SHABAT SHALOM


CRÔNICAS I 16:15



Lembrai-vos perpetuamente da sua aliança e da palavra que prescreveu para mil gerações;


Da aliança que fez com Abraham, e do seu juramento a Isaque;


O qual também a Jacob confirmou por estatuto, e a Israel por aliança eterna,


Dizendo: A ti te darei a terra de Canaan, a vossa herdança asignada.


HY'D

A recente controvérsia sobre a Haggadah dos Missioneiros Cristãos, que era distribuída como a genuína e tradicional dos judeus nas grandes distribuidoras de livros estadounidenses, não constitui o único exemplo do material que estes Missioneiros emascaram como “judeu”. Mina Fenton, do Concelho da cidade de Jerusalém, enviou-me este vídeo de YouTube da canção tradicional de Pesaj, “Dayenu”.



Ao começo semelha algo genuinamente judeu, mas cara o final darede-vos conta que se trata de propaganda da doutrina dos Missioneiros Cristãos. Não é a canção de Pesaj que cantávamos na mesa. A sua tem uma mensagem muito diferente. E, por favor, lembrade que o facto de que cantem em hebreu não significa que tenha nada a ver com a sua judeidade.


Os grupos de missioneiros cristãos ao longo do mundo, incluíndo Israel, estám adoptando os símbolos judeus, inclusso levando kipás e tzitzit, promovendo ceas de Pesaj, etc. Não basta com analisar o kashrut culinário. Agora temos que mirar com atenção quem são os editores, e donde procedem exactamente cada um dos seus produtos. O qual acrescenta um novo enfoque ao conceito de “shmura matzá”.


Estade alerta e informade-vos. Não tudo o que semelha judeu realmente o é. Hesitei sobre se pendurar esse vídeo, para que observedes o engenhosos e profissionais que são à hora de embaucar estes missioneiros cristãos. Pelo menos este grupo etiquetou o seu vídeo como “cristão”.


Estou muito desgostada e contrariada de ter que confissar que invertim mais de meia hora intentando achar uma só versão tradicional judea do “Dayenu” no YouTube. É muito mais singelo achar versões cristãs. De facto, não dei achado nada minimamente profissional. Assim que, para rematar, ponho o “Dayenu” cantado no Seder do Kibbutz Naan, Os que saibam hebreu verão que também não é o tradicional 100 %. Mas, pelo menos, é israeli.



BATYA MEDAD



O meu bom amigo Josh Hasten avisou-me deste relato que aparecia, poucas horas atrás, na web do The New York Times neste endereço:


O ataque dum machado mata a um adolescente no West Bank

Um atacante portando um machado matou a um adolescente israeli e feriu a um rapaz num assentamento do West Bank, disseram fontes oficiais.


Reformulando o seu comentário, o titular basicamente faz sua uma presuposição que desafia às leis físicas: que um machado, pelos seus próprios meios, teria saído flotando pelo ar, movido pela sua própria vontade –dado que era um “ataque”- e teria matado a uma pessoa. Se um mira a notícia por riba, ficando só com o titular, o facto de que o machado fosse portado por uma pessoa poderia ter ficado no olvido.

Aínda mais, o titular cisca-se numa das máximas do jornalismo, o “quem”. Passa por alto que se tratava dum atacante árabe.

Fum e comprovei a URL referida, mas encontrei isto em vez do dito (agora tenho o permalink ali):

Ministro israeli interrogado pela polícia


Avigdor Lieberman, o novo Ministro de Assuntos Exteriores de Israel, foi interrogado pela brigada de fraude nacional durante mais de sete horas o Joves, dacordo com um portavoz policial, e como parte duma investigação que se vem desenvolvendo pela suspeita de suborno, lavado de dinheiro e corrupção.


O mesmo Joves, um palestiniano portando um machado matou a um rapaz israeli, de 13 anos, e feriu a outro, de 7, num assentamento judeu do West Bank, antes de emprender a fuga, segundo manifestaram testemunhas e as autoridades israelis.


Duma banda, o atacante é identificado e o machado volve ser um instrumento inanimado –não uma pessoa. Mas o titular e o parágrafo principal centra-se em Avigdor Lieberman. A investigação seguida contra este, em questão de horas, torna-se mais importante que um assassinato, o terror e a dor.



YISRAEL MEDAD


Não há nem um ano que o Governo de Olmert comunicou à Corte Suprema que não se podia permitir o luxo de gastar 100.000 shekels em blindar as escolas de Sderot contra os ataques de Qassams.

Bibi tem demonstrado maior capazidade financieira destinando uma partida de 100.000 para “necessidades de seguridade”.

Da sua própria seguridade.

O custe anual de proteger ao mastodôntico Governo com 30 ministérios de Netanyahu excede em muito 100.000 shekels.



O assassinato de ontem a machetazos dum rapaz judeu em Bat Ayin, interpreta-se em Israel e nos territórios ocupados pelos árabes como uma prova de fogo para o Governo Netanyahu. Com todos os falcões e comando despregados, agardava-se uma dura resposta.

Não a haverá.

Netanyahu não arriscará as suas já tensas relações com os pistoleiros de Fatah, temeroso de ser acusado pelos ánti-semitas da comunidade internacional duma exibição de força “desproporcionada”.

UM DE HAMAS À RUA


Num enigmático gesto, o Governo de Netanyahu vem de libertar a um dos altos oficiais de Hamas que Israel valorara incluir no intercâmbio por Shalit.

Fathi al Karawi, um palestiniano pertencente ao Estado maior de Hamas, levava dois anos e meio no cárcere.

Hamas, a briosa e bravucona organização inimiga, nunca reagiu pelo facto de que Israel capturasse aos seus membros mais destacados, em contraste com a histéria da sociedade israeli pelo seqüestro dum cabo de esquerdas.

Longe de gestos, o caminho mais singelo para que Shalit seja libertado imediatamente é executar aos terroristas de Hamas. A razão de um inimigo por hora.


VERGONHA

Velaqui a cobertura informativa da prensa espanhola no ataque a machetazos de um terrorista palestiniano contra os rapazes judeus Shlomo Nativ (13 anos) –e que resultou morto no acto- e o pequeno Yair Gamliel (7 anos), às 19’00 horas.


































Em vez disso, destacam nas suas portadas:


El País: La policía israelí interroga durante horas al Ministro de Exteriores.

El Mundo: Policías lesbianas del Ayuntamiento de Sitges denuncian discriminación.

La Vanguardia: Fallece Rudy Ventura, el trompetista blaugrana.

ABC: Julio Iglesias levanta pasiones en Chile a sus “47 años”.

La Razón: Bolivia humilla a Argentina con seis goles.

La Voz de Galicia: Los pollos saben contar.


Como sempre, os únicos que salvam a cara são os do diário liberal Libertad Digital: “Un menor israelí muere y otro resulta herido por el ataque de un palestino”.



Um jovem palestiniano “combatente pela liberdade” assassinou a um adolescente judeu e feriu a uma criança no povoado de Bat Ayin. No caso de que pensárades que este tipo de coisas só acontecem nos pavosoros “territórios”, direi-vos que este é o segundo ataque terrorista a machetazos que se produze recentemente. O anterior aconteceu em Rehovot, na Pequena Israel.

Bat Ayin é um enclave de judeus que se sintem orgulhosos de sê-lo, uma extranha povoação que rechaçou o muro de seguridade porque, dizem, isso faz que pensem que os judeus temos medo.

O rapaz ferido é uma criança de 7 anos filho de Ofer Gamliel, um dos membros do chamado “Bat Ayin Underground”, encarcerado sob os absurdos cárregos de planear um tiroteo contra uma escola árabe em Jerusalém Leste. É algo amplamente admitido que foi o próprio Governo quem montou todo o assunto para ilegalizar o Movimento Kaj.

Os ataques terroristas contra os activistas patriotas judeus e as suas famílias acontecem com demassiada freqüência como para que se trate duma coincidência.

O Shabak, pelo que semelha, conhece ao agressor, e nestes momentos em que escrevo forças do exército asediam uma casa na vila árabe de Khirbet Tzafa.

SHLOMO NATIV


Um milheiro de israelis têm sido assassinados desde setembro de 2.000, em restaurantes, em discotecas, em autobuses, disparados pela rua, acoitelados. O 90 % de eles eram civis, na sua maioria mulheres e crianças. Temos visto todos e cada um dos sepélios. Um por um. Acompanhamos perto de mil funerais, com os discursos, com mães que querem arrojar-se nas tumbas dos seus filhos, com as fotos de rapazes cujas vidas se viram truncadas pelo facto de serem israelis.

À minha esposa Rut, um dos centos de atentados sacudiu-na especialmente. Foi o 9 de Agosto de 2001 numa pizzeria do centro da nossa cidade, Jerusalém. Um terrorista entrou ao local com 10 kgs. De explossivos mesclados com cravos, parafusos e pernos, que fez detonar entre a gente, assassinando a umas vinte pessoas e ferindo a mais de cem. Entre os mortos achava-se a família Schijveschuurder, parentes de Rut. Os pais Zira e Mardoqueu morreram com três dos seus filhos, Raia de 14 anos, Abraham de 4 e Hemda de 2. Haia, a de 8 anos, sobreviveu ao ataque.

Menciono os nomes porque os meios espanhois nunca os mencionam. Na sua televisão amosam as imagens dum autobus feito pedaços e dos padioleiros, e a continuação o vídeo sobre o assassino. De ele sim transmitem o seu nome e dados. As vítimas não têm nome. A televisão espanolla relata a vida do terrorista, a causalidade da sua acção, e a continuação, as câmaras trasladam-se ao seu fogar, onde vemos como os familiares sacam os enseres antes de que a sua casa seja eventualmente derrubada. De eles compadecem-se.


Estas palavras pertencem ao livro de Gustavo D. Perednik “España descarrilada” (Ed. Inédita, 2004), num exemplar que gardo zelosamente adicado pelo seu autor.

Hoje pelo meio dia um terrorista árabe, beneficiário provavelmente ele e a sua prole dos subsídios do Estado judeu de Israel, atacou, numa acção que retrata a valentia destes muyaidin árabes, cum machado a um grupo de crianças. A resultas do ataque morreu Shlomo Nativ, de 13 anos, e resultou gravemente ferido Yair Gamliel, de tão só 7 anos.
A carneçaria teve lugar na comunidade de Bat Ayim, ao sul de Jerusalém, uma localidade pertencente ao Conselho Regional de Gush Etzion, fundada entre outros pelos pais do rapaz falecido.

Às 16’00 horas nenhum dos meios escritos espanholes que encheram portadas, editoriais e sesudos artigos, dando pábulo às patranhas promovidas pela ultraesquerda israeli –e nomeadamente o seu órgao de expressão, o diário pro-árabe “Ha’aretz”- para encher de basura às IDF e ao Estado judeu em geral, adicaram aínda uma só linha a informar desta matança árabe. A escória dos Juan Miguel Muñoz, Miguel Anxo Murado e companhia não editaram nem um míssero scoop desinformando deste crime (baixas colaterais, dirão eles).

Tem razão o amigo Gustavo Perednik. Os espanhois nunca mencionamos os nomes das vítimas quando estas são do lado judeu –e menos se são civis. Por isso queremos deixar patente a nossa solidariedade com os familiares de YAIR GAMLIEL e SHLOMO NATIV em letras bem grandes, para lembrar para sempre os seus nomes e passar-lhos pela cara aos mal nascidos que todos os dias intentam acalar as vozes amigas do povo judeu com o seu discurso progre e baboso da “desproporcionalidade”, o “genocídio” e do que não é justo.

As ratas de “Ha’aretz” aínda se permitem sacar um editorial na sua edição justificando o assassinato –“Olho por olho”, dizem-, argumentando que o pequeno de 7 anos é filho de Ofer Gamliel, um patriota judeu preso num cárcere israeli como membro de “Bat Ayin Underground”.

Malditos sejam.


SHLOMO NATIV, zijrono levrajá!

INICIATIVAS DE PROGRESSO


Uma estalinista belga chamada Nadine Rosa-Rosso (já desde o apelido deixa claro que é toda uma mulher de progresso) informa na sua página web Campo Antiimperialista que está promovendo uma lista de sinaturas focada na petição ao Parlamento Europeu da exclusão de Hamas da lista de organizações terroristas da União Europeia.

Ignoramos se pretende que seja incluída no listado de organizações filantrópicas ou de ONG’s. Só nos resta imaginar que para esta senhora e os seus aderentes o facto de excluir a Hamas da devandita lista implicará que a organização terrorista vai deixar as armas e renunciar ao seu objectivo fundacional de aniquilar ao povo judeu.

Entre o listado de sindicalistas, artistas, bohêmios e gentes de mal viver que apoiam a iniciativa figuram os inevitáveis José Saramago, Gianni Vattimo, James Petras, Carlo Frabetti e Tariq Ramadan.

TERRORISTAS ESCALFADOS

Velaqui o vídeo de cómo foram vaporizados os terroristas árabes que ontem passavam o rato sementando bombas ao longo da fronteira de Gaza.



Os disparatados valedores dos “direitos humanos” queixam-se de que desde Janeiro Israel deixou de abonar a prestação por invalidez a 5.000 residentes de Gaza que trabalhavam no Estado judeu legalmente. O Governo apresurou-se a tranquilizá-los: o problema é meramente técnico, dado que os bancos isrelis interromperam temporalmente os seus serviços em Gaza.

Gaza está oficialmente declarado como “território hostil”, expressão suave para definir um território que serve de lançadeira a milheiros de projectis. Quaisquer que fossem os direitos sindicais que tivessem os trabalhadores árabes, deveriam tê-los perdido para sempre por unir-se ao inimigo.


O lema inicial da campanha de Lieberman foi: “Sem serviço nacional, não há seguridade nacional”. Ve-se que não era de aplicação aos residentes em Gaza. Sem dúvida, as suas promesas estavam vazias.

Os máximos representantes da justiça islâmica entre os palestinianos reiteraram que vender terras aos judeus constitui alta traição, punível com a pena de morte. A Autoridade Palestiniana, como a de qualquer país árabe, proíbe a venda de terras aos não-árabes (o que de forma politicamente correcta definem como “cidadãos dos países árabes”). Sinalando aos judeus: vender-nos propriedades não só é ilegal, senão uma ofensa capital. Significativamente, a adquisição de território judeu não infringe a jurisdicção árabe; com o qual o fundo da questão é judeofóbico mais que político.


Os tribunais da Autoridade Palestiniana têm condeado a morte a inumeráveis vendedores de terras árabes, habitualmente in absentia, dado que depois de fechar o trato estes saim por pernas imediatamente. As organizações terroristas, sem embargo, soem aniquilar aos vendedores sem agardar pela “orde judicial”.


Tempo atrás, a Corte Suprema israeli ordeara ao Fundo Nacional Judeu que vendesse terras aos árabes, inclusso a pesar de que o JNF desenvolvera territórios desérticos e pantanosos a partir de doativos privados judeus.



Ateret Kohanim, um grupo judeu que se adica a adquirir propriedades no bairro ocupado árabe de Jerusalém, fixo-se cárrego duma vivenda que compraram na zona.

Como é habitual, uma multidão de amistosos cidadãos árabes intentaram expulsar imediatamente aos judeus, e o antigo dono começou com a cantinela de que ele não vendera nada.

A polícia deteve aos proprietários judeus.

LA DEBILIDAD DEL PUMA


La identificación con el más débil, desprovista de un análisis de contexto, responde a un criterio de dudosa moralidad. Uno que, a la larga, puede generar la violencia injustificada de aquellos débiles que se vean estimulados por la aprobación automática de la que gozan.

En el caso de la guerra contra Israel, no se trata meramente de una inmoralidad, sino de un falso pretexto para continuar denigrando al Estado hebreo.

Hace unas semanas (16-3-09) tuvo lugar en Madrid un encuentro de blogueros con el embajador de Israel. Durante el evento, el empresario y político Luis Solana (hermano de quien representa la política exterior de la Unión Europea) expresó patentemente un prejuicio muy generalizado: «En Europa, el fuerte genera siempre sospechas. Los europeos estamos orgullosos de inclinarnos primero del lado del débil».

En efecto, esa repetida quimera ha contribuido a que los europeos se perciban a sí mismos, frecuentemente, como muy morales. La historia colonialista de Europa podría constituir por sí sola un mentís a tal orgullo, si no fuera porque abundan los ejemplos contemporáneos que lo descalifican más rotundamente.

Que la inclinación europea por el débil es falsa, podrían atestiguarlo por ejemplo los chechenos, que han cobrado más de cincuenta mil vidas en su lucha por independizar a un pequeño enclave en el Cáucaso. No han despertado simpatía europea, pese a que pelean contra el país más vasto del planeta. O el Líbano, que fue abandonado frente a Siria mientras la tiranía alauita engullía a lo que fue otrora la única democracia del mundo árabe. Podría agregarse a los tamiles, los cachemiros, los ibos, los aimaras, los timorenses… la lista es extensa y elocuente.

Conste que en ninguno de los casos aludidos juzgamos aquí quién tiene razón en sus respectivos conflictos. Simplemente señalamos que, a los europeos, los débiles les tienen sin cuidado. La mayoría de ellos tampoco ve con simpatía a ETA, pese a que es más débil que España, ya que en este caso entienden la malignidad de los métodos y la desproporción o injusticia de la causa.

Estos parámetros brillan por su ausencia en el momento de evaluar a Israel.
Al insinuar que Israel es el fuerte en la guerra que se le ha impuesto para sobrevivir, se confunde y se miente al mismo tiempo.

La confusión deriva de que, en los conflictos, es humano y noble identificarnos con el agredido –no con el débil. Si un grupo andorrano pusiera bombas en mesones de Madrid, lo sensato sería identificarse con España, no con Andorra, cualesquiera fueran las motivaciones del agresor.

Y se miente, porque la calificación de Israel como el más fuerte saltea los tres argumentos siguientes:

1) Israel cabe quinientas veces en los territorios de sus vecinos, y carece de los recursos naturales de los que éstos disponen. Los regímenes árabes pregonaron por décadas su meta de destruir Israel, y actuaron en consecuencia.
Con el criterio de Solana, deberíamos suponer que los europeos se identifican con Israel ante Irán. Sesenta veces más pequeño que éste, y carente de su petróleo, el judío de los países debe enfrentar las amenazas de los ayatolás, y los morteros que éstos disparan por vía de Hamás y Hezbolá.

2) Es cierto que el Estado hebreo tiene el ejército más fuerte del Oriente Medio, pero sería malicioso resaltar ese dato sin agregar que es la razón por la que pudo sobrevivir. Si en algún momento se revirtiera la ecuación, y los enemigos de Israel tuvieran armamento más poderoso, los días de Israel quedarían contados.

3) La debilidad de un grupo no debe medirse en términos absolutos, sino en el marco de cuáles son las amenazas que se ciernen sobre él.


Este tercer argumento es esencial para entender la índole de la debilidad judía. Israel es el débil del conflicto, no por incompetencia de su ejército ni por bajo nivel cultural, sino porque es el único Estado sobre el que se ciernen amenazas concretas de destrucción.

Los medios de prensa y numerosos organismos internacionales dejan a Israel desvalido frente a la agresión, ya que cuando intenta protegerse de quienes lo agreden, despierta la incomprensión generalizada.

Lo sabe muy bien Luis Solana, quien fue Director General de Radiotelevisión española, un ente enfermizo en su obsesión anti-israelí.

Los medios contribuyeron a deslegitimar a Israel difundiendo varios mitos anti-israelíes que lograron confirmaran el estereotipo judeofóbico clásico: Sabra y Chatila, «la matanza» de Yenín, el niño Muhamed Dura, la escuela bombardeada de la UNRWA y, más recientemente, supuestos abusos de soldados israelíes en Gaza. Sin que hubiera habido ni un solo documento que probara las patrañas que se propagaron acerca de crímenes israelíes, la prensa recogió las declaraciones de quienes habían escuchado rumores, como si fueran una información objetiva.

Una vez que se demuestra la falsedad de la información, no se rectifican, como tampoco lo harán acerca del número de palestinos muertos en la operación Plomo Fundido, aun cuando ya se saben los números (murieron 1166 palestinos, de los cuales 709 eran activos terroristas de Hamas y 162 probablemente de otras organizaciones terroristas). Los civiles muertos fueron una pequeña minoría, atribuible a que el Hamás los utilizó de escudo. Ello no impidió que Soraya Rodríguez se apresurara en condenar «1500 asesinatos», y que nunca se disculpe al respecto.

El desvalimiento de Israel en el conflicto no se debe exclusivamente a la demonización a que en general lo someten los medios, sino también a que muchos de éstos se niegan siquiera a dar a conocer las agresiones que sufren los judíos. Así, varios diarios españoles se negaron siquiera a informar sobre el frustrado atentado (21-3-09) contra el centro comercial Lev Hamifratz de Haifa. Si las fuerzas israelíes de seguridad no hubieran detonado a tiempo los cuantiosos explosivos, el intento podría haber cobrado centenares de víctimas.

Ante el peligro que lo acecha, y la calumnia generalizada que lo traba en su autodefensa, Israel es el débil.

Se sabe que el gato tiene menos medios de defensa que el puma, y que el oso panda tiene más volumen que los ratones. Pero los más débiles de entre los animales no son los que tienen musculatura más reducida, sino los que están al alcance de los depredadores. El puma y el oso panda son los débiles, porque se hallan en peligro de extinción debido a la exorbitante caza que los amenaza.

Los Estados judíos del mundo también se hallan en peligro de extinción, no porque flaqueen o tengan ejército enclenque, sino porque son pocos (concretamente, uno solo) y porque los depredadores que quieren deshacerse de ellos son numerosos y fuertes, y cuentan con la complicidad de quienes se niegan aún a informar sobre el peligro.



GUSTAVO D. PEREDNIK

MENOS LOBOS


Numa declaração conjunta, os Presidentes dos EEUU e Rússia figeram um chamamento a Iran para que reestabeleça a confiança internacional na “natureza exclussivamente pacífica” do seu programa nuclear.


E já postos, que os lobos reestabeleçam a confiança das ovelhas no seu vegetarianismo.

A NOSSA PESAJ

A Pesaj comemora o surgimento da nação judea como entidade política. Muitos outros povos uniram-se ao Éxodo, privando para sempre aos judeus duma singularidade genética e redefinindo a nação em termos religiosos e políticos.


A fundação da moderna Israel é muito análoga ao relato do Éxodo, de não ser porque Jabotinsky carecia dos poderes miragrosos de Moisés, e não foi capaz de convencer aos judeus escravizados em Europa de emigrar ante o iminente extermínio. Os hebreus já tiveram dúvidas sobre o seu destino no próprio Sinai, e a ponto estiveram de regressar à escravidão mortal de Egipto; os judeus, que apenas lograram fogir do Holocausto, plantejam-se emigrar de Israel. Os hebreus aceitaram um culto pagano adourando o becerro de oiro, e os judeus aceitaram árabes em Israel e adouram a democracia de ceguera étnica. Os judeus de há três milênios aderiram ao judaísmo só moderadamente. Seguindo as advertências dos temerosos exploradores, os hebreus retrairam-se à horade lutar por Canaan; seguindo aos cobardes esquerdistas, os judeus retrairam-se à hora de anexionar-se Judea e Samaria. Os hebreus viram o fogo divino a diário; os judeus presenciaram miragres não menores, como as vitórias militares de 1948, 1967 e 1973. Sei que não foram proveitosas para despejar as suas dúvidas.


Moisés estabeleceu o mais elevado precedente quando matou aos egípcios simplesmente por terem golpeado a um judeu. Moisés sobrepassou o “olho por olho” num nível táctico, mas reestabeleceu a reciprocidade de danos num nivel superior. A sua acção ensina que os inimigos dos judeus são responsáveis colectivamente, e cada um de eles pode sofrer pelas ofensas dos outros. Moisés matou aos egípcios, não porque golpeassem a um judeu, senão para castigar ao inimigo pelos expólios sofridos pelos judeus a mãos doutros egípcios. O exemplo de Moisés deveria ser uma guia para Israel na sua relação com os inimigos árabes.


Moisés emprendeu uma campanha de terror contra os civis egípcios sob mandato divino: desde a destrucção de colheitas até a aniquilação dos primogénitos civis. Israel durante um tempo seguiu este exemplo, e emprendeu a toma de reféns (jordanos, por parte dum jovem Arik Sharon) e o seqüestro aéreo (de passageiros sírios para intercambiá-los por prisoneiros de guerra israelis).


Os amalequitas estavam naturalmente desgostados pelo elevado número de hebreus invadindo os seus territórios. O propósito hebreu de edificar um Estado infringindo a soberania de Amalek, violava os direitos dos amalequitas. Os hebreus não se detiveram a evaluar um razoável compromiso de “integrar” aos amalequitas no Estado judeu. Valerosos combatentes pelas liberdades, surgidos das tribos amalequitas, atacaram permanentemente aos hebreus. Durante muito tempo, os hebreus não semelhavam ser o suficientemente fortes como para deter a insurgência –mas lembravam os danos padecidos. Na parte final do Éxodo, Saul exterminou aos amalequitas e o profeta Samuel, em pessoa, desquartizou ao seu Rei Agag.


Seria bonito ver a um Rabino Chefe de Israel loncheando a Abu Mazen em pedazos.



OBADIAH SHOHER



A taxa de proporcionalidade na resposta militar não é algo exacto. A taxa adequada basea-se na suficiência mínima necessária.

A proporcionalidade é algo indefinido: é um mísil por um míssil?, um kilotão por um kilotão?, um corpo por um corpo?, uma percentagem por uma percentagem de população? Distintas varas de medir proporcionam resultados distintos: os habitantes de Gaza dispararam mais mísseis contra Israel que viceversa, mas muitos menos em termos de equivalência destrutiva.


Os terroristas palestinianos intentaram matar muitos mais judeus que viceversa, mas os judeus foram mais efectivos à hora de matar.


Qual é o ponto crítico na proporcionalidade? Se se trata de uma resposta adequada a qualquer tipo de violência, daquela os afeganos e os iraquis têm direito a dar morte a milhões de norteamericanos como resposta proporcional. Se só é a adequada resposta a uma ofensa, daquela chegamos ao quid dda batalha legal por definir o que é “ofensa”. Foi a guerra dos EEUU em Afeganistão e a israeli em Gaza ofensiva ou defensiva? Os juristas não se ponhem dacordo numa defnição de consenso sobre o que é “ofensa”, porque a violência geralmente se desenvolve num movimento espiral: ambas partes cometem violações da paz em nome guerra, e quando a guerra por fim se desencadea o agressor, geralmente, a etiqueta como “defensiva”; portanto, a invasão alemã da URSS foi um acto preventivo dos generais alemães.


A quem se aplica a proporcionalidade? Quando os civis judeus são atacados, a proporcionalidade deveria sugerir que se atacasse aos civis palestinianos mais que às suas guerrilhas. Esta é uma interpretação do tipo “um jardim de infância por um jardim de infância”. Mas nós não violamos à família dos violadores.


Inclusso os rabinos se resistem tradicionalmente à proporcionalidade do “olho por olho” como algo cegamente brutal, e reinterpretam o precepto em termos de compensação. A operação israeli em Gaza, com as suas baixas massivas e a sua destrucção, não disuadiu aos grupos palestinianos de seguir lançando mísseis. Sem dúvida, uma resposta estritamente proporcional, do tipo de lançar uns quantos mísseis contra Gaza City como resposta aos Kassam dirigidos contra Sderot, não teria modificado a actitude dos terroristas. Mas a política de compensação também não é prática: segundo o modelo occidental de indemnizações em caso de morte accidental, os palestinianos não teriam suficiente dinheiro para satisfazer a Israel.


A natureza compensatória da Lei do Talião tem outro aspecto: o castigo recíproco compensa o dano causado. Inegavelmente resulta confortante ver como o causante da ofensa perde o seu olho. A fim de que a compensação funcione, o dano recíproco debe ser percebido como equivalente. Mas aquí também temos uma objecção: mentres o dano originário se infringe a um membro da nossa família, o castigo aplica-se a um desconhecido, o qual impede que seja percebido como equivalente. Por um dano contra alguém da sua família, a gente agarda um castigo mais forte do infractor. Os judeus somos uma família –os filhos de Israel. Do quer que um estrangeiro faga dano a um judeu, a simples reciprocidade não é suficiente. Eu não me sentirei satisfeito se lhe arrancam um só olho a um palestiniano a câmbio do que perdeu alguém da minha família de tão só cinco milhões de judeus. Com um milheiro, quizá.


Tal vez, a única aproximação prática à questão de mitigar a violência seja a da doutrina do doble efecto: os danos colaterais devem ser tolerados na medida em que sejam autenticamente colaterais. A suficiência é um conceito absurdo: se um grande ataque de Israel sobre Gaza não bastou para rematar com o lançamento de mísseis, quiçá deveríamos utilizar os métodos usados pelos egípcios, sírios, jordanos ou libaneses em circunstâncias semelhantes: enviar os tanques e a artilharia contra as massa palestinianas de modo indiscriminado até que se pacifiquem, assim seja temporalmente.


A doutrina da suficiência está presente na Torá: os ladrões recebiam um castigo de duas a cinco vezes superior ao dano originário, a fim de disuadir a sua reiteração; aquí, claramente, a eficácia passa por riba da proporcionalidade.


Nenhum país tem aderido jamais ao princípio da proporcionalidade em tempos de guerra, senão só ao princípio de eficácia –quer dizer, a vitória a qualquer preço. Depois de que tantos países tenham estado dispostos a pagar qualquer preço pela vitória, não deveria ser algo insólito que Israel exigisse idêntico preço.



OBADIAH SHOHER


JÁ O DIXO HANEEN ZUABI...

A continuação [video abaixo], uns extractos do programa religioso da TV egípcia Al-Rahma no passado mes de Janeiro, com a actuação estelar dos cregos Sheik Said Al-'Afani e Sheik Muhammad Abd Al-Salam. Como se da tertúlia matutina do programa de Mª Teresa Campos se tratasse, os dois tarados convidados para a ocasião repassam a responsabilidade judea nas “grandes desgraças universais” remontando-se até a era do Cromagnon, mentres se ventilam um par de tazões de augardente de dátil. Lede a transcripção da amável tertúlia destes colegas da parlamentária israeli do Balal, Haneen Zuabi.



Said Al-'Afani: [Os judeus] são o povo maldito, que provocaram a ira de Alá. São a cria das serpes e as víboras, os assassinos do nosso profeta Mahoma, cuja morte foi conseqüência do ser envelenhado por uma mulher judea.

[…]

Deveríamos saber que os judeus são os assassinos dos Profetas. Assassinaram ao profeta Yahya [João o Baptita] e ao profeta Zaracias. Assassinaram ao honrado profeta Yahya, e apresentaram a sua cabeça como presente a uma ramera israelita.

[…]

O nosso ódio face eles épuramente religioso, e não devido à pura e sagrada Terra, que foi bendezida por Alá, ou a causa de Gaza…

Muhammad Abd Al-Salam: Não só devido a Gaza...


Said Al-'Afani: ...não só devido a Al-Aqsa e tudo isso. Odiamo-los, primeiro e sobretudo, devido à sua inimizade com Alá, e porque assassinaram aos nossos profetas.

Muhammad Abd Al-Salam: Permite-me que aclare que é o nosso dever odiá-los, como parte da nossa fê.

Said Al-'Afani: Correcto.

Muhammad Abd Al-Salam: A gente está confundida sobre isto. Alguns acreditam que se trata duma questão territorial ou nacional, ou que tem a ver com a bendita Mesquita de Al-Aqsa, mas o assunto é mais amplo, é uma questão de fê. Estamos na obriga de odiá-los porque são um povo criminal, e são inimigos de tudo o bom e do Islam.

Said Al-'Afani: Os judeus estiveram detrás da 1ª Guerra Mundial e da 2ª Guerra Mundial. Quando o alto mando norteamericano dixo que Japão aderira os termos da rendição, Rotschild o americano –ou mais bem, Roosevelt o americano- foi incitado por esses tabeirões usureiros a lançar a bomba sobre Hiroshima e Nagasaki. Os judeus estiveram detrás da Revolução Inglesa. Os judeus estiveram detrás da Revolução Francesa. Os judeus estiveram detrás da Guerra Civil norteamericana em 1869-1866 [sic]. Os judeus estiveram detrás do golpe de Estado na França em 1815. Os judeu estiveram detrás da guerra entre França e Prússia. Os judeus estiveram detrás do auge do comunismo. Karl Marx era judeu. Os judeus instigaram a guerra através do sexo. A judea Matilde inspirou a Johnson a emprender a guerra de 1967, como nos informou Muhammad Hassanein Haykal. Os judeus estám detrás de toda a ruína e destrucção do mundo.


É um axioma em Israel que votes a quem votes, sempre rematarás por ter o mesmo Governo: de centro esquerda.

Os analistas occidentais seguem de perto as eleições em Iran. A maioria estám desgostados com Jatami e Rafsanjani por terem abandoado a carreira eleitoral, embora esses “moderados” não são senão umas versões algo mais educadas de Ahmadineyad.

O mais importante é que o Presidente iraniano só constitui a terceira figura na ierarquia do país, por detrás do líder espiritual e o dirigente do conselho político. Todos eles tomas as suas decisões em função do programa nuclear, e Ahmadineyad, a fim de contas, só actua como o paiaso das bofetadas. Presumivelmente, resultará re-eligido. Mas, ganhe quem ganhe, os ayatolas seguirão trabalhando na sua bomba.


Estas são as palavras que utilizou Haneen Zuabi, falando sobre o programa nuclear iraniano. Zuabi saudou o desenvolvimento armamentístico de Iran como uma benção para frear a influência sionista. Zuabi condeou também a “ocupação israeli” –supomos que se referia à de Haifa e Tel Aviv. Também lamentou que Israel não tema uma guerra contra os Estados árabes.


Haneen Zuabi, pertencente ao partido israeli Balad, é a primeira mulher árabe membro da Knesset. E tem-se convertido no icono da progressia israeli, que lhe outorga rendida admiração.

Meses atrás, a esquerdista Corte Suprema israeli anulou uma decisão do Comitê Eleitoral que deixava ao Balad fóra da carreira para a Knesset.


O primate que dirige os destinos da ditadura venezolana, Hugo Chávez, assegurou numa entrevista retransmitida pela canle de TV qatari Al Jazeera que não tem interesse algum em reestabelecer os laços com Israel, país com o que rompeu relações durante a Operação Liderádego Sólido de há um par de meses. “Não se visualiza, nem no horizonte, nenhum interesse pela nossa banda em reestabelecê-las”, dixo o mandatário cuarteleiro em referência às relações do seu país com o Estado judeu.


Na entrevista, doblada ao árabe, o sócio de Zapatero na Aliança de Civilizações exprimiu o seu desejo de que o seu homólogo estadounidense, Barack Hussein Obama, poida contribuir ao câmbio da “actitude fascista e genocida” dos governantes israelis.



MERETZ OU KU KLUX KLAN?


Penso que é chegada a hora de que o partido Meretz passe a chamar-se Ku Klux Klan israeli.

O Klan, como lembrades, soía fazer ruidosas manifestações cada vez que uma família negra se trasladava a uma zona que o KKK considerava como “branca”. Todas as organizações judeas dos EEUU estiveram nas barricadas no seu dia para protestar contra este tipo de infâmia.

O Klan israeli está liderado pelo Meretz e adica-se a evitar que os judeus practicantes se trasladem a bairros que eles consideram “seculares”. Nenhuma organização judea norteamericana se está botando às barricadas.

O mais recente campo de batalha é Kiryat Yovel, em Jerusalém, um bairro no que vivim na minha época de estudante. Semelha que os religiosos, e inclusso alguns ultraortodoxos judeus, se estám despraçando ali. Os seculares clamam que se trata dum complot para “tomar” o seu bairro. “Ha’aretz” adica um extenso artigo hoje [na edição de papel] jaleando a campanha do Meretz para evitar que os judeus observantes entrem em Kiryat Yovel. O mesmo jornal que foi incapaz de reprimir a sua felicidade quando Obama se converteu no primeiro presidente negro, situa-se na primeira linha de combate contra uma variante doméstica de “negros” (os que levam abrigos negros).

Citam elogiosamente as palavras do concelheiro local do Meretz, Papa Allo (esse é o seu nome) que berra: “Os que acreditem que aquí podem viver religiosos não sabem do que falam”. Sem dúvida.

Um tipo de hooliganismo secular semelhante está tendo lugar noutros sítios, incluíndo o bairro Old Romena, de Haifa, onde os seculares chegaram a invadir uma sinagoga e golpearam a vários religiosos até expulsá-los do vizindário. Num bairro secular de Jerusalém, pais de família enfurezidos chamaram à polícia para que expulsase a uma mulher que estava encendendo velas de Shabat o passado venres no jardim que arrodea o instituto. Se tiver estado arrancando plantas não teria havido nenhum problema.


STEVEN PLAUT


O PAPA E O RABINO SERVIL

David Rosen, antigo Rabino Chefe de Irlanda, dirige o Departamento de Assuntos Interreligiosos do American Jewish Committee. No The Jerusalem Post de ontem (30 de Março), o Rabino Rosen publica um adulador escrito –“O Papa Benedicto XVI e os judeus”- sobre a próxima visita do Papa a Israel.


Lemos no subtítulo do artigo de Rosen: “Descrevendo o ánti-semitimo como um assalto contra as raízes da Cristandade, Benedicto declara que para um cristão albergar esse tipo de sentimentos é traizoar a sua própria fê”. De ser isto certo, os cristãos em geral, e o Papa Benedicto em particular, deveriam considerar aos muçulmãos –os mais ferozes e violentos dos ánti.semitas- como inimigos da Cristandade. Esta inferência deveria resultar óbvia, mas não é trivial fazer menção de ela, como vamos a ver.


Rosen afirma que Benedicto dixo na visita a uma sinagoga de Colônia em Agosto de 2005: “Hoje quero reafirmar que continuarei com grande vigor na senda de estreitar relações com o povo judeu, seguindo o passo decisivo emprendido pelo Papa João Paulo II”. Benedicto estava aludindo ao estabelecimento de relações diplomáticas plenas entre o Vaticano e Israel em 1994, sob os auspícios de João Paulo II.


O Rabino Rosen oferece-nos também esta servil cita: o Papa Benedicto XVI “tem uma profunda comprensão do significado do Estado de Israel para o povo judeu”. Pergunto-me, sem embargo, se Rosen tem realizado um estudo objectivo da actitude de Benedicto face o Judaísmo, e se está ao tanto da posição moral absolutamente neutral do Papa no que concerne ao conflito entre Israel e os seus inimigos islâmicos. Os seguintes comentários do antigo professor e Cardenal Joseph Alois Ratzinger estám tirados do meu livro “Uma filosofia judea da História”.


Antes de converter-se no Papa Benedicto XVI em 2005, o Cardenal Ratzinger escreveu um artigo intitulado “Reconciliando os Salmos e a Torá: o Catecismo” (1 de Abril de 1996). O Professor Sergio I. Minerbi, que tem estudado profundamente a Igreja Católica, observa um duplo significado no termo “Reconciliar”. Duma banda, “reconciliar” é lograr que os adversários cheguem a ser amigos. Doutra banda, “reconciliar”, no contexto religioso, pode significar também converter aos judeus à cristandade.


Num dos seus livros, o Cardenal Ratzinger ataca subtilmente o judaísmo afirmando que “o Novo Testamento é simplesmente uma interpretação da Tanaj, começando pela história de Jesus”. Reconhece audazmente, diz Minerbi, “que a Tanaj durante a época de Jesus aínda não alcançara a sua forma final nem passara a formar parte definitivamente do canon. Ratzinger propunha [contrariamente a Romanos 9, 10 e 11] uma nova versão da velha teoria da supercessão [ou reempraçamento teológico] dacordo com a qual a Igreja é a autêntica Israel”.

Äs igrejas do reempraçamento teológico abarcam o 63 % dos asistentes nas igrejas norteamericanas. Isto inclui o Conselho Mundial das Igrejas, o Conselho Nacional das Igrejas, e a Igreja Presbiteriana dos EEUU. Neste aspecto, o Cardenal Ratzinger concorda com estas igrejas protestantes).


Num documento do 6 de Agosto de 2000, Ratzinger escreveu que o único caminho para a salvação é aderir à Igreja Católica. O 7 de Julho de 2007, o Papa Benedicto reinstaurou a Missa em latim que permite aos católicos orar para a conversão dos judeus. Dixo que não existem alternativas para a salvação. Isto não é tudo respeito a actitude da Igreja face os judeus.


Como sinala Minerbi, inclusso durante o papado de João Paulo II, “a petição para o perdão do povo judeu não se faz em nome da própria Igreja, senão, mais bem, só no nome daqueles que figeram dano aos judeus”. O Papa João Paulo negava, desse modo, que a Igreja e o Novo Testamento tivessem responsabilidade alguma no ánti-semitismo. Isto, por suposto, é puro escurantismo. Alguns teólogos cristãos, em ensaios compilados por Alan Davies, estabelecem a linha de união entre o ánti-semitismo e o Novo Testamento –óbvia para qualquer leitor, por cândido que seja.


Para limpar a reputação da Igreja, Ratzinger distingue entre ánti-semitismo pagano –que ele atribui ao nazismo- e vulgar ódio aos judeus. Afirma que a Igreja nunca foi aliada do ánti-semitismo názi, senão que mais bem foi uma mais das suas vítimas. Noutras palavras, interpreta a causa do ánti-semitismo názi como um ataque, não contra os judeus, senão contra a cristandade!


Mais adiante, o 28 de Maio de 2006, o Papa Benedicto XVI visitou Auschwitz –onde mais do 90 % das vítimas foram judeus. No seu discurso citou uma frase de João Paulo II, que previamente dissera no mesmo lugar: “Seis milhões de polacos perderam a sua vida durante a 2ª Guerra Mundial –a quinta parte da nação”. Minerbi comenta que “utilizando a expressão ‘seis milhões’ combinando os três milhões de polacos judeus com os três milhões de polacos de étnia, o Papa estava, em efecto, apropriando-se da Shoá. Isto compadece-se com o facto de que a Igreja tem intentado sistematicamente apresentar-se a sim própria como vítima do nazismo, e portanto exonerar-se de qualquer responsabilidade no assassinato de judeus”.


Por último, umas palavras sobre a actitude da Igreja Católica face o terrorismo e Israel. Dacordo com o Professor Minerbi, o Papa João Paulo II nunca condeou expressamente o terrorismo palestiniano. Quando o Papa condeou actos terroristas, fixo-o referindo-se ao terrorismo internacional, sem fazer menção alguma ao terrorismo palestiniano. De facto, em duas ocasiões, Yasser Arafat, o padrinho do terrorismo internacional que, de palabra e facto, estava comprometido com a aniquilação de Israel, esteve convidado no Vaticano durante o papado de João Paulo II. O 15 de Fevereiro de 2000, o Vaticano e Arafat asinaram um acordo rechaçando que Jerusalém fosse a capital de Israel.


Embora o Papa Benedicto XVI tenha dito que nenhuma situação pode justificar o terrorismo, ele sem embargo tem adoptado uma posição ánti-israeli vis-a-vis com os inimigos terroristas de Israel. A propósito da Segunda Guerra do Líbano e o ataque de Hezbolá contra Israel o 12 de Julho de 2006, o Papa dixo: “Na orige desta devastadora confrontação existem, por desgraça, situações objectivas de violação da lei e a justiça. Mas jamais os actos terroristas nem as represálias podem ser justificadas, especialmente quando acarream trágicas conseqüências para a população civil”. Isto vem a ser o mesmo que pedir “não vos oponhades ao mal”. O Papa situava os actos terroristas de Hezbolá e a resposta israeli num mesmo plano moral: para ele nada tem justificação. Semelha que o Papa Benedicto XVI tem sucumbido à equivalência moral, que resulta absurda no Novo Testamento. Quizás aqueles preocupados pelas implicações teológicas do renascimento de Israel tendem a sacrificar o seu intelecto em aras das suas emoções. Crítica que, por suposto, seria aínda mais grave se a referíssemos ao Rabino Rosen.



PAUL EIDELBERG