[A seguinte carta foi enviada por Menachem Begin a Ronald Reagan em Setembro de 1982]:


O que alguns denominam o “West Bank”, Sr. Presidente, é Judea e Samaria, e esta singela verdade histórica nunca cambiará. H´cínicos que desprezam a história. Que sigam com o seu desprezo como gostem, mas eu prefiro seguir do lado da verdade. E a verdade é que milênios atrás houvo um Reino Judeu de Judea e Samaria onde os nossos reis arrodilharam-se ante D’us, onde os nossos Profetas pugeram em marcha a visão da paz eterna, onde desenvolvimos uma civilização avondo próspera e que levamos conosco nos nossos corações e mentes, no nosso prolongado vagar durante 18 séculos, e, movidos por isso, rematamos regressando ao nosso fogar. Mediante uma guerra agressiva, mediante a invasão, o Rei Abdula conquistou parte de Judea e Samaria em 948; e na mais legítima guerra de autodefesa que jamais tenha existido, em 1967, tras sermos atacados pelos Rei Hussein, libertámos, com a ajuda de D’us, aquela parte do nosso fogar nacional.

A geografia e a história têm querido que Judea e Samaria sejam um país montanhoso e que duas terças partes da nossa população vivam na faixa costeira dominada desde o alto dessas montanhas. Desde ali pode-se golpear sobre todas e cada uma das cidades, cada vila, cada povo e, por último, mas não menos importante, sobre o nosso principal aeroporto.

Sr. Presidente, você e eu próprio eligimos expressamente dois anos atrás selar entre os nossos países um compromiso firme de amigos e aliados. Chegado o caso, um amigo nunca debilita as posições doutro amigo, um aliado não põe em apuros ao seu aliado. E essa seria a conseqüência inevitável das “posições” [Begin refere-se ao Plano de Reagan que chamava a Israel a retirar-se das linhas de 1967] que me têm sido transmitidas o 31 de Agosto de 1982, no caso de fazerem-se realidade. Acredito que não o serão.

Por amor a Sion não calarei, e por amor a Jerusalém não descansarei (Isaias, 62).



MENACHEM BEGIN

HONDURAS Y LIVIANDADES

En el planeta donde está ubicada la dictadura genética de los Castro existe una ONG, llamada OEA, que, luego de expulsar a aquélla de su seno, como ha durado lo suficiente le invita a volver a casa. En el planeta donde se alza Honduras, la OEA es la Organización de Estados Americanos, y suspende a aquellos de sus miembros que desconocen la legitimidad de un presidente elegido en elecciones libres, sin que le importe el comportamiento posterior del mismo.

Esta realidad biplanetaria ha generado una cantidad considerable de expertos, capacitados no sólo para determinar las distintas leyes que rigen en cada uno, sino para descubrir nuevos planetas, como el que aloja a la república islamofascista de Chávez, que a su vez es regida por leyes distintas de las de los otros dos planetas y de nuestra Tierra.

Para los expertos biplanetarios, que Estados Unidos y el resto del mundo apliquen sanciones económicas a Honduras es un buen método para que prospere la democracia en este país. Las mismas sanciones aplicadas contra Cuba, según los mismos expertos, sólo retrasarán la llegada de la misma democracia.

Para los expertos biplanetarios, la posible intervención armada del depuesto presidente Zelaya, acompañado de los esbirros de Chávez y los empobrecidos soldados de Daniel Ortega –abusador de su propia hijastra–, generaría una legítima guerra civil en Honduras, en la que apoyarían a Zelaya. En cambio, el desembarco de efectivos cubanos en Bahía de Cochinos en 1961, con leve apoyo de los Estados Unidos, fue una invasión inaceptable, y cualquier intento de exiliados cubanos de regresar a su patria a luchar por la democracia y sus propiedades es igualmente inaceptable.

El tercer planeta, donde no sólo se sitúa Venezuela, sino que la totalidad del mismo parece dirigido por el islamofascista Hugo Chávez, las leyes del magnetismo, la gravedad y la institucionalidad varían radicalmente.

En el planeta donde se halla Honduras, si un militar saca de la cama a un presidente en pijama pero no mata a ciudadano alguno, es considerado un reprobable golpista; en el planeta de Chávez, si uno atenta contra la legítima democracia de Carlos Andrés Pérez –en 1992– y mata docenas de ciudadanos, es un digno candidato a ser elegido democráticamente en las urnas. No se sabe si lo que permite esta distinción es que Chávez atentara contra Carlos Andres Pérez y no contra Zelaya, que fracasara –en contraste con Micheletti– o que su intentona fuera en 1992 en vez de en 2009; pero lo cierto es que, para los especialistas triplanetarios, si Chávez da un golpe es un excelente candidato a dirigir ya no sólo Venezuela, sino todo el planeta, mientras que en Honduras un gesto menos cruento y más ambiguo es considerado indiscutiblemente un golpe de Estado, y sus ejecutores merecen la condena universal.

Mientras que en el planeta de Chávez los presidentes pueden desconocer el resultado de las urnas cuando se eligen intendentes, en Honduras los especialistas triplanetarios exigen que las autoridades acepten como presidentes y candidatos incluso a aquellos que desobedecen la Constitución.

En fin, yo soy de esos cínicos que, si bien creen a pies juntillas en que los norteamericanos alunizaron en 1969, no creen, en cambio, que Cuba, Honduras y Venezuela habiten distintos planetas. Al mismo tiempo, creo que debería haber elecciones libres en Cuba, en Venezuela y en Honduras; con las mismas garantías que hay en Estados Unidos, en Brasil o en Chile.

No se puede luchar por rincones de democracia; debemos luchar al menos por continentes democráticos. Si se exige a Honduras lo que no se exige a Venezuela y a Cuba, si invitamos a Cuba a la OEA por el mismo motivo por el cual se suspende a Honduras, entonces continuaremos la injusticia de tratar con hondura a los constitucionalistas tal vez equivocados y con liviandad a los dictadores convencidos.


MARCELO BIRMAJER

Os meus pais eram filhos de imigrantes askenazis. No fogar da minha infância, e nas casas dos meus amigos de origens semelhantes, notava-se uma sensação de inconsistência que se manifestava nos adornos materiais. Nenhuma das amas de casa sabia a ciência certa o aspecto que devia ter um fogar. Careciam de tradição em quanto a decoração, e as suas escolhas não podiam evitar ser arbitrárias.


Quando os nossos avós abandoaram o shtetl não troxeram nada. A dizer verdade, que poderiam ter traído? Nas suas aldeias não existia um “estilo judeu” de decoração nem de mobiliário. Não existiam adornos e o desenho dos artefactos domésticos vinhas ditado pela pobreza.


Não havia arte nos fogares askenazis. E como eram judeus, não havia adornos religiosos, para além dalguma copa de kaddish ou alguma menorá. Que trouxeram com eles os nossos avós imigrantes? Pode que uma ou duas fotografias, talvez um samovar; em poucas palavras: nada. E os filhos daqueles imigrantes, a geração dos meus pais, criaram-se no Novo Mundo, e também em diversos graus de pobreza. Os aforros adicavam-se à educação dos jóvenes para ajudá-los a “saír adiante”. E já acredito que saíram adiante! Chegaram a sobresair, à maneira judea, nas profisões que, desde os tempos do Antigo Egipto, lhes eram accesíveis de modo intermitente; a medicina, o direito, a mediação, o comércio, a banca, o espectáculo.


A geração dos meus pais adicou-se com todo o seu empenho a lograr primeiro uma educação e depois o éxito, e foram grandes assimiladores. Pelo que eu via, eram na sua maioria reformistas e consideravam-se “judeus de raza” mas não “religiosos”. Mantinham uma série de rituais religiosos, cada vez menos, com uma franca actitude de estar fazendo uma parvada, como se dissessem “Não sei por que estou fazendo isto, e estou dacordo convosco (“vós” era o mundo em geral, quer dizer, o mundo cristão) em que toda esta parvada não tem sentido algum e só serve para acentuar as diferências entre nós, quando nos deveríamos estar concentrando nas semelhanças”.


Que significava, daquela, ser “judeu de raza”? Significava que todos nós compartíamos os maravilhosos, cálidos e reconfortantes códigos, linguagem, brincadeiras e actitudes que servem de consolo aos estrangeiros em terra extranha. Todos nós compartíamos o humor judeu, o orgulho pelos logros dos nossos companheiros, uma sensação de superioridade, às vezes moral e às vezes intelectual, respeito à população em geral. Acaso não tínhamos, como grupo, conciência social, actividade social? Acaso não defendíamos a igualdade de direitos e consideração para todas as razas e nações? Sim, isso fazíamos. Para todas as razas agás para a nossa, que era inferior.


Na película de Mel Brooks “A louca história do mundo”, Cloris Leachman, no papel de Madame Defarge, arenga à multidão com um acento francês maravilhosamente espantoso: “Não temos casa, não temos pão, nem sequeg temos idioma…o único que temos é este guidículo asento”.


De maneira semelhante, a nossa segunda geração carecia de idioma.


Os nossos pais evitavam o yiddish –idioma de pobres e escravos- e o hebreu –o idioma morto dos rituais sem sentido. Sim, bom, falava-se em Israel, e um sempre podia ir lá, mas, como diz a velha brincadeira, “Que classe de trabalho é esse para um bom rapaz judeu?”.


Paa a minha geração, a cultura judea consistia na comida judea e as brincadeiras judeas, e a verdade é que nenhuma de ambas coisas nos servia de muito.


Não acreditávamos, e seguimos sem acreditar, na existência –e muito menos na excelência- dalgo que puider nem remotamente chamar-se “cultura judea”. Os judeus norteamericanos sempre temos estado dispostos, e seguimos estando-o, a permitir que o resto da população nos considere cidadãos de segunda classe, cidadãos de segunda classe que em muitos aspectos são invejados e despreçados, em lugar de oprimidos e despreçados, mas aínda assim…


Os judeus consideramos natural, por exemplo, que nunca tenha havido um candidato judeu a Vicepresidente [Nota: o artigo é de 1995].


É tamanhe a nossa falha de autoestima que, como raza, sentimo-nos satisfeitos e orgulhosos de que o nosso país tenha progressado até o ponto de que Jesse Jackson poida ser um candidato sério à Presidência. E isso a pesar do insultante ánti-semitismo do senhor Jackson.


A sua carreira desperta profundos sentimentos de satisfacção porque se está fazendo justiza social, e sentimentos de alívio porque o terrível razismo no que todos nos criamos está começando a desaparecer. Mas escuitamos os seus comentários ánti-semitas, olhamos como apoia aos políticos ánti-semitas, ouvimos as suas insultantes desqualificações e pensamos: “Está bem, para manter a paz, vamos fingir que não querias dizer isso”. E, curiosamente, neste aspecto da nossa vida social, portamo-nos como idiotas.


Por que, amigos judeus, nunca temos apoiado nem pensado em apoiar, e inclusso somos incapazes de conceber uma candidatura séria de um judeu à Presidência? Por que esta possibilidade semelha-nos irrelevante e um pouco ridícula? Pela mesma razão pela que nos paresce um pouco ridículo pretender que as ruas principais das nossas cidades se chamem Birnbaum ou Schwartz?


Os judeus conhecemos, inclusso tras um lapso de Setenta Anos –o tempo transcorrido desde que os meus avós chegaram a New York procedentes da Empalizada-, conhecemos, digo, a cálida camaraderia do exílio, conhecemos o calor do auto-desprezo. Conhecemos a cálida sensação de superioridade secreta e do éxito pessoal em circunstâncias adversas. Mas não sabemos grande coisa da exigência, nem sequer da sensação de rectitude da exigência de igualdade social absoluta.


Sabemos que o Negro é Formoso. Vimos às jóvenes judeas da minha geração matricular-se em massa em cursos de Estudos Negros nas nossas Universidades, e dissemos: Sim, claro, atrai-nas, e om razão, a força duma causa justa e revolucionária. D’us as abenzoe”; e apoiavamo-las no seu apoio à autoafirmação dos negros, e ao mesmo tempo apoiavamo-las quando remodelavam quirurgicamente os seus rostos para que semelhassem ser “menos judeus”.


Como judeus norteamericanos, resultava-nos impossível sentirque o Judeu é Formoso, que tínhamos possibilidades de plantejar uma demanda justa, sensual, vital, essencial, do mesmo modo que a plantejavam os índios, os esquimais ou os negros norteamericanos. Os judeus nunca temos pensado, e muito menos declarado “Sim, sou formoso, pertenço a uma raza formosa”. Tendemos a dizer, com essa irnonia que tem sido a nossa mais preçada e útil possessão durante uns quantos milênios: “Não vou dizer isso…é demassiado arrogante”; quer dizer, “demassiado judeu”.


Com o nosso apoio aos direitos morais, sociais e emocionais dos oprimidos, os judeus não só nos temos situado detrás de todos os demais grupos raziais, senão inclusso detrás das focas e as baleas. E a ti, amável leitor, se tão gracioso te semelha isto, atreve-te a dizer que estou equivocado.


De que nos enorgulhecemos? Que símbolos e que modelos temos? Sinalamos com orgulho a algum que outro atleta judeu Mas, que se passa com os financieiros e os profissionais judeus? E a gente do espectáculo? Esses não produzem nenhum orgulho razial. Por que não? Porque, simplesmente, estám fazendo o que se agardava de eles. Agarda-se que todos nós nos eforzemos e destaquemos nas profissões tradicionais dum povo sem terra; em ocupações intelectuais.


Mas um futbolista judeu…essa pessoa sim que destacaria como um fenómeno magnífico e benvindo. Essa pessoa seria uma image capaz de fazer que o coração latejasse um pouco ais depresa a causa do orgulho. O mesmo que o éxito dum criptojudeu.


“Sabes que é judeu?” era uma frase recorrente na minha casa e nas casas dos meus contemporâneos. O facto de que um judeu puider scender ao estrelato, sobretudo naindústria do espectáculo, sem ser abertamente judeu, sem representar papeis de judeu, sem incorrer em estereotipos, isso enchía-nos duma alegria secreta. Por que? Porque aquela pessoa lograra fogir. Aquela pessoa figera realidade uma louca fantasia pessoal: “passara” sem esforzo e, portanto, sem culpa, do mundo inferior ao superior. (Por certo, pergunto-me por que nunca se soe comentar que, quando num filme há uma personagem incontrovertivelmente “judea”, sempre se lhe adjudica o papel a um actor não judeu. Por que? Porque um judeu semelharia e agiria “demassiado judeu”).


Porém, as pessoas que, sendo obviamente judeas, pretendiam negá-lo, principalmente mediante a adopção duma religião cristã, provocavam assombro e desprezo nas nossas casas. A ssas pessoas denigrava-se-as pela sua debilidade, e pensávamos (1) Se eu posso aguantar, por que ti não?; e (2) como podes ser tão rematadamente idiota como para cambiar a tua condição de judeu por uma maior aceitação numa comunidade de extranhos, que (3) de todas as maneiras, não vas conseguir?


Em ressumo: que te induz a renunciar à única gente que te quer?


Porque nos queremos muito uns aos outros. Acredito que é muito curioso que não tenhamos observado que tendemos a não nos amar a nós próprios. Temos algum que outro jogador de pelota, temos as nossas histórias sobre Charlie Chaplin e Cary Grant, temos a menorá ou 0o samovar, tivemo-lo até que o meu pai o transformou numa lámpada, temos a nossa comida judea (que vai desaparecendo com a geração das avoas) e temos o nosso humor auto-denigrante (sim, já sei que é gracioso, é o humor mais gracioso do mundo, com ele tenho ganhado o pão toda a minha vida, e é auto-denigrante).


Mas nas nossas casas, no que se refire a repouso e identidade, não temos símbolos. Não sabemos que aspecto debe ter um fogar judeu (nem, posto já a isso, um judeu).


Vemos nas nossas casas alguma que outra “cita” vagamente semita: um refrám em inglês hebraizado, uma mesinha de cafê de mosaico, um recordo duma viagem a Israel ou, nos casos mais avançados, algum motivo judaico. E até aí chega o fogar judeu. O fogar dum forasteiro. Equipamos as nossas vivendas como se fossemos iánquis, apresentamos a Laurence Olivier e Klaus Kinski como judeus prototípicos. Nunca temos conhecido nada melhor.


D’us abenzoe a todos aqueles que, em todas as gerações, têm aceitado com orgulho a sua condição de judeus.

Somos um povo formoso, um bom povo, e uma magnífica e antiga tradição de pensamento e acção vive na nossa literatura e vive no nosso sangue. E lembro a retórica de Marcus Garvey, quando se dirigia ao público negro: «Ergue-te, Raza Poderosa, Raza de Reis, alza-te em pé, podes conseguir o que desejes.»

Nós responderíamos “isso já o sabia”, como temos feito sempre. Conseguir coisas não é o problema, é um problema de orgulho e disfrute.


Cada vez que deixamos passar um comentário ánti-semita pensando em silêncio “Que pessoa tão patética e errada”; cada vez que suspiramos numa festa na que um “amigo” diz: “Se tendes sido perseguidos todos estes milheiros de anos, não poderia ser que tenhads feito algo mal para provocá-lo?”; cada vez que adoptamos, apoiamos e defendemos qualquer causa social agás a nossa, estamos contribuíndo ao ánti-semitismo.


Estou farto dos banquetes de Pesaj aos que convidamos a amigos não judeus para enzarzar-nos em colóquios sociais, e que inevitavlmente degeneram em santurronas discusões sobre o autêntico que é ser judeu, o autêntico que é o Estado de Israel, e quem tem a culpa histórica do sofrimento dos judeus. Tão pobres somos que não podemos nem celebrar as nossas próprias festas sem utilizá-las como oferenda social ao grupo maioritário? Porque, em último termo, o activismo social, o apoio às causas progressistas, a convidação por Pesaj aos amigos não judeus,…sinto-o muito, mas tudo isso, em último termo, por muito “bem” que possa fazer, apesta a “toma isto, mas não me pegues”.


Não sei que aspecto tem um fogar judeu.


Nunca tenho estado em Israel. Como todos nós, desejo-lhes o melhor aos meus irmãos e irmãs israelis.

Estaria muito bem que também todos nós puidéssemos dar por rematado o nosso exílio neste país.



DAVID MAMET


A APOCALIPSE HABITUAL

Existem judeus ignorantes que acreditam que só houvo um Holocausto. Segundo a estimação de diversas fontes, este teria aniquilado aproximativamente à terceira parte da judearia mundial –incluíndo muitos judeus convertidos ao cristanismo, já formalmente ou bem assimilados na cultura cristã. Temos experimentado catastrofes semelhantes, quando menos, em três oportunidades: na invasão babilônica, na Guerra dos Judeus e a revolta de Bar Kochba, e no século que rematou com a expulsão dos judeus de Espanha. Provavelmente, perdimos uma proporção semelhante –se não maior- durante a guerra civil macabea, os progromos do Andaço Negro, as massacres cossacas e, talvez, noutras ocasiões.

Tomemos a bem documentada expulsão de Espanha, por exemplo. Ao igual que ambas destrucções do Templo, o sucesso teve lugar arredor do 9 de Av, embora a data poderia ter sido forçada por algum dos muitos judeus ánti-semitas ao serviço da Corte de Fernando. Como no Holocausto, a expulsão ocorreu teve lugar depois de que um grande número de judeus se converter ao Cristanismo: alguns falsamente, outros não. Como no Holocausto, os judeus de Espanha negaram-se a marchar a Jerusalém, embora os dirigentes mamelucos egípcios estavam dispostos a dar-lhes a benvinda. Os judeus espanhois, inicialmente orgulhosos combatentes que serviram no exército e capazes de resistir contra as massas cristãs, gradualmente sucumbiram resignando-se a viver com medo entre constantes progromos, suportando às duras penas as subseqüentes repressões, de modo semelhante ao que se passou na Alemanha dos anos 30. O rei espanhol considerou momentaneamente retractar-se do Edito de Expulsão a câmbio duma fortuna de 600.000 coroas de oiro, e outro tanto figeram os alemães quando estavam decidindo o destino da judearia húngara. A expulsão, com as mortes resultantes e as conversões, devastaram a mais grande comunidade judea da Terra, que segundo alguns recontos comprendia a maioria dos judeus de todo o mundo.

Contudo, os judeus sobreviveram e reorganizaram-se. Forzamos a Espanha a reconhecer o Estado de Israel recentemente –em 1986- e no Dia da Memória do Holocausto acudimos a Auschwitz. D’us necessita ao seu Povo, mas nunca se cansa de castigá-lo a pesar de serem os seus escolhidos.

A situação em Israel semelha estar num momento decisivo: como sempre antes de cada catastrofe, os judeus estám agrupados, vulneráveis aos ataques dos nossos inimigos -e, de facto, sofrendo permanentemente esses ataques. Embora vivam em Israel, os judeus negam-se a instalar-se na Terra Prometida de Judea, e desatendem a realização da promesa de constituir um Estado Judeu. Os judeus assimilam-se velozmente e sucumbem ante os mass media cristãos e a opinião pública, como sucumbiram ante os monges cristãos em Espanha.

Podemos agardar a chegada final do Messias, mas o que estamos propiciando é a chegada duma nova catastrofe.


OBADIAH SHOHER

HOME GAME

Para comemorar o 4º aniversário da desconexão, o filme “Home Game” está disponível online durante o período do calendário denominado “Os nove dias de Av”, que rematam o próximo joves dia 30 de Julho.

“Home Game” é um filme que conta a história da mocidade de Netzer Hazani –uma vila israeli que foi evacuada na comunidade de Gush Katif, na faixa de Gaza, durante o verão de 2005. Ao mesmo tempo que lutavam por permanecer nos seus fogares, lutavam para ganhar o campionato anual de baloncesto de Gush Katif.





ORGULHOSAMENTE INÚTEIS

Tratando de ganhar-se o favor do resto das nações, os judeus assimilados enorgulhecem-se dos logros com os que têm beneficiado a outros. O qual é absurdo. Os autores clássicos romanos menospreçavam aos judeus por serem os cidadãos mais inúteis do mundo. Para além do tópico de que “Platão não é senão Moisês falando em grego”, o certo é que a aportação dos judeus ao saber no mundo antigo foi praticamente nula.

Na Idade Meia e o Renascimento, só os judeus baptizados exerceram uma influência apreçável sobre o pensamento gentil. Nos nossos dias, as miriadas de científicos e artistas de orige judea não são judeus a efectos práticos: não levam um modo de vida judeu e os seus netos geralmente já não são judeus. A onda de participação judea nas artes e as ciências declina conforme as nações desenvolvidas incrementam a sua influência.

A maioria das nações têm-se amosado intelectualmente fúteis a grande escala. Os lationamericanos, ucranianos e suecos têm aportado bem pouco ao acerbo do saber mundial. Alemanha, o modelo de actividade intelectual, fixo-o apenas durante um século. A Antiga Roma e a Grande Bretanha moderna foram intelectualmente activas durante um par de séculos ou três, e a Antiga Grécia durante pouco tempo mais.

Os judeus disfrutaram da sua religião e de sim próprios mentres os velhos autores se bulravam de eles pelo seu vazio intelectual, como se não tivessem aportado nada ao mundo. E por que o haveríamos de ter feito? Nada devemos ao mundo. A nossa obriga fiduciário é com Dús, mais que com o resto das nações. Seguimos o tipo de vida que ele nos prescreveu. O que, por certo, é o modo de vida mais ético e politicamente adequado, oferecendo ao resto do mundo um exemplo a seguir. Mas estamos igualmente orgulhosos do que os demais percibem como barbárie: exterminar a Amalek, o assassinato massio de judeófobos no Império Persa depois de Purim, a conquista de Canaan, realizar os pestilentes sacrifícios no Templo, e observar meticulosamente o Shabat.

Não temos que nos submeter a prova diante do mundo, senão ante o seu Criador.


OBADIAH SHOHER

MMW, ou Medeski, Martin & Wood é, para o meu modesto entender, a melhor banda de jazz desde há uma década, junto com os escandinavos Esbjörn Svensson Trio (EST) e as diversas propostas do pianista Brad Mehldau.


John Medeski (órgano Hammond e teclados), Billy Martin (bateria) e Chris Wood (baixo), são três músicos fóra de série que em grupo, ou nas suas distintas incursões musicais por separado, têm amosado sobradamente que estám um escalão por riba de qualquer outra banda do panorama jazzístico. Acompanhados nalgumas das suas gravações por partenaires de luxo, já seja o guitarrista das últimas formações do sobrenatural Miles Davis, John Scofield, já o polifacético músico e compositor judeu John Zorn, ou um grupo de gospell da América profunda, os neoiorquinos MMW têm editado uma dúzia e meia de álbumes –e infinidade de directos que circulam pela rede- que os têm aupado a um merecido primeiro posto no pódio deste género.


Para dar início à semana, nesta ocasião quentamos motores com um fragmento da sua actuação no Zappa Club de Tel Aviv em Abril de 2008 e a promo de Uninvisible.


Let's feel groovy!