SHABAT SHALOM


NÚMEROS 33:49


E acamparam-se junto ao Jordão, desde Bete-Jesimote até Abel-Sitim, nas campinas de Moabe.
E falou o Senhor a Moisés, nas campinas de Moabe junto ao Jordão na direção de Jericó, dizendo:
Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: Quando houverdes passado o Jordão para a terra de Canaã,
lançareis fora todos os moradores da terra de diante de vós, e destruireis todas as suas pinturas; também destruireis todas as suas imagens de fundição, e desfareis todos os seus altos;
e tomareis a terra em possessão, e nela habitareis; porquanto vos tenho dado esta terra, para possuí-la.
E por sortes herdareis a terra, segundo as vossas famílias; aos muitos multiplicareis a herança, e aos poucos diminuireis a herança; conforme a sorte sair a alguém, ali a possuirá; segundo as tribos de vossos pais recebereis as heranças.
Mas se não lançardes fora os moradores da terra de diante de vós, então os que deixardes ficar vos serão por espinhos nos vossos olhos, e por aguilhões nas vossas virilhas, e apertar-vos-ão na terra em que habitardes.

No último número da publicação quinzenal “A Peneira”, vinculada à organização chauvinista Bloque Nacionalista Galego, uma tal Marta Dacosta beija a mão que lhe dá de comer num exercício obsceno de ignorância e judeofóbia, mediante um libelo intitulado “A temeridade dun filósofo”. Lá vem dizer, em ressumidas contas, que George Steiner não aprendeu a lição do Holocausto. O discurso subliminar é que não aprendeu nada porque se atreve a menospreçar aos seus comilitões, os judeófobos do Bloque. Compara sem nenhum tipo de rubor a repressão sofrida nos campos de concentração com o despreço face os que como ela vivem do conto (de escrever contos, entendede-me) em “galego”.

Aproveitando uma entrevista malintencionada e pragada de perguntas-trampa (publicada pelo suplemento semanal do diário pro-palestiniano “El País), na que um dos mais destacados mamporreiros do grupo empressarial proprietário do jornal, Juan Cruz, entrevista ao pensador George Steiner, a tal Dacosta despacha-se a gosto destilando um ódio apenas contido contra o pensador –casualmente liberal e judeu.

Seica na devandita entrevista George Steiner afirmava: “Me han dicho que hay una Universidad donde es obligatorio hablar gallego". E a partir daí –sem que o manipulador que o entrevista matize em nenhum momento a discutível informação com a que conta o Sr. Steiner- questiona a projecção internacional como língua e literatura do “galego”.

Não lembro, desde a violação da conciência de todo um povo que supuxo a maquinária propagandística destinada a sentar na “Xunta de Galicia” ao incapaz de Pérez Touriño (instrumentada pelo lobby NUNCA MÁIS –do que nunca mais se soubo, por certo, uma vez bem colocados em poltronas os seus principais promotores-) um estoirido de “indignação” tão unânime como o desatado pela espoleta das declarações do pensador judeu.

O BNG e os seus pseudópodos mediáticos –hoje em dia na Galiza, quase todos- e culturais tinham-lha jurada aos “porcos judeus” desde que um fato de heróis lhes sacaram as cores, quando se retrataram há uns meses negando-se a condear o Holocausto e purgando como bons fascistas a uma minoria disidente.

Os “escritores galegos de talha internacional” da AELG, vinte anos atrás íam de rompedores e combativos contra o alcaide socialista da Corunha “Pacochet” Vázquez. Hoje escrevem brochurinhas que provocam rubor louvando o bonita que tem a Corunha e a sua Torre de Hércules o sucesor daquele, o também socialista, profilhado do actual Embaixador español no Vaticano, Losada de Aspiazu. Que tem mudado? Agora os seus popes do BNG pisam alfombra no governo municipal em coaligação com o Partido Socialista Espanhol. Quando há uns meses o Bloque expulsou ao nosso amigo Pedro Gómez-Valadés, encarregado comarcal em Vigo da área de CULTURA, por ser leal a Israel e defender o povo judeu os da AELG não tiveram colhões a dizer nada.

Nestas semanas temos lido todo tipo de sandezes dos “notáveis” pátrios da cultura, que se têm sentido –com razão- nenguneados:

José R. Barreiro (Presidente da Real Academia Gallega): “Steiner diz estupideces”.

Ramón Villares (Antigo Rector da Universidade de Compostela): “Si hay un idioma inventado no es el gallego, sino el hebreo”.

Asociación de Escritores en Língua Galega: “Descoñecemento temerario da nosa tradición literaria”.

Temerário é que o cónclave de ofendidos juntaletras dessa associação questionem a aptitude na matéria dum estudoso da talha universal qual é o pensador objecto do seu infame linchamento. Steiner conhece de sobra a “tradición medieval em língua galego-portuguesa”, as cantigas, etc. Embora quiçá desconheça quem diablo é Marta Dacosta e o 95% dos lambões que engordam a AELG. Steiner seguro que não ignora a projecção da língua e literatura em língua portuguesa, como não a ignora ninguém que esteja simplesmente alfabetiçado. Coisa distinta é que o “patois” imposto via decreto e institucionalizado como “lingua” de novo cunho pelos órgaos políticos autonómicos, mescolança de castelhano e giros vulgares, mereça maior consideração de um sábio que leva toda a sua vida estudando com rigor as línguas.

O que se passa é que o dito por Steiner não ía dirigido às Cantigas medievais, nem aos trovadores, Pessoa ou Pondal, senão às 20.000 celebridades actuais. A literatura que se fai actualmente em “galego” chega até onde chega, pese a estar absolutamente subvencionada economicamente e o apoio dos estamentos oficiais –que adquerem a maior parte das tiradas, e obrigam aos rapazes a comprá-los depois nos programas escolares-, sustentando assim ficticiamente edições que, de dependerem do livre mercado, não haveria mecenazgo que as suportasse. Mas quando as coisas se financiam com os impostos de todos não há problema.

Ao ánti-semita Saramago, pensando em Bush, saira-lhe um retrato perfeito de Lénine: golpista, manipulador e mentiroso compulsivo. A estes da AELG, pensando no judeu Steiner, sai-lhes inconscentemente o seu autoretrato colectivo: ignorantes, temerários e xenófobos.

SOPHIA L. FREIRE





Menos do 30% ,dos 74.000 membros de Kadima, participaram nas primárias de ontem. Essencialmente, elegiram um Primeiro Ministro para a totalidade do país. O número de votantes é desproporcionadamente alto nos distritos árabes. As primárias estám viziadas pelas alegações de soborno aos votantes efectuadas por Shaul Mofaz [ver artigo publicado ontem em ÚLTIMOS DIAS DE BAR KOCHBA por Caroline B. Glick], o qual é absolutamente crível.

Raramente qualquer Primeiro Ministro na história de Israel tem dimitido ao expirar o seu mandato; quase todos renunciaram no meio de diferentes escândalos. Ao igual que Olmert, Rabin foi derrocado por cárregos de corrupção: a sua mulher desviara uma grande quantidade de fundos à conta dum banco estrangeiro. A actual farça de eleições encobertas põe de relevo a necessidade de passar dum sistema proporcional (com todo o país como circunscripção única) a outro maioritário (com eleições por distritos): votando pelas pessoas, mais que pelas listas em branco das candidaturas de partido.


OBADIAH SHOHER

(18 Elul 5768 / 18 Setembro 2008)


O sítio de notícias israeli na Internet, Ynet (http://ynet.co.il) publicou uma entrada com este encabeçamento: “Abbas quere as suas tropas em Hebron”.

Segundo o autor do artigo, Roni Sofer, “Israel está examinando a possibilidade de ampliar a jurisdicção das forças de seguridade da Autoridade Palestiniana de maneira que inclua Hebron, seguindo uma petição feita pela Autoridade Palestiniana. Isto iria acompanhado de uma reducção progressiva da actividade das IDF na zona”.

O razoamento no que se basea a petição é “evitar que Hebron caia sob controlo de Hamas”.

A reacção israeli, segundo Ynet: “...fontes diplomáticas não rechaçaram categoricamente a proposta, apontando que partes de esta eram essencialmente positivas. As fontes exprimiram o seu apoio à intenção de Fayyad de intensificar a pressão sobre Hamas”.

Há quase 12 anos que Israel entregou mais do 80% de Hebron à “autoridade palestiniana”. Como resultado, a comunidade judea de Hebron ficou submetida aos tiroteios inimigos durante quase dois anos. O Rabino Shlomo Ra’anan foi acoitelado até morrer, Shalhevet Pass foi tiroteado e assassinado. Outros ressultaram feridos. As casas da gentes e os automóveis foram tiroteados no seu interior. Tudo isto, mentres Hebron esteve sob controlo da Autoridade Palestiniana.

Vários assassinatos recentes, incluíndo os de Achikam Amichai e David Rubin vizinhos de Kiryat Arba, e Ido Zoldan de Shomron, foram perpetrados por terroristas de Tanzim: quer dizer, terroristas de base de Fatah.

No momento presente, a cena política israeli está agitada. Olmert cesará em breves horas como Primeiro Ministro. Não está claro que o seu imediato sucessor seja capaz de formar uma nova coaligação ou, se no praço duns meses, os israelis terão de ir novamente a votar. Evidentemente, este não é o momento de começar a fazer experimentos de novo com a vida da gente.

Hebron tem aprendido, demassiadas vezes, o preço de deixar a seguridade das vidas judeas nas mãos do nosso inimigo. Em 1929 perdemos 67 judeus e os sobreviventes foram expulsados da cidade. A continuação da sinatura e posta em marcha dos Acordos de Hebron, em Janeiro de 1997, foi vítima de um ataque imediato. Naquele momento as primeiras armas usadas foram foguetes e bombas incendiárias. Desde Outubro do 2000 até Pesaj do 2002, Hebron converteu-se numa zona de guerra, com ataques praticamente sem trégua efectuados com armas de fogo, dentro e arredor da cidade. Só quando as forças israelis regressaram cesaram os ataques.

Não faz falha dizer que a comunidade judea de Hebron opõe-se vehementemente à proposta esboçada no informe de Ynet, e tomará todas e cada uma das acções necessárias para assegurar que não seja levada a cabo.



DAVID WILDER


(17 Elul 5768 / 17 Setembro 2008)


Quando os juízes israelis eram os Juízes de Israel, havia um juíz chamado Yiphtah. Um dia, um rei amonita enviou-lhe uma mensagem muito razoável: devolve-me as terras. E estava no certo, o rei: os judeus arrebataram, sem dúvida, essa terra aos amonitas. Para qualquer observador internacional a terra pertenceria aos amonitas. A sua oferta era melhor que a de Oslo: devolve-nos os territórios ocupados e vivamos em paz. Yiphtah dixo “Não!”, e entablaram a guerra. Nunca saberemos se agiu assim convencido de que jamais entregaríamos as cidades do nosso Deus. Quiçá simplesmente era um nacionalista judeu que aborrecia os amonitas. Ou pode que os seus anos de vida estilo Robin Hood levaram-no a ser um aventureiro. Seja como for, os judeus preferiram a terra antes que a paz.

E assim tem sido até há bem pouco tempo.Um experto em processos de paz como Abba Eban, nem mais nem menos, denominava as fronteiras anteriores a 1967 como “as fronteiras de Auschwitz”, como sem dúvida são: quem pode imaginar a defesa de um Estado de 9 milhas de ancho? De facto, quem é capaz de considerar tamanhe franja de praia um Estado?

Ben Gurion aceitou a ideia das concessões territoriais a câmbio de paz, mas ele falava em termos de entregar algumas terras a Jordânia mais que de estabelecer um Estado palestiniano. O homem que sistematicamente expulsou palestinianos, Ben Gurion, não respaldava que tivessem um Estado de seu. Ele, também, rechaçava explicitamente as fronteiras anteriores a 1967.

Se Israel conta com um ídolo da paz, esse é Rabin. Bem, foi assassinado semanas depois de que declarasse repentinamente na Knesset que “as fronteiras de Israel jazem no Val do Jordão, no mais amplo sentido do termo”.

Nenhum líder árabe tomou em sério a possibilidade de um Estado palestiniano. Sadat aceitou os acordos de paz com Israel, que prometia vagamente aos árabes uma espécie de autodeterminação.

O inicial plano de Olmert para acordar a paz com os palestinianos é endiabladamente bom. As propostas originais –às que os palestiniaos deram o visto bom, mais ou menos- deixava em mãos de Israel os blocos de assentamentos, e os palestinianos receberiam extensões de deserto a câmbio. O plano teria requerido transladar uns quantos assentamentos afastados, de vinte a quarenta milheiros de pessoas. Inclusso isso teria suposto um problema de uma escala várias vezes superior a Gush Katif, mas poderia-se fazer. O novo plano que tem saído à luz de ceder aos árabes o West Bank na sua totalidade, incluíndo os blocos de assentamentos e as principais cidades, supõe desarraigar a mais de 300.000 judeus, um objectivo claramente irrealizável. Inclusso se a Knesset aprova tão singular acordo a oposição popular será abrumadora. Os EEUU, requeridos a arrimar o hombro nos custes de recolocação a càmbio de impulsar o tratado de paz, provavelmente denegarão tão colossal ajuda a Israel. As garantias de compensação no caso de Gush Katif foram aprovadas, apesar de que a maioria dos expulsados não fossem capazes de achar um novo fogar. Mas o plano do 98% superaria os 200 bilhões $. Assim que a ideia de Olmert é grandiosa, por quanto é impossível de levar a termo. Abbas pode que a aceite, assim e tudo, porque não deseja um Estado. Para ele, assinar um tratado de paz com o Governo israeli -e depois contemplar como os judeus o rechaçam- seria o óptimo.

A solução do 98% supõe também ceder aos palestinianos direitos acuíferos sobre o Kineret e o Mar Morto. Qualquer pode dar-se conta de que entablarão um bombeio predatório dos recursos acuíferos e minerais, propiciando uma catastrofe ecológica. Décadas atrás, Israel disuadiu a Jordânia respeito um projecto muito menos perigoso de desviar caudal do Rio Jordão. Inclusso se os palestinianos accedem a uma quota de bombeio, acabarão violando-a, e Israel não será capaz de abastecê-los por riba da quota de consumo.

O Governo israeli acordou assumir também um número simbólico de palestinianos procedentes dos campos de refugiados, aproximativamente de cinco a vinte milheiros. Os palestinianos já terão boa conta de seleccionar a tal fim aos piores indesejáveis. As vilas árabes rechaçarão-os, e acabarão assentando-se nas povoações judeas. E dali a pouco trairão a toda a sua prole através dos programas de reunificação familiar.

O plano do Governo de transferir os colonos judeus é curioso. A obriga fiduciária dos governantes é respeito os seus cidadãos, e postos a transferir, a nossa primeira escolha deveria ser transferir árabes antes que judeus fóra de Samaria e Judea. A proposta de reubicar colonos em Galilea é incrivelmente cínica. Velaí a gente que o Governo propujo assentar em Yamit, que foram expulsados durante a evacuação do Sinai: alguns marcharam a Gaza –novamente, a requerimento do Governo; e foram expulsados de Gush Katif. Agora os colonos, expulsados de Judea e Samaria, iriam a Galilea. Mas em pouco tempo Israel abandoará Galilea pela mesma razão pela que agora abandoa Judea: a existência de demassiados árabes. De facto, na maioria das áreas de Galilea a proporção de árabes é superior à de Judea. O problema é que não os podemos repartir com Tel Aviv-Yaffo porque Yaffo já está ateigada de árabes.

A juventude israeli é num 34% árabe; acrescentade os russos não-judeus e os muçulmãos/cristãos negros, e os judeus estám a ponto de converter-se numa minoria. O Estado bi-nacional já está aqui, e não o evitaremos a base de ir entregando territórios. Se queremos que o nosso país seja judeu, temos que desfazer-nos dos árabes mais do que das terras.

Assim se constitua um Estado palestiniano, Jordânia, Síria e Irão, Hezbolah, os Irmãos Muçulmãos e Al Qaeda, correrão a tomar o controlo. Israel não pode fazer nada respeito da massiva acumulação militar em Gaza. Que seremos capazes de fazer no West Bank? Hezbollah ré-abasteceu o seu arsenal de lançafoguetes em menos de um ano, apesar da considerável área de contenção no norte do Líbano. O Estado palestiniano terá uma fronteira comum com Síria, e será abastecido com missis em coisa de poucas semanas. Inclusso se Israel assina um tratado de paz com Síria, subvertirão gostosos o inimigo judeu através das guerrilhas palestinianas. Irão também. Outros países árabes não amosam a menor intenção de assinar tratados de paz com Israel, inclusso se entregamos Judea e Samaria aos palestinianos. Pelo contrário, outros árabes necessitam do conflito com Israel para aplacar as suas luitas internas. Não querem que o conflito vaia a mais, mas interessa-lhes que esteja latente.

Hoje em dia, Israel encarrega-se de que Hamas não tome o controlo sobre o West Bank. Tão cedo como a paz seja ratificada e as IDF se retirem, Hamas reinará ali. Conscentes disso, os dirigentes israelis preparam-se para uma operação a grande escala em Gaza. Hamas pode ser golpeada, mas não extirpada. No melhor dos supostos, causarão quantiosas baixas nas IDF na sua -supostamente moral- táctica de combate urbano (em vez de bombardear ao inimigo). A vitoriosa Hamas arrasaria com o Governo de Fatah nas seguintes eleições.

Carece de importância se o palestiniano de a pé quer a paz com Israel. Irão não lhe perguntará a sua opinião. Não haverá um período de distensão, estabelecido o Estado palestiniano, durante o qual a gente poida aprender a coexistir, desapareça o ódio, e se poda estabelecer o marco de um Estado pacífico. A carreira face a seguinte confrontação militar com Israel começará de imediato.

E Israel, na sua totalidade, comprenderá o que significa viver em Sderot.



OBADIAH SHOHER

(17 Elul 5768 / 17 Setembro 2008)



Noam Chomsky foi entrevistado na edição do Verão de 2004 da revista Heeb.

Heeb — E os recentes incidentes na Europa e no mundo árabe? É necessário fazer grandes acrobacias de lógica para afirmar que não são incidentes antissemitas…

Chomsky — Na Europa existe uma larga população muçulmana, e grande parte dela é conduzida ao islamismo fundamentalista. Demonstram ódio em relação aos judeus que é um reflexo das acções israelitas. Quer dizer, se alguém conduz uma brutal e malévola ocupação militar durante 35 anos… isso tem de ter consequências. Por vezes as consequências podem ser bastante feias e, entre elas, contam-se o incendiar de sinagogas em França. Sim, é antissemitismo, mas Israel insiste. Recorde-se que Israel não se intitula o país dos seus cidadãos. O Supremo Tribunal de Israel decretou à 40 anos que Israel é o Estado soberano do povo judeu, em Israel e na diáspora.

Na verdade, como o Estado judaico se auto-proclamou a pátria de todos os judeus, dentro das suas fronteira e na diáspora, para os judeus da diáspora tudo o que não seja a denúncia disto enquanto uma usurpação dos seus direitos pessoais, dos seus direitos enquanto cidadãos indiferenciados, é equivalente à aprovação do que o senhor Chomsky encara como uma aventura criminosa (o Estado de Israel). O senhor Chomsky, ele próprio um judeu, não reconhece a Israel o direito de existir; reconhece, no entanto, como moralmente vinculativos os pronunciamentos deste Estado fantasma. Vinculativos sobre quem? Sobre os membros do grupo religioso predominante nesse Estado.
Estes judeus da diáspora, é preciso notar, residem em países cujo direito à existência o senhor Chomsky reconhece. Por exemplo a França.
A França, enquanto nação soberana tem, então, o direito, que Israel não pode ter, de proteger os seus cidadãos. Este direito, no entanto, e na visão do senhor Chomsky, não é extensível aos judeus franceses — uma vez que o seu direito de viver em paz terá sido, de alguma forma, anulado pelas acções de outro Estado.
Vário países muçulmanos, como a Síria e os palestinianos, têm, como substância de religião e de doutrina política, expressado a sua intenção de destruir os judeus israelitas. Esta intenção não é uma adenda de uma disputa territorial, mas uma componente essencial do seu regime — este ódio não pode ser mitigado por concessões, negociações ou sequer por capitulação; pode apenas ser assegurado pelo sangue.
O senhor Chomsky parece não objectar a estes incitamentos ao genocídio, nem alarga ele o mesmo padrão de culpa extraterritorial à diáspora muçulmana.
Os Estados Unidos, no rescaldo do 11 de Setembro, têm tomado providências (podem ser insuficientes mas são matéria de política nacional) no sentido de proteger os direitos dos árabes-americanos, não vá uma população ignorante e assustada voltar-se contra inocentes por causa de meros laços de raça ou religião com os criminosos.
Esta parece ser a mais básica operação de justiça e humanidade — apoiar a vingança contra inocentes com base em raça ou religião é visto aqui simplesmente como uma criminosa obscenidade. O senhor Chomsky, no entanto, acha por bem compreender e aplaudir acções deste género, desde que elas tenham judeus como alvo.
Isto é antissemitismo — é ódio racial e incitamento ao assassínio.
É uma vergonha que o senhor Chomsky utilize uma capa de respeitabilidade, que ocupe a posição de “intelectual” e que continue a confundir e perverter os jovens com esta nojice. Tolerar esta vergonha é parte do preço de viver numa sociedade livre.
Israel é uma sociedade livre. Os direitos das suas minorias, dos seu oprimidos e mesmo dos seus criminosos estão protegidos. O senhor Chomsky seria livre de pronunciar estas baboseiras em Israel, tal como o é nos Estados Unidos.
Se ele se mudasse para um país do mundo árabe, seria perseguido pelo simples facto de ser judeu (tal como o poderia ser também em França).
E se ele fosse perseguido, Deus queira que não, poderia refugiar-se em Israel, ao abrigo da Lei do Retorno.
É isto que Israel representa para mim.

DAVID MAMET

(Maio de 2008)


Aparecido originariamente no blogue de Nuno Guerreiro (http://ruadajudiaria.com)

TZIPI LIVNI É UM FRAUDE


A Ministro de Exteriores, Tzipi Livni, pode que não seja uma semvergonha, mas é um fraude. E se as enquisas estám para ser tidas em conta, Livni pode chegar a ser a nossa próxima Primeira Ministro.

A sua deshonestidade básica expressa-se tanto nas suas manobras como na sua actitude política. Em ambos aspectos, apresenta-se-nos como a Sra. Mãos Limpas (Mrs. Clean) –a leal servidora de todos os que estamos asqueados, desmoralizados e sublevados com o Primeiro Ministro Ehud Olmert e as suas hordas de corruptos colegas e empregados do Kadima. Mas não é realmente a nossa servidora. Mais que nos servir, como Olmert e os seus colegas de Kadima, ela engana-nos numa contínua tentativa de expandir o seu poder.

Caso a parte é a sua participação nas ánti-democráticas primárias de Kadima do próximo mércores, que servirão para eligir o novo dirigente do partido que reempraze a Olmert, quem, por suposto, também é um fraude e um semvergonha.

Ao contrário que nas primárias dos demais partidos celebradas ao longo dos anos, estas não estám projectadas como um paso prévio às eleições gerais da Knesset. Mais bem, o que se intenta é sustituir às próprias eleições gerais. O objectivo expresso de Livni e os seus três oponhentes –o Ministro de Transportes Shaul Mofaz, o de Seguridade Pública Avi Dichter e o de Interior Meir Sheetrit- não é preparar a Kadima para as eleições, senão escolher um novo Primeiro Ministro que forme uma coaligação de Governo capaz de evitar que o eleitorado escolha os seus representantes até Março do 2010.

A jogada de Kadima para atropelar o direito da gente a escolher os nossos dirigentes não é a única razão pela que as suas primárias constituim uma afrenta ao eleitorado. Estas primárias não são apenas ánti-democráticas, mas também fraudulentas.

Só o 15% dos membros de Kadima pertencem ao partido desde a sua formação. Segundo análises solventes, levadas a cabo durante os últimos meses, este 15% são pessoas que foram recrutadas no meio do entusiasmo inicial quando Ariel Sharon formou Kadima em 2005.

Dacordo com os politólogos, como com a maioria dos isrealis, estes idealistas membros iniciais de Kadima foram desencantando-se com o partido durante os últimos três anos. Em conseqüência, são os menos motivados a votar nas primárias do mércores.

O outro 85% dos 70.000 membros de Kadima, são pessoas traídas à formação por esses nefastos adalides da política israeli dos anos recentes: os caçadores de votos.

Os caçadores de votos são dirigentes políticos que financiam operativos destinados a vender a sua influência a distintos colectivos, sindicatos e seitores da população, a fim de persuadir aos cidadãos de que votem a um partido específico.

No seu breve período de vida política, os vaivéns dos membros de Kadima têm sido objecto de múltiples investigações criminais. Num caso, agora baixo investigação, mais de um milheiro de pessoas foram afiliadas ao partido sem o seu conhecimento. Os caçadores de votos falsificaram as suas sinaturas em impressos de afiliação e pagaram as suas quotas.

Embora os mass média –abertamente alinhados a favor de Livni- têm atribuído maioritariamente a culpa do estado deste assunto a Mofaz, o certo é que Livni não é alheia aos negócios ocultos com estes influíntes traficantes de votos. Por exemplo, tem utilizado ao seu segundo no Ministério de Exteriores, Majallie Whbee, pasa lograr sinaturas em bloco ao seu favor nos distritos árabes e drusos. Os árabes e os drusos conformam o 20% da militância de Kadima, e tem sido amplamente pronosticado que de eles dependerá o voto decisivo. Livni conta com obter o 70% dos seus respaldos.

Depois temos à comunidade russa. Aqui também Livni tem botado mão dos caçadores de voto para lograr sinaturas em bloco de votantes ao seu favor. Ao igual que no caso de árabes e drusos, não existem motivos para acreditar a prióri que vaiam votar Kadima. É tão provável que os votem como que o fagam por outro partido nas eleições gerais. Livni sabe-o. Mas não lhe preocupa.

Devido a este fradulento mercadeo do potencial votante de Kadima, o caso é que para além da identidade do ganhador, ele ou ela estarão em déveda não com os eleitores, senão com uma dúzia de influíntes traficantes. Livni aceita esta ánti-democrática e completamente corrupta farça eleitoral como um passo necessário para alcançar o liderádego e fazer honra à lenda de que ela é uma política honesta adicada a limpar a política e promover políticos responsáveis antes os votantes.

O abraço de Livni ao fraude é o fio que liga as suas maquinações e manobras políticas. O fraude, de facto, tem sido a sua táctica favorita para prosperar na sua carreira política desde que se fixo conhecida em 2004.

O exemplo recente mais descarado da falsidade de Livni é a sua conduta na questão da soberania sobre Jerusalém. Durante o ano passado, Livni dirigiu a equipa negociadora com a facção de Fatah da Autoridade Palestina. Desde esse posto, ela foi o arquitecto de todos os acordos alcançados pelo Governo encaminhados a entregar Judea, Samaria e zonas de Jerusalém a Fatah.

Respaldados pelos mass média, Livni e Olmert têm negado ao público o direito a conhecer o que estám negociando às nossas espaldas, evitando assim um debate público sobre o seu agir. Isto é vital para eles, já que as enquisas de opinião amosam que o seu presumível plano de entrega do 98% de Judea e Samaria, assim como a partição de Jerusalém, não conta com o beneplácito da população.

O tema de Jerusalém é particularmente delicado. Olmert prometeu ao seu sócio de coaligação, o Shas, que não negociaria o tema da cidade com os palestinos. Dado que Shas não deseja abandoar o poder, o seu líder, Eli Yishai, quere fazer ver que não se inteira de que a promesa de Olmert foi uma estafa. Doutra banda, Livni e Olmert enganam também ao povo afirmando que Jerusalém não está sobre a sua táboa de carneceiros.

O passado joves, Olmert, Livni e o Shas ficaram em evidência quando o cónsul dos EEUU em Jerusalém, Jacob Walles, dixo ao jornal palestino Al-Ayam que o Governo chegara a um acordo de entregar a estes o controlo sobre a maior parte das zonas leste, sul e norte de Jerusalém. Livni e os seus representantes foram categóricos nas suas furiosas negativas ante os comentários de Walles.

Tal e como informou a Canle 10 o domingo pela noite, Livni dixo há escasas semanas aos seus partidários que ela pessoalmente estava negociando a partição da Cidade. Livni comentou a jornalistas afins a sua intenção de constituir uma coaligação de governo de extrema esquerda com o partido não-sionista Meretz, que seria apoiada desde fóra do Governo pelos partidos árabes ánti-sionistas. Mas não quere que o público em geral tenha uma visão de ela como radical. Assim que prefere mentir.

As mentiras de Livni sobre Jerusalém são uma pequena parte de todos os embustes que tem dito e de todos os fraudes que tem levado adiante durante os últimos três anos. Em 2004, como Ministra de Justiça no Governo de Ariel Sharon, Livni perpetrou um detalhado fraude para obrigar a que os seus colegas do Likud, Binyamin Netanyahu, Limor Livnat e Silvan Shalom, votassem a favor da iniciativa de Sharon de entregar Gaza e o norte de Samaria, e expulsar a todos os judeus desses territórios. Livni desenhou o que ela denominou “compromisso de acordo”. Estabelecendo as bases da decisão governamental a favor da desconexão, fixava que os judeus seriam expulsados em quatro etapas num período de vários meses. Em cada etapa, o Governo deteria o processo para evaluar, e cada nova etapa deveria ser aprovada independentemente. Esta decisão era legalmente vinculante.

Imediatamente depois de convencer aos seus colegas de que Sharon respeitaria o acordado e, assegurados portanto os seus votos, Livni desembaraçou-se do seu solene compromiso. Possivelmente violando a decisão legalmente vinculante que ela própria argalhara, junto com Sharon, manifestou que considerações de seguridade nacional anulavam tudo o estipulado no acordo, e portanto Sharon estava no direito de ordear que as expulsões fossem levadas a termo em menos de uma semana.

Enganar aos seus colegas para benefício político próprio não foi a única via utilizada por Livni para aproveitar a sua imerecida reputação de mulher honesta, durante o seu mandato como Ministro de Justiça. Nos meses prévios às expulsões, dirigiu, por riba das leis do país, corpos de agentes que pisotearam sistematicamente os direitos legais básicos dos cidadãos que queriam manifestar a sua oposição às expulsões. Milheiros de manifestantes foram ilegalmente arrestados e introduzidos em gaiolas durante semanas sem cárregos em contra deles. Em muitos casos, os manifestantes foram acusados em grupo. Os manifestantes eram fisicamente assaltados pela polícia. Os autobuses que os transportavam a manifestações legais eram ilegalmente blocados nas estradas.

Alguns meses depois de que a desconexão e as expulsões remataram, a oficina do Defensor do Povo, Inbal Rubinstein, publicou um informe que documentava como as leis foram perjudicialmente forçadas baseando-se no posicionamento político dos manifestantes. A resposta de Livni foi ameaçá-lo com a destituição. Rubinstein desculpou-se por publicar o informe e farfulhou algo sobre que não era representativo do ponto de vista da sua oficina.

Este, desde logo, não é o comportamento agardável num político adicado à salvagarda do império das leis e o bom governo. Mas é o que se espera dum político movido tão só pela sua codícia de poder.

Na sua crença de que todo fim justifica os meios, Livni é uma fidel representante de Kadima. Tem estafado ao povo mentindo sobre o facto de estar promovendo activamente a causa da partição de Jerusalém. Tem defraudado aos seus companheiros de Parlamento rompendo os “grandes compromisos” que ela sabia que nunca iam ser cumpridos. Está enganando ao povo utilizando um eleitorado fraudulento para catapultar a sua carreira face o despacho de Primeira Ministro. E perpetra tudo isto mentres intenta que acreditemos que é uma pessoa competente para dirigir o país.

Trata de convencer-nos de que o alto o fogo pactado com Hizbullah, que pavimentou o caminho para que o sócio iranião se apoderasse do Líbano, foi um éxito diplomático. Afirma que não temos possibilidade de vitória sobre os nossos inimigos e que o melhor que podemos fazer é esmolar que outros nos defendam. E assegura que lhe deveríamos entregar as rendas do poder porque nos diz a verdade.

A gente está impotente neste momento para reagir ante o atropelo do nosso sistema democrático e ante o aberto despreço dos nossos interesses nacionais por parte de Livni e Kadima. Só podemos agardar que no momento em que cheguem as eleições sejam castigados por todo o que têm feito.



CAROLINE B. GLICK

(16 Elul 5768 / 16 Setembro 2008)


Cada colono residente para além da linha verde que de forma voluntária se translade ao Negev receberá uma quantidade 370.000 vezes maior que Judas; Judas conseguiu simplesmente 30 shekels. Em termos comparativos, Judas logrou o salário de quatro meses; os colonos receberão 550 vez mais que isso. Numa família prototipo de colonos composta por seis membros, cada um receberá cem vezes o salário de Judas. Não está mal o negócio.

Na sessão do Governo, Olmert anunciou solenemente que abandoava a ideia de uma Grande Israel. Reconheceu que o Estado palestinião não trairá a paz, mas observou melancolicamente que a única alternativa é um Estado binacional. O Governo não valorou a outra alternativa: conservar o território e expulsar os árabes.

Como sempre, os judeus derrotistas exprimiram a sua traição em termos de rectitude e demonstrando ao mundo o bons que são os judeus.

No lado positivo, Livni será demassiado débil para expulsar a dúzias de milheiros de colonos como fez Sharon. No negativo, o Governo pode abandoá-los ali, e deixar que os inimigos palestiniãos sejam quem os expulsem.


OBADIAH SHOHER


(15 Elul 5768 / 15 Setembro 2008)


O momento escolhido foi suficiente para levantar as suspeitas de que o conto era absolutamente falso.
O semanário judeu “The Forward” lançou um bulo o passado 2 de Setembro, amplamente citado e editado, de que Michelle Obama, a esposa do contendente democrata pela Presidência, tinha parentes judeus, inclusso rabínicos, na sua família.

Coincidência? Dificilmente. Os judeus são uma pequena parte do electorado dos EEUU; para além disso, estám concentrados em estados clave como New York ou Florida e tendem a votar Democrata com maioria qualificada. Os Obama necessitam o seu apoio para trunfar, mas os judeus estadounidenses acham-se alarmados pelos comentários dos vínculos e raízes muçulmãs de Obama, e por factos como o seu câmbio de opinião em apenas 24 horas sobre se apoia o reconhecimento de Jerusalém como capital indivisível de Israel –afirmação que rectificou horas depois de manifestar-se em sentido contrário. Assim pois, que melhor maneira de fomentar o apoio a Obama entre os judeus que descobrir algum tipo de parente judeu?. “The Forward” achou rapidamente um em Capers Funnye (pronunciado fuh-NAY), o “rabino líder” da Congregação hebreu-etíope Bnai Zaken, no sul-oeste de Chicago.

Os progressistas judeus têm decidido apostar forte por Obama e tratam de calmar a inquietude sobre o questionável compromiso de Obama com a seguridade de Israel. Certo que Obama conta com Biden na sua equipa, que goça de um amplo historial de apoio a Israel. Mas mais que apoiar a Israel, Biden –escolhido para compensar a debilidade de Obama em política exterior- tem umas credenciais em política internacional consistentes geralmente no apoio de posições equivocadas (como a capitulação em Iraq).

Os judeus progressistas de Obama estám sendo dirigidos por “The Forward”, um semanário judeu esquerdista publicado em New York (décadas atrás foi um diário yiddish de ideologia socialista). Trata-se de um jornal pequeno, com uma circulação de arredor dos 25.000 exemplares e uma página web. Editorialmente é monocromático (ultra-esquerdista) e confronta-se com Israel quando isto convém ao credo esquerdista dos seus editores. As colunas de opinião do “The Forward” aproximam-se à uniformidade progressista-esquerdista, figurando comentaristas arqui-progres como Leonard Fein. É preciso pouco esforço para ocultar o seu prazer com a candidatura de Obama.

“The Forward” é o tipo de publicação apreçada por essa espécie de judeus que –na genial expressão de Dennis Prager- tem sustituído o judaísmo pelo progressismo como religião.
Era mais diverso e centrista tempo atrás, quando estava dirigido por Seth Lipsky, que escrevia também para o “The Wall Street Journal”, mas Lipsky viu-se obrigado a marchar no 2000 sendo ré-empraçado pelo esquerdista J.J. Goldberg, ré-empraçado à sua vez recentemente por Jane Eisner, uma aduladora de Peter Jennings. Entre os seus primeiros projectos para o jornal esteve um ataque contra Sarah Palin pelas sua relação com o ánti-semita Pat Buchanan. Outros progressistas estám intentando de maneira semelhante alarmar aos judeus com Sarah Palin, em aspectos como que a Igreja a que ela asiste se ocupou em certa ocasião dum missioneiro de “Judeus por Jesus” [messiânicos]. Isto é absolutamente divertido, considerando a espécie de pastor com que Obama tem passado grande parte da sua vida adulta.

Sob o titular “Michelle Obama tem um Rabino na sua família”, “The Forward” editou uma reportagem celebrando a suposta conexão judea de Michelle, e apontou que o seu curmão “rabino” tem “instado frequentemente à grande comunidade judea a crecer aceitando judeus que não sejam brancos”.

Só há um problema: o “rabino” descoberto por “The Forward” como parente de Michelle Obama nem é rabino nem, evidentemente, judeu.

Não existe razão alguma pela que uma pessoa negra não possa ser judea e, de facto, existem dúzias de milheiros de judeus negros. A maior população negra é a conformada pelos judeus de Etiopia, a maioria dos quais se têm trasladado actualmente a Israel. Há pequenos grupos e congregações de autênticos judeus negros nos EEUU, frequentemente descendentes de conversos, alguns descendentes de imigrantes das índias occidentais. Outros indivíduos negros têm-se convertido ao judaísmo. O judaísmo, ao contrário do que afirma a interminável propaganda ánti-semita sobre a raça judea, nunca tem sido razial e existem judeus que são razialmente chineses, índios, americãos nativos, etc. Os antigos israelitas eram uma população multirazial inclusso na época em que abandoaram Egipto. A admissão da “raça” judea não consiste em nada mais que na obriga de acatar as práticas religiosas judeas e seguir um processo de conversão religiosa.

Mas existe uma importante diferença entre judeus negros e negros pseudo-judeus. Estes últimos são não-judeus que pretendem passar por judeus. Em particular, há um grupo que se autodenomina os “Israelitas Negros”, ou também “Hebreus Etíopes” e outras denominações semelhantes, que são negros não-judeus que se têm inventado uma história pela que afirmam ter velhas raízes.

O “rabino” descoberto pelo “The Forward” como parente judeu de Michelle Obama nem é rabino nem judeu a olhos do Israel bíblico. O grupo mais numeroso destes reside em Chicago, embora alguns dos seus membros transladaram-se a Israel nos 70 e vivem como “Hebreus Negros” não-judeus em Dimona e outros pontos do sul de Israel. Não são admitidos pelos rabinos nem pelo Estado de Israel como judeus genuínos, apesar de que não há nenhuma objecção para aqueles que desejem converter-se ao judaísmo. Não são, pois, ordeados por autênticos seminários rabínicos, e em vez disso têm as suas próprias “Escolas para Hebreus Negros”, nas quais os judeus podem figurar entre os asistentes. A congregação de Funnye acha-se entre estas “sinagogas” dos Negros Israelitas que pretendem equiparar-se com o judaísmo tradicional.

Mentres os autênticos judeus negros têm-se transladado permanentemente a Israel ao amparo da Lei de Retorno, que garante uma autêntica cidadania a qualquer judeu que deseje viver lá, os “Israelitas Negros” não têm esse direito –embora muitos obtiveram permiso migratório a Israel nos anos 70. Naquele momento o Governo israeli estava preocupado pelas seqüelas que pudesse sofrer a relação com os EEUU se não eram admitidos. Muitos israelis estiveram em desacordo, especialmente desde o momento em que alguns dos dirigentes dos “Hebreus Negros” participaram em campanhas internacionais de difamação contra Israel, chegando inclusso a haver um movimento nos anos 80 em Israel para expulsá-los. Em 1981 um grupo de líderes de direitos civis americãos, encabeçados por Bayard Rustin, investigaram o trato que se lhes dera concluíndo que foram tratados equitativamente e sem nenhum tipo de discriminação.

Hoje em dia os “Hebreus Negros” de Dimona têm um popular coro de góspel, levam restaurantes, e sairam nas notícias com motivo duma visita de Whitney Houston. Em 2006, Eddie Butler, um “Hebreu Negro” de Dimona foi escolhido para representar a Israel no concurso da canção Eurovision.

Alguns dos “Hebreus Negros” dos EEUU são cristãos praticantes, ou mesclam ideias e práticas cristãs com outras religiões, e um dos primeiros desses grupos (fundado em 1896) chamava-se Igreja de Deus e os Santos de Cristo. As congregações negras de “Observantes dos Mandamentos” semelham estar próximas ao judaísmo actual nas suas crenças e práticas, embora os seus membros são considerados como não-judeus agás se se convertem formalmente. Alguns desses “Israelitas Negros” são abertamente hostis aos brancos e afrocentristas. O curmão “rabino” de Michelle Obama, da “sinagoga” de Beth Shalom Bnei Zaken, também tem pertencido à junta directiva do “Museu Negro do Holocausto” de Milwaukee (que recentemente entrou em bancarrota e foi fechado).

Os Democratas estám entrando na senda da guerra suja tratando de apresentar a Sarah Palin, que luze uma bandeira de Israel no seu despacho, como uma ánti-semita, para asustar aos judeus e que votem a Obama. Quedade-vos com este obsceno detalhe: a alternativa que pretendem que apoiem os judeus é a de um protegido do Reverendo Wright, refrendado por Louis Farrakhan e HAMAS, ambivalente respeito a Hizbullah, e cuja política exterior acarreará a restauração em Iraq dum terrorismo árabe fascista.


STEVEN PLAUT

(15 Elul 5768 / 15 Setembro 2008)

VOTA SHARON, TOMA LIVNI



As primárias de Kadima põem em relevo o absurdo do sistema eleitoral israeli. Os votantes escolheram Kadima maiormente pelo carisma de Ariel Sharon, daquela um respeitado homem de linha dura que ainda não destruira Gush Katif.

Quando Sharon caiu em coma pelos seus crimes contra o povo judeu, Olmert accedeu o poder. Nunca teria sido escolhido de não ser pela sua vinculação a Sharon.

Agora que os esquerdistas derrocaram a Olmert, um punhado de partidários de Kadima vam pôr como Primeira Ministro de Israel a Tzipi Livni. Quando se celebraram as eleições de 2006 era pouco conhecida. De ter sido daquela a cabeça de lista de Kadima, o partido teria sido duramente castigado nas mesas de votação.

Ser Primeiro Ministro tem um significativo peso nas eleições. Muita gente vota pelo partido governante, sem lhe importar o que faz. Essa foi a trampa tras a rápida retirada de Yeltsin e a promoção de Putin, que assim encarou as eleições como primeiro ministro em activo. Livni, também, acurta assim a sua distância com Netanyahu e poderia provavelmente superá-lo quando sejam as eleições gerais.

A democracia israeli é tão democrática como a russa.



OBADIAH SHOHER

(14 Elul 5768 / 14 Setembro 2008)

CAPITAL DA CULTURA ÁRABE


A UNESCO, em colaboração com a Liga Árabe, a OLP e a Autoridade Palestiniã, tem decidido reconhecer e instaurar Jersusalém como “Capital da cultura árabe” para 2009.

Contrariamente à assumpção habitual de que a OLP e o seu braço administrativo, a Autoridade Palestiniã, exigem “Jerusalém Leste” como futura capital da nação-Estado de Palestina, a sua petição actual abarca toda Jerusalém. A denominação utilizada na língua árabe para referir-se às aspirações sobre Jerusalém é Al-Quds al-Sharif (Jerusalém sagrada, Jerusalém inteira), não “Jerusalém Leste”.

Neste contexto, a UNESCO está trabalhando com os dirigentes da Autoridade Palestiniã e destacadas figuras árabes de Israel para organizar eventos que transformarão em mobilizações de protesta contra o que descrevem como “a ocupação israeli da Jerusalém sagrada”. Os planos palestiniãos derivam do facto de que 16 bairros de Jerusalém Oeste estám edificados sobre o que eram vizindários árabes com anterioridade a 1948, e dos que evacuaram à população árabe durante a guerra de 1948.

Desde 1996, o título de “Capital da cultura árabe” tem sido outorgado pelo bloco árabe da UNESCO a uma das capitais do mundo árabe. Este ano, por exemplo, Damasco, capital de Síria, recebeu o codiciado galardão, e o ano passado Argel, capital de Algéria foi quem o recebeu. Outras cidades que têm recebido o título ao longo dos anos foram Cairo, Tunísia, Amman, Beirut e Jartum. Jerusalém é a mais recente eleição para portar o prestigioso título, e os líderes árabes pretendem investir o título de um simbolismo ligado à luta contra o controlo israeli de Jerusalém.

A base para a cooperação entre a Autoridade Palestiniã e os membros da população árabe de Israel estabeleceu-se recentemente na cidade árabe-israeli de Shfaram, onde teve lugar um encontro entre representantes da Autoridade Palestiniã e representantes da população árabe-israeli. Juntaram-se para discutir os preparativos dos eventos associados com o título concedido a Jerusalém.

Um dos participantes no encontro com os portavozes da Autoridade Palestiniã foi Amir Mahoul, presidente de Ittijah –União de Comunidades Árabes Associadas-, organização gardachuvas das ONG árabes em Israel, e presidente do “Comitê para a Defesa das Liberdades”. O Sr. Mahoul dixo que acreditava que Israel trataria de pôr obstáculos aos actos que terão lugar no marco da declaração de que “a capital da cultura árabe” é Jerusalém.

“Agardamos que Israel nos dificulte as coisas, e este é um facto que teremos em conta, e a partir do qual combateremos com as autoridades ocupantes israelis”, dixo o Sr. Mahoul.

Mahoul fixo fincapé em que ele e a Autoridade Palestiniã pensam convertir os actos associados com o galardão numa campanha contra a ocupação dos bairros árabes de Jerusalém. “Este será um evento que simbolize a luita contra a ocupação, para além do valor histórico e cultural de Jerusalém”, explicou. “Recalcaremos que Jerusalém é a capital da cultura árabe-palestiniã, que está baixo um régime de ocupação, e Israel comprenderá que cada vez que entre em confrontação por Jerusalém terá a batalha perdida”.

Em contraste com o Sr. Mahoul, o Secretário Geral de Mada –Partido Democrático Árabe- , Mahmoud Mawasi, dixo que a finalidade dos actos é a toma de conciência da parte árabe e islâmica de Jerusalém, e não necessariamente criar fricções com a administração israeli. “Não queremos enfrontar-nos à administração”, dixo, “a nossa intenção, mais bem, é celebrar o facto de que Jerusalém tem sido durante muitos anos o centro da cultura árabe e islâmica”.

Apesar de que é amplamente assumido que as potenças occidentais reconhecem a soberania israeli sobre Jerusalém, esta suposição é falsa. Nenhum Estado membro da ONU mantém a embaixada em Jerusalém. Todas as nações do mundo, agás Israel, referem-se àqueles nascidos em Jerusalém como “nascidos em Jerusalém” –sem mencionar o país.

Isto último inclui aos EEUU.



DAVID BEDEIN

(8 Elul 5768 / 8 Setembro 2008)

OBAMA CONTRA A JUDEIDADE


O apoio judeu a Hussein Obama é da mesma espécie que a complacência sionista com o Holocausto; não há equiparação possível entre Obama e os alemães.

O liderádego sionista dominante beneficiou-se do Holocausto em vários aspectos. A catastrofe demonstrou a sua sabiduria: desde Herzl, os sionistas falaram da ameaça para os judeus europeus e instaram-os a marchar a Palestina vanamente. Os judeus alemães e polacos negaram-se a emigrar quando ainda podiam, e a história demonstrou que os sionistas tinham razão. A eleição de Obama é uma ajuda semelhante para os judeus estadounidenses de esquerda: durante décadas estiveram dizendo que os judeus não podem seguir confrontados ao mundo gentil e que se deviam assimilar. Advertiram a Israel que não confiara na boa vontade dos Presidentes dos EEUU, e velaqui que se avizinha o que tem pior vontade de todos.

Existe um certo sadismo que os sionistas de esquerda nos primeiros anos 40 e os judeus progres actuais sentem face os seus compatriotas judeus. Ambos, progressistas e sionistas, detestam a massa judea tradicional, cuja só existência lembra-lhes vergonhosamente as suas próprias raízes. Os sionistas procuravam uma nova nação israeli ou palestiniã mais que a juderia da velha Europa. Os progressistas, um feixe de assimilados, interpretam a existência dos religiosos não assimilados ou dos patriotas judeus como uma afrenta pessoal. É tão sadicamente prazenteiro pisotear a vida dos outros, especialmente quando um não se sente responsável! Hussein Obama é, nesse sentido, uma boa aposta contra os israelis.

O outro aspecto do seu sadismo é o masoquismo. Os jornais judeus de 1939-45 amosam o retorzido espírito dos sionistas: escreviam do Holocausto (já em 1939) em termos apocalípticos, invocando frequentemente estremecedoras profecias bíblicas, mas não moviam um só dedo para deter a matança ou aliviar os sofrimentos. Os documentos sionistas do período deixam a inequívoca impressão do prazer masoquista, especialmente o experimentado a costa doutros judeus. Os mesmos pulos masoquistas estám detrás do apoio progressista a Hussein Obama: atormentam-se por ser judeus, por alinhar-se com Israel, por oprimir aos pobres terroristas árabes. Como pode, um judeu que se preze, colocar-se voluntariamente sob a bota de um Hussein?

A vergonha e as incomodidades de não ser como os demais, leva a estes judeus face o cosmopolitismo. Não se trata realmente de cosmopolitismo –a total liberdade de indivíduos que se prezem- senão da fogida do judaísmo às comodidades mundanas. O auto-ódio judeu não necessita ser explícito, muitos pseudojudeus visitam os templos reformistas uma ou duas vezes ao ano e fazem uma doação simbólica para obras benéficas. Percebem a destrucção do judaísmo e do nacionalismo judeu que emana desses templos, mas num último rescoldo de judeidade os seus atormentados espíritos inclinam-se a certa judeidade nominal, em forma de obras benéficas para a comunidade judea.

O cosmopolitismo conduz a um alinhamento masoca com as forças ánti-judeas. Os sionistas evitaram arruinar as suas relações com os Governos britânico e estadounidense que rechaçaram rescatar a um milhão de judeus das garras alemãs. Os Governos Aliados contestaram altivamente que eles não se rendiam à extorsão alemã; resultava-lhes mais fázil conservar os seus “princípios morais” a costa dos judeus. Os líderes sionistas jamais protestaram publicamente, nem intentaram recaudar dinheiro entre os magnates judeus para acudir ao rescate –e humilhar de passo aos Aliados traindo a um milhão de judeus à fronteira, de maneira que as potenças aliadas fossem incapazes de rechaçá-los. Os dirigentes sionistas não queriam ofender aos ocupantes britânicos combatendo-os com um incremento migratório em Palestina desde o polvorim europeu. Nesse contexto, a actitude dos judeus do Partido Democrata americão é fazilmente reconhecível: alinham-se com as forças ánti-judeas para demonstrar que eles não são intolerantes que temam votar por um Hussein.

Ambos, os sionistas de esquerda e os progressistas judeus, exoneram a sua inacção pelo procedimento de botar a culpa à vítima. Os sionistas culparam aos judeus de Europa que não se alçaram para morrer com dignidade. Muitos dos siareiros judeus de Obama culpam a Israel por extender a sua mão aos lobbys dos EEUU e culpam aos religiosos judeus das políticas conservadoras dos EEUU cifrando o seu contragolpe em Obama.

Os sionistas israelis despreçaram aos supostamente degradados judeus europeus, e os judeus progressistas dos EEUU despreçam aos judeus israelis: não recebem visados americãos, vivem na pobreça entre os árabes, luitam em vez de adicar-se a discussões acadêmicas, e, sobretudo, debuxam um perfil psicológico dos judeus estadounidenses como záfios perdedores.

Ambos, os sionistas de esquerda e os progressistas judeus, tratam de fogir da sua judeidade. A tal fim, intentam desesperadamente ocultar a judeidade tras a sua fachada. Um rasgo destacado do discurso sionista sobre o Holocausto foi a sua preteridade: durante a guerra, os líderes sionistas e os jornais descrebiam a catastrofe como algo que já se passara mais que como um processo em curso que podia ser, quando menos, mitigado através da ajuda.

Fundaram o museu Yad Vashem do Holocausto não depois da guerra, senão mentres a catastrofe estava no seu culmen. De forma semelhante, a eleição de Obama pom fim à esperança de frear a Irão. Em certo sentido, um Irão nuclear afasta o problema da identidade dos judeus progressistas de Israel: com tamanhe adversário, Israel não pode permitir-se o luxo de definir a sua identidade, senão que tem que ser sumissa.

O Presidente dos EEUU que mais tem humilhado a Israel, arrastando a sua dignidade pela lama, foi o idealista Jimmy Carter, ostensivelmente débil e curto de mente; ele forçou a Israel a aceitar os seus próprios ideais e abandoar o Sinai a um inimigo que perdera cinco guerras contra nós. Obama tem uma personalidade similar. Depois do seu recente livro sobre Israel, Carter tem uma consideração universal de ánti-semita; a reputação de Obama não é tão rotunda ainda, embora o seu círculo de achegados é profundamente ánti-semita.

Exite e uma esperança com Obama: a sua capazidade de traição. É uma cópia a carbão dos judeus estadounidenses: um perplexo e desarraigado muçulmão, ansioso de alinhar-se com algum líder forte mais que com um pastor ánti-semita, ansioso também de renunciar a este por alguém mais forte –assim falou ante a conferência da AIPAC. Muçulmão de nascimento, desejaria dirigir um exército de infideis contra os seus correligionários do Afeganistão e Iraq. Como os judeus, deveria rechaçar a sua herdança religiosa e apoiar um Israel forte mais que nenhum outro Presidente. De igual forma que os políticos judeus da Diáspora conformam parte dos piores ánti-semitas, Obama poderia alinhar-se com os judeus contra os muçulmãos. Tal ressultado é imprevisível, mas é possível.

Obama é um apóstata muçulmão de igual maneira que os progressistas são judeus apóstatas. Os muçulmãos de todo o mundo querem a Obama, de igual modo que aos judeus lhes gostava o apóstata Kissinger -que lhe importava um bledo Israel.

A popularidade de Obama é do tipo da de Michael Jackson: é uma estrela êtnica. Os fans entram em éxtase por vê-lo, e a câmbio ninguém agarda que profira nada sensato.

Obama ganhou as primárias porque, de algum modo, os votantes não se tomaram a coisa suficientemente em sério. Numas eleições nacionais as suas possibilidades são exíguas; Clinton tinha bastantes mais possibilidades de congregar aos oponhentes de McCain. Agora os votantes estám muito polarisados: um político conservador curtido, de excelente carácter, contra um “irmão” negro inexperto de filiação religiosa radical. A orige forânea de Obama não teria porque arrastar necessariamente os votos de dúzias de milhões de recêm imigrados: a maioria de eles vinheram na procura de convertir-se em estadounidenses e afastar-se do seu passado forâneo –que lhes é lembrado pelo exemplo de Obama. O facto de que Obama careça de um programa político é o de menos. Os EEUU são uma sociedade madura, e não são susceptíveis de acolher ideias descaveladas. De maneira quase absoluta, a política consiste em pequenos movimentos imperceptíveis –o qual está claro que não é o caso de Hussein.



OBADIAH SHOHER

(14 Elul 5768 / 14 Setembro 2008)



“A noção da Grande Israel tem deixado de existir, e qualquer que ainda acredite nela enganha-se a sim próprio” dixo Ehud Olmert, no que semelha ter sido a sua última reunião de governo como Primeiro Ministro.

“Quarenta anos depois do final da Guerra dos Seis Dias, seguimos achando excusas para não agir. Isto não faz nenhum bem a Israel”, dixo Olmert aos membros do seu gabinete.

Olmert advertiu que a menos que Israel entregue mais território, haverá que suportar mais pressão exterior para que se conceda a todos os árabes da Autoridade Palestiniã a cidadania num só Estado com duas nacionalidades. “A comunidade internacional está começando a ver a Israel como um futuro Estado único binacional. Podemos provar que temos sido mais imaginativos que a outra parte ao longo dos anos, e que eles têm sido mais obstinados, mas como soe acntecer, a melhor forma de ganhar o debate é não perder de vista o que é verdadeiramente importante”.

O Primeiro Ministro advertiu que “o tempo não está da nossa banda, não porque a nossa causa não seja justa, senão porque o tempo tem as suas próprias repercussões”. Olmert não especificou quais eram essas repercussões, nem explicou porque considera que Israel não é capaz e aturar com elas.

Olmert foi conhecido no seu dia como um político de linha dura reticente a entregar terras. “Admito que esta não tem sidosempre a minha posição. No passado manifesteique o que se asinou em Camp David fora um erro”. Olmert confissou que ele acreditara numa Grande Israel. Referiu-se a Samaria e Judea, o coração da Israel bíblica, como “umas colinas aqui e acolá”.

“Eu acreditava que tudo entre a beira do rio Jorám e o mar Mediterrâneo era nosso. A fim de contas, excava em qualquer sítio e acharás história juea. Mas, eventualmente, tras grandes conflitos internos, tenho-me decatado de que devemos compartir esta terra com o povo que vive aqui –se é que não queremos convertir-nos num Estado binacional” dixo.

O Primeiro Ministro chamou a atenção na fortaleça de Israel, e refutou a ideia de que uma Israel mais pequena, formada a partir da entrega do território judeu libertado em 1967, pudesse incrementar a ameaça para a seguridade israeli.

“Nenhuma outra nação é tão forte e nenhuma nação no Meio Leste pode rivalizar com nós. As ameaças estratégicas que enfrontamos não têm nada a ver com onde estabeleçamos as nossas fronteiras. Podemos discutir sobre detalhes pontuais, mas quando alcanzemos finalmente um acordo acharemos que já não temos à comunidade internacional respaldando-nos ou um sócio nesse assunto. Estaremos abandoados com nada mais que o sentimento de que uma vez mais, como nos últimos 40 anos, estavamos no certo”.

Olmert acrescentou que seria melhor assumir as ameaças –que admitiu que existirão- ao longo da “valha de seguridade” que “fortalecer a ideia de um Estado binacional na comunidade internacional” solicitando o seu apoio para a retirada total ao oeste da valha, assim como a sua crença de que a comunidade internacional tem poder para decidir o futuro de Israel.

“Temos que nos perguntar se renunciar a uma colina aqui e acolá é pior que perder a oportunidade de lograr algo. Este é o motivo pelo que digo que é o momento de discutir a evacuação/compensação. Temos que seguir estudando-o e, eventualmente, discuti-lo no gabinete de governo”, sinalou, referindo-se à proposta de Chaim Ramon, antigo Ministro de Justiça e actual Vice-Primeiro Ministro.

Os comentários e Olmert aos membros do gabinete produziram-se depois duma acalorada discussão da proposta de Ramon, pela qual o Governo deverá oferecer às famílias residentes em Judea e Samaria 1’1 milhões de shekels por abandoar as suas casas e viver noutro sítio de Israel. Ramon, actual Ministro sem Carteira com responsbailidade para a política do Estado, renunciou três meses depois de ser nomeado por Olmert como Ministro de Justiça em 2006, a consequência da acusação com cárregos de abusos sexuais.

O Primeiro Ministro amosou-seconfiado em que, mais cedo que tarde, todos os isrealis compartirão esta visão.

“Chegará um dia, provavelmente mais cedo do que alguns quereriam admitir, em que todos abraçaremos as mesmas soluções que alguns rechaçam agora”.


ZE’EV BEN-YECHIEL

(Fonte: Israel National News, 14 Elul 5768 / 14 Setembro 2008)

ANHO EXPIATÓRIO


Um editor cristão comentava sarcasticamente sobre um dos meus artigos: “Uma simples e barata solução: pulverizar Jerusalém; pensade na de problemas que se ressolveriam”. Tras uns segundos de shock, comprendim que o comentário era a quintaessência da actitude messiânica face Israel. Os cristãos adicaram-se a exterminar judeus durante quinze séculos, e nem a mentalidade nem a religião cristã têm cambiado. À maioria dos cristãos importam-lhes uma figa os judeus e prefeririam ver como desaparece a sua repugnante nação. A supervivência dos assassinos de Jesus desafia a doutrina cristã. Se o Judaísmo está no certo, daquela o Cristanismo está errado. Os judeus intentam comprender por que os bons cristãos americãos ou britânicos não quigeram bombardear os láger názis. A resposta é simples: os názis figeram o trabalho consustancial aos cristãos. Os alemãos veiam o extermínio de maneira similar: muitos detestavam o truculento rumor sobre as fábricas da morte, mas a maioria dos alemães reconheciam que eles tinham que levar a cabo esse labor esteticamente tão desagradável, e ressolver de passo o problema judeu. A imprensa americã faz fincapé nos aspectos não estéticos do genocídio; menor é a atenção que presta à aniquilação da cultura judea.

As igrejas messiânicas não querem um Israel próspero e seguro, Muitos líderes racionais e cristãos compassivos pôm-se do lado dos judeus, mas a actitude maioritária face Israel é a de ver-nos como um trampolim para o eventual trunfo da Cristandade. A esse fim, Israel não debe ser um sítio seguro. Os judeus que se adequam à descripção messiânica devem sofrer, retroceder, cair na idolatria (esquerdista) e, eventualmente, serem aniquilados. Poucos cristãos subscrevem o conceito alternativo de que o Messias vem numa onda de paz e prosperidade.

Os cristãos querem um Israel muito concreto: o anho de Isaias.



OBADIAH SHOHER