SHABAT SHALOM


NÚMEROS 25:1


Israel deteve-se em Sitim e o povo começou a prostituir-se com as filhas dos moabitas. Elas convidaram o povo aos sacrifícios dos seus deuses; e o povo comeu, e inclinou-se aos seus deuses.
Juntando-se, pois, Israel a Baal-Peor, a ira do Senhor se acendeu contra Israel.
Disse o Senhor a Moisés: Toma todos os cabeças do povo, e enforca-os ao Senhor diante do sol, e o ardor da ira do Senhor se retirará de Israel.
Então Moisés disse aos juízes de Israel: Cada um mate os seus homens que se juntaram a Baal-Peor.
E eis que veio um homem dos filhos de Israel, e trouxe a seus irmãos uma midianita, à vista de Moisés, e à vista de toda a congregação dos filhos de Israel, chorando eles diante da tenda da congregação.
Vendo isso Finéias, filho de Eleazar, o filho de Arão, sacerdote, se levantou do meio da congregação, e tomou uma lança na sua mão;
E foi após o homem israelita até à tenda, e os atravessou a ambos, ao homem israelita e à mulher, pelo ventre; então a praga cessou de sobre os filhos de Israel.
E os que morreram daquela praga foram vinte e quatro mil.
Então o Senhor falou a Moisés, dizendo:
Finéias, filho de Eleazar, o filho de Arão, sacerdote, desviou a minha ira de sobre os filhos de Israel, pois foi zeloso com o meu zelo no meio deles; de modo que, no meu zelo, não consumi os filhos de Israel.
Portanto dize: Eis que lhe dou a minha aliança de paz;
E ele, e a sua descendência depois dele, terá a aliança do sacerdócio perpétuo, porquanto teve zelo pelo seu Deus, e fez expiação pelos filhos de Israel.


Sarah Palin tem uma filha menor embaraçada, e ela própria exibe com orgulho o seu menino de meses. Trig seica se chama, e padeze síndrome de Down.

A propósito do que a doble moral escandalizada dos progres quixo alimentar –como único argumento “sólido” em contra da surpressiva nominação- como “o tema da filha”, a Sarah Palin poderia-se-lhe acusar de hipocresia se, sendo como é conservadora, tiver aplicado a receita progre no caso de embaraço em menores de idade: levar à sua filha da mão a abortar numa clínica custeada com os impostos de todos os contribuíntes. Não foi o caso. Muito além disso, Palin é militante de Feminists for Life, uma admirável associação que trabalha para facilitar recursos de atenção sanitária e económica a jóvenes estudantes embaraçadas ou com crianças a cárrego.

Sarah Palin é uma política liberal pata negra –na melhor tradição dos Goldwater ou Reagan- que pode enderezar a errática e gris campanha de McCain face as eleições de Novembro. A apisonadora progressista nos EEUU –e sobretudo em Europa- está colapsada e contém a respiração; o que há só um par de semanas apresentava-se-lhes como um paseio marcial face a Casa Branca, com percentagens diferenciais em intenção de voto de duas cifras, tem sofrido nas últimas horas o sorpasso do ciclão Palin. Os Demócratas estám muito nervosos. Hussein Obama, o homem do novo talante, chamou-na “porca com pintalábios”. Isso não vem na minha edição do Tocqueville, nem nos discursos de Luther King ou Jefferson.

Sarah Palin –contra o que vos digam Iñaki Gabilondo e os judeófobos de “El País”- não é uma desconhecida para os norteamericãos, nem uma inexperta, como sim o é Husseín Obama. Tem governado nos últimos anos o Estado de maior extensão nos EEUU, o que fornece com mais do 20% da producção energética ao país. Sobre a cruzial questão económico-energética (entramado do gas e petrolífero) sabe mais que Husseín e a sua equipa directa juntos. Daqui a Sebastopol, vamos.

Sarah Palin teve a coragem de enfrontar-se em Alaska ao seu próprio partido –carcomido pela corrupção, o gasto público e o colegueo com as corporações petroleiras. E está a favor do recurte radical de impostos (é pois do bando correcto, dos amigos de Adam Smith, Hayek e Friedmann: dos que sabem que um bilhete está melhor no meu peto que no peto dos mangantes do Estado).

Mas apoiar o tandem Palin/McCain não só tem a ver com defender um Estado menos intervencionista, ou um marco de relações internacionais mais sensato. Apoiar o PR é dar um soberano corte de mangas aos WASP multimilhonários da Costa Leste, ao todopoderoso sindicato de actores hollywoodienses amigos de Castro e simpatiçantes da “insurgência” islamista. A George Clooney que anhora o comunismo estalinista dos 50, e a Michael Moore –que é parvo . (Por certo, Susan Sarandon e Tim Robbins encabeçam a lista dos que prometeram exilar-se se vencem os republicanos. Como dissera Tom Wolfe nas anteriores, “votaria a Bush só por ir ao aeroporto a despedir a todos os que dizem que, se ganha, marcharão para Londres”).

Votar desta vez aos do elefante vermelho, com Palin respaldando a McCain, tem a ver, sobretudo, com dizer não a um cônclave de progres que querem impôr a toda uma sociedade a sua perversa maneira de entender a moralidade –ou seja, a ausência de toda moralidade e a supremacia do relativismo. Apoiar a Palin/McCain é desmascarar a maquinária esquerdista metastizada em quase todos os meios de comunicação; esses râncios hipócritas que, a falha de argumento melhor, levam duas semanas lapidando a uma adolescente pelo delicto de estar embaraçada, não estar casada e não ter abortado. Quando os progressistas começam a agir histericamente como se fossem contrários ao sexo pré-matrimonial e a que uma mulher com filhos poda fazer carreira política, sabemos que a eleição para a vicepresidência de McCain tem acertado na sua linha de flotação.

Por último, mas para mim o mais importante: Palin é uma grande amiga de Israel. Não porque tenha no seu despacho de Juneau uma bandeira com a Magem David, nem porque às vezes se pendure uma insígnia da pátria judea; senão porque as suas propostas energéticas encaminham-se a reduzir a dependência da OPEC, e portanto a ter as mãos livres à hora de ajudar ao aliado israeli. Especialmente significativas foram há uns dias as suas manifestações em contra de reunir-se ou dar cancha ao criminal Ahmadineyad ,“um ánti-semita que nega o Holocausto” diz que dixo.

Diredes que sou muito entusiasta e que se me vê o plumeiro. Não tendes razão.
Desgosta-me, e muito, a tradicional política intervencionista dos dois grandes partidos usenhos (“socialistas de todos os partidos”, proclamava Von Mises), e sei que Palin pouco pode enderezar o programa de governo se ressultam finalmente eligidos. Mas à vista dalgumas propostas a nível económico e, sobretudo, da política de alianças e relações a nível internacional dos uns e os outros, vejo o trunfo do PR como um necessário mal menor. Não levam o programa económico que poderia ter impulsado Ron Paul, mas o atraco ao pequeno e mediano contribuínte será mais moderado que se ganha Hussein Obama. Não é previsível que nos cem primeiros dias ataquem Irão ou derroquem a Chávez –como seria desejável-, mas também não se reunirão a falar de tu a tu com o Führer de Teheran nem têm como siareiros aos criminais de Hamas.

Sarah Palin está a favor da independência energética respeito o mundo árabe.

É membro da Associação Nacional do Rifle e, portanto, defensora dos direitos recolhidos na 2ª Emenda.

Não agacha a cabeça. É feminista e firme defensora da vida.

Apoia um drástico adelgazamento fiscal.

Simpatiça com Israel e considera a sua preservação e defesa um imperativo bíblico.

Tem-se-lhes atragantado aos progressistas.

E ainda por riba é guapa.



SOPHIA L. FREIRE *




* Sophia L. Freire é diplomada em Relações Laborais. Trabamos relação mediados os 80 quando colaborou nalgumas iniciativas de jornalismo independentista. Esteve na CXTG-IN e militou na APU. Vinte anos depois, incorporamo-la à equipa dos ULTIMOS DIAS DE BAR KOCHBA.

LOUCURA AUTODESTRUTIVA


Não sou capaz de entender como a família de Mohammed (seja no Líbano, Gaza, o West Bank, Síria, Jordânia ou Egipto) pode permitir-se ter oito filhos. Ele e a sua dona não têm trabalhado nem um só dia das suas vidas. Tem-se-lhes entregado uma vivenda ou apartamento e comida. Os seus filhos vam à escola e inclusso ao instituto. Durante 60 anos, a sua família tem-se estado beneficiando da generosidade da comunidade internacional, canalizada pela ONU. A sua família tem estado recebendo uma educação e atenção médica com os que a maioria dos países árabes da região só podem sonhar.

Esta família é uma parte da trapalhada autodenominada “refugiados palestiniãos”. Têm-se convertido no mais selecto e mimado grupo do mundo muçulmão.

O pai de Mohammed também não pegou pancada na sua vida. O único que teve que fazer foi sentar-se e fumar a sua pipa, como agora faz o seu filho. A mulher de Mohammed, como a sua mãe antes que ela, é uma servicial participante desta farça global. O seu principal trabalho é reproduzir a fabricar mais refugiados profissionais como Mohammed, a fim de estimular a legitimidade da falaz demanda do falso “povo palestinião”, e proveer munição demográfica ao arsenal da coaligação ánti-israeli. E estará orgulhosa de que algum dos seus filhos, em vez de procurar um trabalho, se entrene para converter-se num mártir que em qualquer momento poda assassinar judeus e cobrir de uma perversa e retorzida honra à família (assim como do dinheiro donado a tal fim, pos Iraq no passado, e por Irão e Arábia Saudi agora).

Têm passado 60 anos desde que Israel logrou a sua independência. Durante este tempo, Israel absorveu vários milhões de refugiados judeus, incluíndo 850.000 procedentes dos países muçulmãos. Ao rematar a 2ª Guerra Mundial, cinquenta milhões de refugiados foram disseminados por Europa adiante. Todos eles acharam um país onde viver e trabalhar, eles e as suas famílias. Durante todo este tempo, a comunidade internacional tem subsidiado de bom grau e com grande entusiasmo a quatro gerações de refugiados árabes profissionais. Por alguma perversa razão, de profunda raigame ánti-semita, as nações do mundo encargam-se de que Mohammed e a sua família sejam os refugiados melhor atendidos do mundo.

Por não fazer nada, senão sentar-se a fumar em pipa e agardar, Mohammed consente que a maquinaria expansionista da política islâmica e ao tradicional ánti-semitismo profissional falem no seu nome –como que os judeus se apoderaram da sua terra- para assim evitar que Israel retome o pleno controlo do território judeu. O mantenimento desta paródia dá-lhes a oportunidade de manter a inestabilidade na região, manipular os preços do petróleo cada vez que queiram, vender armas aos países muçulmãos com uma ampla marge de benefícios, construir reactores nucleares para um maior cúmulo de dinheiro (a sabenda de que Israel os destruirá). A câmbio, Mohammed recebe alojamento gratuíto, comida, educação para os seus filhos e serviços médicos. Não está nada mal para um dia sem trabalhar!

Gostaria-me perguntar aos contribuíntes americãos e europeus: recebedes todos vós vivenda gratuíta, comida, educação e tratamento médico por parte do vosso Governo? E, se não é assim, por que consentides que o vosso Governo subsidie a estes parásitos profissionais? Os auto-denominados “palestiniãos” são as torcas e parafusos duma imensa maquinária chamada “Expansionismo islâmico”. O seu objectivo é o submetimento global do mundo pelo Islão. Não vos equivoquedes, ódiam-vos (Cruzados, fascistas, comunistas, etc.) inclusso mais do que ódiam aos judeus.

Os irmãos de Irão, Iraq, Afeganistão, Pakistão, Síria, Egipto, Líbano, Jordânia e Arábia Saudi, o ninho do Islão Wahabbista e uma das maiores patrocinadoras da yihad internacional, têm já declarado a guerra santa contra vós. Têm-vos bombardeado em New York e Wasjington, Bali, muitas cidades da Índia, Londres e Madrid, e planeam seguir fazendo o mesmo até que todos vos inclinedes e submetades ao Islão. Até que todos gritedes com eles “Allah Hu Akbar!”.

Os vossos Governos, devido à estupidez ou à impotença, dizem-vos que a ameaça muçulmã está baixo controlo ou que não é importante. É o vosso ódio face os judeus e Israel tão incontrolável que, sabendo do que os terroristas islâmicos são capazes e estám planeando contra vós, que ides consentir aos vossos governos que lhes facilitem a vossa desaparição? Israel é a vossa primeira –e, com toda franqueça, a vossa última- linha de defesa.



STEVEN SHAMRAK

(9 Elul 5768 / 9 Setembro 2008)


“Diógenes em Israel” é o título de um informe que figem para a Rádio Nacional Israeli o 8 de Setembro de 2008. Nesse informe vejo-me obrigado a reflexar uma imperiosa evidência, confirmando a valoração da opinião pública de que o 95% -portanto, 104 dos 120 membros da Knesset- não são honestos. De facto, a evidência amosa que a opinião pública foi generosa na sua sentença.

Se tomamos em consideração os distintos partidos que apoiaram o Governo de Sharon e que são, consequentemente, cúmplices no crime da desconexão, dificilmente acharemos um só membro da Knesset honesto, inclusso se ele/ela posteriormente votou contra a desconexão (veja-se o meu anterior artigo “Diógenes em Israel”).

O dia prévio à aparição de “Diógenes em Israel”, o The Jerusalem Post publicou um artigo intitulado “Quem está acusado aqui?” (9 deSetembro de 2008), O autor é o professor Amnon Rubinstein, antigo Ministro de Educação. Nele pergunta-se:

“Quem são as personalidades dirigentes de Israel? The Marker, um suplemento económico do Ha’aretz, seleccionou a passada terça-feira as dez mais influíntes. A lista começa com o todopoderoso Fiscal Geral, continua com uma relação de oficiais –o Interventor do Estado, o Fiscal do Estado, dois altos oficiais da polícia, o Presidente da Corte Suprema, o Governador do Banco de Israel- e remata com banqueiros e magnates. Poderia ressumir-se falando de um quem é quem no mundo económico-legal, muito distante do económico-político”.

Rubinstein observa nesta lista de personalidades influíntes uma “ausência total de políticos electos”. Só “oficiais gerais e nenhum ministro conformam a lista”.

“Como lista”, afirma, “dificilmente pode ser imaginada noutro sítio. É inconcevível que os magnates, os bilhonários e os oficiais da polícia podam desbancar a nenhum político numa lista similar noutras democracias. A selecção de The Marker é uma testemunha da degradação do processo democrático mesmo no nosso país. Sem dúvida, um pode perguntar-se: qual é o objecto das eleições?”,

A consideração do Professor Rubenstein de Israel como uma democracia é questionável, embora tão só for porque –como ele bem sabe- os membros da Knesset não têm responsabilidade individual ante os votantes nas eleições de distrito. Isto permite que os membros da Knesset ignorem a opinião pública com impunidade, e reduze as eleições a uma farça. Sem dúvida, a ausência de responsabilidade política em Israel é o importantíssimo factor institucional que permitiu ao Governo expulsar 10.000 judeus dos seus fogares em Gaza e o norte de Samaria –um crime que não tem nome.

Este mesmo factor institucional é a causa principal da corrupção em Israel. Devidamente entendido, é comprensível que a opinião pública desdenhe a Knesset, incluíndo o gabinete ministerial. Também ajuda a explicar por que essa mesma opinião pública considera os bilhonários e os mandos policiais mais influíntes que os políticos.

Apesar de que Rubenstein menciona “a corrupção de altas esferas”, fai-no só quando se refere ao sistema parlamentar israeli de representação proporcional, que ele julga a raíz do problema. Correctamente apreça que “umas novas eleições não remediarão este cancro agás que vaiam acompanhadas de uma série de reformas estruturais que mitiguem a debilidade de um sistema proporcional puro, possibilitando que o Governo seja quem governe, e readjuste o balanço entre funcionários electos e não electos”

Deveria ter acrescentado que a representação proporcional conduze a gabinetes governamentais de multipartido, o qual não é só uma causa básica da corrupção, senão tambem da impossibilidade para o Governo de governar; isto é, de procurar políticas nacionais coerentes, consistentes, decididas, e de longa duração.

Deveria ter acrescentado também que a representação proporcional dá pé a uma multiplicidade de partidos que condiciona a capazidade do Governo –quer dizer, do gabinete ministerial- de fomentar a unidade nacional judea, assim como o orgulho nacional judeu.

Portanto, é o sistema político fragmentador de Israel –e, sobretudo, a tendência a potenciar egos distintos do gabinete governamental multipartido- o que provoca o despreço da opinião pública face os políticos com respecto aos magnates e mandos policiais.

A conclusão é óbvia: Israel necessita um Executivo Unitário, ou um Sistema Presidencialista de Governo, onde o gabinete não consista –como se tem passado com todos os gabinetes israelis anteriores- num conglomerado de líderes de partidos rivais movidos por interesses pessoais ou partidistas.

Desgraçadamente, o professor Rubenstein abstem-se de estabelecer esta conclusão, embora assumamos que não está distante no seu pensamento. Permitide-me recomendar dois dos meus lvros: “Arte judeu de governar, por se cai Israel” e “O mito da democracia israeli: face uma Israel autenticamente judea”. Neles esboço reformas institucionais que incrementariam a possibilidade de que Diógenes achar um homem honesto.



PAUL EIDELBERG

(9 Elul 5768 / 9 Setembro 2008)


PEACE NOW: A 30-YEARS FRAUD


For thirty years, the leftist Israeli organization Peace Now has been promoting the thesis that sufficient Israeli concessions would win the Jewish state peace from its Arab neighbors and that Israel’s refusal to make the needed concessions, primarily dismantling the settlements and returning to its pre-1967 armistice lines, are the main obstacle to that desired denouement. Peace Now has been arguing this line both at home and around the world and has attracted fervent overseas followers and media kudos for its stance.

Earlier this year, as it celebrated its three-decade anniversary, the organization was found by the Israeli government to have violated Israeli law by using money ostensibly intended for an educational non-profit entity to fund instead political activities. According to The Jerusalem Post, the government finding meant, among other consequences, that the organization's American supporters would no longer be able to claim their donations as tax-deductible. Subsequent media reports have indicated additional, related malfeasance by Peace Now.

But Peace Now's fraudulent casting of itself as an "educational" entity is not the fraud referred to in the above title. That reference is, rather, to the political program pushed by the organization over the past three decades.

Peace Now came into being in the spring of 1978, about nine months after Menahem Begin had become Israel's prime minister and ended the Labor Zionist monopoly on control of the government.

Labor's tenure had included the first ten years of Israel's post-Six Day War control over the West Bank and Gaza, the Sinai and the Golan Heights. Labor's policy with regard to ultimate disposition of the West Bank had been to pursue a division of the territory that would entail retaining key strategic areas while ceding to Arab control those regions that were home to the vast majority of Palestinian Arabs.

UN Security Council Resolution 242, passed in the fall of 1967, declared that Israel should return captured land and withdraw to "secure and recognized" boundaries in exchange for peace, but it did not call for Israel to cede all the captured territory. On the contrary, the authors of Resolution 242 stated explicitly that they believed Israel should not retreat to its former lines.

Lord Caradon, Britain's ambassador to the United Nations at the time and the person who introduced the resolution in the Security Council, observed some years later: "It would have been wrong to demand that Israel return to its positions of June 4, 1967, because those positions were undesirable and artificial. After all, they were just the places where the soldiers of each side happened to be on the day the fighting stopped in 1948. They were just armistice lines. That's why we didn't demand that the Israelis return to them, and I think we were right not to..."

The American ambassador to the UN at the time concurred, pointing out that "Israel's prior frontiers had proved to be notably insecure." And President Lyndon Johnson, shortly after the war, declared that Israel's return to its former lines would be "not a prescription for peace but for renewed hostilities." Johnson advocated new "recognized boundaries " that would provide "security against terror, destruction, and war."

The division of the West Bank envisioned by Labor entailed Israel holding onto such key strategic regions - most of them sparsely populated - as the Jordan Valley, the heights overlooking the valley, some strategic heights dominating the coastal plain that is home to the bulk of Israel's population, areas around Jerusalem crucial to the defense of the city, and the Etzion bloc, while ceding the rest to Arab sovereignty. To reinforce Israel's claim to areas Labor sought to retain, the government pursued a policy of establishing "facts on the ground," the so-called "settlement" communities, in those areas.

The Likud government elected in 1977 viewed the West Bank differently. Likud leaders questioned surrendering any of the region, given its significance as the cradle of Jewish history and faith, and they also disputed the states’s ability to defend itself should major segments of the area fall to the control of potentially hostile forces. Likud supported the establishment of Jewish communities beyond the regions which Labor sought to retain, most notably in places of historical and religious significance. (In fact, Labor, too, had allowed the creation of some such communities.)

In the context of the Israeli-Egyptian peace accord which Likud Prime Minister Begin reached with Anwar Sadat in 1978, Israel agreed to negotiate an interim autonomy plan for the West Bank and Gaza, with autonomy succeeded by a permanent status arrangement to be hammered out by the parties during the interim period. Israel and Egypt subsequently engaged in a dialogue on setting up the autonomy plan. But the talks were condemned by all other Arab parties and ultimately ended without progress. However, Likud's official policy became pursuit of Arab autonomy in the West Bank under Israeli sovereignty.

In fact, the differences between Labor and Likud supporters on disposition of the West Bank were not as dramatic as their parties’ ostensible positions suggested. Most notably, a division of the region along the lines proposed by Labor had the backing of a wide majority of Israelis, including many Likud voters. In addition, a 1984 poll asked those who favored Likud's vision of autonomy for the area under Israeli sovereignty whether, were autonomy impossible, they would prefer annexation or Labor-style territorial compromise. Fifty-two percent chose the latter; only 10 percent endorsed annexation.

But while both major parties, along with the authors of Security Council Resolution 242, believed that Israel had to retain parts of the territories for its defense, and a large majority of Israelis supported pursuit of a compromise based on principles of maximal retention of strategic areas and maximal return of Palestinian Arab population to Arab sovereignty, the founders of Peace Now viewed the situation very differently.

The organization's inception in the spring of 1978 was in the context of demonstrations against what its adherents perceived as Begin's not moving fast enough or being forthcoming enough in his negotiations with Sadat. But the organization formulated tenets concerning the Arab-Israeli conflict and disposition of the territories that transcended the Israeli-Egyptian talks.

As related by Mordechai Bar-On, himself an early member of Peace Now and author of the definitive book on the Israeli peace movement, In Pursuit of Peace (1996), those tenets included:
"The security of Israel depends on peace, not on territories...

"The government should reach peace with Egypt based on the principle of 'territories for peace' as determined by UN resolution 242...

"Israel should stop all settlement in the occupied territories. Settlements are an impediment to peace and push the Arabs away from the negotiating table."
There are a number of particularly notable aspects to these tenets. The government was, of course, negotiating on the basis of territories for peace, in keeping with UN Security Council Resolution 242. Why then did Peace Now make a point of this, unless it was really insisting that all territories be given up. That this was, in fact, the case is reinforced by the first item, which offers a false dichotomy. Indeed, the thinking in Labor since 1967, and of the authors of Resolution 242, had been that peace required some retention of territory by Israel and that a return to the pre-1967 lines would be incompatible with peace. Similarly, settlements had been established by Labor because it deemed retaining the settled areas vital to achieving an enforceable peace. Peace Now was articulating a blanket condemnation of settlements, which placed it at odds with Labor's strategic assessments and longstanding Labor policy.

The Peace Now conviction that Israel’s Arab adversaries were now receptive to peace and Israel need only make sufficient concessions was not prompted by the recent opening of talks with Egypt. In fact, Egypt was vehemently condemned and ostracized by all other Arab states for its negotiations with Israel. The rest of the Arab League continued to adhere to the principles embraced in Khartoum in the wake of the 1967 war: "no negotiations, no recognition, no peace."

The impetus to the Peace Now stance was essentially exhaustion with the ongoing Arab war against Israel and wishful thinking. Those attracted to the organization were people unwilling to reconcile themselves to the reality that Israel’s Arab adversaries were in control of deciding whether there would be peace, and that, with few exceptions, their decision, as demonstrated in words and deeds, was against Israel’s existence. The members of Peace Now instead embraced the delusion, and promoted to the wider Israeli and global public the fraud, that control of the situation was really in Israel's hands and that sufficient concessions would inexorably win peace.

Peace Now's inverting of reality is dramatically illustrated by Bar-On in his introduction to his history of the Peace Movement. He declares that it is "a moral obligation - for Israel to resolve the hundred-year conflict with its Arab neighbors." The statement is remarkable for its lack of qualification. It does not say that it is Israel's moral obligation to be alert and responsive to changes of sentiment on the other side and possible opportunities for diminishing or resolving the conflict, or even that Israel must not only react to such potential opportunities but must actively explore for them and seek to promote them. Rather, it implies that Israel is capable by its own actions of bringing about peace and that if the conflict remains unresolved it is because Israel has failed to meet its moral obligation.

Many figures in Peace Now pointed to the situation of the Palestinians in the administered territories as their reason for supporting the organization. Certainly, the Palestinian Arabs were living in ongoing political limbo, governed by a foreign state. (This was so even though a substantial portion of the bureaucrats in the territories were the same people who had held those positions under the Jordanians and who remained on Jordan's payroll. And Jordanian law continued in effect in the territories.) While Labor's position was that Israel had no choice but to await an Arab interlocutor - Jordan, in its view - who would negotiate peace with Israel in exchange for those areas the state could cede, many Peace Now advocates argued that the situation of governing an alien population was so corrosive to Israeli society that its continuation was intolerable.

But even if there was merit to assertions that controlling Palestinian Arabs with no political resolution in sight had negative ramifications for Israeli society, that of course was irrelevant to Peace Now's other, bogus claims that peace with Israel's neighbors could be won by dismantling the settlements and offering to return essentially to the pre-1967 cease-fire lines.

Consider how differently events would have unfolded, particularly over the last fifteen years, if those so concerned about disengaging from the Palestinians had not promoted Peace Now's fraudulent assertions and agenda. Imagine if, instead, perhaps under the banner of "Separation Now," they had argued that, yes, Israel had to retain defensible borders but, even though any political and military vacuum would almost inevitably be filled by hostile forces who would use evacuated territory as a base from which to attack Israel, it was nevertheless in Israel's interest - given the corrosive effects of the status quo - to withdraw unilaterally to those defensible borders and separate from the great majority of Palestinians.

Of course, others would have argued that those advocating such a move were underestimating the toll a terror war waged from ceded areas would take on Israel. Not only would many people be killed, but vital national infrastructure would be vulnerable and damaged, the economy would suffer, immigration would diminish and emigration increase, and the nation would be put at profound risk.

But at least there would then have been a national debate based on the realities of Israel's situation. Instead, under the banner of Peace Now, there ensued the apotheosis of a political agenda based on delusional, fraudulent distortions of reality, distortions that led directly to the Oslo debacle and all the bloody disasters that have flowed from Oslo.

Peace Now's conviction of an Arab side readily offering peace if Israel would only make sufficient concessions ultimately degenerated into seeing in Yasser Arafat and his PLO the partner for its envisioned peace, and nothing Arafat and his cadres did could shake the organization from this conviction.

For example, Peace Now embraced the declarations of the Palestine National Conference (PNC) meeting in Algiers in November, 1988, as the PLO definitively offering an olive branch to Israel, when in fact this was hardly the case.

At the meeting, the PNC declared the establishment of the State of Palestine with Arafat as its President. It also proclaimed that it was doing so on the basis of UN Resolution 181. This was the General Assembly resolution in 1947 that called for the creation of two states in the Mandate, one Jewish and one Arab, and that the Palestinian Arabs had rejected at the time. Resolution 181 entailed for Israel territories that were much less, and much less viable, than Israel's pre-1967 domain. (In its regrouping and responding to the war waged against it in 1947-48 by the Palestinian Arabs and subsequently by the surrounding Arab states, Israel had gained control of additional land.) It was hardly a basis for negotiation now. But many involved with the Peace Movement hailed the PNC's Algiers declaration as implicitly recognizing Israel's right to exist.

When, in the following month, Arafat, with obvious reluctance, acquiesced to American demands that he state unambiguously a renunciation of terrorism, a recognition of UN Security Council Resolutions 242 and 338, and acknowledgment of Israel's right to exist with peace and security, those within the Peace Movement embraced his doing so as additional proof of the rightness of their views and confirmation that a new era had indeed dawned.

Were these steps by the Palestinian leadership worthy of note? Of course. Did it make sense for Israel to try to discern their significance? Again, of course. It was obviously in Israel's interest to learn if these moves represented a genuine new agenda, with new objectives, for the PLO. Or were they simply made in the context of the "plan of phases" (the agenda, articulated by the organization in 1974, of acquiring whatever territory could be gained by negotiations and then using that territory as a base from which to pursue Israel’s destruction)? Were they merely steps to win legitimacy and recognition by the United States without any intention of altering the PLO's revanchist and annihilationist goals? Or - a third possibility - were they something in between, perhaps representing a power struggle within the organization concerning which of two directions it should follow?

But for the true believers of Peace Now, such questions, if considered at all, were quickly dismissed. In their eagerness to interpret evidence in conformity with their desires, they could see these events as only meaning that the PLO had indeed decided to pursue genuine peace and now all that was required was a reciprocal Israeli response. As the organization declared shortly after the PNC's Algiers conference: "In Algiers the PLO abandoned the path of rejection and the Palestinian Charter and adopted the path of political compromise..."

Counter-evidence included statements by PLO leaders, in communications with their constituents, of the organization's continued dedication to the PLO covenant and its focus on Israel's annihilation. But this was disregarded.

An example of such statements was the declaration by senior PLO member Ahmad Sidqi Dajani on November 22, 1988 that, "We in the PLO make a clear distinction between covenants and political programs, whereby the former determine the permanent strategic line while the latter are tactical by nature. We would like some of our brothers to take note of this difference, that is, of our continued adherence to the Palestinian National Covenant." Another example was the comments of Arafat's second in command, Abu Iyad, some days later: "The borders of our state noted [by the PNC Algiers declaration] represent only a part of our national aspirations. We will strive to expand them so as to realize our ambition for the entire territory of Palestine."

Similarly ignored by the true believers were Arafat's own assurances to his people of his steadfast allegiance to the "plan of phases," and evidence of continuing PLO involvement in terrorist attacks on Israel.

Bar-On, in his 470-page history of the Peace Movement, much of it devoted to the peregrinations of the PLO, never even mentions Arafat's "plan of phases." Bar-On apparently did not want it to exist and so he simply ignored it.

Peace Now’s predilection to fraudulent recasting of realities can be seen again in the organization’s response to Arafat’s embrace of Saddam Hussein following his invasion of Kuwait in 1990 and to the Palestinians’ wide endorsement of Arafat’s stance and of Saddam’s threat to "burn half of Israel." Some within the Peace Movement, invested in their own comprehension of Palestinian attitudes and aspirations, were, in Bar-On’s words, "profoundly disturbed and confused" by this rallying to Saddam.

But Peace Now was undeterred from casting Israel as the obstacle to peace and Arafat as a ready partner if Israel would only treat him as such. The organization was soon attacking the government for its negative reaction to Arafat and the Palestinians’ allying with Saddam. It accused the government of seeking "to manipulate the political mistakes which the Palestinians and the PLO have made in order to advance" its own, insufficiently forthcoming, policies.

Notable also in this statement is, of course, the whitewashing characterization of the actions of the PLO and its supporters as "political mistakes." It is a depiction reflecting Peace Now’s wish to blur the Palestinians’ eagerness for a Saddam-led war of annihilation against Israel into something less threatening and more in keeping with what the "peace" camp wanted to be the aspirations of the other side. "Political mistakes" suggested Arafat and his followers were in fact seeking a resolution of the conflict along the lines proposed by the Peace Movement but were simply going about pursuing it in the wrong way.

Another illustration of Peace Now’s willful distortion of reality was its depiction of its Palestinian interlocutors, particularly those who were connected to the PLO but were not officially part of it and so did not fall under Israel’s ban at the time on Israeli contacts with the organization. Most notable among these interlocutors was Faisal Husseini.

Speaking to an Arab audience in November, 1992, Husseini declared: "We have not conceded and will not surrender any of the existing commitments that have existed for more than 70 years...We have within our Palestinian and united Arab society the ability to deal with divided Israeli society...We must force Israeli society to cooperate... with our Arab society, and eventually to gradually dissolve the 'Zionist entity.'" He expressed similar sentiments on other occasions and, after the initiation of Oslo, he characterized the Oslo accords as the Palestinians’ Trojan Horse, its means of penetrating the Jewish state in advance of destroying it.

In contrast, Bar-On, speaking of the period during which Hussein gave the speech just quoted, states, "A new generation of Palestinian leaders was emerging... Younger people like...Faisal Husseini...Most of the peace groups on the Israeli side maintained contacts with these new leaders and tried to persuade Israelis that these Palestinians could be partners in negotiations."

As for those Israelis who were not persuaded, who took Arafat and his followers at their word when they declared their goal remained Israel’s annihilation, and who interpreted continued PLO involvement in anti-Israel terror as likewise weighing against its interest in genuine peace, the true believers of Peace Now had a ready explanation. Those benighted Israelis lacked sophistication, were insufficiently educated and often devoted to a narrow-minded religious traditionalism. Consequently, they were as yet unable to get past their biases, to look beyond the superficial and to recognize the Palestinian leadership’s genuine desire for peace.

Bar-On, for example, notes that the Sephardic Jewish community in Israel tended to be more distrustful of Arab intentions and adds that this seemed, in surveys, to be related to educational level and level of religious traditionalism. He also makes the point that segments of the Ashkenazi community that were less educated and more traditional were likewise more distrustful of the possibilities for genuine peace than were Israel's elites. Bar-On concludes: "Higher learning, it is believed, exposes individuals to a wider variety of opinions, trains them in new analytical and flexible modes of thought, and enables them to relate to issues in a less emotional and more self-critical way, which leads to greater tolerance and understanding of the 'other' and of the complexity of the issues."

Entirely missed by the "peace" activists in this comprehension was, of course, the narrow-mindedness of their own assumption that their interlocutors, and the Palestinians generally, must think as they do and subscribe to their values and perspectives. This assumption is another facet of their investment in the delusion, and their promotion of the fraud, that Israeli action will determine Arab action and that Israeli reform and concessions will inevitably yield the wished-for Arab response.

Another tool used by the Peace Movement to promote its fraudulent agenda was Israel’s so-called New History. This refers to the largely bogus revisionist history that emerged mainly in the latter 1980's and whose purveyors generally advanced the thesis that Israel’s founding and early history, in particular its War of Independence, involved more egregious anti-Arab actions than had heretofore been acknowledged.

The subtext, often explicitly declared in the work of the "new historians," is that if Israelis would only recognize their culpability, see themselves as bearing much responsibility for Arab hostility, and make the proper amends and concessions, then peace would be readily attainable.
Many works have exposed the falseness of the theses advanced by the new historians. (A particularly incisive volume in this vein is Ephraim Karsh’s Fabricating Israeli History.)

This extends to the lie in new historian claims of basing their arguments on newly released archives and so presenting a more informed view of the events they discuss. In fact, the sources cited by the new historians are typically long available ones, and what is most new in their presentations are their tortured use of those sources.

One problem among the new historians noted by critics is their general failure to make significant use of available Arab sources and their presentation of Arab decision-making in very two-dimensional terms. Some critics have attributed this to these authors often not having sufficient command of Arabic. But a more basic explanation for the two-dimensional depiction of Arab decision-making is that this is consistent with the political intent of the new historians. Casting Arab actions as simply straightforward and predictable responses to Israeli actions rhetorically advances the thesis that Arab hostility should be understood as a consequence of Israeli provocations and that sufficient Israeli amends and concessions will inexorably elicit a positive response from Israel’s Arab neighbors.

Another complementary development that has likewise been embraced, like the New History, by many within the Peace Movement, including within the ranks of Peace Now, has been what is widely characterized as "post-Zionism." The adherents of "post-Zionism" have essentially argued that the Jewish accoutrements of the Jewish state, even Israel’s overt self-characterization as a Jewish state, are offensive to Arab sensibilities and that more or less jettisoning these elements of national identity are among the self-reforms Israel should undertake to win the peace readily available for sufficient concessions.

Advocates of post-Zionism have often cast their agenda of reforms as in the interest of "universalist" and "democratic" ideals. But others have explicitly declared that their enthusiasm for de-Judaizing Israel lay in the desire to appease its Arab adversaries. For example, shortly after the start of the Oslo process, David Grossman, one of the prominent Israeli literati associated with Peace Now, opined that, to see the process through to its fruition in peace, Israelis must concede to the Arabs not only geographic territories but territories of the soul. They must surrender their belief that it is of overriding importance for the Jewish people to have the military capacity to defend itself in its own land; the belief that the Holocaust was further evidence of the necessity of this; and the belief that the willingness of Israelis to sacrifice for the defense of the country, and to want to take an active role in that defense, is a virtue. They must also give up the belief that the creation of Israel represents a national return for the Jews from a long and too often horrifyingly painful exile. They must yield even their belief in the value of Jewish peoplehood.

In this statement about the need for such concessions in the service of "peace," Grossman takes steps toward setting aside the lie that his and others’ advocacy of these steps simply reflects a high-minded devotion to "universalist" and "democratic" principles. But the statement still, of course, perpetuates another lie, the fraudulent assertion - based on exhaustion with the siege and a desperate and overwhelming desire for its end - that the right self-abnegations by Israel, the right mix of territorial and spiritual retreat, can win Israel the peace it desires no matter how much the objective evidence of words and deeds by the other side indicates otherwise.

The Oslo accords marked the pinnacle of the Peace Now agenda. Israel embraced Arafat and his PLO as its peace partner and began the process of handing him control of Gaza and West Bank territories. Peace Now celebrated the accords and was silent in the face of declarations and actions by the Palestinian leadership that suggested an intention other than peace.

For example, on the very night of the famous Rabin-Arafat handshake on the White House lawn in September, 1993, Arafat appeared on Jordanian television and told Palestinians and the wider Arab world that they should understand Oslo in terms of the PLO’s 1974 progam; that is, the "plan of phases." Arafat repeated his characterization of Oslo as the first phase in the "plan of phases" at least a dozen times within the first month of signing the initial accords, and he and his lieutenants did so many times thereafter. Arafat also repeatedly compared Oslo to the Treaty of Hudaibiya, which Mohammed had signed in 628 and abandoned when his forces became strong enough to overwhelm his adversaries.

Peace Now's ignoring of such declarations was matched by its silence when Palestinian media, mosques and schools, under PLO control, incited their audiences, worshipers and students to hate Jews and dedicate themselves to Israel’s destruction. If Peace Now’s representatives broke their silence on Palestinian incitement, it was mainly to attack and condemn those Israelis who invoked such incitement as evidence that Israel’s partners were not interested in peace.

Peace Now’s silence also extended to the terror that ensued upon the initiation of Oslo and to evidence of Arafat’s involvement in the terror. In the 22 months from Arafat’s arrival in the territories, in July, 1994, to the fall of the Labor-Meretz government that had initiated Oslo, in May, 1996, more than 150 lives were lost to anti-Israel terror. This far exceeded the toll in any comparable period in Israel’s history up to then. But Peace Now and its representatives continued to insist that Arafat and his PLO were offering Israel peace and that all that was needed were sufficient Israeli concessions.

The terror was the major factor in Israel’s electing Bibi Netanyahu prime minister in the May, 1996 balloting. Netanyahu declared that Israel would make no further concessions until Arafat’s Palestinian Authority lived up to its earlier commitments to end anti-Israel incitement and terror as well as fight other Palestinian organizations engaged in terror. The Peace Movement's response to this stance was to characterize Netanyahu as obstructing progress towards "peace."

Haaretz commentator Ari Shavit, writing a year and a half into Netanyahu’s tenure, in an article entitled "Why We Hate Him," observed:

"There is a deeper motive for the hatred we feel for Benjamin Netanyahu... In the early '90's...we [Shavit had himself been an Oslo enthusiast], the enlightened Israelis, were infected with a messianic craze... All of a sudden, we believed that... the end of the old Middle East was near. The end of history, the end of wars, the end of the conflict...

"Hatred of Netanyahu enables us to conveniently forget that before the bubble burst, we acted like fools. We fooled ourselves with illusions. We were bedazzled into committing a collective act of messianic drunkenness. Hatred of Netanyahu also gives us a chance to forget that it was not the rise of Netanyahu that brought on the paralysis of Oslo but the paralysis of Oslo that brought on the rise of Netanyahu. The hatred permits us to keep harboring the notion that everything is really much more simple, that if we only pull back, if we only recognize Palestinian statehood... we would be able [once again] to breathe in that exhilarating, heady aroma of the end of history, the end of wars, the end of the conflict."

But Shavit’s was a rare voice in the "peace" camp. As for Peace Now, it continued to insist that Israel had ready partners and that the obstacle to genuine peace was Israel’s failure to make sufficient concessions.

Peace Now continued to hew to this fraudulent stance even in the wake of the July, 2000, Camp David negotiations and Arafat’s subsequent launch of a wide-scale terror war against Israel.

At the talks, Ehud Barak, then prime minister, offered territorial concessions far beyond what commentators had thought any government would be willing to cede. More importantly, his offer far exceeded what virtually all military observers believed prudent, given Israel's strategic challenges. According to Dennis Ross, the Clinton Administration's chief negotiator for the Arab-Israeli conflict and a key participant at Camp David, Barak was prepared to transfer to Palestinian sovereignty some 91% of the West Bank as well as all of Gaza. This included all but a small sliver of the Jordan Valley and other territory long deemed by both Labor and Likud as vital to Israel's security and survival. In addition, Barak agreed to give some pre-1967 Israeli territory to the Palestinians. Israel also offered to cede parts of Jerusalem and even compromise its sovereignty in the Old City, including on the Temple Mount.

The summit continued for two weeks. But, despite the dimensions of the Israeli offer and intense pressure from President Clinton, Arafat rejected the Israeli proposals. He did so without making any counter-offer on the territorial issues.

In addition, Arafat demanded at the summit that Israel accede to the Palestinians' so-called "right of return," the claimed "right" of all Palestinian refugees from the 1947-48 war and their descendants not only to move to the nascent Palestinian state in ceded territories but to "return" to "homes" within Israel's pre-1967 lines. The admission of millions of Arabs to Israel would, of course, grossly alter the demographics of the state and is, in effect, a formula for the dismantling of Israel as the Jewish national home, the fulfillment of Jewish national self-determination.

There is much evidence that Arafat did not go to Camp David with a view to actually negotiating with Barak. He knew Barak was determined to arrive at an end-of-conflict settlement, and Arafat had no intention of agreeing to this, no matter what Israeli concessions Barak offered. As Efraim Karsh has noted, "Had Barak not insisted on an end to the Palestinian-Israeli conflict, Arafat would have readily cashed in his concessions in return for further ambiguous pledges regarding a Palestinian-Israeli 'peace.' Yet there was absolutely no way for Arafat to [agree to a resolution of the conflict short of] the destruction of the state of Israel..."

Even Shlomo Ben-Ami, Barak's foreign minister, a leader of Israel's negotiating team at the Taba talks at the end of 2000 and still at that late date a fervent believer that sufficient Israeli concessions could win peace, conceded in June, 2001, that Arafat was only pretending to endorse a two-state solution but in fact still "doesn't accept the legitimacy" of Israel. A few months later, Ben-Ami elaborated on his new insight: "For Arafat, Oslo was a sort of huge camouflage act behind which he was exercising political pressure and terror in varying proportion in order to undermine the very idea of two states for two peoples."

But even in the wake of Arafat’s launching and continued prosecuting of his terror war, Peace Now persisted in promoting its fraudulent claims that the obstacle to peace was Israel’s wanting to hold onto some at least of the settlements and its refusal to make sufficient concessions.
To this day, and despite the ongoing incitement to Israel’s annihilation by the media, mosques and schools of Mahmoud Abbas’s PA as well as by those of the Palestinian Islamist parties, most notably Hamas; and despite the terror launched both by elements of Abbas’s PA and the Islamist parties; and despite the refusal of all Palestinian parties to acknowledge the legitimacy of Israel as a Jewish state; Peace Now continues to insist that the obstacle to peace is the settlements.

And, of course, despite UN Security Council Resolution 242 and despite all the strategic threats facing Israel, Peace Now continues to reject Israel’s having any legitimate claim on any part of the territories.

And it continues to compound its fraudulent assertion of a readily available peace with additional false claims, such as Israel’s supposed taking of privately owned Palestinian land for settlements. (For example, not long ago Peace Now asserted that 86.4% of Maale Adumim, the largest of the settlement communities, was built on privately owned Arab land. When challenged with land ownership records, it conceded that perhaps about half of one percent (0.54%) of the community’s land was privately owned by Arabs. Even this figure is highly questionable.)

Peace Now has promoted its fraudulent claims at great cost to Israel, including a cost in lives. But this has apparently been of little concern to the organization’s enthusiasts, an ugly truth that has not gone unnoticed by some in Israel. When, in the early months of his terror war, Arafat had his cadres particularly target settlers, Ari Shavit observed: "On almost a daily basis, Israeli citizens who live beyond the Green Line are being murdered by the historic allies of the Israeli peace movement, yet the movement is silent... It is a blood-chilling silence and it raises the question whether... what has been presented here as the hallowed value of universalism was not in fact only an extremely particularist value that was intended to serve the specific needs of a specific cult of enlightened human beings."

It was and is a cult that worships at the altar of self-delusion and wishful thinking and that, intoxicated with its airy visions of "peace," was and is prepared to sacrifice anyone who challenges it, no matter what evidence, what realities, he or she invokes in that challenge. It was and is a cult that has demonstrated it is willing to sacrifice even the security of the nation on the altar of its delusions and its delusion-driven, fraudulent claims.

That was Peace Now at its inception and it is Peace Now at 30.



KENNETH LEVIN *

(5 Elul 5768 / 5 Setembro 2008)


* Kenneth Levin is a psychiatrist and historian and author of The Oslo Syndrome: Delusions of a People under Siege (Smith and Kraus, 2005; paperback 2006).

A ULTRA


Neste blogue consideramos uma séria ameaça para o futuro de Israel e a paz mundial que nas eleiçções de Novembro nos EEUU poida resultar ganhadora a opção representada pelo filo-árabe Barak Hussein Obama. É por isso que –sem entusiasmar-nos- nos decantamos pelo ticket de McCain, máxime agora que tem escolhido como 2ª de abordo a uma política admirável e amiga de Israel. O próximo joves a nossa amiga Sophia L. Freire dará começo a uma colaboração semanal em ULTIMOS DIAS DE BAR KOCHBA, começando precisamente por um perfil da Governadora Sarah Palin.
A seguir reproducimos uma acertada coluna publicada hoje por Edurne Uriarte no diario ABC.





LA ULTRA

Cuando McCain anunció el nombre de Sarah Palin, un periódico de la izquierda española tituló: ha elegido a una ultraconservadora. Resulta que Obama iba a ser el primer presidente negro y Clinton la primera presidenta mujer. Pero Palin ya no era la mujer, sino la ultra. Que es lo que le pasaba a Margaret Thatcher con la izquierda, que tampoco les contaba como mujer. Y la convirtieron en hombre disfrazado de mujer como a Palin la han dejado en ultraconservadora.
Lo que sea para sacar al feminismo de izquierdas del lío mental en el que se halla sumido. Con los fusibles ideológicos completamente abrasados por esta mujer cuyo sofá de gobernadora se adorna con una temible cabeza de oso. Electrifica a la audiencia, tituló la prensa norteamericana, y ha metido una descarga de tal voltaje en el feminismo que las cosas ya no serán lo que fueron en la revolución de las mujeres en política.
No sé si le votarán las mujeres que apoyaron a Hillary Clinton, como se preguntan, desconcertados, los demócratas. Probablemente, no muchas. Las mujeres, como los hombres, votan por ideología y no por el sexo del candidato. Pero lo que sí es seguro es que ha dado un sonado revolcón al feminismo dominante. A Palin no se la van a ventilar, como a Thatcher, con dos o tres descalificaciones. Ella representa otra generación, otra época.
Manda tanto como pudieron soñar las sufragistas del siglo XIX. Pero no encaja en ninguno de los cánones progresistas. Caza osos, apoya la guerra de Irak y es antiabortista. Y como las feministas, habla de romper el techo de cristal. Y a ver qué feminista la contradice. Palin es una inconformista, republicana e inconformista.

EDURNE URIARTE

(in ABC, 9 Setembro 2008)

OBAMA E ISRAEL


Todo o mundo conhece ao pastor do Senador Barack Obama, o Reverendo Jeremiah Wright, e as suas extremistas opiniões sobre os EEUU e os seus desvarios razistas contra os brancos. Menos conhecido é o seu discurso sobre Israel: proclamas para devastar a Israel, culpando-o do 11-S; publicação de propaganda de Hamas no seu boletim eclesiástico; acusações contra Israel de “terrorismo de Estado”; e honra e pregárias para o líder e portavoz razista ánti-semita de Nação do Islão, Louis Farrakhan.

O Senador Obama tem intentado racionalizar o discurso do ódio de Wright como um produto da adversidade e de ter crescido entre a discriminação. Mas os judeus sempre estiveram na linha da fronte combatendo pelos direitos civis. A própria Israel tem um excelente historial na ajuda aos Estados de África nas esferas médica, educativa e agropecuária. As invectivas de Wright contra Israel carecem de base e levam a lembrar as palavras de Martin Luther King: “Quando a gente critica ao sionismo refere-se aos judeus, e isso é ánti-semitismo”.

Não cabe dúvida de que Wright ódia Israel. A questão é: afecta a influência de Wright ao que Obama pense de Israel? Obama tem acudido à sua igreja e confiado em Wright durante mais de 20 anos.

Certo, Obama fixo várias declarações pro-israelis tendo em conta a importância de Israel como aliado e apoiando o seu direito de auto-defesa durante a Guerra do Líbano em 2006. Mas existem sérias dúvidas de que essas declarações refrexem o seu ponto de vista actual. Wright, dirigindo-se ao Clube Nacional de Imprensa, dixo que Obama diz o que tem que dizer para resultar eligido.

De ser certo, não seria a primeira vez. Obama dixo na campanha aos votantes de Ohio que se retiraroa unilateralmente do Acordo do Atlântico Norte para o Livre Comércio (NAFTA). Mas o seu conselheiro económico, o professor da Universidade deChicago Austan Goolsbee, dixo em Canadá que isso era simples retórica eleitoral dirigida aos votantes das primárias em Ohio.

Outro caso significativo é o de Ali Abunimah, um activista palestinião que apoia o desmantelamento de Israel e a criação de um único Estado dominado pelos palestiniãos. Abunimah tem sido amigo de Obama durante anos e tem escrito que Obama era um grande crítico de Israel, mas que a sua retórica se modificou quando optou a um posto no Senado. Diz que em 2004 Obama lhe comentou: “Hey, sinto não ter falado muito sobre Palestina, mas achamo-nos numa competida carreira face as primárias. Espero que quando as coisas vaiam rodadas poda ser mais explícito”.

Tudo isto aponta a um posicionamento ante Israel susceptível de ser muito polêmico e inclusso hostil, apesar das tranquilizadoras que Obama vem usando até o momento. Devemos estar preocupados também pelo facto de que tenha recebido o visto bom do grupo terrorista palestinião Hamas, e figuras ánti-israelis como Michael Moore e o antigo presidente Jimmy Carter.

Naturalmente, Obama não é quem de evitar receber apoios inoportunos dos demais. Também se tem distanciado –com muito retrasso- de Wright. Mas Obama sim que pode controlar absolutamente a quem escolhe como asessores. E no referente a Israel e o Médio Leste, os seus asessores são uniformemente hostis a Israel.

O mais destacado entre eles é o diplomático Daniel Kurtzer, que forçou à Administração Reagan em 1988 a reconhecer à criminal OLP. Kurtzer tem aceitado as declarações moderadas da OLP em inglês, mentres que tem ignorado as suas declarações incendiárias em árabe. Tem exercido pressão a Israel para fazer concessões à OLP. A corrente dominante da Conferência de Presidentes das Grandes Organizações Judeas nos EEUU criticaram publicamente a Kurtzer em 2001 pelas suas desaforadas críticas a Israel por matar a um líder terrorista palestinião. Negociadores israelis como Itamar Rabinovitch, e antigos Primeiros Ministros como Yitzhak Shamir e Binyamin Netanyahu têm-se referido explicitamente à hostilidade de Kurtzer ao longo dos anos.

Outro asessor de Obama, Robert Malley, dirige um grupo de analistas políticos do Médio Leste que trabalham para o think-tank fundado (em parte) pelo bilhonário ánti-israeli GeorgeSoros. Malley tem exigido que o requisito da Folha de Ruta de 2003, relativo a que a Autoridade Palestiniã desmantelasse os grupos terroristas, não seja aplicado, e que se imponha um acordo global apesar das objecções israelis.

O asessor militar de Obama, e chefe adjunto de campanha, o General Merrill “Tony” McPeak dixo em 2003, quando foi perguntado pelo motivo da parálise no processo de paz palestinião-israeli, “New York City, Miami. Temos uma enorme bolsa de voto aqui a favor de Israel, e nenhum político quere botá-la a perder”.

Temos, depois, à antiga empregada de alto rango na campanha de Obama, e asessora em política exterior, Samantha Power, que propujo em Abril de 2002 que os EEUU deveriam deixar de apoiar financeiramente ao exército israeli e, em vez disso, investir no Estado palestinião, com despregue militar no terreno para protegê-los do genocídio israeli. Em Fevereiro de este ano, Power expressou a sua irritação pelo facto de que o New York Times rematara reconhecendo que em 2002 não houvo nenhuma massacre de palestiniãos em Jenin. Power foi posteriormente relegada da campanha de Obama –não pelas suas posições ánti-israelis, senão por chamar “monstro” a Hillary Clinton.

Outra conselheira de Obama, Susan Rice, segundo se diz convenceu a John Kerry, quando este competia pela Presidência em 2004, de que anunciasse que se resultava eligido nomearia a dois dos antigos políticos mais ánti-semitas, Jimmy Carter e James Baker, como enviados na zona. E, por último, está Zbigniew Brzezinksi –asessor de seguridade nacional de Jimmy Carter-, uma pessoa com uma longa carreira de hostilidades face Israel, que também tem sido conselheiro de Obama. Brzezinksi criou grande controvérsia o ano passado quando escreveu um artigo defendendo o Tratado ánti-semita Mearsheimer & Walt contra a política exterior dos EEUU e do lobby pró-israeli.

Tudo o relativo ao passado de Obama –a sua política radical, a sua associação durante décadas com Wright e a sua congregação extremista, as testemunhas dos seus sócios ánti-israelis, assim como os seus pontos de vista actuais não menos ánti-israelis, e a sua eleição de asessores para o Médio Leste- sinala a alguém que poderia ser o Presidente menos amigável para Israel que nunca tenha havido. Os estadounidenses que se preocupam por Israel e a aliança Israel-EEUU deveriam sentir temor.



MICHAEL GOLDBLATT

(8 Elul 5768 / 08 September 08)


Três anos depois da retirada israeli da área, Gaza está sendo utilizada como campo de entrenamento para atacar os judeus.

Não nos colhe de surpresa: sem dúvida, as organizações terroristas palestiniãs estám muito ocupadas explotando o alto o fogo actual em Gaza para reciclar, rearmar e preparar as suas bases para a próxima série de conflitos com Israel.

Isso, quando menos, é o que sai à luz numa reportagem no diário árabe A-Sharq Alawsat, cujo corresponsal em Gaza foi convidado a presenciar como dúzias de membros das Brigadas Al-Qassam de Hamas praticam a guerrilha urbana.

“Desde que o acordo de paz entre Israel e Hamas entro em vigor” indica o jornal “tem-se feito diafanamente evidente que as facções da resistência palestiniã, sem excepção, têm tirado ventagens do alto o fogo levando adiante entrenamentos militares com os seus reclutas”.

Dito entrenamento, dixo um portavoz dos Comitês de Resistência Popular, incluim também como seqüestrar soldados israelis.

Um elevado número dos grupos terroristas palestiniãos estám fazendo uso das abandoadas e demolidas comunidades judeas que um dia floresceram em Gaza. “Estes lugares”, explica amavelmente o rotativo árabe, “estám considerados como o marco ideal para dirigir entrenamentos militares porque estám deshabitados, têm dunas de areia, e estám muito próximos à costa”.

Velaí o tendes. 36 meses depois da saída de Israel, que temos ganhado? É Gaza mais segura? É Israel mais segura? A resposta é um inequívoco “não”.

Em vez disso, o Corredor está sendo utilizado como laboratório para o terror. E se não se tomam cartas no assunto rapidamente, estoirará inevitavelmente no rosto de Israel.



MICHAEL FREUND *

(8 Elul 5768 / 8 Setembro 2008)

* Michael Freund é fundador e portavoz de Shavei Israel, entidade de apoio para a aliyá. Também foi Director de Comunicações da Oficina do ex-primeiro ministro Binyamin Netanyahu.


A maioria dos judeus dos EEUU são de esquerdas porque o progressismo conta-lhes o que querem ouvir.: não existe o Deus bíblico, a Torá foi escrita pelo homem, e todos somos irmãos. Perguntade-lhe ao vosso rabino reformista se ele acredita em Deus e observade como evade a pergunta com contos sobre a mente universal e o espírito que há em cada homem. Não pode acreditar em Deus, ou se não como é que ignora ou não adapta criativamente os seus Mandamentos? Perguntade-lhe por Pinchas, que se ganhou a benção eterna para os seus descendentes matando a um judeu por casar prazidamente com uma bela mulher não-judea de boa família. Pensade nos judeus que durante milheiros de anos agradeceram a Deus nas suas orações por ter-nos escolhido, por ter-nos exaltado sobre as nações, e por sermos distintos a todos. Porque, no caso de que ninguém vo-lo tenha dito, existem mandamentos que ordeam explicitamente erradicar as pregárias dos não judeus da terra de Israel, expulsar os paganos, e construir o Templo. Todos os comentaristas rabínicos, sem excepção, coincidem em que esses mandamentos vinculam a qualquer judeu.

Estaria disposto um rabino reformista a permanecer numa esquina, perto do seu templo, sinalando orgulhoso aos transeúntes que ali está a assembleia do povo escolhido de Deus? Sabe, tão sequer, que Deus chama aos judeus “gente que deve permanecer isolada”? Os judeus que se casam com gentis fazem-no movidos pela sua simpleza de comprensão: para eles não há nenhum motivo racional para ser judeu. Existem gentis agradáveis, éticos, honestos, elegantes, divertidos, e bem parecidos. Nenhuma dessas características é exclussiva dos judeus. Cultura judea? Não existe uma cultura especificamente judea; temos ido assimilando culturas de várias nações, desde Holanda a Iraq. História judea? O passado não tem porque determinar o presente. Herdança judea? A nossa única herdança é a religiosa, e uma vez que a religião é abandoada, a herdança passa a ser um nome vazio. Ancestros judeus? Isso é razismo: eu nascim judeu, e outro nasceu negro. Só temos uma razão plausível para não nos casar com gentis: porque Deus nos ordenou ser o seu povo e permanecer isolados.

As mentiras soem ser tranquilizadoras, mas sem embargo seguem sendo mentiras. Considerade a última, sobre a irmandade universal. Inclusso a Torá considera aos não-judeus os nossos vizinhos -mas não creio que vos goste saber onde. Fechade por um instante os olhos ao mundo politicamente correcto. Deus dixo aos hebreus que pedisem objectos de valor aos seus vizinhos egípcios antes do Éxodo. A única vez em toda a Torá em que os não judeus são denominados “os nossos vizinhos” é justo quando estamos a ponto de estafá-los. Por que? Porque só naquele momento os estrangeiros estiveram dispostos a ajudar-nos –dado que Deus lhes infundira temporalmente amor pelos judeus nos seus corações.

Se isso tem um cheiro perigosamente ánti-cristão, tende a certeza de que o enfoque cristão era similar. Na Parábola do Bom Samaritano, Jesus insinua que inclusso os despreçáveis samaritanos são os nossos vizinhos se estám dispostos a ajudar-nos.

Isto conduze-nos a outra mentira muito popular: contrariamente aos seus ancestros, desde tempo imemorial até 1945, os gentis actualmente ajudam a Israel e a nossa própria existência depende da benevolência dos EEUU. Seguro? Em 1948, a Administração dos EEUU negou o seu voto na ONU a favor de estabelecer o Estado de Israel e embargou remesas de armas dirigidas ao Estado judeu. Isso foi três anos depois do Holocausto, quando os judeus estavam lutando a guerra da supervivência. Os EEUU negaram-se a tão pouca coisa como fornecer a Israel com manuais de instrucções para os tanques Sherman (e os espias judeus tiveram que os conseguir através dos soviéticos mediante um programa de préstamos). Em 1956 e 1967, o Estado Maior dos EEUU estudou planos operativos para desembarcar no Sinai contra os agressores judeus para defender a Egipto. Pensades, quiçá, que esta actitude dos EEUU face Israel cambiou radicalmente em 1973? Não do tudo. Kissinger só pretendia nivelar a crescente influência soviética, e iniciou a entrega de armas a Israel em resposta aos massivo subministro soviético a Egipto; contudo, a ajuda militar chegou muito tarde e permaneceu maioritariamente fóra de uso. Demonstrar que a Administração dos EEUU procura influência no Meio Leste mais que o bem para Israel é muito simples: os EEUU proporcionam tanta ajuda a Egipto como a Israel, e vende muitas mais armas de tecnologia avanzada aos países árabes que a Israel. Em quanto a fundos para o desenvolvimento, Egipto e os palestiniãos recebem muita mais ajuda que Israel.

America lutou por Kuwait e pacificou Iraq, em ambos casos gastando mais dinheiro que a ajuda acumulada a Israel ao longo de décadas. Os EEUU libertaram o feudo kuwaiti, mas nunca tiveram intenção de defender Israel em 1967 e 1973.

A paz é o primeiro objectivo. Bem, pois tedes uma maneira muito fazil de acadar a paz. Actualmente, a única maneira: largade-vos desta terra. Os judeus podem viver em paz com os árabes em Canadá. Um Estado judeu no que o Islám considera terra muçulmã, na terra que os palestiniãos consideram sua por direito de nascimento, um Estado assim nunca poderá viver em paz. Os acordos de paz estám muito bem, mas não os confundades com a paz. Nesta terra jamais tem havido paz. O antigo Israel albergou minorias religiosas –fonte constante da condeia dos profetas- mas combateu incessantemente aos seus vizinhos. Os judeus têm combatido contra os mesmos inimigos –Egipto, Síria, os Canaanitas, Assíria- durante três milheiros de anos. Tem-se detido a História nos nossos dias?Não só nesta terra –também não houvo paz em nenhuma outra parte do mundo. Os países europeus livraram as suas duas guerras mais sanguentas apenas há uns anos. O actual período de calma pode prolongar-se por décadas, quiçá um século –já se têm dado tréguas similares na história europeia- mas nenhuma terra vive em paz perpétua. A paz nunca é um produto da negociações de boa fê. Se essa fê servisse para algo não teriam havido guerras, para começar. Nem sequer queda sítio para os assentamentos, literalmente: este território é demassiado pequeno para dividi-lo. Os negociadores falam de fronteiras completamente indefendíveis, de cidades judeas intercaladas entre vilas árabes, de cidades superpostas. É um cenário próprio do Muro de Berlin.

O processo de paz é uma enorme trapalhada. Israel sobreviviu à guerra de 1973 só graças à profundidade defensiva proporcionada pelo Sinai que libertara em 1967. A Administração Carter forçou a Israel a entregar o Sinai. Hoje, Carter é um fanático ánti-semita, mas naqueles dias era um “pacificador”. Egipto prometeu desmilitarizar o Sinai, mas já o prometera em 1956 –e faltou à promesa em 1967. EEUU garantira a não beligerância egípcia no tratado de paz de Camp David, mas já o figera em 1957 ao induzir a Israel a evacuar o Sinai que conquistara o ano anterior. Eisenhower prometera a Israel em 1957 intervir se Egipto cerrava o Estreito de Tiran; quando Egipto o fez em 1967, a Administração dos EEUU só pressionou a Israel para que se abstivesse de respostar.

O processo de paz vai de qualquer coisa menos da paz. Suponde que Israel aceitasse a categoria de Estado para os palestiniãos aqui e agora. Que seria o seguinte? Nada. Os saudis já advertiram, e a Administração Bush reconheceu, que levaria muito tempo que os árabes estabelecessem relações diplomáticas com Israel, inclusso se se crear um Estado palestinião. A República de Irão, que junto com o Estado cliente dos EEUU, Arábia Saudi, é o primeiro patrocinador mundial do terrorismo, nem sequer se planteja um arranjo diplomático com a entidade sionista.

E qual é o valor das relações diplomáticas? Israel está em paz com Jordânia e Egipto. Ambos permitem actividades praticamente sem restricção às guerrilhas ánti-israelis como Hamas e Yihad Islámica, que entrenam ali, procuram donações, e traficam com armas. Não teve lugar normalização alguma com Egipto nestes trinta anos de paz: os egípcios são hostis a Israel, os meios de comunicação governamentais fustigam aos judeus, e Egipto moderniza continuamente um exército cujo único oponhente é Israel. A paz com Egipto e Jordânia depende da estabilidade dos seus respectivos governos. Em Egipto, Os Irmãos Muçulmãos, organização vencelhada a Hamas, é o mais grande partido da oposição, programado para vencer arrolhadoramente a pouco que haja umas eleições minimamente livres. Um exército encabeçado pelos Irmãos Muçulmãos convertiria-se no pesadelo de Israel –e não é algo muito distante. Em Jordânia, a monarquia tem os dias contados, como em qualquer outro país, e a maioria palestiniã tomará as rendas do governo até agora usurpado por uma banda de pragmáticos e despiadados beduínos.

Podemos deter, quiçá, o problema jordano-palestinião accedendo às demandas de Palestina? Dade-lhes um Estado! Isso não cambiará nada. Para os palestiniãos Haifa e Tel-Aviv são a sua terra na mesma medida que Ramalah. Essas cidades eram palestiniãs antes de 1948. Galilea é palestiniã; a maioria dos seus distritos não têm apenas presença judea. Sem dúvida, a própria Israel é maioritariamente palestiniã: os árabes constituim o 34% da sua juventude. Pensades que tolerarão viver num Estado que se proclama judeu, tem uma Estrela de David na sua bandeira, e canta o espírito judeu no seu hino nacional? Não menosprezedes aos árabes. São bons patriotas, e defenderão o seu Estado.

Falando de direitos, que direitos têm os judeus sobre Tel-Aviv? Construiram-na eles? Têm construído incontáveis vilas em Ucrânia e casas nos EEUU. Os árabes construíram aldeias em Galilea –deveriam por isso ser soberanos ali? Construir acarrea direitos de propriedade no melhor dos casos, nunca soberania. Direito histórico? Os judeus nunca viveram nesse área. Inclusso no período de Herodes, quando o protectorado romano de Judea se extendia até o mar, a costa estava habitada por povos paganos. Direito religioso? Velaqui. Mas o nosso direito religioso não tem os seus alicerces em Tel-Aviv. Tem-nos em Hebron, onde Abraham adquiriu o primeiro terreno em Canaan e os nossos antepassados estám enterrados. Tem-nos em Schem, conquistada por Jacob. Extendem-se até o sul do Líbano e Jordânia –adjudicada pela Liga das Nações aos judeus, mas dividida pelos britânicos desde o território do Mandato para regalar-lha a um principinho expulsado de Iraq.

Observando o mapa o Estado palestinião, a fim de contas, é tão pequeno!, dizedes. Falso. É maior que a parte judea habitável de Israel. A próxima vez que olhedes o mapa, dade-vos conta que o Negev é um deserto, e Galilea é tão árabe como Ramalah. Dacordo com o plano de paz EEUU-Arábia Saudi, os judeus ficariam aglomerados numa franja de praia de 60 x 14 milhas. Pensades que um Estado de 14 milhas de ancho é defendível? Só na medida em que sejam úteis as sirenas que avisam com trinta segundos de antelação da caída dos missis.

E agora a democracia êtnicamente cega. Um imenso país como os EEUU ou Rússia tem que ser plural. Mas, por que uma insignificante Israel tem que dar acomodo aos árabes? Já têm 22 países próximos onde podem disfrutar perfectamente duma sociedade palestiniã, apenas a umas milhas de distância. Muitos americãos emigram na procura de oportunidades de trabalho; seria muito pedir que os árabes figeram outro tanto respeito o nosso único Estado? Os estadounidenses têm direito ao seu próprio país; quando os mexicanos intentam assentar-se ali, pelo menos são tratados como ilegais. Por que os judeus não podem ter um país próprio? Que tamanho de território não seria excessivamente grande para os judeus?

Por que não permitimos que os refugiados de 1948 regressem a Israel? Têm exactamente o mesmo direito a esta terra que os árabes que actualmente vivem em Israel. Se os judeus obrigaram a alguns árabes a marchar, e não permitem que regressem, qual é a diferência com o resto dos árabes –os que residem em Israel?

Todos os líderes sionistas proclamaram a necessiade de um Estado com maioria judea. Se é moral e razoável limitar o número de árabes a uma minoria, por que é imoral e descabelado limitar o seu número especificamente a uma minoria insignificante? Isso é o que figeram os antigos líderes. Ben Gurion autorizou represálias massivas contra os civis árabes. Fechou as suas aldeias durante semanas e à vez; desbaratou a sua vida e a sua economia. Promoveu a expulsão e as hostilidades contra os árabes, e absolveu aos autores judeus das mesmas como em Kfar Kasem. O exército judeu dominante, Haganá, atacou a infame vila de Dir Yassin apoiando-se nos “grupos terroristas” Etzel e Lehi. Os 400.000 árabes que abandoaram de Israel em 1947-48 tinham bons motivos para marchar.

Conseguim confirmar o que os mass média vos dizem, que os israelis oprimem os árabes? Tudo cambiou desde finais dos anos setenta. Desde aquela, os esquerdistas israelis atacaram ao Governo de direita por executar exactamente a mesma política ánti-árabe que os governos de esquerda sempre promoveram. Agora, os árabe-israelis não pagam praticamente impostos, não têm que servir no exército, construim edificações sem permisos, rechaçam as taxas municipais, e saim impunes de qualquer crime ou algarada. A política oficial israeli é evitar que os cidadãos árabes estém a disgosto, não sendo que se revoltem.

Tenhem-vos dito que não há solução para a existência de Israel agás a paz. Houvo paz em Europa entre a 1ª e a 2ª Guerra Mundial? Houvo paz desde as guerras de Napoleão até as guerras franco-prusianas? A paz é a paz, e por suposto quando há paz não há guerra. Mas, que paz tem sido eterna? Portanto, em cada paz deveríamos ir pensando em ganhar a próxima –iminente- guerra. Há muito tempo Israel era especialista em isso. Pugemos em fuga a Egipto em quatro guerras, e conquistamos o Sinai. Rechaçamos a Síria em três guerras, e capturamos os Altos do Golão. Repelimos incontáveis agressões desde o Líbano, e conseguimos as insignificantes granjas de Shebaa. Derrotamos aos terroristas palestiniãos uma e outra vez. Arafat estava arrinconado em Tunísia, derrotado e despreçado –até que Simon Peres o troujo de volta como um pelele com o que assinar a “paz”. Inclusso no momento culmem da Intifada, o número das nossas baixas palideciam comparado com o de vítimas em accidentes nas estradas. Então, por que necessita Israel paz com os palestiniãos, os saudis ou os sírios? Eles nunca serão amigos dos judeus, ou cesarão de acumular armamento, nem deixarão de ser uma ameaça potencial. Israel, entre o ocêano de árabes, jamais será capaz de diminuir o seu exército –é mais, tem aumentado sustancialmente em termos de gasto tras a paz com Egipto. A paz só serve para constrengir a estratégia israeli; Israel bombardeou as instalações nucleares sírias em 2007, mas teria duvidado em fazê-lo se houver paz entre os dois países? Se Síria assina a paz com Israel e depois continua com o seu programa militar nuclear, romperia Israel a paz a fim de eliminar as ameaças à sua seguridade? Daquela, o tratado de paz não é sempre algo bom.

Não posso dizer-vos em que tendes que acreditar, mas posso demonstrar que cada uma das coisas nas que acreditades respeito a Israel é falsa.



OBADIAH SHOHER

(7 Elul 5768 / 7 Setembro 2008)


Recentemente recebim uma série de e-mails, todos com a etiqueta de “urgente”, que tratavam sobre “as conversas secretas” entre Israel e os nossos inimigos. A proposta era ré-envia-los a tanta gente como fosse possível. A linha do Tema punha algo como “Jerusalém está em jogo”.

Por suposto o tema é crítico, mas com toda a devida modéstia, permitide-me que reitere umas quantas lições elementares sobre a diplomácia israeli.

Quando menos desde Oslo, que estoirou com a força de umas quantas cabeças nucleares, não nos podemos permitir o luxo de jogar o papel de inocentes transeúntes. Desgraçadamente ainda queda gente que, ocultos tras a máscara e costumes dos políticos –pretendendo agir como líderes- exclamarão quando achemos as “patacas quentes” como Jerusalém sobre a mesa de negociações que estám dispostos a abandoar a coaligação; actualmente, temos a garantia do Primeiro Ministro de que esses temas não se estám tratando. Parvadas. Como se não o soubéssemos todos.

Não é grato ser um agoireiro, expondo sempre predicções negativas. Mas hoje não se trata de predicções. Qualquer pessoa dotada até da mais torpe capazidade de percepção, comprende o que se está a passar.

Onde nos achamos? Olmert está de retirada. Já seja via judicial, através das primárias, ou por intervenção divina, está acabado. Só há um problema. Quere afundir o barco com ele. Denomina-se regressão, uma degeneração aos velhos tempos. Um dos primeiros exemplos foram as draconianas ordes de expulsão cursadas há escasas semanas a três jóvenes em Shomron. Por regra geral, a medicina israeli não soe praticar demassiado a medicina preventiva; está considerada como muito cara. Mas Israel sim que aplica o que poderíamos denominar “crime preventivo”. Acrescentaria: “crime selectivo preventivo”. Crime de primeira orde. Previndo possíveis distúrbios, mentres os árabes vindimam. A presença destes três jóvenes em qualquer parte de Samária e Judea poderia pôr em perigo a “paz” na área.

(Mas, por suposto, quando se trata de autorizar aos elementos mais extremos da esquerda israeli a manifestar-se em Hebron, incitando aos árabes contra os judeus residentes na cidade e pondo em perigo as suas vidas, bem, esse é-vos outro conto).

As ordes iam assinadas pelo General Gadi Shamni, comandante da região central, mas procediam induvidavelmente de mais arriba, do mais alto nível de Defesa e Inteligência. E são, provavelmente, só o começo.

As novas desbordam-se como um géiser. Barak está falando dos bairros de Jerusalém Leste como parte da capital do Estado palestinião. Ontem [4 de Setembro] soubemos quan generoso é realmente Barak. Subministrando electricidade a Beit HaShalom, embora não sob qualquer circunstâncias. Mas autorizando a entrega aos terroristas de 1.000 rifles mais as suas munições, sem problema [ver entrada a respeito no blogue o passado 5 de Setembro]. E Olmert, junto com o seu melhor amigo (os criminais tendem a se juntarem) Haim Ramon, agarda-se que comeze a negociar o edicto de expulsão/compensação decretado em Gush Katif, mas nesta oportunidade, referido àqueles que vivem em Judea e Samária. A santa doncela de Kadima opõe-se; não, não se opõe ao conceito, senão que mantém que as discussões só podem ter lugar tras o estabelecimento das fronteiras definitivas. Genial!

A sombra da santa doncela -e a sua oposição nas primárias- também se opõe; a discussão não faz senão debilitar as posições de Israel. Que posições? Que negociações, Sr. Mufaz?

E o Likud? Podemos atrever-nos a acreditar em qualquer coisa que digam durante a actual etapa pré-electoral?

(Ainda queda alguma gente sensata no Meio Leste, como o presidente sírio Bashar Assad, que vem de cancelar a seguinte rolda de conversas sírio-israelis sobre o abandono do Golão, devido à “situação política” em Israel. Se pelo menos ele fosse membro do Gabinete israeli!).

Mas o autêntico problema deve ser encarado. E não é a renovada discussão sobre a expulsão/compensação, nem a divisão de Jerusalém, nem sequer os enormes esforços de Olmert por alcançar um princípio de acordo com Abu Mazen prévio às primárias em Kadima.

Não é que Jerusalém não esteja sobre a mesa; está. Não é que Judea e Samária não estejam sobre a mesa; estám. Mas são o aperitivo e o primeiro prato. Não devemos esquecer jamais que o prato principal é A TOTALIDADE DE ERETZ YISRAEL. Isto é o que querem, e não se privam de manifestá-lo.

Tenho um mapa [ver image] procedente da Casbah de Hebron, que é um mapa de “Palestina”.

Do Norte ao Sul, do Leste ao Oeste, todo o Estado de Israel, todo Eretz Yisrael = Palestina. Isso é o que querem e isso é o que pretendem conseguir, e nós seguimos-lhes o jogo.

Não há necessidade de procurar conversas secretas com Abu Mazen, Assad ou qualquer outro. É um aspecto presente permanentemente na nossa realidade. Assim funcionam as coisas. E a pessoa que dirige esta orquestra é Ehud Olmert.

Nada lhe gostaria mais a Olmert que abandoar o seu despacho num aura de glória: um acordo com a facção Fatah da Autoridade Palestiniã, com Síria e, quem sabe, se quiçá realmente está mantendo conversas secretas com nada menos que o Presidente Iranião Mahmud Ahmadinejad?

Para além de tudo isto, devo admitir que o que realmente me irrita mais de Olmert é o seu incrível descaro de iniciar discussões para a expulsão de Yesha só uns dias antes da conclusão do seu catastrófico mandato. Existe um acordo quase unânime de que o abandono de Gush Katif foi um erro desastroso. Muitas, demassiadas, das quase 10.000 pessoas expulsadas das suas casas e trabalhos, estám ainda sem casa nem trabalho. E ainda Olmert e os seus amigos querem repetir. Impossível de entender.

Agás...

Existe uma explicação. Olmert foi um dos primeiros promotores e partidários do fiasco de Gush Katif. As suas decisões durante a Segunda Guerra do Líbano custaram muitas vidas israelis. Está a ponto de ser processado por crimes repulsivos cometidos a título de “servidor público”.

Tudo isso fai-no merecedor de uma espaçoso lugar na mais profunda e escura gruta do porvir. Mas isto semelha não ser suficiente para ele. Simplesmente está procurando um lugar melhor e mais grande no Inferno.



DAVID WILDER

(5 Elul 5768 / 5 Setembro 2008)

A SOCIEDADE BÍBLICA


O Judaísmo é uma religião prática e pensada para os indivíduos. Carece de requisitos ou condições que fagam impossível levar uma vida normal ou que não possam ser observados na realidade. A regulação pormenorizada dá-se só no Levítico e, especialmente, nas interpretações rabínicas tardias; a lei da Torá não é opressiva.

O Judaísmo não é uma religião no sentido tradicional. Os judeus não necessitam acreditar em sucessos sobrenaturais como o nirvana eterno ou a resurrecção de alguém. Inclusso as miragres ostensíveis no Judaísmo devem ser explicadas seguindo as leis da natureza. O Judaísmo é um sistema ético perfeitamente comprensível, evaluável e conscientemente aceitável. Os ateus sentem-se incómodos com a Criação –suprendentemente similar à teoria do Big Bang- mas a questão carece de importância prática. Alguns críticos duvidam que Deus ditasse a Moisês os Mandamentos; mas que variaria o facto de que Moisês já conhecesse as Leis e as tiver escrito para que as aplicassem os Juízes, como dixo Jethro? A fim de contas, o Judaísmo é a Lei; todos os sucessos da Tanaj encaminham-se a demonstrar a validez da Lei. Alguma outra corrente ve o Judaísmo como uma religião pagana cuja deidade tribal favorece a um grupo étnico sobre os demais. Os judeus têm sido o povo escolhido para observar a Lei, e seguirão sendo-o mentres a observem. Contrariamente ao que sucede com o radicalismo sectário, o Judaísmo não é maximalista. O mundo não se divide em bons e máus. Dacordo com a tradição talmúdica, para os homens é suficiente serem numa milêsima parte bons para entrar no reino dos céus. Os Mandamentos não exigem obediência absoluta, no sentido de que a sua eventual transgressão não exclui a rectitude. Quanto mais os observe o homem, mais singelo será o seu caminho. A trangressão dá pê ao arrependemento, encaminhado a não repetir os erros.

Não existe enfado. Deus é tão indiferente à conduta da gente como imutável. Os Mandamentos são instrucções para viver neste mundo. Um pode ignorá-los e encontrar obstáculos constantemente. Esses obstáculos não são a manifestação do enfado de Deus, nem golpes do destino, senão simples leis da natureza que ainda não comprendemos. Os Mandamentos ensinam-nos a viver confortavelmente no âmbito dessas leis; observá-las mantém o caminho livre de estorbos.

Ninguém se queixa das advertências de um electrodoméstico. A precaução é consequência das leis naturais, não uma norma arbitrária. Um pode ignorá-las e tocar o cable pelado. O calambraço não é resultado da fúria, senão o resultado de um fenómeno natural. Os Mandamentos constituim um tipo de aviso semelhante. A gente é livre de observar os Mandamentos ou de rechaçar o Judaísmo.

As pessoas dotadas de livre vontade não necessitam seguir normas arbitrárias e incomprensíveis quando podem eligir (não se pode no caso da lei da gravidade). Mas os Mandamentos não são arbitrários. Os Dez Mandamentos estabelecem uma sociedade justa e eficiente; outras normas, de forma mais ou menos plausível, interpretam essas Dez. Uma pessoa que tropeça com uma interpretação que não lhe agrada tem direito a rechaçá-la, embora não sem grande benefício para a dúvida: pois se a maioria das outras normas são correctas, quiçá a norma em questão só esteja sendo malinterpretada. O autêntico Judaísmo nem sequer ameaça com o castigo depois da morte: os espíritos dos justos e os pecadores moram juntos no sonho eterno, retornando à unidade original onde não existem esse tipo de distinções. O Judaísmo foi concebido como uma religião de livre albedrio, sem a coerção da ameaça ultraterrena ou o soborno de privilégios na vida terrenal. Não por acaso, aos hebreus não se lhes prometeu jamais preponderância nem riqueças, senão o sacerdócio de servir a Deus.

Os valores de liberdade e individualismo, rasgos da moderna paisagem política desde a Guerra de Independência Americã e a Revolução Francesa, já foram declarados há três milheiros de anos no Sinai. As dimensões sociais dos Dez Mandamentos caracterizam qualquer sociedade livre. A teologia judea estipula o livre albedrio e a responsabilidade como as bases das acções humanas. “Não ponhas ao Senhor, teu Deus, a prova” implica que a gente deve responsabilizar-se das suas decisões, e não delegar em orações ou rituais.

O Judaísmo, ao contrário que outras religiões, é ortoprático, basea-se nas acções. Um cristão pode persignar-se antes ou depois de matar; a sua máxima “Amarás ao prójimo” é suficientemente flexível –quiçá, inclusso, tenha matado a algum judeu como prova de amor a Cristo. Os judeus têm mandamentos diáfanos, e um judeu minimamente religioso não pode matar. Na vida familiar, as boas acções são mais importantes que repetir constantemente “Quero-te”. O mesmo se passa na religião.

Observar a ética judaica é o fim primordial; o que importa é o caminho, não as metas como a salvação ou o nirvana. Os judeus estám chamados a disfrutar da vida, fazê-la confortável através da sua ética, e não a esforçar-se em alcançar recompensas no mais alá.

O Judaísmo basea-se em dois princípios: amar a Deus e não perjudicar aos demais. Os Dez Mandamentos só desenvolvem estes princípios mediante normas razoáveis. Os Mandamentos incluim quatro mínimas regras religiosas de sentido comum; de facto as teorias, incluíndo as teorias políticas, também se baseam em axiomas. Os axiomas arredor da democracia, a igualdade e a autoridade do Estado –considerados autoevidentes- são mais ambíguos que os Mandamentos. Outros mandamentos deduzem-se a partir dos Dez, e posteriormente os rabinos deduziram mais normas a partir dos Mandamentos. Deste modo, o kashrut [leis dietéticas] dá pê a interpretar o “Não matarás”, e a partir dos preceptos contra a homosexualidade interpretaremos o “Não cometerás adultério”. É a clássica legislação de três niveis: constituição, leis e decretos governamentais. Estes últimos estám abertos à dúvida, emenda e modernização. Os segundos devem ser ré-interpretados ou às vezes cambiados, embora a cárrega da prova de que são câmbios necessários recai nos que os propõem.O primeiro nível, porém, é imutável, e constitui a base cultural da nação. De maneira semelhante, os Dez Mandamentos são divinos, mas os mandamentos derivados podem ser questionados e as leis rabínicas modernizadas.

Os dois primeiros Mandamentos, amar a Deus e evitar a idolatria, são os axiomas que garantem a aceitação do sistema social da Torá. O socialismo exige amar a igualdade e evitar o interesse próprio. As escolas filosóficas fazem referência usualmente a um fundador autorizado ou racionalizam as suas características. As leis judeas descansam na autoridade divina.

Outros Mandamentos também fomentam o liberalismo, embora certas interpretações podem producir resultados inesperados. Os mandamentos contra a homosexualidade e o bestialismo procedem da proibição do adultério nos templos paganos –não da simples infidelidade- que estava suspeitosamente extendida. As sociedades seculares avançadas frequentemente promovem proibições dos tempos antigos não menos extranhas: Florida, teoricamente, criminaliza o sexo oral. A poucos não perturbaria que a sua mulher copulasse com um touro. Embora, a legislação derivada concerne só aos judeus adultos que pactaram acatá-la. Qualquer que não deseje observar estas normas morais –e ser castigado pela sua violação- é livre de abandoar o Judaísmo. Numerosas leis judaicas são necessárias. Nenhum país se basea na Declaração de Direitos; todos os países desenvolvem sistemas legais. Dizer “Não perjudiques” não é suficiente; às vezes, alguns têm que ser perjudicados para evitar perjuízos a outros. Dizer “Não roubarás” não é suficiente, as sociedades recaudam impostos. Amar-se uns aos outros permitiu aos cristãos assassinar aos judeus. A interpretação das leis pode delegar-se na gente em assuntos religiosos ou privados, mas não na esfera pública.

Arredor de três milheiros de anos depois da sua introducção, os 613 mandamentos [mitzvot] necessitam surpresivamente poucas, por não dizer nenhuma, modificações. Muitos objectam sobre a pena capital para a imoralidade privada; mas esse mandamento, de facto, não é enjuizável já que não pode haver testemunhas que verifiquem a ofensa.

A pesar de que as leis levíticas constituim uma grande parte da Torá, a maioria dos estudosos está dacordo em que foram introduzidas numa etapa posterior e com outras intenções. As leis levíticas apenas afectaram à laicidade antiga, quiçá nem sequer chegaram a ser praticadas na sua totalidade –os requisitos para os sacrifícios eram enormes- e têm pouca significância sem os levitas herditários e o Templo. Os ritos já tinham pouco sentido prático no tempo dos hasmoneos: o Templo, reiteradamente profanado pelos invasores, e os sumos sacerdotes que eram também governantes, e portanto ritualmente impuros.

A prescripção bíblica proibe a monarquia e a democracia de forma parecida. Quando o povo pediu ao profeta Samuel que ungisse um rei para eles, como era costume entre os gentis, este dixo-lhes que um povo livre não podia ter um governante terrenal e enumerou as calamidades e corrupção que traeria um governante: roubaria-lhes fazendo-se ele rico, tomaria as suas filhas por esposas e os seus filhos como soldados em guerras despreçáveis, tratando-os com prepotença. O relato reprovatório de Samuel é verossímil, já que foi escrito no tempo da monarquia. (O Mandamento contra seguir à maioria pela senda do mal, incidentalmente, implica que a conciência é individual, não colectiva, e desse modo rechaça a democracia). A tradição posterior aturou a monarquia partindo duma base de facto: o judaísmo prático regula a maldade que não pode ser erradicada; a actitude judaica face a escravidão é similar.

Quando os hebreus estabeleceram a monarquia, afastaram-se de Deus. Para regressar a Deus, tinham que construir uma socieddae perfeitamente liberal. Deus escolheu os hebreus para estabelecer uma sociedade justa baseada na ética bíblica, e a sua recompensa foi levar uma vida moralmente confortável. Só nas sociedades liberais, a fim de contas, pode a gente percebir o grande legado divino, o livre albedrio só mitigado pela responsabilidade, a pedra angular de qualquer sociedade liberal.

O sistema de comunidades auto-governadas apresentado na Torá é uma alternativa ao governo centralizado. Não há legislação específica; todos estám a salvo das normativas seculares, havida conta de que as proibições bíblicas são suficientemente exaustivas. A justificação para acrescentar normas regulando as novas relações aparecidas posteriormente à Torá não é evidente. As novas leis poderiam ser aceitadas se tivessem sido tão bem pensadas, concisas, e diáfanas como os Madamentos –e não como a legislação moderna- e, o mais importante, aceitadas por, praticamente, a totalidade. O único poder civil naquelas comunidades é um sistema de justiça penal que inclui a violação contratual. Os criminais são detidos ou perseguidos eficientemente. Há vias para cooperar com a justiça doutras comunidades e está prevista a cooperação para repeler em comum a ameaça militar. A opinião pública reside não na massa, senão nos cultivados –ou prudentes e, portanto, com menor possibilidade de errar- e honrados ancianos.

Têm-se escrito volumes sobre a operatividade de uma sociedade liberal e economicamente aberta. A cooperação para a maioria das necessidades municipais reduze-se a zero, já que todo está em mãos privadas. Os Estados modernos têm montões de legislação, que frequentemente tratam de temas de conciência individual. A legislação bíblica é mínima, e dirige-se só ao interesse público, incluíndo a decência elementar, em extremo contraste com a jurisprudência formal de Occidente que amiúde produce uma indústria legal que deriva finalmente em aspectos recónditos, circunvalando frequentemente a lei e deixando o delito impune.

Os tribunais não devem condescender nem com o rico nem com o pobre. A atenção que presta a Torá indica que este aspecto foi habitual. A Torá faz dos juízes o único poder terrenal legítimo. Os juízes impõem proibições às condutas associais –legislação negativa. Os governantes, pelo contrário, tendem a inventar e impôr finalmente obrigas positivas.

O Judaísmo proporciona a mais importante regra de trato social, “Não fagas aos demais o que não queras que te fagam a ti”. Quer dizer, não fagas o mal. Nenhuma outra regulação é necessária numa sociedade liberal. Os teólogos judeus afirmam que todos os demais mandamentos sociais são interpretações derivadas. Devemos ser compassivos e evitar perjudicar aos demais.

O hebreu utiliza a mesma palabra, “avon”, para denominar o crime e o castigo. Para a mentalidade hebrea, ambos eram inseparáveis. Os castigos são simples e lógicos e não carregam a sociedade com o mantimento de cárceres a costa do erário público. As sentenças geralmente são multas que restituem o dano. O tamanho das multas, habitualmente de uma a duas vezes o dano causado, é efectivo e não excessivo. As multas obrigatórias assumem outros actos criminais não castigados. Inusualmente no que respecta ao mundo antigo, não existe mutilação, e o castigo corporal reduze-se a ser açotado um número de vezes calculado para evitar a mutilação. A execução está reservada para delitos violentos e uma ampla gama de crimes religiosos e transgressões menores, embora a cárrega da prova faz que seja quase impossível de levar à prática. O adultério feminino castiga-se com a morte, mas o procedimento legal –dava-se-lhe à acusada “água amarga”, um suave laxante, e era absolvida se não morria tras a ingesta- frustrava sempre a condeia. A Torá também prescreve a morte para as desviações sexuais, mas só no improvável cenário de que o transgressor tivesse copulado com ovelhas (por exemplo) na presença de duas testemunhas.

“Olho por olho” estabelece que Deus castiga as ofensas contra ele, e as transgressões religiosas serão finalmente julgadas no céu. Os religiosos judeus acreditam que são um corpo ante Deus, e que a responsabilidade pelas transgressões religiosas é colectiva. Isso levou a que os sacerdotes instituissem castigos pelas ofensas contra Deus. O castigo originário, “karet”, levava ao exílio aos infractores religiosos e limpava o corpo social tão efectivamente como se os tivessem executado.

Algumas superstições ostensíveis são traducções errôneas. Números 5:2 manda expulsar do lugar não àquele contaminado por tocar um cadavre senão o contaminado por outra pessoa: uma clara referência no contexto dos fluxos. Quando as enfermidades de transmisão sexual eram incuráveis, a expulsão dos portadores era a única eleição.

Os autores sacerdotais da Torá redefiniram as tradições paganas conhecidas, para incorporar a santidade da vida, a comunidade e a cidade, e ao mesmo tempo eliminar alguns castigos. O Corão utilizou tácticas similares. No tempo em que a Torá já fora redigida, Confúcio reinterpretou a adoração ancestral chinesa adaptando-a a uma ética de prática comum. O culto chinês originariamente consistia num sistema de sacrifícios não menos complexo que o prescrito no Templo de Jerusalém. Confúcio, como os autores da Torá, partia do princípio de reciprocidade. Outra correlações não genéricas incluim juramentos de honra e veneração dos ancestros.

Quiçá os autores da Torá ré-interpretaram inclusso a noção de divindade. Os hebreus, como outros povos, acreditavam em forças externas que controlavam as suas vidas. Incapazes de explicar aos hebreus que ninguém está sentado numa nuvem observando-os e guiando as suas vidas, os autores tempranos evisceraram a doutrina judaica de Deus dalgumas noções tradicionais. O versículo inicial do Gênese descreve a Deus como um espírito que se desliza incorpóreo, movendo-se constantemente como um campo de energia.

O Templo era exclussivista não por monopólio económico. O monopólio não supunha nenhuma diferência material para os escassos sacerdotes do período do Segundo Templo. Não podiam comer todos os sacrifícios prescritos. O Templo que descreve a Bíblia dificilmente puido existir –três peregrinagens anuais e o volume imenso de sacrifícios que suporia, eram materialmente irrealizáveis. O facto de centralizar o culto limitava os sacrifícios, conforme a inquietude do judaísmo por levar uma vida santa. Os castigos leves por transgredir o sacrifício –de forma oposta à quantidade de castigos prescritos às transgressões sociais- dá a entender que os sacerdotes fugiam da especulação. Eles estavam acostumados aos primeiros frutos –os piores produtos como as frutas verdes e o pão de primeira fornada- e eram enfermizamente gordos. Incapazes de derogar os ritos paganos aos que a gente estava acostumada, encauzaram e sobrerregularam os ritos para lograr que foram desaparecendo. Os sacerdotes não elaboraram uma religião senão uma ética, e evitaram a emergência de uma casta clerical de mangantes, que de seguro surgiriam se se autorizavam outros santuários.

A Torá afirma pragmaticamente que o único que importa são as acções. Uma pessoa que não rouba é melhor vizinho que um que rouba, inclusso se o primeiro é adinheirado e carece de tentações, e o segundo extremadamente pobre e fosse a primeira vez que roubar. O esforço de este por aproximar-se à rectitude será alabado, mas os seus vizinhos seguirão vendo-o como um ladrão.

Abster-se da maldade é um dever; observar um dever não pode conduzir a uma condea. A polícia não agradeze aos transeuntes cruzar com luz verde. Os comandantes elogiam e repartem medalhas, reconhecendo implicitamente que participar em guerras sem sentido não é um dever. O fracasso no dever não se fai merecedor de gratidão. Os própósitos no Livro não servem de nada: que maldade tens cometido? Quantas vezes um pecado é irrelevante.

É este um enfoque perjudicial para os pobres, que poderiam estar supostamente mais tentados? Quiçá. Mas a propensão a pecar é universal: o rico cai na tentação tão frequentemente como o pobre. Os actos autenticamente reprováveis são poucos –o assassinato, a mutilação, o roubo, mentir num juízo- e tão fundamentais que ninguém tem justificação para incorrer neles.

As sociedades hedonistas, pouco dispostas a sofrer e ver sofrer, interpretam os dictames dos salmos contra os castigos literalmente. O judaísmo equilibra justiça e perdão, juízo e meditação, nos assuntos civis.

O castigo não debe ser relegado para “a outra vida”. Os seres humanos não são rotundamente bons ou máus, mas o juízo eterno é absoluto. As pessoas deveriam castigar as maldades temporais não-absolutas. A gente débil avergonha-se da justiça bíblica participativa onde as testemunhas são as que iniciam a execução, mas essa participação cria comunidade, vizinhos corresponsabilizados em erradicar o crime. O voto é outra forma de construir uma sociedade participativa, de involucrar aos vizinhos em assuntos comuns.

A Torá não fala para nada do perdão divino através do sacrifício, a oração ou a confissão. A gente goça de livre albedrio; Deus não pode mediar nas suas disputas. Só o ofendido pode perdoar o transgressor. Deus perdoa a idolatria, o único pecado contra ele. O perdão alcança-se mediante o arrependemento e a restituição; o perdão é um conceito social, e as suas ramificações teológicas são secundárias. Os castigos criminais instituem-se para vingar às vítimas. Se o criminal se arrepende, a vingança é inecessária, e o criminal compensa à vítima sem necessidade de violência. O assassinato faz impossível a compensação à vítima, e a vingança exige a morte do assassino. O perdão para o assassinato só pode vir através do arrependemento e a morte conjuntamente. O suicídio, nesse caso, debe ser contemplado como uma execução auto-imposta, preferível a viver com uma culpa não expiada.

No Judaísmo o arrependemento é acção, ou, sendo mais precisos, uma contra-acção, uma correcção do mal feito, não um sentimento de culpa. Uma pessoa arrependida debe restituir o dano e a partir de então observar os Mandamentos acatando as leis como um respeitável membro da comunidade.

A doutrina legal da Torá no que respeita à vingança, tem ventagens respeito as doutrinas modernas da compensação. Os Rabinos interpretaram tradicionalmente o “olho por olho” como uma compensação justa, provavelmente porque os tribunais judeus na Diáspora não podiam prescrever castigos corporais. Os transgressores tinham que compensar às vítimas pelos danos, que podiam ser imprevisíveis, toda vez que implicam juízos de valor. Um homem adinheirado podia arrancar um olho a um menesteroso como compensação menor. A Torá oferece uma justiça absoluta: um rascunho num trasto de um pobre não compensa um rascunho na limousine de um rico; mas um olho é igual de valioso para um rico que para um pobre.

As regulações bíblicas contemplam a escravidão como compensação por dévedas impagadas. Esse tipo de dévedas referem-se mais bem às derivadas de malícia ou negligência, que àquelas que foram devidas a circunstâncias inevitáveis. Quando os ingressos pessoais daquele que deve são predecíveis, a acreedor preferirá provavelmente cobrar-se que submetê-lo a escravidão. A déveda não pagada é semelhante a um roubo. Pouco para encarcerar ao ladrão a trabalhos forçados; por que não à escravidão? O conceito bíblico não presupõe uma escravidão vitalícia senão uma espécie de servidume laboral por um período não superior a sete anos. Digamos que é uma obriga do que adeveda de trabalhar pela déveda a discreção do acreedor.

Os processos judiciais da Torá são de sentido comum e evitam que as leis formais tenham que ocupar-se de legislar sobre uma imensa variedade de situações. Os juízes, em muitos sítios, estám autorizados a actuar com grande discreção, procedendo desde considerações subjectivas acordes com o sentido comum, uma flexibilidade esta que detesta a lei formal. Por que não passar-se ao sistema bíblico de mínimas regulações interpretadas por juízes electos, honestos e razoáveis? Os procedimentos modernos baseados nas evidências não diferem muito: dois ou três testemunhas e uma exposição.

A Torá protege os direitos de propriedade, embora incluir no listado à esposa entre outros activos é um pouco extravagante para uma sociedade unisex: “Não codicies a esposa do teu vizinho, o seu asno ou boi”. Dado que outro mandamento proibe o roubo, este proibe a intenção, não a acção. A sua violação é impossível de demonstrar e, portanto, não conleva castigo. “Não codicies” acha-se no centro das relações comunitárias: a inveja destrui a confiança mútua e os vínculos de boa vizinhança. Conforme às ideias liberais, sete dos dez mandamentos formulam só regras negativas: proibições, não-procedimentos, dizendo à gente o que não deve fazer, embora não dizem o que deveriam fazer. O mandamento da observância do Sabat é actualmente negativo: não trabalharás.

O mandamento positivo, amar a Deus, e a base para aceitar os demais mandamentos. Funda a nação. Outro mandamento positivo, respeitar aos pais, funda o grupo social mais próximo. E o terceiro mandamento positivo, amar aos vizinhos, funda a comunidade. A criação é arbitrária e exige mandamentos positivos, axiomas. Note-se a laxitude das obrigas: amar a Deus, respeitar os pais, não perjudicar aos vizinhos.

A moralidade bíblica é coerente com os valores de um individualismo responsável e apela à sociedade só no contexto do trato com criminais e inimigos. Os indivíduos são livres e independentes nos demais aspectos. Feitos à image de Deus, são a finalidade última da ética bíblica.

Os judeus detestam aos outros. Se isto aparenta ser irracional, considerade que todo o mundo detesta a alguém. Não podemos julgar miríadas de pessoas pelos seus méritos individuais, senão que temos que valorá-los como grupo. Os occidentais despreçam os aborígenes. A maioria da gente sente desagrado face os que dão nojo ou, em todo caso, entram em colisão com os seus gostos e moral. Os judeus aderem uma ética peculiar, e por conseguinte, consideram à gente que aceita menos limitações na sua conduta como menos éticas. A ética dos judeus e a dos gentis não é que sejam incomparáveis; mais bem, a ética dos gentis é uma minúscula parte da dos judeus. Os judeus que acreditam na sua ética contemplam racionalmente aos gentis como mais amorais que eles, e uma conduta menos ética constitui uma razão congruente para a censura.

Ser mais éticos que os demais é uma questão absoluta para a existência dos judeus; o Judaísmo foi concebido como uma luz entre as nações. Se todas as coisas servem a uma intenção divina, a razão de ser de todo ser vivo é servi-la excepcionalmente, de um modo que os demais não sejam capazes. Os humanos, por exemplo, têm um propòsito na vida: fazer aquilo que lhe resulta impossível aos animais, como pode ser pensar simbolicamente. De forma semelhante, os judeus existem para fazer aquilo que os gentis não fazerão (e que não se vejam implicações de nenhum tipo na distância entre judeus e gentis, respeito da que há entre humanos e animais). Os judeus não são melhores que os gentis, como os humanos não são melhores que os animais. Os animais superam aos humanos em muitos aspectos, e os gentis aos judeus em muitas fazetas. A sociedade humana, sem embargo, dominou finalmente o mundo animal, e o sistema ético judeu amosa-se superior aos demais na evolução social. Os soldados na avangarda não são melhores que os da retagarda; na linha da fronte, só têm missões mais dificis, e o mesmo se passa com os judeus. As duras exigências das operações na linha da fronte evidencia os erros humanos mais claramente, e a imoralidade judea é mais preocupante que a dos gentis. A imoralidade que se esconde tras a pantalha dos valores elevados é especialmente repulsiva. A distância entre a imoralidade e a moralidade que se debe agardar dos judeus é assombrosa.

Os judeus isolam-se para construir uma sociedade pura, piedosa, focada na santidade da vida. A falha dessa finalidade, o isolamento torna-se em misantropia. A cultura alheia não é negativa, mas corrompe aos judeus distraendo-os do seu essencial objectivo de santidade.

O isolamento é um muro arredor da ética judea. Levado para além, o isolamento degenera em misantropia. O muro levado muito longe perde a sua razão de ser e é esquecido. Para lembrar constantemente o seu muro de isolamento os judeus não têm porque deixar de relacionar-se com outros povos. Só no fundo de uma comunicação considerável em muitas esferas, o rechaço de comunicação no importante âmbito da religiosidade faz-se visível.

O isolamento também debe limitar-se se os judeus são conscientes da sua predestinação a serem a luz entre as nações. A doutrina é passiva: os judeus não necessitam o proselitismo. Devem, sem embargo, resultar visíveis. O isolamento judeu é como um faro, todos o podem ver mas só os que queiram podem se aproximar.

O judaísmo não trata da felizidade pessoal, pois uma espécie de eufória como a inducida pela marihuana seria superior à religião. O judaísmo não trata sobre como fortalecer um grupo, já que a ensinanza sobre a auto-abdicação seria mais oportuna. A mensagem do judaísmo é um equilíbrio de interesses: disfruta da vida, respeita à tua família, não perjudiques aos teus vizinhos, e não idolatres a outros. O mundo real é o lugar mais sagrado, e o Judaísmo o seu manual de instrucções.



OBADIAH SHOHER