SHABAT SHALOM


NÚMEROS 10 : 9

E, quando na vossa terra sairdes a pelejar contra o inimigo, que vos oprime, também tocareis as trombetas retinindo, e perante o Senhor vosso Deus haverá lembrança de vós, e sereis salvos de vossos inimigos.


Depois de que o Governo pugesse fim provissionalmente à debacle etíope anunciando que o abastecimento de cristãos da África (“judeus”?) estava esgotado, Olmert vem de dar o visto bom à imigração de sete milheiros de índios que também reivindicam a sua judeidade. O Ministro de Interior Sheetrit, que exigia o final dos projectos de aliyah, agora aceita a entrada dos bons índios. Desses paganos, 1.400 já estám em Israel.

Uns dos maiores apoios a estes judeus de imitação são os Cristãos Evangelistas, que seguem a tradição institucional de coleccionar relíquias. Os judeus índios e etíopes são para eles uma espécie de esqueleto de Santo Agostinho à idade de doze anos.

Os índios afirmam pertencer ao clão de Menashe, uma obscena pretensão toda vez que já temos judeus menashes no próprio Israel –os samaritãos, gente difamada pelos rabinos, mas provavelmente os melhores de todos os judeus.

Os samaritãos falam um belíssimo hebreu bíblico sem adulterar, fazem sacrifícios em Pesaj, celebram o Sucot de maneira adequada, e, o que é mais importante, jamais têm abandoado esta terra. Ergueram-se em revoltas contra os invasores estrangeiros muito mais frequentemente que os judeus, foram incondicionalmente independentes e aguerridos. Hoje, só sobrevivem uns 700 samaritãos, a maioria em Schem e Holon, e é uma grande tragédia que estes judeus exemplares sejam ameaçados pela assimilação. Na medida em que vos seja possível, visitade-os em Schem para fazer-vos uma ideia do que são os autênticos judeus.


OBADIAH SHOHER

(20 Av 5768 / 21 Agosto 2008)

BOMBARDEAR IRÃO



Não deixo de estar assombrado e avergonhado pela quantidade de expertos que, sem nenhuma informação classificada como tal, fazem confidências prognosticando nos assuntos globais, especialmente naqueles relativos aos EEUU e Israel. Assim que, que pode dizer um simples investigador político como eu quando se lhe pergunta se os EEUU ou Israel bombardearão Irão para evitar o desenvolvimento das suas armas nucleares?

Quase qualquer pessoa que se tome o 11 de Setembro em sério, e que tenha escuitado ao presidente iranião Mahmoud Ahmadineyad jactar-se de ir lograr um mundo sem América nem Israel, deveria admitir que um Irão com armamento nuclear seria uma ameaça para a civilização occidental. Não é necessário ser um grande investigador político para ver que um Irão nuclear controlaria as amplas reservas petrolíferas do Golfo Pérsico intimidando a uma já avondo intimidada Europa. Isto seria suficiente para devastar a economia dos EEUU e conduzir ao último bastião de liberdade e dignidade humana a um misserável final. Ao igual que a Israel, um ataque nuclear massivo condearia-os ao olvido. Fim do judaísmo e do cristanismo.

Daí que se me pergunte: “Lançarão os EEUU ou Israel um ataque preventivo contra Irão, o epicentro do imperialismo islâmico –horror de horrores que faz que o imperialismo da Alemanha názi apareça como um assunto menor na história mundial?”.

No planeta vivem quase 1.500 milhões de muçulmãos, e o número que, de maneira mais optimista, calculamos apoia abertamente a jihad islâmica é do 10%. Imaginade qual seria a percentagem com um Irão nuclear. Qualquer estimação sobre os “muçulmãos moderados” entra no terreo da sandez.

Daquela, que podo dizer de um ataque preventivo dos EEUU ou Israel contra Irão para evitar esta catastrofe? A pesar dos meus sete anos nas Forças Aéreas dos EEUU, uns quantos livros sobre a arte de governar, e quase 29 anos ensinando aos oficiais israelis na Universidade de Bar-Ilan, não estou suficientemente qualificado que os expertos sabe-o-tudo que mencionava acima como para oferecer predicções fiáveis na matéria em questão. Isso sim, o historial e a actitude actual dos líderes americãos e das elites dirigentes de Israel não convidam a pensar que nenhum de eles vaia a lançar um ataque preventivo. Mas, que sucederá amanhã?

Retrocedamos a 1949. Os EEUU tinham daquela um monopólio exclussivo nas armas atómicas. Contudo, e a pesar de que a URSS carecia dum sistema de lançamento, os EEUU não foram quem de prevêr o desenvolvimento por parte dos soviéticos da bomba atómica, que alfombrou a escravidão comunista do Leste europeu durante mais de 40 anos.

Mais recentemente, em Dezembro de 2007, a NIE (National Intelligence Estimate) dos EEUU afirmou que Irão dera por rematado o seu programa de desenvolvimento nuclear em 2003. John Bolton, antigo embaixador estadounidense na ONU, escreveu uma feroz crítica contra o informe da NIE no The Washington Post (7-12-2007). Afirmava, nas suas conclusões: “…a NIE abre a porta para que Irão materialize as suas ambições militares de armamento nuclear com toda tranquilidade, em detrimento de todos nós”.

Este é o motivo pelo qual o Sr. Bolton escreveu uma carta aberta no The Wall Street Journal animando a Israel a lançar um ataque preventivo contra Irão. Afirmava audazmente que os EEUU apoiariam a Israel antes, durante e depois de que um ataque dessa índole tiver lugar.

Sim, mas o Sr. Bolton deveria saber que o Governo israeli, dirigido pelo Primeiro Ministro “estamos-cansos-de-ter-coragem” Ehud Olmert, não é capaz nem sequer de reunir os folgos para lançar um ataque contra a franquícia de Irão em Gaza, Hamas. Milheiros de missis de Hamas têm despovoado a cidade israeli de Sderot, e o Governo israeli ainda, e a pesar da abrumadora superioridade das IDF, não tem movido um dedo. Agardar que este Governo ataque Irão, quando inclusso os EEUU -com muito mais potencial e menos risco- abstém-se de fazê-lo, é pouco realista.

As coisas não semelha que vaiam ir melhor se Olmert é ré-empraçado pela Ministro de Exteriores Tzipi Livni ou o de Transportes Shaul Mofaz. Como membros do ánti-sionista e postmoderno partido Kadima, ambos estám comprometidos na criação em breve dum Estado palestinião em Israel –o qual deveria ser suficiente para amosar que carecem do compromisso moral e a fortaleça como para atacar a Irão.

E que dizer de Binyamin Netanyahu, chamado a convertir-se no em Primeiro Ministro israeli nas próximas eleições nacionais? Gostaria-me poder afirmar o contrário, mas o historial do Sr. Netanyahu não é muito esperançador, embora tão só for porque, como ministro do Governo Sharon, votou a favor da retirada de Gaza, em contra das advertências dos mais altos oficiais da inteligência e o exército israeli.

Para além disso, o seu livro “Uma paz duradeira: Israel e o seu lugar entre as nações”, faz-me suspeitar que foi escrito por americãos, e que o seu autor real se dirigia à humanidade sem fazer ênfase na enormidade diabólica à que se enfrontam tanto Israel como a civilização.

Para sermos justos, porém, devo acrescentar que o livro foi escrito em 1999, quer dizer, antes do 11 de Setembro e antes de que Ahmadinejad tivesse jurado “borrar Israel do mapa”.

Agardamos que o Sr. Netanyahu tenha visto a luz e poda demonstrar a coragem necessária para salvar a Israel – e não só a Israel? Para contestar a isso um debe ser já algo mais do que um simples investigador político.



PAUL EIDELBERG

(20 Av 5768 / 21 Agosto 2008)

HIPOCRESIA COM GEORGIA


Onde temos escuitado isto antes?
O mundo inteiro está horrorizado ante o comportamento russo. Os russos têm inventado uma nova “nação” necessitada de autodeterminação.
Os árabes utilizam o tema do movimento separatista “palestinião” exactamente da mesma forma em que Rússia utiliza os separatistas ossétios; como uma estratagema para destruir a Georgia. Os russos queixam-se de maus tratos face os ossétios, mas importa-lhes bem pouco os abusos sobre os direitos humanos dentro de Rússia, especialmente em Chechênia. Os russos coordinaram movilizações dos separatistas dentro de Georgia para ter uma justificação à hora de invadir. Apelaram os direitos humanos e a autodeterminação como táctica para entablar uma agressão.
Hmmm, onde temos visto isto com anterioridade?

O relato trai à memória decontado dois paralelismos históricos. O primeiro é a campanha da Alemanha názi em defesa da autodeterminação para os Sudetes alemães dentro de Checoslováquia nos anos 30. Alemanha também inventara um “povo” necessitado de autodeterminação dentro dum Estado mais pequeno sobre o que projectava os seus desígnios; inventou e promoveu protestas por violação dos direitos humanos, e logo utilizou as actividades separatistas nos Sudetes como pretexto para invadir e destruir Checoslováquia em pedaços. De nada serviu que os direitos humanos fossem respeitados um bilhão de vezes mais dentro de Checoslováquia que na Alemanha názi. De nada serviu que os de étnia alemã já tivessem o seu próprio país soberano ao que se podiam despraçar se não eram felizes nos Sudetes checos.

O outro paralelismo histórico concerne à invenção do “povo palestinião”. Os árabes utilizam o movimento separatista “palestinião” exactamente igual que os russos fazem com os separatistas ossétios. Os árabes e os seus apologetas inventam histórias de “abusos contra os direitos humanos” de Israel sobre os “palestiniãos” em igual, ou maior, medida que os russos se inventam contos sobre os maustratos de Georgia com os ossétios. Pouco importa que os direitos humanos dos árabes em Israel sejam respeitados infinitamente mais que os dos árabes nos próprios países árabes (e que os não-árabes nos países árabes sejam tratados aínda se cabe pior). O mundo choriqueia pelo “apartheid israeli”, quando na realidade Israel é o único país de Oriente Meio que não está constituído em regime de apartheid.

De facto, os georgiãos pode que tenham alguma vez maltratado aos ossétios e estes estejam amparados por um dreito ainda maior à autodeterminação que os “palestiniãos”. Os ossétios falam a sua própria língua e têm uma cultura própria. Em comparação, os “palestiniãos” são menos distintos cultural e linguisticamente dos árabes de Jordânia, Líbano ou Síria (donde a maioria de eles emigraram a Palestina a finais do século XIX e começos do XX) que os californiãos do resto dos americãos.

E, se o mundo está horrorizado pela agressão russa e o seu comportamento face Georgia, então por que esta mesma gente não está também horrorizada com a agressão árabe face Israel e com um comportamento igual que o de Rússia? Por que todos os que desdenham e se rim do reclamo dos ossétios a autodeterminar-se, não rechaçam também a estratagema estilo názi-Sudetes dos palestiniãos à sua autodeterminação? Por que são os palestiniãos, que goçam de um trato muitísimo melhor que os ossétios e os chechenos, o foco dos mass média nos imaginários maus tratos por parte de Israel?

Onde estám os progressistas escudos humanos bloqueando os veículos militares russos (e georgiãos)?

Onde estám todos esses solidários manifestantes? Como é que esse Movimento Internacional de Solidariedade que disfruta atacando à polícia e às tropas israelis, e servir de escudos humanos para proteger às desvalidas vítimas “palestiniãs” da auto-defesa israeli, não vam a se partir a cara a Ossétia e Georgia para deter às tropas russas, a lançar-lhes pedras e a cantar o “Kumbayá”? Onde estám esses progressistas escudos humanos saboteando e bloqueando os veículos militares russos e georgiãos igual que fazem com os das IDF durante as suas operações? Temem, acaso, não ser atendidos com os mesmos exquisitos modais de gourmett com que são tratados quando os detêm as forças israelis por fazer o gamberro no West Bank?

Por que estes esquerdistas não estám fletando barcos para romper o bloqueio russo sobre a costa de Georgia, do mesmo modo que o fazem aquí para abastecer aos terroristas de Hamas em Gaza? Onde estám as Rachel Corries, por que não estám desafiando aos bulldozers russos? Por que os Anarquistas Contra o Muro não lançam alguma iniciativa em Tblisi para desafiar às tropas russas que estám levantando empaliçadas entre Abjázia e Ossétia? Por que os professores israelis da esquerda não levam a cabo leituras de poesia pró-Ossétia e marchas de solidariedade em Tblisi?

A hipocresia da esquerda semelha não ter limites.


STEVEN PLAUT *
(19 Av 5768 / 20 Agosto 2008)



* Steven Plaut é professor na Universidade de Haifa, e colaborador habitual de The Jewish Press e Front Page Magazine.

POR QUE ACOSAR OS HAREDIM?



A actitude dos israelis respeito dos ultraortodoxos judeus é semelhante ao ánti-semitismo da Diáspora. A distância entre os tradicionalistas israelis e os haredim ultraortodoxos lembra a que há entre gentis e judeus. Os haredim são rechaçados em Israel por serem demassiado judeus. Os tradicionalistas israelis sentem-se de segunda categoria comparados com os haredim. À maneira dos ánti-semitas, alguns israelis adoptam a actitude de “ódia àqueles que te detestam”. Deste modo, surgem propostas tipicamente ánti-semitas de assimilação forçosa para os haredim. A proposta mais chamativa é a de forçá-los a server nas IDF. Muitos servem voluntariamente, e com grande distinção. É certo que há muitos hipócritas entre os haredim, como em qualquer sítio, e alguns judeus unem-se a eles para evitar o serviço militar; mas a maioria dos ultraortodoxos sustentam a nação judea de uma maneira mais importante que mediante as armas: ensinando judaísmo 16 horas ao dia. Em certo sentido, os haredim fazem por os judeus o trabalho reservado nas famílias tradicionais às mulheres: os homens trabalham e defendem, mentres as mulheres mantêm o coração do fogar. Os haredim preservam algo mais importante que as fronteiras israelis: o judaísmo estrito. Os judeus podem argumentar o que queiram sobre se a visão ultraortodoxa do judaísmo é correcta ou não, mas é inegável que está mais protegida de influências externas e blindada ante a assimilação. Outros judeus santificam a democracia, a cultura pop, emigram, se convertem baixo ameaça –mas o haredim não. Poderiam permanecer entre árabes hostis ou outras nações e manter o seu judaísmo orgulhosamente caminho da horca. Isso seria pior que os subsídios que possam receber actualmente.

Inclusso desde uma dimensão racional, o acoso a que estám submetidos os haredim é irracional. A URSS eximiu aos estudantes universitários da conscripção militar; os haredim provavelmente estudam uma matéria não menos importante que qualquer questão secular. Os haredim não podem ser chamados a compartir equitativamente a carga criada pelos esquerdistas. Os ultraortodoxos não consentem que os árabes se instalem no meio deles, nem provocam aos palestiniãos com intermináveis concessões, e não aprovam o direito ao voto dos árabes no Estado judeu; muitos haredim nem sequer desejam um Estado judeu, e por uma boa razão: uma autonomia judea num Estado palestinião poderia ser muito mais judea que na esquerdista Israel. Os haredim não reconhecem à Israel secular, mas recebem subsídios dela; já postos, retiremos os subsídios antes que obrigar aos haredim a servir forçosamente no exército. Os subsídios são o meio que utiliza o Governo para sobornar aos haredim para que não alborotem demassiado ante a política ánti-judea do Estado. Eles obtêm a sua parte do trato e não estám em déveda pelo pago.

Outros israelis molestam-se quando os haredim recebem subsídios governamentais mas não têm que servir nas IDF. É uma inquietude legítima, mas comezemos pelos árabes que recebem muito mais que os haredim, não servem nas IDF nem pagam impostos, e são abertamente hostis ao Estado judeu.

Opôr-se aos haredim, mentres toleramos aos árabes, não é hipocresia, senão ánti-semitismo.



OBADIAH SHOHER

GESTOS


Esta tarde um grupo de pessoas reuniram-se no velho cimitério judeu de Hebrão para participar num serviço em memória do aniversário do assassinato do residente em Hebrão Elazar Leibovitch, há seis anos. Assassinados ao mesmo tempo foram três membros da família Dickstein –a mãe, o pais e um jovem filho.

Elazar Leibovitch foi assassinado, segundo o calendário hebreu, no dia 17 do mes de Av. Na mesma data, e quase à mesma hora, Shmauel HaLevy Rosenhaltz, chamado “O Matmid” –o perpétuo estudante-, foi a primeira vítima das revoltas e massacre de 1929 em Hebrão. Ao dia seguinte, outros 66 homens, mulheres e crianças foram assassinados. Amanhã um grupo de gente reunirá-se no mesmo cimitério, a só uns metros da tumba de Elazar, e lembrarão o 79º aniversário de tão terrível sucesso.

Esta semana o Governo israeli decidiu comemorar estes dois eventos de uma maneira excepcional. Aprovaram libertar 200 terroristas, como gesto de “boa vontade” face o negador do Holocausto, Abu Mazen, actual cabeça vissível da autoridade palestiniã. A fim de expressar o seu apoio a um tipo que ódia aos judeus respeito de outros que também ódiam aos judeus (Hamas), o Governo israeli libertará 200 terroristas da sua prisão. Não só Israel não vai obter nada a câmbio; nem sequer tem reclamado nada a câmbio. Que poderia Israel atrever-se a reclamar? Quiçá coisas insignificantes, como a plena cooperação de Abu Mazen para lograr a libertação do prisoneiro de guerra israeli Gilad Shalit. Mas não, seria demassiado pedir. Esta vez Israel tem que entregar algo a câmbio de nada, demonstrando assim aos seguidores de Abu Mazen -e aos que não são tão seguidores- o bom que ele é, o poderoso que é, quanto pode retorzer o longo braço do inimigo sionista logrando que soltem a uma legião de assassinos. Sem pagar preço algum.

Por suposto que, na sua opinião, isto não é suficiente. Todos os prisoneiros devem ser libertados, incondicionalmente. Mas, este é um bom começo, um passo na direcção adequada.

Esta é a forma em que a administração Olmert está celebrando o 79º aniversário das revoltas de 1929, instigadas e iniciadas por Amin el-Huseini, que mais tarde se reuniu com Hitler em Berlin, formou as Brigadas Muçulmãs, e elaborou planos para aniquilar a todos os judeus que viviam em Eretz Yisrael, quando agardavam que Rommel a invadira durante a 2ª Guerra Mundial. O sucessor directo de Amin el-Huseini foi o predecessor de Abu Mazen, Arafat. Abu Mazen intenta seguir firmemente as suas pegadas.

Porém, a decisão governamental não foi suficiente para celebrar tão sinalada ocasião. Tinham que ir um pouco para além, clavar o coitelo um pouco mais adentro.

A regra habitual no referente à libertação de presos ao longo dos anos tem sido evitar a libertação de terroristas com “as mãos tingidas de sangue”. Noutras palavras, aqueles que só ajudaram, ou que apenas intentaram matar mas sem éxito, e casos semelhantes, recebiam o visto bom para ser libertados. Mas aqueles que apretaram o gatilho, esses eram outro conto. Isso era o habitual, até hoje. Por vez primeira, o Governo israeli decidiu libertar a um par de “autênticos terroristas”, dos que chegaram até o final, e perpetraram o nojento acto até o seu máximo grau.

Assim que, quem está sendo libertado para celebrar o aniversário dos assassinatos de Hebrão? Um dos dois é Ibrahim Mahmoud Mahmad, quem vinte anos atrás assassinou a Yehoshua Saloma, um jovem estudante da Yeshiva de Kiryat Arba. Saloma, um recém chegado imigrante de Suécia, que viajou só a Israel, entrou em Hebrão desde Kiryat Arba para comprar alguns frutos secos com os que celebrar a festividade de Tu B’Shvat. Mentres fazia a compra na Kasba de Hebrão, foi brutalmente assassinado pela espalda por Ibrahim Mahmoud Mahmad. Saloma já está morto. Mahmad está ainda vivo; e se Olmert e os seus aliados têm oportunidade, estará em liberdade muito cedo. Esta é a mensagem dirigida ao mundo que Israel está proclamando nos dias em que Hebrão rememora o assassinato de 68 judeus às mãos dos árabes: 67 em 1929, e Elazar Lebovitch, há seis anos.

É importante sinalar: Yehoshua Saloma foi o primeiro judeu assassinado em Hebrão desde as revoltas de 1929. O seu ejecutor está a piques de ser posto na rua pelo Governo israeli. Podedes imaginar a Israel libertando a algum dos bárbaros que figeram uma carneçaria de judeus durante as horas daquele sábado de verão em 1929? Qual é a diferença entre os selvagens de há 79 anos, os bárbaros de há 20 e os de há tão só 6, ou os bárbaros de hoje?

Qual é a diferença, perguntades? Muito simples. Em 1929 podíamos (com toda justiça) botar a culpa aos britânicos.

Hoje, a quem podemos culpar? Só necessitamos olhar no espelho e sinalar com um dedo à image reflexada.

Mas, uma vez mais, é tão só um gesto.



DAVID WILDER *

17 Av 5768 / 18 Agosto 2008


* David Wilder e membro da comunidade judea de Kyriat Arba e promotor do Hebron Internet Project

MODELOS DE GUERRA


A Alemanha názi jamais atacou, matou ou feriu a um só cidadão no continente americão. Desde que os EEUU declararam a guerra à Alemanha, bombardearam os seus centros industriais e civis, invaderam o seu território, embora não antes de invadir e libertar a França –com o custe necessário de matar civis. A política de guerra americana?: “Rendição incondicional”. O ressultado?: Alemanha rendeu-se incondicionalmente.

Corea do Norte, um satélite soviético, nunca atacou, matou ou mutilou a um só cidadão em território americão. Desde que os EEUU, sob os auspícios da ONU, declararam a guerra contra Corea do Norte (a mais de 10.000 kilómetros de distância), bombardearam e invadiram o seu território, matando a vários milheiros de civis no processo, até que foram expulsados pelos chineses. A política de guerra americana? Restauração do status quo anterior. O ressultado foi precisamente esse: Corea permaneceu dividida; os EEUU não ganharam a guerra nem a perderam –agás milheiros de soldados americãos.

Vietnam do Norte, outro cliente soviético, jamais atacou, matou ou feriu um só cidadão em solo dos EEUU. Desde que os EEUU declararam a guerra contra esta distante nação, bombardearam por ar e mar, mas, significativamente, abstiveram-se de enviar forças terrestes. A política de guerra americana?: retirada das tropas comunistas de Vietnam do Sul e restauração do status quo anterior. O ressultado?: uma “solução política” deixando aos comunistas no Sul. Depois de um “decoroso período”, o cliente soviético conquistou ao aliado dos EEUU.

Agora um breve comentário sobre estas três guerras, examinadas em orde inversa.

Tanto como cidadão privado como candidato a Presidente, Ronald Reagan julgou a Guerra do Vietnam como “imoral”. Por que? Porque se baseou no que ele e outros denominaram uma política de “não vitória” (precisamente a política dos governos israelis). Informado por opiniões de expertos militares, o Sr. Reagan aderiu à posição de que se duas divisões dos EEUU tiveram sido desembarcadas em Vietnam do Norte em 1965 –e naquela altura não havia motivos para temer uma intervenção chinesa- a guerra teria rematado enseguida.

Mais de 50.000 americãos não teriam perdido a vida. Vietnam do Norte e do Sul não teriam sofrido um milhão de baixas. Vietnam do Sul não teria que ter estado vivendo sob uma tirania comunista.

E o mundo, tão quisquilhosamente consciente dos danos civis ressultantes dos ataques de Israel contra os terroristas árabes, não teria sido testigo –sem amosar nem um gesto contra a atrozidade moral- do genocídio criminal estimados nuns três milhões de homens, mulheres e crianças em Camboya.

Volvendo à Guerra de Corea, a maioria das baixas americanas tiveram lugar durante as prolongadas negociações com os comunistas em Panmunjom. Não é singelo –inclusso soe ser absurdo- negociar com comunistas, ou com qualquer grupo ideologicamente chamado à tua destrucção final. Com isso como objectivo final, esse tipo de inimigos são infinitamente mais pacientes que os políticos democratas. Para além disso, eles não têm que preocupar-se pelas próximas eleições, a opinião pública ou a percepçãp que podam obter os jornalistas que contam árvores em vez de mirar o bosque. Não têm que preocupar-se pelos pacifistas, esquerdistas, corporações multinacionais e, embora seja triste de dizer, os oportunistas dos partidos rivais e os interesses pessoais.

Não é singelo negociar com comunistas que despreçam o prejuízo burguês de que todos os conflitos podem ser amanhados por médios pacíficos. Assim, os comunistas prolongaram indefinidamente as negociações de Panmunjom, agardando que os elementos divisivos figessem o seu labor por eles nos EEUU.

O único que os comunistas (e os seus homólogos árabes) respeitam é a força. Tratando-se desta gente, nada é pior que a amabilidade – ou o que os democratas chamam “auto-contenção” ou “moderação”, qualidades que são traduzidas como debilidade por estes inimigos da democracia.

Se algum conflito refuta a manida expressão de que a guerra não ressolve os problemas, esse é a 2ª Guerra Mundial. Essa guerra teve como ressultado a destrucção da que era naquele então a tirania mais perigosa sobre a terra: a Alemanha názi.

Hoje, se Israel procurar um modelo de fazer a guerra contra os sucessores dos názis –não só Hamas, mas também a Autoridade Palestiniã que tanto adora Condoleezza Rice- seguramente um não recomendaria o modelo vietnamita concebido por Henry Kissinger, e pelo que recebeu um Prémio Nobel da Paz. Os Acordos de Vietnam deixaram 140.000 tropas comunistas afincadas em Vietnam do Sul. Também não recomendaríamos o modelo coreão, no que as intermináveis negociações derivaram na simples restauração do status quo prévio.

Se algum modelo é apropriado, no que respeita aos implacáveis inimigos de Israel, é o modelo utilizado pelos EEUU contra a Alemanha názi.



PAUL EIDELBERG

(Tammuz 5768 / Julho 2008)


A negação é um mecanismo psicológico bem conhecido. Surge um problema que nos ameaça; o indivíduo nega o problema durante um determinado período de tempo, mas finalmente estoira-lhe no rosto.

Os israelis acham-se estancados na negação no que respeita aos árabes que vivem em Israel. Tras contemplar a gravação de uma recente manifestação de árabes israelis em Haifa, decatei-me que é chagado o momento de afrontar esta questão, sabendo de antemão que é um tema que muitos temem abordar. Vemos moreas de árabes agitando bandeiras palestiniãs e coreando consignas ánti-israelis. Velaqui uma passagem do artigo de Boaz Golan que acompanha a gravação:

“Esta irritante manifestação durou vários dias. Uma manifestação palestiniã contra o Estado, contra o povo judeu. Contra mim e contra ti. As bandeiras palestiniãs agitadas no rosto dos transeuntes. Gaza está aquí, em Haifa, no teu próprio fogar! Os condutores judeus passam fazendo soar as suas buzinas, e dizendo-lhes: “Ide para Gaza”, mas a turba de árabes segue a berrar os seus eslogans contra o Estado, e não têm medo de berrá-los bem alto: “Beirut, Damasco, Palestina…”.

A manifestação de Haifa é, por suposto, só um mais dos muitíssimos exemplos do dramático aumento do extremismo nacionalista dos árabes israelis, que se exprime não só em eslogans ánti-israelis, mas também em sabotagens contra judeus. Naturalmente, diante de todos estes episódios, a força da lei israeli não move um só dedo.

Em Akko (Acre) e em Jaffa, os árabes israelis atacam a judeus. Ninguém diz nada. Recentemente, soubemos de apedramentos de veículos judeus por árabes israelis em Galilea. Isto dificilmente chega aos titulares. Imaginade o que diriam os mass media se um judeu tirasse pedras aos árabes.

O ano passado, dúzias de judeus celebraram o Dia da Independência num bosco de Megiddo. Um grupo de árabes israelis chegaram com bandeiras de Palestina, montados a cavalo, e obrigaram aos judeus a marchar, Excepto a página web de ARUTZ SHEVA, cobriu alguém este incidente? Não é preciso dizer que a polícia não deteve nem sequer a um só alborotador árabe.

Não nos confundamos. Ao contrário do que sucede noutros países, onde as minorias agem com respeito e submissão ao país anfitrião, uma considerável parte dos árabes de Israel agem como se fossem os senhores desta terra; mentres que os judeus somos uma espécie de estrangeiros que os molestam.

É este o Estado judeu que sonharam os fundadores?

O Governo israeli, no relacionado com estas questões, tem uma curiosa postura. Uns dias atrás informou-se-nos de que o Ministério de Interior estava ultimando o estabelecimento de uma nova cidade árabe, aparentemente em Galilea. “Nenhuma nova cidade árabe se tem estabelecido desde a fundação do Estado”, disseram os titulares jornalísticos. Certamente, não há melhor maneira de retratar ao Governo israeli na celebração do 60 aniversário do Estado judeu: um Governo que congela toda construcção promovida por judeus em Judea, Samária e inclusso na capital Jerusalém, e que em vez disso canaliza os seus recursos e dinheiro a estabelecer uma nova cidade árabe. Não sei se rir ou chorar amargamemnte.

Os árabes e a esquerda estám exultantes de júbilo, por suposto. Mas por que permanece o campo nacional em silêncio? Onde estám as protestas? E, para além disso, que significa “uma cidade árabe”? Ponherão um letreiro à entrada da cidade que reze “Proibida a entrada a judeus”? Existe actualmente alguma “cidade judea” no Estado de Israel? Os árabes podem viver em qualquer cidade de Israel. Os árabes vivem em Haifa, Tel Aviv, Ramat Gan, Jerusalém e, depois do mandato ánti-sionista de Aharon Barak, também se instalaram em Katzir e Harish.

Se os judeus, pelo contrário, quigessem comprar em Umm el-Fahm, Daliyat al-Carmel, Baka el-Gharbiye, ou qualquer outra vila de Galilea ou do Negev, está claro para todos que mereceriam ser objecto de um progromo, como o protagonizado pelos drusos há uns meses a fim de convertir a cidade de Pek’in em “judenrat”.

A esquerda diz-nos que devemos “separar-nos nós próprios” de Judea e Samária para preservar Israel como um Estado judeu. Esta, porém, é a falsa propaganda da esquerda ánti-judea. Esquerda que sonha com a destrucção dos assentamentos judeus em Judea, Samária e Gaza por nenhuma razão mais que o ódio face os colonos, e que tratam de levar adiante o seu sonho mediante eslogans vazios. Os árabes de Judea e Samária não constituim uma ameaça para Israel. Não são cidadãos. São especificamente os árabes de Israel os que ameaçam Israel como Estado judeu.

Por que não há ninguém no nosso bando que proponha uma solução à questão dos árabes israelis num país que aspira a ser um Estado judeu? A Iniciativa do Rabbi Ben Elon refere-se aos árabes de Judea, Samária e Gaza, mentres que a ideia do “intercâmbio de territórios” propugnada por Avigdor Lieberman seria categoricamente rechaçada, toda vez que faz menção a entregar partes da terra de Israel aos árabes.

O único que se atreveu a mencionar a questão foi o Rabbi Meir Kahane, de bendita memória, que Deus vingue o seu sangue. Em 1980, quando estava na prisão de Ramle, escreveu um livro intitulado “Devem marchar” (o título em hebreu era “Aguilhões nos vossos olhos”, tirado do verso do livro de Números [33:55]: “Mas se não lançardes fóra os moradores da terra de diante de vós, então os que deixardes ficar vos serão como aguilhões nos vossos olhos, e por aguilhões nas vossas virilhas, e apertar-vos-ão na terra em que habitardes”).

Baseando-se na halajá judea, e apoiando-se em dúzias de exemplos históricos de outros povos que lutaram com minorias hostis que viviam no seu médio, Rabbi Kahane propus que nos separássemos dos árabes. Só desta maneira poderá sobreviver Israel como Estado judeu. Os detalhes do plano e as formas de levá-lo a cabo estám expostos no seu livro. A pesar de ter sido escrito em 1980, é ainda extremadamente relevante.

Podemos aceitar ou rechaçar o escrito por Rabbi Kahane, mas uma coisa está clara: não podemos seguir ignorando esta questão. Se seguimos soterrando a cabeça na areia, um dia acordaremos depois de umas eleições e escuitaremos ao locutor dizer nas notícias: “Trata-se de um terremoto! Depois de que já foram eleitos alcaides em Haifa, Beersheva e Jerusalém, hoje tem sido escolhido um Primeiro Ministro árabe em Israel! Mabruk e Salaam Aleikum!”.

E que fazeremos então?

Certo, muita gente tem medo de tocar este tema por temor a ser acusada de ·razismo”. Mas não podemos renunciar a um Estado judeu por “medo a ser razistas”. Se um ministro do Governo israeli não é acusado de razismo por estabelecer uma cidade árabe “livre de judeus”, e se todos os membros do Governo Sharon que expulsou aos nossos irmãos de Gush Katif e o norte de Samária só por serem judeus, não foram acusados de razismo, daquela estou segura de que o cárrego de razismo não será esgrimido contra aqueles que propõem destituir o Governo actual e ré-empraçá-lo por outro que enarbole a bandeira de um autêntico Estado judeu. Quer dizer, soberania dos judeus sobre toda Eretz Yisrael e controlo judeu do seu futuro. Na medida em que a minoria árabe hostil não esteja dacordo com isso, qualquer pessoa comprenderá que a separação é a única solução: os judeus em Eretz Yisrael, e os árabes nos países árabes.


NADIA MATAR *
(2008)



* Nadia Matar é dirigente de Women’s for Israel Tomorrow (Women in Green), uma das organizações que lideraram a luta contra a evacuação de Gush Katif e a limpeça étnica contra os judeus nos assentamentos. Foi detida e processada pelo Governo de Ariel Sharon para escarmentar o movimento contrário à desconexão.

A ARTE DA GUERRA



-I-

“A arte da guerra” de Sun Tzu, escrito arredor do ano 500 a.e.c., é o tratado militar mais antigo do mundo. Inclusso agora, depois de vintecinco séculos, os princípios básicos desse tratado seguem sendo uma guia válida de comportamento na guerra.

Quiçá Sun Tzu seja poida ser de interesse para o Estado Maior das IDF, em vista da Guerra Terrorista Árabe iniciada em Setembro do 2.000. Desde então mais de 1.600 judeus têm sido assassinados e muitos milheiros mais têm sido feridos e mutilados pelos terroristas árabes.

Remetendo-se à limitada resposta das IDF a esta vaga de terrorismo árabe, o antigo primeiro ministro Ariel Sharon dixera “a auto-contenção é fortaleça”. A primeira vista, um suspeitaria que o Sr. Sharon estava sob a inspiração do Sermão da Montanha. Poderia ser, sem embargo, que tivesse tirado o aforismo de “A arte da guerra” de Sun Tzu –ou mais bem, de uma interpretação errônea desse tratado. Sun Tzu teria feito uma exposição geral ao começo, “a timidez de uma doncela”-para sonsacar ao inimigo-, mas desde esse momento teria emulado a ferozidade de um lião.

Pelo contrário, o Primeiro Ministro Ehud Olmert está emulando um gatinho. Em vez de destruir o inimigo –especialmente a arrogância árabe- está seguindo a política de auto-contenção, permitindo que os que ódiam Israel tenham mais tempo para denunciar ao Estado judeu e deter a sua ofensiva. Se Olmert tivesse uma pizca de coragem, daria orde às IDF de arrasar ao inimigo numa extensão que gravasse a fogo na conciência árabe a lição: nom jogues com Israel.

Por suposto que, quando as forças do inimigo excedem às tuas ou ocupam um território superior, a auto-contenção é sinônimo de prudência. Mas quando esta situação é a contrária, auto-contenção é sinônimo de debilidade. De facto, Sun Tzu chega ao ponto de dizer: “Se combater pode conduzir de maneira provável à vitória, então deves combater, inclusso quando o teu governante o proiba”. Isto significa que as IDF, ou mais concretamente, O Chefe do Estado Maior deveria ignorar a timidez do Governo Olmert e destruir o inimigo.

Sun Tzu insiste neste princípio. Referindo-se às distintas formas em que “um Governante pode trair a desgraça sobre os seus exércitos”, e portanto sobre o seu povo, Sun Tzu prevém ao Governante contra “todo intento de dirigir um exército igual que se administra um reino”. Embora “na guerra, o general recebe as ordens do soberano” “debe vencer a quem contrapõe capazidade militar e não deve ser interferido nem pelo soberano”. Sun Tzu faz ênfase em que há ocasiões nas que inclusso “as ordens do soberano não devem ser obedecidas”.

Por suposto, isto violaria o princípio de subordinação militar à autoridade civil –um princípio que as elites políticas de Israel deveriam proclamar para preservar a sua reputação democrática, especialmente no que respeita aos EEUU. Não importam as baixas ou sacrificar soldados judeus no altar do Poder Representativo.

Sun Tzu não se tinha que preocupar pelos jornalistas ou os humanistas que fazem que uma conducta racional na guerra seja inviável, e que para além disso o único que logram é prolongar as massacres. Quando o Almirante dos EEUU Bull Halsey dixo “Golpeade forte, golpeade rápido, golpeade sem trégua”, simplesmente se fazia eco dos conselhos de Sun Tzu.

Lêmos na Torá “Quando lutes com o teu inimigo” (Deuteronómio 20:1). Os Sábios perguntam: “Que significa com “o teu inimigo””? Contestação: “Dixo Deus, “confronta-te a eles como inimigos. Igual que eles não têm piedade, não tenhas tu piedade””.

Sun Tzu estaria horrorizado da celeridade com que os Governos israelis entablam os alto o fogo ou tréguas, que permitem que os terroristas árabes se ré-agrupem e acumulem armas em maior quantidade e efectividade. Sun Tzu propugna o ataque ininterrompido. Opõe-se inequivocamente às guerras prolongadas: “Não existe nenhum exemplo -diz- de um país que se tenha beneficiado de uma guerra prolongada”. Mas as guerras prolongadas são o resultado inevitável da política, pretendidamente humanitária, de auto-contenção propugnada pelos governos israelis. Observemos como tem praticado desde sempre Washington a auto-contenção: Hiroshima e Dresde.

-II-

Alguns anos atrás, mentres dava classe a oficiais na Universidade de Bar-Ilan, decatei-me que no Colégio de Mando e Direcção não se ensinava a Carl von Clausewitz (1780-1831), um dos maiores investigadores militares. À vista está, como claramente esteve à vista durante a Segunda Guerra do Líbano.

O clássico de Clausewitz “Sobre a guerra” é tão válido para a guerra de insurgência como para a guerra nuclear. Por exemplo, e em contra do que sustentam os democráticos humanistas (incluíndo não poucos oficiais generais das IDF), Clausewitz adverte, “…em coisas tão perigosas como as guerras, os erros derivados do espírito de benevolência são os piores”.

As IDF acham-se contaminadas pelo absurdo princípio de que “a auto-contenção é fortaleça”. Imaginem ganhar uma guerra contra os yihadistas aplicando este princípio. Pois esta tem sido a guia principal de um governo israeli tras outro, quando menos desde que a Guerra de Terror de Arafat estoirou em Setembro de 2.000, uma guerra que continua oito anos depois.

É absolutamente óbvio que os governos israelis não têm intenção de ganhar esta guerra: de derrotar totalmente ao inimigo no menor tempo possível. É óbvio que os governos israelis não comprendem os princípios básicos da guerra, multiplicando em consequência o número de baixas judeas. Repasemos os princípios de Clausewitz.

Clausewitz define a guerra como “um acto de violência dirigido a obrigar ao nosso oponente a cumprir a nossa vontade. A violência é o médio; o submetimento do inimigo à nossa vontade o objectivo final”. Na medida em que o inimigo permaneça armado, agardará o momento idôneo para passar a acção.

O objectivo último das guerras é político. Para alcançar plenamente este objectivo, o inimigo debe ser desarmado. Desarmar o inimigo “é, portanto, o objectivo imediato das hostilidades. Toma o lugar do objectivo final, que é posto a um lado como algo que podemos eliminar em base aos nossos cálculos”. Noutras palavras, o primeiro é desarmar ao inimigo, submetê-lo à nossa vontade. A política vem depois.

Clausewitz avisa: “Os filántropos podem pensar que há um método muito habilidoso de desarmar e derrotar a um inimigo sem necessidade de grandes derramamentos de sangue, e que essa debe ser a tendência do Arte da Guerra. Sem embargo, por muito plausível que isso pareça, é um craso erro que debe ser extirpado; já que em coisas tão perigosas como as guerras, os erros derivados do espírito de benevolência são os piores”.

Clausewitz não defende as matanças indiscriminadas. Advirte, sem embargo, que “aquele que usa a força implacavelmente, sem indecisões ante o sangue derramado, obterá grande superioridade respeito um adversário que ponha menos vigor na sua aplicação”. “Não acreditemos nos Generais que logram conquistas sem sangue. Se uma matança sanguenta é um facto terrível, este é um motivo mais para ter mais respeito à guerra, mas não para fazer que a espada que alçamos esteja cada vez mais desafiada pelos sentimentos humanitários, até que alguém chegue com uma curtante e afiada e segue os braços do nosso corpo”.

Segue-se que um Governo que persegue a moderação ou a auto-contenção como um princípio militar padece degeneração mental, e que qualquer general que obedeça passivamente a um tal Governo é um cobarde que não se preocupa pelo benestar da sua tropa oo o seu povo. Como qualquer general digno de vestir o uniforme do seu país sabe, a capazidade de resistência do inimigo debe ser totalmente esmagada.

Mentres, o PrimeiroMinistro –se é um homem de Estado e não um politicastro- debe fortalecer a confiança e determinação do seu povo. A gente debe acreditar na justiça da causa do seu país e comprender a importância da vitória, ao igual que as consequências da derrota.O homem de Estado debe amosar sabiduria, firmeça e claridade.

E aquí é onde Olmert, seguindo a Sharon, anuncia o desastre. O seu objectivo político é criar um Estado palestinião. Para o qual necessita um “sócio nas negociações” –Mahmoud Abbas é a sua eleição actual. E devido a que defendia um Estado palestinião, para o que necessitava um “sócio nas negociações”, Sharon não destruiu no seu momento a rede terrorista árabe em Judeua, Samária e Gaza. Este é o motivo de que empregara médios limitados: assassinatos selectivos e a destrucção de um punhado de casas árabes –mas nunca um ataque a grande escala para ganhar a guerra, nem tão devastador como para erradicar o desejo do inimigo de ré-tomar a guerra durante um cento de anos –como as potenças aliadas figeram na Alemanha e os EEUU em Japão.

Se Sharon tivesse destruído o inimigo, como poderia ter feito nos dias depois do 11 de Setembro, qualquer protesta internacional que se tiver producido teria remitido numas semanas, e a gente de Israel teria volto a caminhar erguida, orgulhosa e segura do futuro de Israel.

Epílogo:

Os gilipolhas falam de “guerra post-heróica” e da necessidade de ganhar os corações e as mentes. Os corações e as mentes de quem? Necessitamos homens de Estado e generais que se preocupem infinitamente mais pelos corações e mentes do nosso próprio povo que dos dos nossos inimigos, incluíndo àqueles enganosamente denominados “civis”.

Lembro novamente ao General George S. Patton, o mais temido, exitoso e erudito general americão na 2ª Guerra Mundial, que escreveu: “Quando o inimigo berra prudência aos quatro ventos, uma perseguição violenta ponherá fim ao espectáculo, A prudência conduze sempre a uma nova batalha”. “Guerra significa combater. Combater significa matar…Encontrar o teu inimigo, atacá-lo, invadir o seu território e provocar um inferno mentres estejas nele”.

Audázia, audázia, audázia! era o lema de Federico o Grande, que Patton fixo seu. O lema das elites dominantes em Israel é Prudência, prudência, prudência! –ou Medo, medo, medo!, que diria eu.


PAUL EIDELBERG *

(Tammuz 5768 / Julho 2008)



* Paul Eidelberg é presidente e co-fundador de The Foundation for Constitutional Democracy. Liderou o partido Yamin, que convergeu nas últimas eleições à Knesset com a Fronte Nacional Judea (Hazit) de Baruch Marzel.

VIVAMOS SOS


“Então o Senhor teu Deus te fará voltar do teu cativério, e se compadecerá de ti, e tornará a ajuntar-te dentre todas as nações entre as quais te espalhou o Senhor teu Deus. E o Senhor teu Deus te trairá à terra que teus pais possuíram, e a possuirás.” (Deuteronômio 30).

É um mandamento para os judeus o de viver na Terra de Israel. A pesar da proibição talmúdica de voltar aquí pela força –preceito especialmente querido por Satmar e Neturei Karta- existe um mandamento explícito de regressar, conquistar e colonizar esta terra. Para além das interpretações do Talmud, esse mandamento é perpétuo e não se cinge a um momento determinado. Só em Eretz Yisrael podem desenvolver os judeus uma vida normal, sem necessidade de sopesar as suas acções em função das preferências dos gentis. Só no nosso país podemos viver como gente livre –livre, que quer dizer, como nos dê a ganha. Se isto soa extranho, perguntade-vos porque todas as nações combatem os agressores estrangeiros em vez de submeter-se mansamente às suas normas.

É contranatural para qualquer nação viver submetida ao domínio estrangeiro, tanto se falamos dos russos submetidos pelos alemães, como dos judeus pelos bem intencionados EEUU.Alguns dos nossos mais graves problemas são consequência das “boas intenções”. Antíoco Epiphanus acreditava fazer um bem aos judeus igualando-nos ao gregos. No século XIX, os russos, alemães e austríacos queriam o bem para os judeus obrigando-nos a estudar matérias seculares nas escolas judeas e nas públicas. Os EEUU pensam que nos fazem um bem abrindo a sociedade WASP e as suas instituições aos judeus.

Antes do século XVIII, os gentis permitiam-nos viver isolados dentro dos seus países. A autonomia administrativa para os judeus incluia a prática religiosa, os costumes matrimoniais, a educação e as leis –às vezes inclusso com a potestade do castigo capital que os rabinos empregavam a pesar da inexistência de um Sanedrim. Os legisladores cristãos decatavam-se de que não eram capazes de integrar-nos nas suas sociedades. A secularização provocou a integração forçoa, ao estilo de Antíoco. Os judeus progressistas colaboraram com as autoridades seculares para destruir as comunidades tradicionais judeas, abrindo-as a inovações. Hoje em dia, os judeus americãos disfrutam de uma liberdade religiosa radicalmente menor que quase em qualquer outro país. A polícia de New York investiga actualmente aos judeus por crueldade com os animais devido aos sacrifícios, e os grupos de defesa dos direitos dos animais querem que revisemos o sacrifício ritual nos matadeiros. Os judeus religiosos nos EEUU não têm tribunais próprios, nem sequer jurisdicção nos seus assuntos familiares. O secularismo atropela o judaísmo, mas não temos direito a uma revolta macabea na Diáspora.

Necessitamos volver ao nosso fogar, onde pelo menos podemos dar adequada conta dos que subvertem os valores judeus.



OBADIAH SHOHER

(16 Av 5768 / 17 Agosto 2008)


O judaísmo actual é uma aberração. Os rabinos introduciram o seu conceito mais prominente, o de salvagardar a lei, quando os judeus marcharam ao Exílio. A influência gentil fixo-se enorme de repente, a opção de purificar-se no Templo era impossível, e assim os rabinos desenvolveram um imenso corpo legislativo para salvagardar-nos da proibição involuntária da Torá. É provável que o 99% das regulações judeas hoje em dia segam a ser as da salvagarda, da protecção da lei, mais que as da lei propriamente. Uma comparação secular seria a seguinte: uma lei proibe o assassinato, mas os legisladores o que fazem é proibir mercar pistolas, portar pistolas, mirar pistolas, ir ver filmes onde se amosam pistolas, e eventualmente passar perto das sás de cinema. Deste modo, todo o mundo esqueceu que o que a lei na realidade procurava era proibir o assassinato; a gente evita passar perto de uma sá de cinema, mas assassina os seus compatriotas com machados.

O Exílio tem rematado. Os judeus têm sido testigos de uma série de miragres: a salvação do Holocausto, o estabelecimento dum Estado, a vitória em todas as guerras, que o Monte do Templo caísse nas nossas mãos, a influência social e económica dos judeus na cúspide mundial. Não todos os judeus volveram a Sião, mas isso é um problema de índole familiar. A maioria dos judeus permaneceram em Egipto durante o Éxodo, e a maioria dos judeus figeram outro tanto em Babilônia quando Nehemiah nos amosou que o Exílio rematara.

Aderir a legislação da salvagarda é renunciar ao plano divino que se nos tem revelado. Os judeus têm sido conduzidos de regresso a Sião, e agora devem ré-viver o autêntico judaísmo da Terra Prometida. Necessitamos construir o Templo e dirigir cirimónias de purificação para absolver-nos de pecados inadvertidos. Necessitamos limpar-nos de influências alheias à Terra Prometida de maneira que os judeus poidamos percorrer o nosso país livremente sem isolar-nos da comunidade. O isolamento ritual judeu, a havdala, significa que somos “o povo que debe viver só”. Nós já vivemos sós –ou, melhor dito, temos a opção de botar aos estrangeiros e goçar de um país para nós próprios. A Havdala remata na fronteira de Israel.

A legislação rabínica foi altamente beneficiosa quando os judeus tinham que viver entre gentis, mas é contraproducente agora. Não comíamos pólo com queixo, não sendo que os curiosos pensassem que era vitela com leite. No Estado de nosso, as leis kosher básicas da Torá devem ser impostas para que ninguém poda imaginar que se viola a lei, e a salvagarda (por exemplo, extender a proibição da vitela-leite ao pólo) devirá supérflua. É irrelevante se o pão e o vinho são producidos e vendidos por judeus, na medida em que num Estado judeu o seu consumo não pode levar à mescla nem a assimilação. As leis de alimentação kosher, no Estado judeu, poderiam volver a ser significativas.

Israel, na sua totalidade, é uma eruv, uma comunidade com certo grau de propriedade em comum. Todos os cidadãos judeus de Israel possuem conjuntamente o país do mandato divino, e portanto a Israel judea debe ser considerada com propriedade uma eruv –especialmente agora que nos temos amuralhado respeito dos árabes com muros de separação. Uma Israel judea –uma eruv- não teria porque impôr restricções ao despraçamento de bens e gente em Shabat.

Mas a maioria dos religiosos judeus prefirem seguir vivendo com o judaísmo do Exílio, inclusso na Terra de Israel. Eles agardam que o Messias traia o Terceiro Templo desde o ceu, em vez de construi-lo eles desde zero, como figeram o Rei Salamão e Ezra, ressolvendo criativamente por sim próprios as ambigüidades teológicas ressultantes, como figeram os Macabeus. Os religiosos judeus isolam-se nos seus bairros em vez de expandir o judaísmo por todo o país. Em termos práticos, não há diferença entre os judeus de Mea Shearim em Jerusalém e os do Boro Park em Brooklin. As suas práticas religiosas são iguais, embora o judaísmo da Terra Prometida e o do Exílio sejam muito distintos.

Os religiosos judeus concentram-se vergonhosamente em tecnicismos, sem dúvida importantes, mas deixam de lado as grandes questões. Eu acho escandaloso que os partidos religiosos na Knesset ponham o berro no ceu porque os tribunais rechazem multar a um punhado de estabelecimentos que vendem pão levedado durante o Pesaj em Jerusalém, mas permaneçam no Governo que admite entablar negociações para entregar aos árabes Jerusalém e que têm cedido o controlo do Monte do Templo aos árabes. Em palavras de um reformista: “Hipócritas! Atendedes o dezmo da menta, eneldo ou cominos [que a Torá não exige], mas descuidades os assuntos importantes da lei”. Ele viu acertadamente que muitos religiosos judeus se comcentram em singelos ritos de observância supérflua em vez de enfrontar-se com os pesados assuntos centrais do Judaísmo. É obsceno para um religioso judeu de Jerusalém envolver a sua cozinha com papel de alumínio em Pesaj, para evitar migalhas microscópicas de pão levedado, mentres os seus representantes na Knesset não fazem nada ante o bombardeo diário de Shderot.

O paganismo é contagioso. Uma vez que uma nação tolera alguns indícios de paganismo em ela, este erosiona a sua religião a toda velozidade. Os derradeiros séculos asistiram a uma autêntica invasão de ritos paganos entre os judeus. Desde o reinstaurado sacrifício pagano do galo (kaparot) a lançar beixos à mezuzah, ao mantimento supersticioso de jogos de pratos separados para “lácteos” e “cárnicos”. Muitos ritos têm significações profundas, como o de pôr primeiro o çapato direito (porque os judeus sempre começam com a direita as coisas), e atar o pé esquerdo primeiro (para praticar a compostura no atar, reter, castigar). Mas, por muito profundo que seja, um rito sempre é um rito. Os paganos helenistas, sem dúvida, sustentavam profundas explicações morais, éticas e teológicas da adoração a Zeus. A Torá suprime lentamente as últimas pegadas do paganismo nos sacrifícios e outros ritos aos que a multidão hebrea estava afeita, mas que cobraram um significado totalmente novo no judaísmo. Pensade nisto, o altar estava construído com terra e mais tarde com pedras sem talhar, de maneira que os judeus não os adornavam seguindo modas paganas; mas os rolos da Torá fecham-se em coroas prateadas. Rimo-nos dos que beijam estátuas e inconos – mas os judeus beijam os rolos da Torá.

A superstição é a crença de que as coisas triviais afectam a vontade divina. E muitos religiosos judeus escolhem cuidadosamente o sal e a barra de lábios “kosher para Pesaj”, dizem sucessivamente bendições tras visitar a letrina ou ver uma luz –mas a imensa profanação da Terra Prometida pelos estrangeiros e os traidores judeus não semelha ser da sua incumbência.

Durante séculos, os judeus verquiam uma quinta copa de vinho durante a ceia de Pesaj, mas a deixavam sem tocar para o Profeta Eliyahu. As quatro copas prévias significavam o cumprimento das promessas divinas feitas durante o Éxodo, mas a quinta se referia à promesa feita de trair-nos à Terra de Israel. Não havia nenhuma outra promessa, nem a do Templo, o Messias, ou um Governo decente –essas coisas são responsabilidade nossa. Em 1947, Deus troujo-nos à terra que prometera a Abraham, e fixo-o com grande fanfárria; mas eu devo ser o único judeu que apura a quinta copa.

O paganismoé um sistema teológico que interpõe mitos e símbolos entre os homens e o seu Criador. Os judeus que farfulham a toda presa orações estándar três vezes ao dia, cada dia, que rogam pelo retorno a Sião em vez de comprar um bilhete de avião para ir ali, que imploram pelo Messias em vez de votar por Kahane, ou Marzel, ou inclusso Feiglin, que suplicam pelo Templo em vez de construi-lo, todos eles seguramente têm um grande obstáculo no caminho da sua comunicação com Deus.



OBADIAH SHOHER


A igualdade entre as pessoas não está mais demonstrada que a desigualdade. Está socialmente aceitado generalizar em detrimento das sogras ou a aversão face os vizinhos. É considerado normal discutir sobre a idoneidade das distintas raças de cães, ou afirmar que tal pessoa é mais elegante que tal outra. Os progres censuram a aplicação deste tipo de razoamentos às nações por um singelo motivo: os grupos convertidos em mascotas dos progres sempre são deficientes. Os progres acham dificil proclamar que representam aos americãos, mas não têm problema em posicionar-se como heraldos de povos primitivos, como os africãos ou os árabes.

Os gatos são intelectualmente menos avançados que os humanos, mas os humanos não se adicam a matar gatos sob esse argumento. O ser humano evolue; os humanos actuais são irrefutavelmente mais inteligentes que os neanderthais. O Oeste e o Meio Leste têm evoluído de forma diferente; os occidentais estatisticamente têm logrado mais éxito que os árabes ao longo da história. Estavam equivocadas todas as generações anteriores? Podíamos imaginar que nenhum árabe ao longo de toda a história teria a suficiente formação como para ser autor de um grande logro?

O reconhecimento racional dos estatisticamente distintos logros das nações não é o mesmo tipo de razismo que o linchamento. A antipatia passiva não é o mesmo que o ódio, nem muito menos que o ódio activo. Os pensamentos não são actos; Jesus equivocou-se ao dizer que era o mesmo desejo que adultério. Os esquerdistas ensancham sofisticadamente o significado de “razismo” para acusar aos detractores das suas nações-mascota de imoralidade. Segundo o estándar actual de razismo, os livros escritos com anterioridade a 1960 eram globalmente razistas, e os progres já têm procedido a censurar “As aventuras de Tom Sawyer”. Os árabes aproveitam o dessinteresse da gente face eles para ré-afirmar a sua inferioridade intelectual.

A generalização sobre o intelecto dos árabes supõe-se que é imoral, mas os progres generalizam em sentido contrário dando por suposto que os árabes são bons e inteligentes. A generalização e a argumentação ante ausência de evidências são métodos científicos comumente aceitados. Não nos importa se os árabes poderiam ter obtido resultados intelectuais decentes se tivessem acudido à universidade desde o século VII em adiante; dada a ausência de evidências positivas nos seus logros, o lógico é presupôr que são estúpidos.

Os grupos, incluíndo as nações, são diferentes uns dos outros. A competência entre eles alimenta a evolução social e o progresso. Neste processo alguns grupos extinguem-se.

A dependência do petróleo mantém artificialmente vivas às hordas árabes.



OBADIAH SHOHER



Os comentários de A.B.Yehoshua na recente conferência do Comitê Judeu Americão, como era de agardar, levantaram uma treboada a ambos lados do ocêano. Em Israel a gente alegou que não é verdade que os israelis sejam indiferentes ao destino do povo judeu na Diáspora, e nos EEUU disseram que de não ser pela sua contínua ajuda e o seu apoio leal a Israel, o país não teria sobrevivido. A ambos lados uma e outra vez, e como sempre, a reacção paternalista habitual. Sabemos o que é bom para vocês e ajudamo-los. Sem nós você não sobreviviria.

Mas os comentários de Yehoshua sobre as relações entre Israel e a Diáspora, enfurecendo-me, molestam-me menos que o modo em que ele descreveu a sua própria identidade: “A minha identidade é israeli, diz. A religião judea não desempenha um papel na minha vida; é o território e a língua quem construim a minha identidade”.

Esta definição da identidade supõe um distanciamento com o povo judeu, com a herdança judea, com 3.000 anos de cultura, criatividade, rezo, rituais, tradição e tudo o que está implícito no termo judaísmo, e amosa uma preferência pela “nação” israeli que “chegou do mar” há 100 anos. Para Yehoshua –e muitos outros em Israel- a única coisa que é importante, existencial e relevante da perspectiva judea consiste no que se passa aquí, em Israel; todo fóra de Israel é obsoleto e o seu destino é ser perdido. Na fabricação desta reclamação, Yehoshua mina e debilita a justificação do Estado de Israel.

O debate interno está aquí, entre nós, na questão das fronteiras do país, e a discusão sobre o modo correcto de alcançar a paz na nossa região deriva-se totalmente da assumpção de que o Estado de Israel tem direito a existir –moralmente, legalmente e historicamente. Esta assumpção afronta um questonamento constante. A gente de Hamas trata de miná-la, como fazem muitos outros líderes no mundo árabe e palestinião; e muitos intelectuais do mundo occidental, que têm adoptado o discurso árabe que só ve em nós um remanente anacrônico do velho colonialismo, também tratam de minar esta assumpção. O reverso destas forças opostas é a crença sustentada por muitos outros no mundo no direito do povo judeu a um Estado nacional na sua pátria histórica. Podemos ganhar a luta entre estas duas posturas só se nós próprios, aqueles de nós que vivemos em Sião, acreditamos nisto e sentimos este caminho.

Os discípulos ultraortodoxos do Gaon de Vilna que imigraram a Eretz Yisrael no século XVIII, os sionistas socialistas a final do século XIX, e os judeus da Rússia soviética que lutaram pelo seu direito a imigrar a finais do XX, não tiveram nada em comum em quanto à sua percepção da tradição judea. Porém, todos eles viram-se como companheiros na realização do mesmo antigo sonho, a antiga oração judea anelando o regresso à Terra de Israel. Todos eles viram-se como parte dum povo especial e dum processo histórico único de regresso a Sião. Esta crença era a fonte da sua força e a única garantia do seu éxito.

Não há nenhum sionismo sem o judaísmo e nunca tem existido. Igual que o povo israeli jamais tem tido um direito à Terra de Israel. Só o povo judeu. Era o povo judeu quem recebeu a Declaração Balfour, e era a esse povo a quem concedeu a ONU o direito legal de estabelecer um Estado. Era o povo judeu o que voltou à sua antiga pátria, para o qual reçara e estivera anhorando durante 2.000 anos. Já que se falamos do “povo israeli”, como é o direito “de um povo” que tem existido durante 60 anos? Maior ou igual ao dos palestiniãos, que têm estado vivendo na sua terra durante aproximadamente 300 anos? Que o distingue, realmente, doutros projectos coloniais que têm desaparecido da terra?

A discusão sobre o nosso direito à terra, e a guerra existente entre o nosso discurso e o seu, não é uma discusão puramente filosófica. Ao menos não o é a olhos dos líderes palestiniãos. Quando os líderes de Hamas, ao igual que Yasser Arafat no seu dia, dizem ou digam estar listos para considerar o reconhecimento do “facto da existência de Israel”, mas “não o seu direito à existência”, eles não fazem crucigramas. Por isso Arafat reiterou repetidas vezes as suas reclamações supostamente históricas referentes a uma ausência de união entre o Monte do Templo e o povo judeu. Estava claro para ele que a união histórica, que está anclada e baseada na tradição judea, é a base para a existência do Estado de Israel e, sem ela, o Estado desaparecerá igual que “chegou do mar”.

A diferença entre a identidade israeli segundo Yehoshua e a identidade judea é exactamente a mesma que há entre “o facto da existência” e o “direito de existir”. A diferença está entre um grupo de gentes que vivem numas terras e falam hebreu, e os descendentes de um povo que se dispersou por todo o mundo, e que têm regressado à sua pátria histórica.

Se, o ceu não o queira, nos separamos da cadeia que nos vencelha ao povo judeu, se nos separamos tras 3.000 anos do judaísmo, se ignoramos ser a realização de 2.000 anos de esperança judea – o ano que vem, em Jerusalém-, então perderemos o direito à nossa existência. E, na perda daquele direito, estaremos perdidos.

Quiçá os judeus da Diáspora se sentiram insultados pelos comentários embotados de Yehoshua; mas nós, os judeus de Eretz Yisrael, devemos levantar-nos contra eles, já que questionam o facto mesmo da nossa existência.


NATHAN SHARANSKY *



* Nathan Sharansky, judeu ucranião nascido em 1948, foi presso político na URSS e fixo aliyah a Israel em 1986. Fundou o partido Yisrael B’aliyah e posteriormente ingressou no Likud ocupando ministérios com Netanyahu e Sharon. Fundou a organização One Jerusalem e é autor do best seller “The case for democracy” (2004).

POR QUE ISRAEL?


Dalguma forma a paz tem-se convertido no mais primordial objectivo de Israel. Se queremos paz, melhor viver em New York. Se queremos um Estado nacional para os judeus, poderíamos tê-lo fundado em Uganda sem oposição de nenhum tipo. A única razão pela que colonizámos Palestina é religiosa.

Certo, o grau de religiosidade varia entre os judeus, frequentemente não é mais que “judeidade”. Mas isso é suficiente pelo de agora. A questão cruzial é: os israelis não necessitam paz senão a constituição efectiva do Estado judeu, seguido pela paz. Especificamente, uma paz segura e definitiva.

Aquí os objectivos políticos e religiosos coincidem. Não há Estado judeu sem Judea, e não há seguridade sem profundidade defesiva. O ponto de vista religioso dos judeus requere que nos anexionemos os territórios, e os territórios são indispensáveis para a seguridade israeli.

Procurar a paz antes que a categoria de Estado judeu é um rescoldo da mentalidade do Exílio. Os judeus surprendem-se quando alguém não está tratando activamente de exterminá-los, e daí que pensem que os palestiniãos, a pesar de tudo, são vizinhos toleráveis. “Activamente” é a palabra clave: muitos israelis têm medo de viajar em autobus –um objectivo frequente dos terroristas- no seu próprio país. Normalizemos. Aprendamos a insistir nos nossos objectivos. Aprendamos a odiar aos nossos inimigos e tratemo-los em consonância.

As nações sempre têm exercido repressão, matado, ou expulsado a populações indígenas. Nenhum país tem devolto o território adquirido numa guerra vitoriosa. Nenhum país entrega nunca territórios cruziais para a sua conciêncianacional, como Judea é para os judeus. Nenhum país se tem rendido ante um inimigo débil ou condescendido com as aspirações nacionais duma não-nação; não existia a nação palestiniã quarenta anos atrás.

Ben Gurion afirmou que os judeus seriam normais quando Israel tivesse os seus próprios ladrões e prostitutas. Temos abandoado a havdala, o isolamento, e temos abundância de ladrões e prostitutas, mas seguimos sem ser normais.



OBADIAH SHOHER