A PROPAGANDA DO ÓDIO


Com tantos judeus trabalhando nas melhores agências de publicidade, a ineptitude demonstrada pelos relações públicas israelis em tudo o concernente à campanha de Gaza é desalentadora. Existe uma tremenda diferença entre a publicidade comercial e a política: a primeira basea-se na atracção, a segunda na exaltação do ódio.

A gente adquire produtos porque lhes ressultam atractivos; a gente aceita os pontos de vista políticos porque ódiam as alternativas. A contradicção é superficial: inclusso produtos complexos, como um automóvil, são fazilmente comprensíveis e evaluáveis pelo consumidor; mas a política é demassiado complexa para uma avaliação rápida. Freqüentemente, nem sequer existe uma política clara senão uma oposição à política do contrário. Quem seria capaz de sinalar a diferença prática entre os candidatos presidenciais demócrata e republicano, especialmente quando sabemos que o grande capital apoia a ambos? No esforço por ganhar um apoio o mais amplo possível, os programas elaboram-se duma forma vaga e apenas distinguível.

Nas guerras, os objectivos políticos de fundo são confusos –no caso de que existam-, e a propaganda contribui a distorsoná-los ainda mais. Decidir qual das partes tem razão nos conflitos remotos é impossível, por carecermos de experiências de primeira mão e informação básica. Os occidentais que apoiam a uma tribo perseguida em Darfur, não sabem que tribo persegue a qual, e são alheios a factos cruziais: as hostilidades na zona vêm de séculos atrás, e a tribo que hoje é perseguida, provavelmente iniciou a presente espiral de combate.

Contrariamente ao instinto de consumo, o instinto político é muito débil a maior parte das vezes. A gente adquire mercadorias para o seu próprio disfrute, e só se unem quando percebem que um inimigo ameaça os seus hábitos de consumo. O mais forte dos sentimentos, o ódio, é necessário para estimular o mais débil: o político. Os occidentais manifestavam-se contra o apartheid –não a favor dos negros.

A evolução ensina às pessoas que as coisas são boas por natureza. Para re-estabelecer a bondade, só necessitamos derrubar as distorsões acumuladas. Os bons fins conseguem-se não promovendo a bondade, senão odiando e destruíndo as distorsões de esta –para que assim a bondade poida desenvolver-se livremente.

A bondade é multifacética. Perguntade aos occidentais qual é a melhor maneira de ajudar aos africanos, e obteredes um milheiro de respostas nas que os promotores não se darão posto de acordo. O ódio é combatido porque as suas distorsões são muitas menos que as manifestações da bondade. Cada grupo tem a sua própria definição do que é bom, mas os rasgos do mal são sempre constantes: guerra, crime e imposição sem representação. O ódio é o comum denominador entre os mais diferentes povos e gentes.

Para emprender acções poderosas, os seres humanos unem-se mais fazilmente arredor do ódio que da bondade. Não por casualidade, a palabra hebrea para “vizinho” está relacionada com “maldade” ou “desviação”. Desviamo-nos juntos uns vizinhos dos outros e desejamos-lhes o mal.

No conflito palestino-israeli, os árabes estám unidos no ódio ao judeu. Os manifestantes condeiam a Israel, mais que apoiar aos palestinianos. A prova é simples: centos de milheiros participaram nas manifestações ánti-israelis, mas muito poucos de eles teriam dado um bilhete de dez dólares pela causa palestiniana. Não amam aos árabes; ódiam aos judeus.

As fotografias dos rapazes de Gaza mortos durante os ataques israelis não provocam simpatia pelos palestinianos, porque as imagens empapadas de sangue são inerentemente desagradáveis; mas intensificam o ódio e canalizam-no face os judeus.

Os judeus politicamente correctos têm medo de confiar os seus esforços de propaganda às mãos do ódio. Os israelis defendem as suas operações militares contra os palestinianos mais do que acusar aos árabes. E é um facto demonstrado que os que se limitam a se defender, sempre acabam perdendo, seja no campo de batalha ou nos mass média. Os propagandistas israelis têm que emprender uma ofensiva contra os árabes, sobretudo tendo em conta que as oportunidades são numerosas. Os árabes são uns selvagens (mutilação genital fiminina, assassinatos por honra,…), uns fundamentalistas religiosos (incitação a orar em Venres), um perigo para o mundo (terrorismo islâmico, extensão do wahhabismo, multidãos gigantescas em acontecimentos de índole religiosa), explotadores (tinglado petrolífero), primitivos, perezosos e indisciplinados.

A conceição esquerdista de julgar a cada pessoa pelos seus méritos supõe o fim da propaganda. As coisas soem ir mal para o judaísmo onde as nações são consideradas como uma totalidade: os judeus sofrem pelos pecados dos idólatras, e Amalek provavelmente também contava com algumas pessoas decentes no seu seio. No mundo real, as boas pessoas têm que abandoar o entorno do mal, como fixo Lot. A geralização é uma ferramenta essencial de propaganda. Os israelis equivocam-se confundindo aos estrangeiros com a falsa dicotomia de “a boa OLP/os máus de Hamas” –especialmente tendo em conta que ambas são organizações terroristas. Os árabes de Palestina escolheram a Hamas como partido governante, e são plenamente responsáveis pela sua acção. As palavras sim que importam: “Palestinianos” implica que têm direito a Palestina, mas “Árabes de Palestina” denota simplesmente que vivem aquí. Os “palestinianos” jogam a sua própria liga, mentres que os “árabes de Palestina” são os mesmos árabes que levaram a cabo os ataques do 11-S e de Madrid.

A propaganda israeli deveria estruturar-se do geral ao particular: o Islam sanciona a traição como admisível se referida aos infieis, portanto não podemos acreditar nas promesas palestinianas de paz.; Hamas rompeu o alto o fogo de Gaza, e a OLP tem renegado de muitos acordos para alentar o terrorismo. Os terroristas islâmicos de Al Qaeda atacaram Occidente, e parescidos terroristas islâmicos perpetram a diário ataques contra Israel. Os judeus devem amosar aos estadounidenses e os europeus que temos o mesmo inimigo comum muçulmão.

E um problema semelhante é o que se dá com os muçulmãos. Os europeus estám chegando a um ponto de saturação com a multidão de muçulmãos que enchem as suas cidades: expliquemos-lhes que os árabe-israelis são também como os seus imigrantes, e que não viviam aquí apenas um século atrás. São estrangeiros e desleais, e simpatiçam com o terrorismo árabe.

Israel debe acusar veementemente aos árabes. Não vos avergonhedes de amosar ao mundo as fotos das mulheres e crianças judeus assassinadas e mutiladas pelos ataques árabes. Publicitade os rostos animais dos manifestantes palestinianos encendidos em ódio. Os judeus sempre o temos evitado porque acreditamos que os gentis não querem escuitar os nossos sofrimentos; inclusso os campos da morte convertidos em Memoriais do Holocausto devem aparentar limpeça e sossego. Não. Amosade-lhes a face truculenta da morte. Quando os que apoiam aos árabes exibem as fotos dos rapazes palestinianos mortos, temos a obriga de ocultar os nossos sentimentos e publicar os milheiros de fotos dos actos terroristas muçulmães em Israel, cada uma de elas impregnada do sangue chorreante e as extremidades retorzidas. E devemos aclarar aos estadounidenses, europeus e russos, que esses são os mesmos terroristas que bombardearam as suas cidades. O poder do medo não debe ser subestimado, e todos temos motivos para sentir pânico ante os árabes, sejam imigrantes ou terroristas.

Não sejades mesquinhos. Ao mundo não lhe importam as tuberias cheias de amônio ardendo no deserto de Israel. Em vez disso, propagade acusações fortes: as terríveis massacres de judeus, a retórica exterminadora, as conexões de Hamas com Iran, a presença de Al Qaeda em Gaza, a influência de Hezbolá em Bolívia, as células de Hamas nos EEUU. Não vos preocupedes porque algumas dessas acusações não se poidam demonstrar.

A propaganda é surprendentemente semelhante ao exercício da advogacia nos tribunais. Um bom fiscal não intenta ganhar o seu caso com uma bala de prata. Em vez disso, adica-se a acumular evidências que desacreditem aos seus oponhentes. Embora estes poidam desmontar alguns dos argumentos ou, quando menos, pôr em evidência que são duvidosos, a acumulação por sim própria tem um enorme poder de persuasão.

Um cento de argumentos, do que só um seja verossímil, redunda numa proporção multiplicada por cem de credibilidade. Este efecto é comumente conhecido como o “poder da repetição”: inclusso o mais imbécil dos anúncios televissivos supõe um aumento das vendas se se repite suficientemente. E considerade que os árabes, os judeófobos e os esquerdistas têm a imensa maioria dos mass media ao seu dispôr, mentres Israel carece duma simples canle 24 horas semelhante à que poida ser Al Jazeera. Vender um ponto de vista político, não é muito diferente que vender qualquer outro produto: desenvolva-se uma ideia de venda, crie-se um eslogam, produça-se um anúncio, e sentade-vos a agardar como crece a lealdade do consumidor.

O tempo é crítico. Duma banda, a influência electoral e económica dos muçulmães em Occidente aumenta cada vez mais. Doutra, o sentimento ánti-muçulmão cresce cada vez mais forte como resposta. Não quereremos um pacto cristão/muçulmão que se volva contra os judeus, não sim?

A maioria dos estrangeiros não conhecem demassiado do conflito judeu-muçulmão, ou bem não lhes importa. Formam as suas opiniões baseando-se no fervor empregado por cada parte.

Só mediante uma propaganda encendida, e de ódio, os judeus poderão invertir a marea da opinião pública em contra dos árabes.

OBADIAH SHOHER

13 Shevat 5769 / 7 Fevereiro 2009

SHABAT SHALOM















EZEQUIEL 38:18




Sucederá, porém, naquele dia, no dia em que vier Gog contra a Terra de Israel, diz o Senhor D’us, que a minha indignação subirá à minha face.



Porque disse no meu zelo, no fogo do meu furor, que, certamente, naquele dia haverá grande tremor sobre a Terra de Israel;



De tal modo que tremerão diante da minha face os peixes do mar, e as aves do céu, e os animais do campo, e todos os répteis que se arrastam sobre a terra, e todos os homens que estão sobre a face da terra; e os montes serão deitados abaixo, e os precipícios se desfarão, e todos os muros desabarão por terra.



Porque chamarei contra ele a espada sobre todos os meus montes, diz o Senhor D’us; a espada de cada um se voltará contra seu irmão.



E contenderei com ele por meio da peste e do sangue; e uma chuva inundante, e grandes pedras de saraiva, fogo, e enxofre farei chover sobre ele, e sobre as suas tropas, e sobre os muitos povos que estiverem com ele.



Assim eu me engrandecerei e me santificarei, e me darei a conhecer aos olhos de muitas nações; e saberão que eu sou o Senhor.


OS REFUGIADOS ESQUECIDOS


Em 1945 havia mais de um milhão de judeus vivendo no Meio Leste e no Norte de África, fóra do Mandato Palestiniano –muitos viviam em comunidades que se remontavam a mais de três milênios, muitíssimo antes, portanto, da chegada do Islam. Hoje, só ficam uns poucos milheiros. Quem são estes judeus? Que foi o que precipitou o seu éxodo massivo no século XX? Aonde foram? E por que não conhecemos as suas histórias?


Esta tem sido uma das minhas tarefas de estudo durante muitos anos. A maioria dos occidentais simplesmente não sabem que houvo muitos mais judeus despraçados dos países árabes que todos os palestinianos que nunca tenham sido despraçados de Palestina. Dacordo com as estatísticas árabes oficiais, perto de um milhão de judeus deixaram os seus fogares nos países árabes a partir de 1948 até os primeiros anos 70. Uns 600.000 assentaram-se de novo em Israel. Os seus descendentes, e os dos judeus turcos e iranianos, conforman actualmente mais da metade da cidadania judea. A WOJAC (World Organization of Jews from Arab Countries) estima que as propriedades confiscadas aos judeus nos países árabes, poderiam estar valoradas actualmente em mais de 300.000 milhões de $, e que os judeus deixaram tras de sim nos países árabes propriedades quantificáveis em mais de 100.000 kilómetros quadrados (quatro vezes o tamanho do Estado de Israel). E ainda assim, são os árabes os que protestam.


JOE GELMAN


12 Shevat 5769 / 6 Fevereiro 2009




O ascenso imparável de Lieberman nas enquisas testemunha o descontento popular com o establishment. A sua representação na próxima Knesset incrementaria-se num 50% tras a ofensiva policial emprendida contra ele. Tras as investigações sobre Rabin, Katsav, Olmert e tantos outros, os israelis desconfiam da polícia.


Os arrestos pré-eleitorais no entorno de Lieberman não figeram senão reforçar a sua reputação de ánti-establishment. Assim, agora ocupa um atractivo terreno de ninguém: um imigrante que vai por livre, quando todo o mundo amosa estar desencantado com os políticos autóctonos, e um israeli com uma longa experiência militar. Lieberman não é um corrupto segundo o que se estila em Israel: o seu dinheiro procede de fóra mais que da corrupção governamental. Numa época em que todas as políticas do Governo face os palestinianos têm fracassado, a posição implacável de Lieberman de proximidade a alguns postulados de Meir Kahane é, quando menos, alentadora. Dacordo que é um demagogo, etc., etc. –mas que político não o é?


O ascenso de Lieberman vai para além do fracasso do apoio do Likud ao intento de Netanyahu de diferenciar-se respeito os Laboristas e Kadima: os seus programas são semelhantes. Fragmentando o voto ao bloco de direita, Lieberman e Netanyahu alfombram o caminho a Kadima. Idealmente, o Likud, Israel Beiteinu e outros partidos de direita e religiosos poderiam ter concorrido unidos num só bloco: o simples facto de acudir em bloco já teria reportado uma enorme quantidade de votos extra. A situação actual, contudo, não é má: de facto, eu preferiria que Kadima formasse Governo. Por contraditório que soe, seria melhor para o país.


No Governo, Netanyahu continuará com a política de Kadima, bailando ao som que marque Obama. Certo, ainda não sabemos qual será esse som: igual que o prototípico judeu assimilado actua em contra dos interesses judeus, assim Obama poderia actuar contra os interesses dos muçulmãos –e de suceder isto, o Governo israeli quiçá goçasse do permisso dos EEUU para desenvolver uma política genuinamente nacional. No Governo de unidade nacional que perseguem Livni e Barak, Netanyahu teria que desenvolver políticas “pacifistas”. Se se negasse, como sucedeu inicialmente com a entrega de Hebron, o Shabak poderia levar a cabo uma das suas características provocações. [Em 1997, ante a renuência de Netanyahu a entregar Hebron, um soldado israeli abriu fogo num mercado de Hebron, onde casualmente um feixe de câmaras de circuito fechado de vídeo estavam preparadas. Quase imediatamente, o Governo aprovou a entrega de Hebron, e Netanyahu chegou ao extremo de apresentar desculpas ante Arafat pelo incidente. Arafat, que naquela época supervisava muitos dos atentados terroristas contra os judeus, amosara-se indisimuladamente comprazido].


Estando na oposição, Netanyahu condearia ferozmente um governo Livni-Barak-Lieberman, e fustigaria as suas políticas entreguistas. Lieberman uniria-se-lhe em pouco tempo nas bancadas da oposição, acurtando o praço de vida do eventual governo e desacreditando-o. Os judeus podem votar tranquilos por Lieberman, e assim de passo afastar a moderada ameaça duma vitória do Likud.


Logicamente, Lieberman é a melhor opção na presente carreira eleitoral. Mas se queredes votar com o coração, o ICHUD LEUMI de Baruch Marzel é a opção correcta.



OBADIAH SHOHER


12 Shevat 5769 / 6 Fevereiro 2009



1. A RUTA CURTA: VOTADE LIVNI (KADIMA)

2. A RUTA LONGA: VOTADE NETANYAHU (LIKUD)

3. A RUTA DE CIRCUNVALAÇÃO: VOTADE LIEBERMAN (ISRAEL BEITEINU)


CONTRA ESTAS TRÊS RUTAS: VOTADE ICHUD LEUMI



PAUL EIDELBERG

12 Shevat 5769 / 06 Fevereiro 2009





Escrevim este artigo no primeiro aniversário do assassinato de Ella. Hoje cumprem-se quatro anos da sua morte. Agradeço a HaSh’m que me honrasse com o prazer de conhecê-la e dar-lhe aulas. Aprendim eu muito mais de ela do que ela puido aprender de mim. Que o Altíssimo vengue o seu sangue.


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Tendes conhecido alguma vez um anjo? Eu sim. Tivem o prazer de impartir aulas a um durante três anos, e o seu nome era Ella Abukasis (que D’us vengue a sua morte).


Ella veu à nossa ulpana em Netivot desde a vizinha Sderot, porque queria se convertir numa pessoa mais religiosa (estudara numa escola elemental e sentia que não recebera resposta às suas muitas perguntas sobre religião e judaísmo).


Ella tinha o mais maravilhoso dos sorrisos –como uma antorcha que brilasse intensamente. Nos cinco anos que estudou na nossa escola, jamais a vim irritada, contrariada ou enfadada, nem uma só vez. Todo o mundo adourava-a. Era o sonho de qualquer professor, uma estudante exemplar: altamente inteligente, altamente motivada, extremadamente boa pessoa e querida por todos. Também era extremadamente atractiva, mas isso era só como a guinda à sua destacável beleza interior.


Inclusso a eleição do seu projecto de bagrut [equivalente ao nosso título de bacharelato] reflexava o seu carácter. Eligira escrever sobre Patch Adams, o doutor pioneiro no uso terapéutico de paiasos e clowns nos hospitais, e de tratar aos pacentes como pessoas e não como meros enfermos. (Os que não tenhades visto a Robin Williams no filme “Patch Adams” estades cominados a fazê-lo: é fantástico e ademais foi real!).


Outro exemplo da extraordinária equanimidade de Ella amosa-o o seguinte: o seu professor de inglês cometera um erro; Ella apresentara-se um venres pela manhã –o mesmo mes no que seria assassinada- a fazer o seu bargut invernal. Desgraçadamente, por um erro, não se encarregara um questionário para ela. Em vez de enfadar-se (como eu teria feito), ela tranquilamente consolou ao professor de inglês com estas palavras: “Não há problema!, como dizem os rabinos, ‘Os retrassos sempre são para bem!’, farei este módulo nas vacações de verão, se D’us quere”. Desgraçadamente, ela já não estaria com nós no mes de Junho.


Ella era a líder do seu grupo, na secção Bnei Akiva. No Shabat, quando foi cruelmente destroçada por um Qassam, em 2005, à temprana idade de 17, vinha de falar com os seus janijot [alunos] sobre a importância da modéstia nas jóvenes. De caminho a casa com o seu irmão e outro dos nossos alunos, Michal, escuitou o ruído dum míssil aproximando-se. Sem pensar em ela própria, empujou ao seu irmão pequeno ao solo e botou-se-lhe acima para protegê-lo. Um troço de metralha incrustou-se no seu cerebro e uns dias depois devolvia o seu espírito puro ao céu.


Este ano, no dia do 60º aniversário da Independência de Israel –Yom Ha’atzmaute-, o irmão de Ella, Tamir, para salvar ao qual ela se sacrificou tão bravamente, encendeu orgulhoso uma das 13 “masuote” [antorchas] que representam às 13 tribos de Am Yisrael.


Como está escrito no Shir Ha’Shirim [Cantar dos Cantares], “D’us baixa ao seu jardim a recolher rosas”. Os rabinos explicam que isto é uma alegoria pelo facto de que D’us, amiúde, leva-se aos melhores indivíduos que há no mundo. Eu agradeço-lhe que me concedesse a honra de que Ella passasse pela minha vida. Conquistou os corações de todos os que a conheceram, e um anaco do meu pertencerá-lhe por sempre.




BATYA MEDAD


11 Shevat 5769 / 5 Fevereiro 2009





LIEBERMAN

SONDAGEM 04-02-09















ENQUISA ROTTER (04 de Fevereiro)



BALAD: 3

HADASH: 2

RA’AM TA’AL: 3

MERETZ: 4

LABOR: 14

KADIMA: 17

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ISRAEL BEITEINU: 16

SHAS: 13

UTJ: 6

LIKUD: 33


JEWISH HOME: 2

ICHUD LEUMI: 7





“Neste Estado cumpre respeitar a Lei, mas não só os judeus têm que respeitar a Lei, os árabes também”, dixo hoje o dirigente de ICHUD LEUMI [União Nacional], Yaakov “Ketzaleh” Katz, aos árabes de Wadi Ara, um val densamente povodo por árabes no norte de Israel. “Campar à marge da lei será algo que remate exactamente dentro de cinco dias a partir de hoje, quando nós sejamos eligidos e entremos no Governo”, prometeu. “Quando nós dirijamos o país as coisas cambiarão. Tendes campado às vossas anchas acostumados a Barak e Livni, mas essa partida já tem rematado”.


“As revoltas de Outubro [do 2000] não se repetirão”, acrescentou Ketzaleh, mentres uma pequena multidão de árabes procedentes da vila de Umm El-Fahm começava a congregar-se arredor dos membros da Knesset e os seus simpatiçantes na entrada da cidade.


Um pequeno contingente policial, alguns deles da Unidade Especial Yassam, apartou a alguns dos árabes, mas outros botaram-se acima dos candidatos do ICHUD LEUMI insultando-os com vários epítetos. O membro da Knesset, Uri Ariel foi hostigado por quatro ou cinco árabes, mas não perdeu o aplomo e manteve o sorriso no rosto em todo momento. A petição da polícia, a caravana do ICHUD LEUMI continuou a marcha detendo-se no cruze de Megiddo, onde concederam entrevistas aos reporteiros dos mass média judeus e árabes.


Ketzaleh e Uri Ariel disseram que os árabes de Wadi Ara construiram 3.000 vivendas ilegalmente nos últimos anos ao longo da Auto-estrada 65. Apontaram que era chegado o momento de que Israel começasse a demolição das casas árabes construídas de modo ilegal.


“No Estado de Israel, não pode continuar dando-se uma situação na que se um judeu passa pela estrada de Wadi Ara os lugarenhos berrem “Itbach al-Yahud” [‘matade aos judeus’], dixo Ketzaleh. “Isto sucedeu em Europa durante o Holocausto mas não sucederá no Estado de Israel. Os árabes possuem 21 Estados nos que podem construir as suas casas e berrar “itbach” durante todo o dia”, sinalou. “Os árabes são cobardes e quando vem que os judeus reagem com orgulho, enseguida se tranquilizam”.


O número 4 da lista de ICHUD LEUMI, o Rabino e doutor Michael Ben Ari, dixo aos árabes que o escuitavam que Israel estará ansioso por estabelecer um “corredor humanitário” a Venezuela para os árabes que desejem marchar. “Semelha que os venezolanos e os árabes levam-se muito bem”, dixo em referência às recentes declarações e medidas do homem forte venezolano Hugo Chávez. Quando um árabe o interrompeu e replicou que os árabes queriam boas relações de vizindade com os judeus, Ben Ari lembrou-lhe aos árabes que cantavam “Ya Saddam, ya chabib, udrub udrub Tel Aviv" [“Saddam amado, bombardea Tel Aviv"] quando caiam os mísseis Scud durante a Guerra do Golfo de 1991.


Uri Ariel prometeu que Israel assentaria dúzias de milheiros de judeus em Katzir e Harish ao longo dos próximos anos, e Ketzaleh sublinhou a importância estratégica de Wadi Ara, que serve de ruta de transporte para os tanques das IDF e outras equipas pesadas entre o Israel central e o do norte.


ICHUD LEUMI anunciou que pretende imitar a Paz Agora e estabelecer um organismo que investigue, documente, reclame e publicite as construcções árabes ilegais. Ao contrário que Paz Agora, que só está interessada em perseguir as edificações dos judeus, o novo organismo encarregará-se das construcções árabes. A construcção ilegal no seitor árabe cria uma atmósfera de ausência da legalidade, dixo o portavoz da coaligação.



Os gardas de fronteira egípcios evitaram que oficiais de Hamas volvessem de El Cairo traíndo 12 milhões de $ a Gaza. O dinheiro fora aparentemente recaudado pela Irmandade Islâmica.


Mas Olmert emendou-lhes a plana: o Primeiro Ministro ordeou transferir 43 milhões a Gaza para pagar os salários dos servidores públicos. Para um território de milhão e meio de habitantes, é uma boa suma em salários.


Conscente da proximidade da data eleitoral, Barak opuxo-se veementemente à decisão de Olmert, embora dois meses atrás ele próprio transferiu a Gaza 25 milhões.


O dinheiro procede da transferência de impostos, conforme a um acordo datado em 1994. Israel perjudica aos trabalhadores judeus permitindo que haja trabalhadores palestinianos no país. Excepcionalmente, Israel só grava com impostos aos palestinianos pelos benefícios obtidos no estrangeiro. Imaginade aos EEUU transferindo a México os impostos que recauda dos trabalhadores mexicanos. Qualquer Estado normal queda-se com os benefícios obtidos mediante impostos para sim próprio, mas o Estado judeu recolecta os impostos para os seus inimigos. Os impostos incrementam o custe do trabalho árabe e, a fim de contas, dam pé a que os consumidores judeus subsidiem o Estado da OLP.




A Televisão alemã ZDF informa que o assassino názi Aribert Heim, também conhecido por “Doutor Morte” morreu em 1992. Heim convertera-se ao Islam e vivia em El Cairo sob o sobrenome de Tarek Hussein Farid no momento da sua morte, segundo informou esta cadeia televisiva.

O informe basea-se nas declarações de várias testemunhas, incluíndo o filho de Heim, Rudiger. Para além disso, os investigadores da ZDF disseram ter achado vários documentos pessoais de Heim no seu hotel de El Cairo.

Heim falesceu devido a um cancro de recto. O informe foi confirmado pela polícia do districto alemão de Baden-Wuerttemberg, que apontaram ter recebido documentações que apoiam o relato da ZDF procedentes de fontes anônimas.

Rudiger Heim dixo à ZDF que se inteirara donde vivia o seu pai e que estava junto a ele no momento da sua morte. O filho de Heim assegurou não ter divulgado a localização do seu pai às autoridades para evitar problemas aos amigos egípcios e vizinhos de aquele.

A polícia alemã dixo o Joves que Rudiger Heim estava no seu direito de encobrir ao seu pai, para além do facto de que Aribert Heim fosse um criminal. Segundo a legislação alemã, os cidadãos não têm obriga de informar sobre os membros da sua família.

Doutra banda, os serviços policiais alemães estám trabalhando para confirmar todos os extremos do informe, agardando achar a tumba de Heim e poder identificar o seu cadavre utilizando radiografias dentais ou provas de ADN.

Aribert Haim serveu como doutor nos campos de concentração durante o Holocausto. Foi acusado de assassinar a centos de prisioneiros mediante terroríficos experimentos médicos.

Em 1945, Heim foi capturado pelas forças aliadas e enviado a um campo para prisioneiros de guerra, sendo posteriormente libertado, e continuando a exercer como doutor até 1962, quando desapareceu, presuntamente tras inteirar-se que ía ser novamente processado por crimes de guerra.

Heim era um dos últimos criminais de guerra názis que se acreditava que seguia com vida.

O caza-názis Efraim Zuroff, do Centro Simon Wiesenthal, dixo que este informe sobre Heim planteja mais perguntas que respostas.

Não há dúvida de que Heim viveu em Egipto, afirma Zuroff, mas o Centro Simon Wiesenthal tem sérias dúvidas sobre se morreu ali ou não.

“Não temos nem o corpo, nem o DNA, nem a tumba”, explicou Zuroff. E os criminais názis têm boas razões para agardar que se lhes declare falescidos, acrescentou.

O Centro Wiesenthal não fechará os seus arquivos sobre Heim até que hajam evidências concretas que acreditem a sua morte, concluiu Zuroff. A polícia alemã também mantém aberto o caso contra Aribert Heim , concluiu.


Fonte: Arutz Sheva

Querido Presidente Chávez,


Estivem sentado entre as 70.000 pessoas do Encontro Alternativo das Américas, ao longo das três horas do teu retórico discurso, tão carregado de cordialidade e machismo. Baixo a chuva torrencial, rematamos todos empapados no Estádio a céu aberto de Mar del Plata. Éramos reféns da tua oratória, já que também não havia melhor sítio onde guarecer-se no exterior.


Entre todos os teus “compañeros”, quiçá, não seja irrespetuoso dirigir-me a ti como Hugo.


Na véspera do Natal, dois anos atrás, advertímos que o teu discurso sobre “os assassinos do nosso Senhor, possuidores da maior parte dos recursos económicos do mundo” era politicamente incorrecto, na medida em que concedia demassiado crédito aos velhos contos da Igreja Católica, e todos sabemos o que ti pensas da Igreja…


Talvez estavas tomando em consideração as obsessões do teu velho amigo –o neofascista argentino Norberto Ceresole- respeito as falsidades da Rússia zarista recolhidas em “Os Protocolos dos Sábios de Sião”. Daquela intentáramos explicar-che que os que padecem trastornos obsessivo-compulsivos respeito à conspiração judea mundial, rematam por não ser tomados em consideração.


Mas, pouco depois, enviaste à tua polícia secreta à Escola Judea de Caracas a atemorizar aos rapazes e às suas nais. Muito próprio dum macho como tu, Hugo, embora não estivesses presente. E não estavas porque a incursão teve lugar mentres tu aterrizavas em Teheran –já que alguém tinha que inaugurar a linha de voo Caracas/Teheran, da Iran Air-. A fim de contas não deve ter muitos mais destinos.


Foi provavelmente à tua chegada, Hugo, quando aprendeste do teu outro grande amigo, o Presidente Mahmoud Ahmadinejad, que o Holocausto, na realidade, foi uma patranha. E, sendo assim, quiçá pensaste que alguns desses milhões de judeus chegaram a América Latina e, especialmente, a Venezuela. É esse o motivo pelo que não asinaste a Declaração Contra o Antisemitismo com Argentina e Brasil umas semanas atrás?.


Agora, a sinagoga de Caracas tem sido vítima dum ataque com nocturnidade. Não muito próprio dos machos. Como ratas surgidas duma alcantarilha, profanaram os rolos da Torá e o recinto de oração com pintadas obscenas. Mas, roubaram os objectos de prata? Não. Só roubaram os ordenadores.


Hugo, que poderão encontrar os ladrões nesses discos duros?. Listas de famílias judeas não registradas nas escolas judeas?, de “proprietários da maior parte dos recursos económicos”?, dos que em secreto acudem também a misa os Domingos?, dos que acudem a escuitar-te aos estádios baixo chuvas torrenciais?


Hugo, estás em perigo. Lembras quando o Rei de Espanha che dixo “Por que não te calas?”. Um comportamento escassamente de macho. Agora pensa: quantos espanhois são de orige marrana? E, não esqueças, que entre outros títulos oficiais a sua majestade possue também o de “Rei de Jerusalém”. Foi “Por que não te calas?”, acaso, um código cifrado que significa realmente “Shalom”? É Chávez, talvez, apelido de procedência judea? Enfim, dado que já expulsaste ao embaixador israeli, fazer aliya a Israel creio que já não é uma boa opção para ti.


“Compañero” Hugo, o poder judeu é tão complicado…!


Mas, em qualquer caso, bemvindo à conspiração.



SHIMON SAMUELS *


* Shimon Samuels é director de relações internacionais do Centro Simon Wiesenthal em Paris.


RETIRADA E DERROTA


A conduta actual de Israel em Gaza trai-me à mente o citadíssimo aforismo de Albert Einstein: “A definição de loucura é continuar fazendo o mesmo e agardar resultados diferentes”.

Antes da “desconexão” israeli de Gaza em 2005, existia entre a gente a ampla crença, alimentada pelos mass média, os acadêmicos e a classe política, de que as comunidades judeas supunham uma pesada cárrega em matéria de seguridade para o Estado. Em 2003 o então Primeiro Ministro, Ariel Sharon, prometeu que a desconexão mitigaria a pressão sobre as IDF e incrementaria a seguridade para os residentes em Israel. Políticos, como o membro de Kadima Meer Shetrit (depois no Likud) desestimou à ligeira as predicções que afirmavam que as comunidades do Negev passariam a viver baixo ameaça: “Nunca tenho escuitado um argumento mais ridículo”, dizia.

Fica fóra de toda dúvida que eram as expectativas dos políticos israelis e os seus seqüazes o que ressultava “ridículo”. Longe de constituir uma cárrega para a seguridade, os vilipendiados “colonos” eram a autêntica salvagarda do sul de Israel. Agora muitos têm regressado aos seus destruídos fogares como membros das IDF. “Sinto uma coitelada no coração”, dizia um de eles, “agora está claro que quando vivia em Netzarim eu era parte do escudo do país”.

Os dirigentes israelis seguem sem ter aprendido nada. Durante estes dias de campanha, a Ministro de Assuntos Exteriores Tzipi Livni tem proclamado que Israel não tem intenção de ocupar Gaza, e o Ministro de Defesa Barak tem dito outro tanto.

Sim, a operação militar de Gaza tem sido levada de melhor forma que a desastrosa incursão no Líbano em 2006 (quando as unidades de combate até careciam de mapas da área). Mas a carência de objectivos firmes e de persistência em alcançar os objectivos declarados, tem feito que Israel perda e que Hamas ganhe a guerra. Israel afirma que o seu propósito era deter o lançamento de mísseis sobre o seu território, e rematar com o contrabando de armas e terroristas procedentes de Egipto. A única maneira de garantir esses objectivos é o controlo territorial israeli do lugar de onde parte a ameaça. Como sinalou o sempre incisivo Thomas Sowell: “Os israelis ofereceram territórios a câmbio de paz, mas nunca têm conquerido essa paz, assim que deveriam recuperar o território”. Ou como fixo Steven Plaut: “Existem coisas piores no mundo que a ocupação, e a experiência dos últimos anos tgem demonstrado quanto pior são as conseqüências que derivam de rematar com a ocupação israeli”.

Mas o Governo israeli nem sequer tem tomado a precaução de fazer-se com o controlo do corredor Philadelphi entre Gaza e Egipto, através do qual as armas têm fluído tanto pela superfície como por um elaborado sistema de túneis. Israel entregou o controlo do corredor tras 48 horas de incesante pressão de Condoleezza Rice em Novembro de 2005. Os observadores da União Europeia supostamente íam vigiar esse ponto para evitar o contrabando de armas procedente de Egipto. Inúteis como sempre, marcharam em quanto Hamas se fixo com o poder em Gaza. Agora fala-se de novo de observadores internacionais (baixo os auspícios dos quais, Hezbolá –cujo desarme estavam chamados a supervisar- tem triplicado o seu arsenal e tomado o controlo efectivo do sul do Líbano).

Fala-se de confiança em Egipto. Perdão? Não leva Egipto “controlando” a sua fronteira com Gaza desde 2005? Esta vez, assegura-se-nos, será diferente. Fala-se de construir um foso e/ou barreira com dois valados e despregar vários milheiros de soldados egípcios para “garantir” o fim do contrabando –o que, por certo, debilita um dos poucos logros do tratado de paz egípcio/israeli, despregando tropas egípcias no Sinai, que fazerão pouco menos que nada por evitar o contrabando de armas.

Ao cabo, Hamas poderá proclamar que tem sido a clara vencedora. O seu objectivo a curto praço é rematar o bloqueio e outras restricções na mobilidade de bens e pessoas imposta por Israel. As concessões israelis nestas matérias serão o produto final das “negociações”.

Loucura? Os loucos não são responsáveis dos seus actos. Mais bem, o que temos aquí é um Governo criminalmente negligente.




HERBERT ZWEIBON *


* Herbert Zweibon é o presidente de Americans For a Safe Israel (AFSI), e pertence a várias organizações sionistas.



O cacique de Fatah qualificou as acções de Israel em Gaza de “crimes de guerra”, o que não seria noticioso de não ser porque os judeus são os que pagam o seu salário. Tradicionalmente Israel tolera a incitação dos oficiais palestinianos –ou, para o caso, de qualquer oficial árabe. Mas neste caso Israel segue transferindo taxas ao matão que se atreve a comparar às IDF com os Názis.


O establishment israeli tem-na emprendido contra Lieberman por pouco menos que uns “avisos” amizosos a Mubarak, mas ignora a denigração que Abbas faz das IDF. Não é de estranar: para os que são da corda de Peres, Mubarak é mais amigo que qualquer soldado judeu.


Precisamente hoje, a polícia vem de arrestar a uns judeus * –incluíndo adolescentes- que se atreveram a falar com descortesia a um oficial do exército. Mas os árabes goçam dum trato muito mais deferente.


O Parlamento da União Europeia, onde Abbas pronunciou estas palavras sobre Israel, alabou o seu discurso.



* Noam Federman –antigo dirigente do KACH- e outras pessoas, incluíndo umas jóvenes adolescentes, foram arrestados quando se manifestavam perto da residência do Comandante das IDF para Judea e Samaria, Noam Tivon, famoso pela sua dureza com os colonos. Federman foi acusado de insultar a um servidor público. Nos EEUU, isso seria uma circunstância eximente: o interesse público em criticar às figuras públicas é tão elevado que justifica até os insultos. Em Israel, como na antiga URSS, os servidores públicos disfrutam de maior protecção que o comum dos cidadãos.


Esta semana cumpre-se o sétimo aniversário da morte do nosso filho, o antigo reporteiro do Wall Street Journal, Daniel Pearl *. A minha dona Ruth e eu perguntamo-nos: acreditaria Danny no mundo que temos depois da sua tragédia?


A resposta não é singela. Danny era um optimista nato, um autêntico fanático da bondade do ser humano. Mas também era realista, e não permitiria que o idealismo lhe impedisse ver o rigor dos factos.


Nem ele, nem os milhões de pessoas que ficaram atónitas ante o seu assassinato, poderiam ter previsto que sete anos depois o seu sequestrador, Omar Saeed Sheikh, segundo vários informes procedentes do suleste asiático, poderia estar planificando actos de terrorismo desde a seguridade da sua celda no Pakistão. Ou que o seu assassino, Khalid Sheikh Mohammed, agora em Guantânamo, presumiria orgulhoso do seu crime ante um tribunal militar em Março de 2007 ante os aplausos dos seus simpatiçantes yihadistas. Ou que esta ideologia de barbárie seria jaleada nas Universidades de Europa e dos EEUU, apoiando convocatória tras convocatória as marchas de exaltação de Hamas, Hezbolá e outros heróis da “resistência”. Ou que outro jovem seqüestrado, o israeli Gilad Shalit, estaria sofrendo o seu novecentos quinquagêsimo dia de cautividade sem visita alguma da Cruz Vermelha, mentres os dirigentes mundiais debatem se os seus sequestradores merecem ou não o reconhecimento internacional.


Não. Todos os que no mundo inteiro choraram por Danny no 2002 agardavam sinceramente que a morte de Danny seria um ponto sem retorno na história da inhumanidade do homem para o homem, e que a imolação de inocentes para transmitir mensagens políticas passaria imediatamente a ser –como a escravidão ou os sacrifícios humanos- uma vergonhosa relíquia de épocas passadas.


Mas como quer que seja, a barbárie, amiúde disfarçada sob a linguagem da “resistência”, tem ganhado aceptação na maioria dos círculos de élite na nossa sociedade. A expressão “guerra contra o terror” não pode ser pronunciada hoje em dia sem temor a resultar ofensiva. A sociedade civilizada, segundo semelha, está tão anestesiada pela violência que tem perdido toda capazidade de estremecer-se ante o Mal.


Penso que tudo começou quando alguns sesudos analistas, no seu zelo por achar soluções innovadoras para o terrorismo, decidiram que o terror não é um autêntico inimigo, senão uma táctica. Deducindo daí que o mecanismo básico que induze a realizar actos de terrorismo –a licença ideológica de elevar as queijas de um por cima das normas da sociedade civilizada- era algo permissível a fim de fazer aparentemente mais manejáveis as considerações de orde táctica.


Esta mentalidade da derrota tomou assento em políticos como o anterior alcaide de Londres, Ken Livingstone. Em Julho de 2005 este declarou em Sky News, que o suicídio dos homens-bomba era uma forma de manifestação da natureza humana. “Ante situações injustas, é o que à gente lhe resta por fazer”, proclamou o Sr. Livingstone.

Mas o mais claro refrendo do terror como instrumento legítimo do regateo político chegou de boca do antigo presidente Jimmy Carter. No seu livro “Palestina: paz, não apartheid”, o Sr. Carter dirige-se aos promotores dos terroristas-suicidas: “É preciso que a comunidade árabe em geral, e todos os grupos palestinianos em particular, tenham claro que rematarão os suicídios mediante bomba e outros actos de terrorismo quando as leis internacionais, e os objectivos finais da Folha de Ruta para a Paz, sejam aceitados por Israel”. Os actos de terror, segundo Carter, não devem ser algo tabu, senão uma ferramenta efectiva para os terroristas com a que se enfrontar ao que percebem como injustiças.


A lógica do Sr. Carter tem-se convertido no paradigma à hora de racionalizar o terror. Quando foi perguntado sobre que deveria fazer Israel para deter o lançamento de projectis de Hamas contra civis inocentes, a primeira dama síria, Asma Al-Assad, não duvidou um momento a sua resposta: “Deveriam rematar com a ocupação”. Noutras palavras, o terror debe obter um dividendo antes de finalizar.


Os mass media têm desempenhado um grande papel na consecução desta vitória da aceptabilidade por parte do terrorismo. A televisão qatari Al Jazeera, por exemplo, proporciona horas e horas de audiência cada semana a Sheikh Yusuf Al-Qaradawi, para que poida escupir a sua interpretação carregada de ódio sobre o que diz o Corám, alabar aos terroristas suicidas, e fazer um permanente chamado à yihad contra judeus e estadounidenses.


Em Agosto de 2008 foi o cumpreanos de Samir Kuntar, o assassino impenitente que, em 1979, esmagou a cabeça duma rapaza de 4 anos israeli com a culata do seu fussil tras assassinar ao seu pai diante dos seus olhos. Al Jazeera elevou a Kuntar à categoria de herói com orquestras, fogos de artifício e danzas das espadas, apresentando-o ante uma audiência de 50 milhões como um modelo para a sociedade árabe. Nenhuma cadeia pertencente aos mass média occidentais denunciou os esforços de Al Jazeera por lograr que os seus jóvenes televidentes imitassem a Kuntar. Os directivos de Al Jazeera seguem recebendo trato distinguido em qualquer clube de prensa mundial.


Alguns colegas da TV dos EEUU não agiram de modo muito diferente ao de Al Jazeera na sua recente análise da Guerra de Gaza. Bill Moyers apresurou-se a destacar a legitimidade de Hamas como movimento de “resistência”, e a falar de “ciclos de violência”. No seu show televissivo do 9 de Janeiro passado, o Sr. Moyers explicou à sua audiência “que ambas partes alimentam o ciclo da violência”, e que “o acto de terrorismo dum homem é uma resistência contra a opressão”. Depois afirmou –sem sonrojar-se- que para os observantes da Bíblia hebrea “a violência de D’us estava geneticamente codificada”. A perogrulhada do “ciclo da violência” permite aos analistas fortalecer o terror com a patranha da “reciprocidade”.


Quando nos perguntamos que é o que na psique dos americanos faz que sejamos comprensivos com organizações genocidas como Hamas –cujos estatutos deveriam fazer que estalasse cada neurona do nosso cerebro- e que as toleremos no nosso discurso público, deveríamos dar uma atenta olhada às nossas Universidades e a forma em que são habitualmente manipuladas por simpatizantes do terrorismo.


Na minha própria Universidade, UCLA, um simpósio celebrado a semana passada sobre direitos humanos rematou sendo uma manifestação de apoio a Hamas, incitada por um astuto professor. O director do Centro de Estudos do Oriente Próximo concluiu noutra das charlas que Israel é o maior criminal na história da Humanidade.


O propósito indisimulado de tudo isso saiu à luz no acto de cerre, à manhã seguinte, quando um grupo de estudantes publicou no jornal universitário um artigo intitulado “Os estudantes dizem: Israel está violando os direitos humanos em Gaza”, baixo o membrete da Universidade de California. Aquí é onde Hamas tem logrado o seu maior trunfo –outra muesca na respetabilidade acadêmica, outra incursão nas mentes occidentais.


Uma foto de Danny está pendurada justo diante minha, com o seu sorriso resplandecente como sempre. Mas custa-me mirar os seus olhos e dizer: a tua morte não foi em váu.



JUDEA PEARL


[O Sr. Pearl é professor de computação em UCLA, e Presidente da Fundação Daniel Pearl, criada na memória do seu filho para promover o entendimento intercultural]


* Daniel Pearl: Jornalista seqüestrado, torturado e assassinado em Pakistão por radicais árabes. Tras um mes de seqüestro os seus captores difundiram um vídeo que amosava o seu degolhamento.


Graças à nossa amiga Turina Izraev, de Ashdod, tivemos conhecimento deste espeluznante vídeo onde asistimos a algumas das actividades extra-escolares às que estám matriculados os mais pequenos da casa em Hamastám.





Não se pode dizer que "progressem adequadamente".

NÃO SEI



É singelo desmascarar aos esquerdistas: simplesmente cumpre fazer ver que as suas políticas são sempre soluções circunstanciais, amiúde contraditórias entre sim. A isso acrescentade-lhe que as suas propostas descansam no terreno dos bons sentimentos, mas sem base histórica alguma. Os esquerdistas repúdiam os nossos valores –como qualquer valor que seja firme, dado que os princípios firmes contradizem-se com o seu agir haitual. E, como mínimo, o espectador começará a duvidar dos postulados da esquerda.


Mais dificil resulta com os haredim, especialmente com a secta ánti-sionista dos judeus seguidores de Satmar. Para além da sua questionável interpretação talmúdica do imprudente regresso à Terra Prometida utilizando a violência, os seus argumentos têm uma base bastante sólida. O Estado israeli realmente existente é abominável: socialista, militantemente ateu, oposto à tradição e valores judeus, promotor dum confuso argot sustitutivo do precioso hebreu bíblico, amável com os gentis, occidentalizado, e inseguro. Os judeus têm mais fázil levar uma vida guiando-se pelos patrões judeus baixo qualquer jurisdicção muçulmã. Historicamente, os judeus viveram de maneira amizosa com os muçulmãos: inclusso as sobre-taxas que aplicam aos dhimmies são menores que as que temos que pagar em Israel. Para além dalguns incidentes isolados, os judeus viveram seguros no mundo muçulmão até a chegada do sionismo: naturalmente, os árabes opugeram-se à ameaça que os judeus supunham para a sua soberania. A lei da Sharia, imitando à da Torá, é muito mais justa do que as retorzidas leis occidentalizantes de Israel. Tem muitos inconvintes...mas são maiores em Israel: os religiosos judeus observantes têm proibido orar no Monte do Templo, têm dificuldades para acceder aos nossos lugares sagrados em Siquém e Bethlehem, e quase estám mal vistos oficialmente. O pior de tudo é que o futuro de Israel é sombrio: cercada por um ocêano de muçulmãos e traicionada pelos cristãos, uma Israel de 14 milhas de ancho saturada de população árabe hostil não conforma um Estado viável. Acrescentemos a isso a proliferação nuclear em Pakistão, Corea do Norte e Iran, o potencial em mísseis e armas químicas que atesoura Síria, o modernizado exército egípcio, e o crescente terrorismo, para assim rematar de desenhar um muito desalentador panorama. Os judeus estám mais seguros em Iran que em Israel, sofrem menos restricções religiosas (nenhuma, actualmente), e pagam menos impostos que em Israel.


Durante os últimos 2.500 anos, os judeus viveram como uma autonomia administrativa. No mundo antigo, isso era denominado “protectorado”, mas em essência é o mesmo: uma comunidade com auto-governo controlada por um poder externo competente em assuntos militares e de relações internacionais. Postos a fiar fino, a protecção oferecida pelos Romanos era mais solvente que a dos EEUU. Israel padecia invasões permanentes dos inimigos, inclusso na época dos exércitos a pé e dos micro-Estados que a circundavam. Na nossa era de unidade militar dos países árabes contra Israel, as opções dos judeus de manter a sua soberania são aínda menores.


Os judeus jamais chegaram a possuir na sua totalidade o território de Eretz Israel, e os religiosos judeus nunca controlaram o Estado. Inclusso nos tempos da monarquia, a idolatria estava muito extendida, agás nos breves períodos em que estivemos regidos por Reis honrados. Os gregos tiveram cidades em Eretz Israel desde tempos imemoriáveis, e practicavam a idolatria ali. As tropas romanas na nossa terra também oravam em templos paganos. Os muçulmãos são monoteístas e, portanto, muito melhores que os romanos; inclusso é questionável se as mesquitas devem ter a consideração de lugares de “culto estrangeiro” merecedoras de serem purgadas de Eretz Israel.


O autêntico Templo, onde D’us reside na Terra, já não existe. O Segundo Templo que o reempraçou era um lugar de oração como qualquer outro, na medida em que carecia da imensa santidade que outorgava a Arca Sagrada. É inimaginável que D’us se revelasse aos corruptos sumos sacerdotes do Templo de Herodes.


O pensamento judeu floreceu no Exílio. A criatividade nacional sempre recebe um estímulo em circunstâncias adversas; a Era Dourada da literatura russa coincidiu, não em váu, com a opressão zarista. O Exílio fixo que os judeus desenvolvessem notavelmente a sua inteligência; a agudeza mental foi uma característica positiva nessa evolução, de pura e dura supervivência. Tudo isso cambiou com Israel, quando os judeus já não tiveram necessidade de competir com os duros antagonistas gentis.


Os judeus trataram de reconstruir o Templo e o Estado em várias ocasiões durante a época do Exílio, sempre sem éxito. O intento actual é diferente: Israel já tem exprimido totalmente a Diáspora, as judarias europeias e do meio leste, assim como a dos EEUU, não perdurarão demassiado ante a brutal acometida da assimilação. Assim que, se este último intento é falhido, presenciaremos uma emigração massiva de israelis no melhor dos casos e um progressivo contingente de refugiados no pior. Os haredim, que vivem em Jerusalém ou perto de ela, não quererão serem branco dum ataque nuclear contra Israel.


Assim que os haredim ánti-sionistas têm razão em vários aspectos, embora poidam ser criticados em muitas coisas. Em termos religiosos, viver em Eretz Israel e estabelecer ali uma jurisdicção genuinamente judea são obrigas inquestionáveis; mas nós nunca temos possuído a totalidade do território em toda a nossa história, e a nossa jurisdicção raramente tem-se guiado por postulados estritamente judeus. Em termos políticos, os judeus necessitam um refúgio seguro; mas Israel hoje em dia é um lugar mais perigoso que sítios historicamente malditos como Berlin ou Varsóvia. Em termos nacionais, os judeus secularizados assimilam-se velozmente na Diáspora; inclusso se assimilam na própria Israel, através dos centos de milheiros de falsos judeus importados e dos contingentes de orige eslava. Em termos nacionalistas, estamos profundamente enfermos ao ter que viver baixo os ditados de mandatários internacionais; os políticos e burócratas israelis são amiúde piores que os gentis. Assim que não acho fazilmente uma maneira de poder contrarrestar a posição dos partidários de Satmar.


A minha única resposta certa contra eles é que um judeu debe ser leal à sua nação, para bem ou para mal.


Isso, sem embargo, é refutado por aquilo de: “Não sigas à multidão pelo caminho do Mal”.



OBADIAH SHOHER



10 Shevat 5769 / 4 Fevereiro 2009