com mísseis de intercepção valorados em 200.000 $ para defender-se dos foguetes Kassam (valorados em 100 $). O Iron Dome é inútil para interceptar os projectis que utilizam habitualmente os terroristas palestinianos, e a sua eficácia contra os Grad e os novos mísseis Kassam-4 resulta muito questionável.

O Iron Dome foi eligido por diante do sistema láser estadounidense devido às pressões do sindicato Histadrut e o complexo da indústria militar israeli.

Uma solução muito mais eficaz e barata seria anexionar-nos Gaza e expulsar aos seus habitantes através da fronteira egípcia.

A PIEDADE DOS IDIOTAS


Os sábios do Talmud distinguiam entre apiadar-se de um próprio e apiadar-se daqueles que nunca teriam piedade contigo.

Num intento de contrarrestar a propaganda ultraesquerdista ánti-IDF, o exército vem de adoptar várias iniciativas, incluíndo SoldiersSpeakOut.com, onde médicos das IDF relatam orgulhosos algumas das suas estúpidas acções: arriscar vidas de judeus e malgastar quantiosos recursos para proporcionar ajuda aos votantes de Hamas em Gaza -os palestinianos foram evacuados em helicóptero a Israel para receber custosos tratamentos.

Um exemplo ilustrattivo é o dum bem intencionado judeu chamado Amir. A sua unidade irrompera no domicílio dum terrorista e acharam que a dona de este estava dando à luz. A judeófoba senhora rechazou toda ajuda de Amir para parir a criança do terrorista. Chegado esse ponto, a unidade das IDF bateu-se pudicamente em retirada do objectivo sinalado, para que pudesse acceder uma ambulância palestiniana.


A Defamation League, o Wiesenthal Center, e várias organizações judeas mais arremeteram contra uma caricatura ánti-israeli de Pat Oliphant. O debuxante, ganhador do Prémio Pulitzer, fez uma demonstração de mal gosto, certamente; mas, a fim de contas, tem todo o direito a ser ofensivo: as caricaturas fazem-se para exagerar os factos.

As organizações judeas toparam-se com a surprendente anuência dos muçulmãos, que também protestaram contra as caricaturas que Oliphant tem feito dos árabes.

Coincidindo com o “escândalo Oliphant”, o Conselho de Direitos Humanos (ja, ja, ja!) da ONU –dominado pelos países do mundo muçulmão- aprovou uma resolução que faz um chamamento internacional à promulgação de leis que protejam à religião de qualquer tipo de crítica. Pakistão, que promoveu a resolução, tem em mente uma religião muito em concreto: o Islám, na sua variante talibám-wahabita.

OMER 2


Um comitê técnico integrado pelo Instituto de Investigação Biológica de Nes Ziona e o Corpo Médico das IDF, figeram público o passado mércores um informe oficial no que admitem que Israel trabalhou no desenvolvimento duma vacina contra o vírus do Anthrax.


O projecto fora promovido na década dos 90 pelo Primeiro Ministro Yitzhak Rabin, e foi levado à prática por Shimon Peres, ante o temor de que o devandito vírus fosse utilizado como arma biológica por algum país inimigo.


O projecto de investigação, denominado “Omer 2”, manteve-se em secreto durante muitos anos, e as provas do mesmo foram realizadas experimentando com 716 soldados das IDF que, pelo que tudo aponta, não foram suficientemente informados da natureza do experimento –o próprio Ministério de Defesa reconhece que os detalhes do mesmo não podiam ser revelados na sua integridade, por considerações de seguridade e secretismo.


A polícia iraeli deteve a quatro judeus por lançar pedras contra um veículo árabe. O automóvel circulava perto de Gilad Farm, no West Bank, uma zona à que habitualmente os árabes accedem sem autorização para assaltar judeus. Presumivelmente os colonos tratavam de proteger-se.


A polícia raramente arresta a nenhum árabe por lançar pedras, algo que constitui a ocupação cotidiana de centenares de eles.


Durante uma conferência no IDC (Interdisciplinary Center Herzliya), Olmert confirmou inplicitamente o suposto ataque de Israel contra um convói de armas para Hamas em Sudám, durante a passada guerra de Gaza. Olmert afirmou que “Israel opera onde quer que estejam os terroristas”.

No ataque acaecido há dois meses, a Força Aérea Israeli destruiu um convói, matando a dúzias de pessoas. As autoridades sudanesas estimaram as vítimas em 39 falecidos.

O ataque só puido ser levado a cabo com a cooperação necessária de Egipto para que as aeronaves da IAF sobrevoassem o seu território.


É a típica notícia que só cabe achar como exclussiva em Yediot Ahronot:


“As políticas israelis entre as mais belas do mundo”.


Efectivamente, quatro israelis resultaram escolhidas entre as 31 mulheres mais atractivas do mundo da política, numa enquisa on-line realizada entre os leitores de trinta países, e que foi levada a cabo pelo jornal britânico The Daily Mail.


A recém eligida membro da Knesset, Orli Levy de Yisrael Beiteinu [na image] aparece no posto nº 14. Quatro postos mais abaixo figura a mulher de negócios, e antiga membro da Knesset (Likud), Pnina Rosenblum. No posto 23ª está a Ministra de Turismo Ruhama Avraham Balila (Kadima). Yisrael Beiteinu obteve novamente um posto na lista, concretamente o 31ª, com a representante na Knesset Anastassia Michaeli.


A crônica do rotativo israeli exprime a sua surpresa pelo facto de que nem Angela Merkel, nem Condoleeza Rice ou Tzipi Livni figurassem na lista final. Vaia. Quizá a surpresa seria que sim figurassem. Embora visto o visto, com esse posto 19ª para a Ministra de Paz espanhola Carmen Chacón, já nada nos surprenderia…



The Jerusalem Post informa duma exibição on-line sobre o Mufti no US Holocaust Museum. Nesta mostra, o célebre colaborador názi –convidado pessoal de Hitler e grande amigo dos principais dirigentes názis- é descrito como um inocente dirigente árabe cujas aspirações nacionais eram incompatíveis com o imperialismo alemão. O Museu opta por ignorar a implicação sobradamente conhecida de Husseini no assassinato e na incitação genocida contra os judeus.

A exposição incide nos anteriores esforços deste Museu por propagar uma definição aséptica da palavra Holocausto, que incluiria só aquilo que ficar por debaixo do generoso tratamento que os EEUU deram aos seus escravos negros.


OBADIAH SHOHER

O GRANDE MUFTI E A SHOÁ



Pergunta-se Etgar Lefkovits se o US Holocaust Memorial Museum está tratando de tergiversar a biografia do Grande Mufti de Jerusalém na sua página on-line. Não exactamente. Quizá não o fazem malintencionadamente, mas do que não cabe dúvida é de que estám legitimando a tese da “incompatibilidade ideológica e estratégica entre Nazismo e nacionalismo árabe”.


Os factos principais da vida de Hajj Amin al-Husseini permaneceram numa nebulosa durante todo o século XX. Posteriormente, as “Memórias” do Mufti e outros estudos apareceram em árabe. Obviamente, os responsáveis do Museu –de certo que não eram especialistas no Meio Leste- desconheciam esses livros e, provavelmente, a língua árabe.


No discurso ao respeito do Museu, são evidentes grandes lagoas de conhecimento. Quase nada se diz dos seus 29 anos posteriores à 2ª Guerra Mundial, embora mencionem o conto de fadas da sua “fugida” de Paris a El Cairo em 1946. Mas fugiu realmente? Antes de que se passasse, os franceses asseguram que tinha liberdade de circulação.

Também esquecem que colaborou activamente na recolocação de milheiros de názis nos exércitos do Meio Leste, e empostos de seguridade e propaganda (muitos remataram convertendo-se ao Islam). Também se óbvia de onde procede a mortífera ideologia que teria precipitado a Israel a uma espiral de luta pela supervivência. Nesta exposição não se aprende nada sobre os contactos do Mufti no Líbano, Síria, Arábia Saudi, Yemen, Iran, Indonésia ou Pakistão. Nem nada se diz sobre a sua implicação no assassinato daqueles que estavam dispostos a chegar a acordos com o incipente Estado judeu, como o Rei de Jordânia Abdulla I.

Esquece-se a incitação permanente do Mufti à prática do terrorismo contra Israel e os judeus, o seu apoio ao seu protegido Yasser Arafat, e o seu papel em achar refúgio aos Irmãos Muçulmãos em cidades como Genebra ou Munich. Não podemos lêr nada sobre as organizações internacionais islamistas que ajudou a constituir até a sua morte em 1974.

Inclusso a data de nascimento do Mufti está entre aspas, embora ele manifestou claramente que foi em 1897. E assim, um feixe de equívocas secções, erros e omissões. Hitler, sem dúvida, apoiava os desejos árabes de independência, e ao Mufti como o seu mais destacado portavoz. E deixou de manifesto esta postura num encontro celebrado com o enviado Ibn Saud em 1939, e publicamente a finais de 1940 oferecendo todo tipo de garantias ao Mufti em pessoa um ano depois. O guião que exponhem no Museo esquece estes factos e evidências.

Berlin e Roma figeram uma declaração conjunta manifestando o seu apoio às aspirações árabes. Hitler repetiu-nas oralmente e por escrito. O Führer era um simpatizante pleno do Mufti. Até o final Hitler exigiu pleno apoio para ele –como corroborou o Ministro de Propaganda Joseph Goebbels em 1944. Inclusso tinham preparado um novo acordo de colaboração com o Mufti à altura de Abril de 1945.

Hitler veia ao Mufti como cúmplice necessário para o Holocausto planificado no Meio Leste, e como conselheiro pessoal em assuntos de âmbito muçulmão. Não há mais que lêr o seu chamamento “A todos os muçulmãos” –que não se cita no texto on-line. Num momento em que Berlin tinha vários projectos sobre a mesa sobre “como resolver a questão judea”, o Mufti fixo um chamamento aos muçulmãos para a Yihad, limpando a sua terra de judeus. Numa mescla de ódio religioso e razial, qualificava-os de “micróbios e escória de todos os países”.

Não por acaso, estreitaram relações a finais de 1937, quando Adolf Eichmann viajou a El Cairo, porque não se puidera reunir com o Mufti em Palestina. Husseini, então, propuxo um pacto aos názis: a câmbio da ajuda alemã em armamento para evitar o surgimento dum fogar nacional judeu, ele expanderia a ideologia názi e o terrorismo ao longo do território do Mandato britânico.

Embora as relações atravessaram distintas etapas, sempre teve oficiais de ligação nos quatro departamentos alemães mais poderosos. Disfrutou duma sólida relação com as SS desde 1937 (e não desde 1943, como diz a página do Museu). Tão próximo se sentia o Mufti a Hitler que inclusso lhe propujo uma arriscada proposta em Setembro de 1944: uma mediação entre Hitler e Stáline.

As protestas do Mufti contra o transfer de judeus a Palestina teve o impacto desejado. Ele fala disto e de mais coisas nas suas memórias, sem piedade nem arrepentimento.

Foi o mais eficaz executor do nazismo no mundo árabe, o que lhe reportou imensas quantidades de dinheiro e ajuda.

Pretender fazer uma biografia actual, e não mencionar o que se passou na Alemanha de 1943, resulta pasmoso. Nas suas memórias, o Mufti admite que Heinrich Himmler, um dos arquitectos principais do Holocausto, tinha-o por confidente nos assuntos que concerniam ao império alemão. Para além de comentar-khe que “investigavam na procura duma bomba nuclear”, falava-lhe da persecução dos judeus: “Até agora temos exterminado arredor de três milhões”. Este dato, que o Mufti admite nas suas Memórias de 1999 rematara -há mais de dez anos- com décadas de debate sobre se o Mufti sabia algo ou não do Holocausto.

O US Holocaust Memorial Museum oferece um texto lamentavelmente incompleto. Carol Greenwald, do Holocaust Museum Watch, tem dado o aviso de alerta para que se ajustem ao que deve ser considerado um modelo académico digno de respeito.


WOLFGANG G. SCHWANITZ*


* Wolfgang G. Schwanitz é escritor, e actualmente trabalha numa nova biografia sobre o Grande Mufti.




Os EEUU não só mandaram de volta os barcos de refugiados à Alemanha, rechaçaram bombardear os campos de concentração, e amosaram indiferença ante o Holocausto, senão que as empressas estadounidenses jogaram um papel directo à hora de perpetrar este monstroso crime. A IBM, de facto, tinha centros de serviço nos campos da morte.


Adolf Hitler foi o responsável máximo do Holocausto. Mas Hitler contou com ajuda. Quando os entusiastas názis proclamaram a guerra contra a imaginária conspiração milenária judea, quando planificaram os espantosos planos de extermínio que assegurassem que as suas teses rematariam controlando o mundo inteiro, quando o exército alemão arrasou Europa a velozidade de lóstrego a bordo de pesados carros de combate, quando Mengele perpetrou os abjectos experimentos médicos com gémeos em Auschwitz, quando o Reich identificou a todo quanto judeu havia em Europa e, depois, os arruinou e destruiu –quando se figeram todas estas coisas terríveis, a forma e alcanço do horror giravam determinados pelos grandes gigantes industriais dos EEUU. Agora somos quem de unir os pontos isolados, que conformam uma incontestável trama entre as corporações por excelência dos EEUU e o mais grande crime do século XX: o Holocausto.

Henry Ford, agindo directamente através da Ford Motor Company, inventou virtualmente o ánti-semitismo político quando editou ao longo e ancho do mundo “Os Protocolos dos Sábios de Sion”. O livro de Ford converteu-se de imediato na bíblia dos ánti-semitas alemães, gérmolo do Partido Názi. Os názis moveram o livro por todo o seu país a carretadas. Entre os muitos alemães que se viram influenciados pelo livro, achava-se Adolf Hitler. O Führer leu o texto quando menos dois anos antes de escrever “Mein Kampf”. No “Mein Kampf” escreve Hitler: “A existência desse povo baea-se numa mentira permanente, como demonstram claramente “Os Protocolos dos Sábios de Sion”…”.

A Carnegie Institution, instituição filantrópica da maior fortuna estadounidense na producção de aceiro, subsidiou a mortífera ciencia racial da eugenésia, que idelizava a uma raza superior, loira e de olhos azuis. Para materializar ese sonho, os científicos da Carnegie Institution acreditavam que o 90 % do género humano devia ser eliminado utilizando vários métodos. Estes procedimentos incluiam uma identificação organizada, medição de inteligência, proibição ou nulidade de determinados matrimônios, esterilização quirúrgica forçosa, segregação em campos e utilização de câmaras de gas. A Carnegie Institution investiu milhões em propagar as teorias eugenésicas dos EEUU na Alemanha da postguerra nos anos vinte, financiando programas científicos nas universidades e instituições oficiais.

Mentres esteve em prisão, Hitler estudou concienzudamente as teorias eugenésicas norteamericanas. Soia dizer orgulhoso aos seus camaradas: “Tenho estudado com grande interesse a legislação de vários Estados dos EEUU no que concerne à prevenção da reproducção de pessoas cuja descendência não seria, com toda probabilidade, de valor algum, ou inclusso poderia ser perjudicial, para preservar a raza”. Hitler estava tão embebido no pensamento científico racial norteamericano que inclusso escreveu uma carta de admiração ao destacado estudoso da eugenésia, Madison Grant, denominando à sua obra “a minha bíblia”. O Führer limitou-se a cambiar o termo “nórdico” pelo názi “ário”, e acto seguido medicalizou o seu já pre-existente e virulento ánti-semitismo e o seu nacionalismo fascista, reformulando o conceito de Raza Superior loira e de olhos azuis, que deificou no “Mein Kampf”. Tal e como insistia o seu ajudante, Rudolf Hess: “O nacional-socialismo não é senão biologia aplicada”.

A Rockefeller Foundation, entidade filantrópica da Standard Oil, foi a maior colaboradora com a Carnegie Institution em introduzir a eugenésia na Alemanha. Na porcura de aperfeiçoar a teoria da Raza Superior, milhões de dólares –da época da Depressão- foram transferidos pela Rockefeller Foundation aos doutores mais ánti-judeus do entorno de Hitler. Nesta procura, um especímen era o que mais interesse despertava sobre todos: os gémeos. Rockefeller financiou ao estudoso racial mais destacado de Hitler, Otmar Verschuer, e os seus insaciáveis programas de experimentação com gémeos. Os gémeos, pensava-se, encerravam o secreto para multiplicar em proporções industriais a tipologia da raza ária, e as claves para eliminar rapidamente aos indesejáveis sociais. Verschuer tinha um ajudante, Josef Mengele. A financiaçõ da Rockefeller detivo-se durante a Segunda Guerra Mundial. Mas àquela altura, Mengele já trabalhava em Auschwitz continuando com a investigação sobre os gémeos dum modo monstroso. Como eugenista que era, porém, não deixou de enviar semanalmente detalhados informes clínicos a Verschuer.

Desde as primeiras semanas do III Reich, o presidente da General Motors, Alfred Sloan, comprometeu à companhia, e à sua divisão na Alemanha –a Opel- a motorizar a uma Alemanha muito atrasada nesse terreno, preparando-a assim para a guerra. Antes disto, Alemanha fora um país devoto da sua engenharia automovilística, mas só producia um modelo à vez, com métodos quase artesanais. General Motors levou a producção em massa ao III Reich, convertendo-o duma ameaça que cabalgava a lombos de cavalo, numa superpotença motorizada. Sloan e a General Motors prepararam, sabedores do que faziam, à Wehrmacht para afrontar uma guerra em Europa. General Motors construiu os carros de combate para os Blitzkrieg. Detroit fixo, dentro do mais estrito secreto, envios massivos de pezas para os Blitz até a fronteira polaca até os dias prévios à invasão, em setembro de 1939, para assim facilitar os Blitzkrieg. Maquinando uma farsa de directivos intermediários e comitês executivos, Sloan manteve em secreto o papel da General Motors tanto como lhe foi possível.

IBM (Internal Business Machines), inventora do microfilme, precursora das computadoras actuais, desenhou e co-planificou as “soluçoes” názis à existência judea. IBM disfrutava dum monopólio no campo da tecnologia da informação. Sob a presidência de Thomas Watson, e mentres se apresentava a sim própria com o eslogan de “uma companhia com soluções”, IBM contactou em 1933 com o novo regime de Hitler, oferecendo-lhe organizar e sistematizar qualquer “solução” que o Reich desejasse, incluíndo “soluções” ao problema judeu. Com IBM como sócia, o regime de Hitler viu-se capaz de automatizar e acelerar as seis fases do programa de 12 anos de Holocausto: identificação, exclusão, confiscação, ghetização, deportação e extermínio. Como faria com qualquer outro cliente, IBM só perguntou a Hitler qual era o resultado desejado. Depois, os engenheiros da companhia aplicaram-se a lograr esses resultados. Havia uma oficina de clientes da IBM em todos e cada um dos campos de concentração. Servia-se maquinária mensalmente –às vezes semanalmente- pela IBM nessas oficinas, sem importar que estivessem na parte baixa de Berlin ou em Auschwitz.

De não ter sido pela consciente e permanente implicação das grandes corporações norteamericanas na guerra de Hitler contra os judeus, a velozidade, alcanço e estadísticas do Holocausto que conhecemos teriam sido dramaticamente diferentes. Ninguém sabe quam diferentes, mas as dimensões astronómicas pode que nunca se tivessem alcançado. Pela sua banda, os colaboradores das corporações norteamericanas, têm intentado durante muito tempo esconder ou obscurecer os detalhes da sua conivência, utilizando as bem conhecidas armas da desinformação corporativa, as contribuções económicas e as semblanças feitas a medida por historiadores a soldo. Mas numa época na que a gente já não acredita tanto nas grandes corporações, os pontos isolados podem ser totalmente unidos para desvelar o esquema da indispensável trama názi.

As palavras “nunca mais” deveriam resoar, não entre as vítimas, senão nos salões de juntas destas Corporações.


EDWIN BLACK

[Fonte: TORAT YISRAEL]

NACIONALISMO RELIGIOSO JUDEU


Têm alguma razão os judeus seculares para sentir-se vinculados ao Povo Judeu? Não, nenhuma. Não existe razão para dizer-se judeu se não se é religioso. Pelo contrário, um primeiro faz-se religioso, e consequentemente associa-se com os judeus. E como chegamos a ser religiosos? Chegando à conclusão da improbabilidade de que a maravilhosa mente humana e o corpo se desenvolvessem por mutações devidas ao azar. Ou perguntando-nos: como é possível não apreçar o que chamamos evolução ao longo de toda a “história arqueológica”, senão apenas insignificantes adaptações ao meio? Ou considerando, em que se diferencia o Big Bang –quando não existia nem o espaço nem o tempo- da Criação?

Isso é em teoria. Na prática, muita gente primeiro asume a judeidade, e depois faz-se religiosa. Fazem-se judeus, como questão de nacionalismo, e posteriormente procuram uma ideologia que cimente tudo isso. O judaísmo oferece-lhes essa ideologia.

Por que adoptar o nacionalismo judeu e não outro qualquer? Porque os judeus são mais admiráveis, e mais éticos que qualquer outra nação. Mas, o que é mais importante: porque os judeus são diferentes. Muita gente quer ser diferente dos que os arrodeam, e a judeidade é uma teoria científica que estabelece essa diferença. Eu, por exemplo, nunca sentim atracção alguma pelas multidões cristãs que me arrodearam. Uma vez que uma pessoa de linagem judea abre os olhos e conclue que aqueles que o arrodeam são os descendentes directos daqueles que assassinaram aos seus familiares, que rechaçaram mover um só dedo para salvar aos seus irmãos do extermínio apenas há umas décadas, que aceitaram que os árabes massacraram aos seus irmãos em 1948 e 1967 –e que o matarão a ele próprio, se se apresenta a oportunidade-, faz-se-lhe muito dificil sentir-se vinculado a eles. Lamentavelmente, não existe uma hostilidade o suficientemente manifesta face os judeus nos EEUU –facto que leva a que muitos judeus esqueçam quem são realmente.

Eventualmente, os israelis seculares não têm mais remédio que abraçar a religião, embora seja num grau mínimo. Em qualquer outro contexto, seriam ladrões que roubaram a terra aos árabes. Se Abraham não comprara a terra em Hebron, se Jacob não tivesse conquistado Siquém, se D’us não nos tiver outorgado esta Terra –daquela, que direito teriam os judeus sobre Tel Aviv? Nesse caso, os judeus seculares teriam que admitir que são uns brutais e deshonestos conquistadores do território árabe, ou suplicar o perdão dos árabes a fim de que lhes permitissem estar em Israel, e assimilar-se com eles.

Por sorte, os seculares judeus podem optar pela terceira das possibilidades: a do seu direito à Terra baseado na religião.


OBADIAH SHOHER


Falando sobre as possibilidades de alcançar a paz, Obama afirmou ontem que esta só poderá materializar-se através duma solução de “dois Estados em Palestina”.

Denominar à Terra dos judeus “Palestina” significa dar por presuposto que os árabes são os seus donos e os judeus uns ocupantes.

Entre outras coisas, Obama esquece que os palestinianos já possuem dois Estados: Jordânia e Gaza, e que os árabe-israelis –como esses dos Batalhões para Libertar Galilea- não estám dispostos a conceder aos judeus um Estado, independentemente do tamanho que tenha.



No seu epónimo show matutino da BBC, escuitei boquiaberta como o jornalista Andrew Marr convidava ao portavoz de exteriores do Partido Conservador, William Hague, a manifestar o seu ponto de vista sobre os atrozes informes procedentes de Israel, segundo os quais, membros das IDF participantes no operativo de Gaza, asseguram ter recebido ordes de disparar contra população civil.

Hague replicou:

“Bem, não cabe dúvida de que se trata dum relato espeluznante. Nada há que objectar ao respeito. Aínda não sabemos toda a verdade. Mas penso que é muito importante que saia à luz. É evidente que agora tem que ser confirmado, por suposto, pela unidade de investigação do exército israeli; é é positivo que Israel assim o tenha previsto, investigar esses sucessos e chamar a capítulo a qualquer que tenha sido responsável de conduzir-se dessa forma. Mas devemos agardar…Creio que a comunidade internacional agarda que Israel proceda adequadamente com qualquer que tenha cometido esse tipo de crimes. Seria muito importante para Israel fazê-lo se pretende gozar de autoridade moral ante situações semelhantes no futuro. Estamos horrorizados e confiamos em que se tomem medidas”.

Hague, por suposto, cuidou-se muito de aclarar que a autenticidade dessas acusações aínda não está provada. É mais, não existe prova alguma. Aínda mais, singelamente não há nada que provar ou desmentir a partir desses informes derivados de conversas com soldados aparecidas em “Ha’aretz” a semana passada -aqui e aqui-, só insinuações, rumores e especulações, manifestamente (lêr o segundo dos informes) sacadas de contexto e tamizadas pelo patente prejuízo do instructor dos soldados Danny Zamir, um ultraesquerdista que já fora encarcerado com anterioridade por negar-se a dar protecção a uns colonos durante uma cirimônia religiosa, e que dixo que os soldados que participaram no encontro em questão [com “Ha’aretz”] reflexavam a atmósfera que se respira no exército de “despreço e aversão face os palestinianos”.

Mas, em que consistem esses informes aparentemente tão atrozes e esses relatos absolutamente espeluznantes?

Trata-se concretamente de duas acusações de assassinato gratuíto de civis palestinianos, baixo supostas ordes explícitas de fazê-lo. Uma é a que inclusso a própria “Ha’aretz” deixou de manifesto que se tratara duma morte accidental, quando duas mulheres não entenderam qual era a ruta de evacuação que os soldados israelis lhes deram, e a resultas do qual ficaram no ponto de mira dum francotirador. Para além do qual, o soldado que fixo a acusação admitiu a posterióri que ele não presenciara esse incidente –nem sequer estava em Gaza naquele momento- e que se limitara a comentar um rumor e a falar de ouvidas.

A segunda acusação basea-se num incidente pretendidamente real no transcurso do qual, quando uma anciana se aproximou a uma unidade das IDF, um oficial ordeou disparar contra ela porque rebasou a linha de alto e podia-se tratar dum atentado suicida. O soldado que contou esta história não aclarou se a mulher em questão chegou ser disparada ou não. Sem dúvida, e dado que na sua declaração diz “pela descripção do sucedido”, semelha que se trata novamente dum rumor. Para além disso, a sua versão foi negada por outro soldado que dixo:

“Supunha-se que ela não tinha que estar ali, porque havia anúncios e caiam bombas. A lógica diz que não tinha que estar ali. A forma em que tu o descreves, como um assassinato a sangue frio, não é certa”.

Bem, daquela estamos ante duas atrozidades não-atrozes. Que mais?

Os soldados queixam-se –em declarações duma incoerência próxima ao incomprensível- de que as instrucções de matar a todo aquele que permanecesse nos edifícios identificados como objectivos terroristas –depois de que as IDF tivessem advertido a todos os ocupantes que desalojassem- íam unidas a ordes de tirar a matar directamente. Não existe exército no mundo que não siga esse tipo de instrucções em circunstâncias semelhantes, num cenário que Hamas alardeava de ter sembrado de bombas.

Graffitis insultantes nas casas de presuntos terroristas.

Camisetas de mal gosto estampadas com motivos alentando ao crime –condeadas de imediato pelas IDF.

Rabinos distribuíndo aos soldados salmos e opiniões religiosas sobre o conflito.

Isso é tudo. Nem um só indício actualmente verificável de assassinato intencionado de civis. Nem uma prova, tão sequer, de incidentes deshonestos –por não falar de nenhuma orde das IDF que entre em conflito com as suas regras de actuação, que proíbem o ataque deliberado contra civis. O dito por um dos soldados, sobre que as Forças Aéreas Israelis mataram a muita gente ante os soldados, contradiz-se com o sinalado por outro que dixo:

“Lançaram panfletos de aviso sobre Gaza e pode que alguma vez disparassem um míssil desde algum helicóptero contra o voladizo dalguma casa, para que esta tremasse um pouco e se aínda ficava dentro alguém pudesse escapar. Este tipo de coisas são efectivas. As famílias saíam, e a infanteria entrava nas vivendas que estavam absolutamente vazias, quando menos de civis inocentes”.

Curiosa variante de comportamento militar pouco ético, que chega ao extremo de vaziar as casas de civis antes de assaltá-las. A deposição destes soldados contém muito mais material deste tipo, que contradiz totalmente a impressão de que se produzissem graves violações éticas. Como este:

“Sou sargento de secção numa companhia operativa da Brigada Paracaidista. Estávamos numa casa e descubrimos uma família no seu interior que se supunha que não devia já de estar ali. Agrupamo-los no sótano custotidados permanentemente por dois gardas assegurando-nos de que não nos causassem problemas. Pouco a pouco a distância emocional com eles foi-se resquebrajando –compartimos uns cigarrinhos com eles, também cafê, falámos sobre o significado da vida e os combates em Gaza. Tras falar longo e tendido, o dono da casa, um homem de mais de 70 anos, dixo que era positivo que estivéssemos em Gaza e que as IDF estivessem fazendo o que estavam fazendo”.

“Ao dia seguinte enviamos ao dono da casa e ao seu filho, um homem de 40 ou 50 anos, a serem interrogados. Um dia depois recebemos esta informação: soubemos que ambos eram activistas de Hamas. Dou-nos raiva –que nos estivessem contando o bom que era que estivéssemos ali para eles e brla, bla, bla, e depois inteiras-te de que nos estiveram mentindo todo o tempo.”

“O que mais me fastidiou foi que ao final, tras comprender que os membros desta família não eram precisamente uns bons amigos e que, mais bem, o que mereciam era que os sacássemos de ali, o meu comandante sugeriu que quando abandoássemos a vivenda, deveríamos deixá-lo tudo bem limpo, recolher a bassura em bolsas, varrer e limpar o chão, doblar as mantas que utilizáramos, apilar os colchões e voltar a ponhê-los sobre as camas”.

“Dias atrás, um Katyusha, um míssil Grad, caíra sobre Be’er Sheva e uma mulher e a sua criança ressultaram seriamente feridos. Eram vizinhos de um dos meus soldados. Escuitáramos tudo pela rádio, e ele não o estava levando demassiado bem –que os seus vizinhos ressultassem seriamente feridos. Assim que o tipo estava algo ansioso, o qual era comprensível. Dizer-lhe a uma pessoa nesse estado, ‘Vamos, freguemos o chão da casa dum activista de Hamas que tem lançado um Katyush aos teus vizinhos e lhes tem amputado as pernas’ , não resulta singelo, especialmente quando nem ti próprio estás dacordo. Quando o meu comandante dixo ‘OK, diga a todo o mundo que recolham os colchões e os apilem com as mantas?, não me ressultou fázil obedecer. Havia muito vozerio. Finalmente convencim-me e comprendim que era certamente o que cumpria fazer. Hoje sinto apreço por ele e admiro-o [ao seu comandante] pelo que fixo. A fim de contas, duvido que qualquer exército, o exército sírio, o exército afegano, fosse limpar o chão da casa dos seus inimigos e, sem dúvida, que não recolheriam os colhões e os colocariam sobre as camas”.

Isto é o que o instructor Danny Zamir descreveu como:

“Despreço e aversão face os palestinianos”.

Nemgum mass média fixo menção do anterior. Acreditades que Andrew Marr ou William Hague lêram essas declarações? Por favor... Todos limitaram-se a seleccionar e botar a correr com o frouxo e malicioso plato cuidadosamente cozinhado por “Ha’aretz”: rumores e faladurias sobre dois incidentes contados por dois soldados (um dos quais nem sequer esteve em Gaza) –um, sobre uma morte accidental, o outro pode que nem sequer com vítima alguma-, sumade-lhe algumas fanfarronadas de soldados, alguns graffitis desagradáveis, umas camisetas, e algumas octavinhas duns rabinos não identificados que continham afirmações que nada têm a ver com as IDF nem reflexam a política de Israel, em qualquer caso.

Nisso basea-se, sem embargo, a prova inquestionável para os que como Andrew Marr, William Hague, “The New York Times”, “The Guardian”, “The Independent”, a BBC e todos os demais afirmam que sim!! , que está provado (salvo que seja desprovado –e como desprovar algo para o que não existe prova alguma?) que Israel tem estado cometendo atrozidades, depois de tudo, em Gaza. Isto será o que fique sobre a sua autoridade moral, pendente sempre dum fio a resultas de todos os anteriores libelos de sangue, e o seu direito a existir.

Não se trata já de fanatismo. Entra mais bem no terreo da caza de bruxas medieval. E é global.



MELANIE PHILIPS


26 Adar 5769 / 22 de Março de 2009


[Fonte: The Spectator]