SHABAT SHALOM






ISAIAS 58:13




Se desviares o teu pé do sábado, de fazeres a tua vontade no meu santo dia, e chamares ao sábado deleitoso, e o santo dia do Senhor, digno de honra, e o honrares não seguindo os teus caminhos, nem pretendendo fazer a tua própria vontade, nem falares as tuas próprias palavras.
Então te deleitarás no Senhor, e te farei cavalgar sobre as alturas da terra, e te sustentarei com a herança de teu pai Jacob; porque a boca do Senhor o disse.




Um pequeno foguete estoirou na entrada da residência de Sternhell, prominente escória de Paz Agora e honorário inimigo dos judeus que imparte o seu pensamento político na Universidade Hebrea. Sternhell foi recentemente recompensado com o Prémio Israel pelo seu labor ánti-semita.


Pouco antes do incidente, umas octavilhas foram achadas perto da sua casa incitando à morte dos membros de Paz Agora –algo ao que é difícil objectar. Barak condeou o ataque contra este “intelectual”. Obviamente, nenhuma organização de direita se atribuiu o facto. O explossivo não era demassiado perigoso, e pressumivelmente disparará a popularidade deste ultra-esquerdista.


OBADIAH SHOHER


O Governo aprovou uma lista de 450 pressos -afamados assassinos de judeus- mas Hamas rechaçou imediatamente a oferta como insuficiente.

O Governo debe estar tolo para canjear vários centenares de sanguinários árabes por um único refém, membro de uma família ultra-esquerdista de orige judea; mas a oferta de Olmert, a pesar disso, está longe de ser a mais descabelada na história de Israel. Sharon liberou ainda mais árabes a câmbio de um traficante de drogas judeu e espia de Hezbolah, o duo Peres/Rabin libertaram 1.150 árabes, muitos deles assassinos, a câmbio de três soldados israelis, e câmbios massivos de pressos de guerra tiveram lugar durante a primeira Guerra do Líbano.


OBADIAH SHOHER




[Segunda entrega do capítulo adicado à percepção actual dos europeus respeito o judaísmo, tirado da última obra do pensador francês Pascal Bruckner]





DESEMASCARAR AO USURPADOR


Posto que o autêntico judeu dos nossos dias fala árabe e leva a kefya a quadros, o outro é um impostor que se arroga um título de propriedade que tem perdido “a magistratura moral do martírio” (Péguy). A antiga vítima tem-se convertido à sua vez em verdugo, mas –e este é o detalhe interessante- num verdugo que reproduze exactamente os rasgos do seu antigo verdugo na Alemanha da dácada de 1930. Em ressumo, quando o judeu oprime ou coloniza, transforma-se enseguida em názi, sem meias tintas. A afiliação de Israel ao império invissível do Norte e sobretudo à Babilônia iánqui, faz de ela a reencarnação mais fidel do Terceiro Reich. Os názis perseguiram aos judeus; portanto estes têm-se convertido em názis. Que explicação tem se não o florecimento espontâneo da metáfora nacional-socialista na pruma das inteligências mais brilhantes? Isto é o que diz o filósofo Gilles Deleuze com respeito aos crimes do sionismo: “Diz-se-nos que não é um genocídio. Porém, é uma história que tem muito de Oradur desde o começo. O terrorismo sionista não atacava só aos britânicos, também afectava às aldeias árabes que tinham que desaparecer. O Irgun foi muito activo neste sentido (Deir Yassin)”. Ele mesmo volverá a manifestar sobre as operações de Israel no sul do Líbano em 1978: “Achamo-nos numa situação parecida à da Guerra de Espanha quando este país serviu de laboratório e como experimentação para um futuro ainda mais terrível”.

Aos que se assombrem do mimentismo entre Israel e o regime hitlerião bastaria com lembrar-lhes, por exemplo, os laços profundos de parentesco do movimento sionista da década de 1920 com o nacional-socialismo alemão, a visita entusiasta que fez em 1933 um dos primeiros SS austríacos, Leopold Itz von Mildenstein, a Palestina, e os elogiosos artigos sobre o sionismo que escreveu para “Angriff”, o periódico de Josep Goebbels.

A Israel não se lhe concede nenhuma gradação, nenhuma ierarquia à hora de fazer avaliações: está proibido andar-se com matizes com este país, passa-se instantaneamente dum extremo ao outro. Não se anota nunca no seu haver o facto de se ter retirado do Sinai, do sul do Líbano nem da Franxa de Gaza. É certo que Israel tem deixado de ser o acreedor moral de Occidente: a toma de Beirut em 1982, a passividade ante as massacres de Sabra e Chatila, a colonização sistemática de Cisjordânia, a dura repressão, diria-se desmessurada, da 2ª Intifada, os assassinatos planificados de líderes extremistas, a construcção do muro que se traga as terras cultiváveis e separa as famílias, os bombardeios sobre Líbano no verão de 2006 como represália pelos ataques de Hizbullah, têm dilapidado o capital de simpatia que atesourava nos seus inícios. Israel, como destacava o historiador Elie Barnavi, perdeu a batalha da image. Mas também é certo que, pelo facto de ser uma democracia, permite em geral aos meios e televisões livres que cobram os acontecimentos, incluñidos os crimes, levados a cabo pelo seu próprio exército. Lembre-se que foi em Tel-Aviv onde se realizou a maior manifestação de protesta contra os factos de Sabra e Chatila, que obrigou a dimitir ao general Sharon. Emmanuel Levinas já o dizia em 1963: “Israel não se tem volto pior que o mundo que a rodea, digam o que digam os ánti-semitas, mas deixou de ser a melhor”.

Trabalho inútil: todos os esforços da maioria dos intelectuais, com a notável excepção de Michel Foucault, têm-se orientado, pelo contrário, a criminalizar a esta nação, já que com respeito a ela só nos vem à boca o nome de Hitler. Israel é, quiçá, o único Estado do mundo que não deixa de repetir que tem direito a existir dentro dumas fronteiras seguras e reconhecidas. Esta formulação é em si própria assombrosa, já que imediatamente sugire a inversa: que esse direito é em si um privilñegio demessurado. Os puros de ontem têm-se transformado em monstros.

Em Europa, a questão palestiniana só tem servido para voltar a legitimar com toda tranqüilidade o ódio face os judeus. Cabe dizer com Bernard Lewis: “Os árabes só são, a fim de contas, outro pau com o que golpear aos judeus”. Também o testemunham os seguintes extractos dum artigo de opinião intitulado “Israel, o cancro”, assinado por Edgar Morin, Sami Naïr e Danièle Sallenave: “Os judeus que foram humilhados, despreçados e perseguidos, humilham, despreçam e perseguem aos palestinianos. Os judeus que foram vítimas duma orde despiadada, impõem a sua orde implacável aos palestinianos. Os judeus, vítimas da inhumanidade, amosam uma terrível inhumanidade [...] o povo eligido conduz-se como a raça superior”. “Comportar-se como povo eligido de Deus não só é estúpido e arrogante, senão também um crime contra a Humanidade. A isso chamamo-lo razismo”, escreve pela sua banda o filósofo noruego Jostein Gaarder, autor da célebre novela “Os mundos de Sofia”, que para além disso suspeita que alguns israelis se plantejaram “com a ajuda de Deus uma Solução Final para a questão palestiniana” (5 de Agosto de 2006, em “Aftenposten”).

Reversibilidade instantânea: se os judeus oprimem, seguro que o fazem à maneira da Brute Blonde, reproduzindo fidelmente as abominações sofridas no passado tanto em Alemanha como em Polônia. O simples facto de terem sido acosados e exterminados pelos názis transforma-os em názis potenciais. A Guerra do Líbano assimila-se à política alemã do Lebensraum, do espaço vital. A Franxa de Gaza é Auschwitz, e o mesmo Jenin, o sionismo é o irmão gémeo do nazismo.

A intransigência a posterióri contra o nacional-socialismo permite desqualificar melhor ao judeu que não renega de Israel. Esta sinonímia, com o poder de perturbação que leva implícita, procede dum salto teórico lamentável devido à pruma de intelectuais aos que se considerava mestres da distinção.

Nazificar aos israelis é deslegitimar ao Estado israeli, mas também judaizar aos árabes, reorientar o antigo combate contra a ignomínia à beira do Jordão. É, em suma, justificar por adiantado a possível desaparição de Israel, essa “entidade usurpadora”.



UMA ARBITRAGEM DELICADA


A França moderna, como se sabe, está dorosamente dividida entre duas lembranças dorosas: a de Vichy e a do Império, mas se trata de duas lembranças de peso desigual. A colonização semelha menos pesada de levar que o colaboracionismo, por uma simples razão: a derrota de 1940 e a ocupação afectaram a todo o país, mancharam-nos e humilharam-no, apesar da existência duma resistência minoritária e valente. Meio século depois, o nosso país recupera-se com dificuldade deste traumatismo. Pelo contrário, a aventura colonial, apesar do brutal e sanguenta que foi em muitas ocasiões e pese à existência dum poderoso grupo de pressão na Assembleia Nacional durante a 3ª República, só teve que ver, a fim de contas, com uma parte dos nossos compatriotas. Tal como o demonstra o rencor dos repatriados de Algéria, muito cedo sentiram-se abandoados por uma metrópole indiferente a estas expedições.

O imperialismo francês promovido por Jules Ferry, não esteve motivado por um exceso de vitalidade, senão pela obsesão da decadência, pela vontade de reparar a humilhação de 1870, pela angústia de ter deixado de estar à altura das grandes potenças europeias. Foi “um fenômeno de compensação” (Raoul Girardet) com miras a evitar a caída num destino mediocre, foi o capricho duma elite obsesionada pela grandeur e não a vontade de toda a comunidade nacional.

Os franceses, agás no caso de Algéria, colônia de assentamento, abordaram com tanta desganha as aventuras de ultramar que os governantes tiveram que pôr em marcha uma autêntica oficina de propaganda, a Agência Econômica das Colônias, cuja missão era desenvolver em todos os países, mediante exposições e filmes, “a fibra imperial” da população. A vergonha da derrota militar, da participação do Governo de Pétain na deportação dos judeus (mentres que em Dinamarca, por exemplo, que salvou a todos os seus judeus, o próprio Rei optou por levar a estrela amarela em sinal de solidariedade) levou-na à outra vergonha das conquistas africanas ou asiáticas, consideradas maioritariamente na actualidade como aberrações de outra época.

Entre a aventura colonial e a complacência com o hitlerismo, é melhor libertar-se deste pecado. Se se pudesse provar que os judeus, uma vez constituídos em Estado, reproduziram respeito dos mais débeis o que eles padeceram no passado por culpa dos mais fortes, então a passividade, ou cumplizidade, das nações europeias com respeito ao Terceiro Reich reduziria-se na mesma medida.

Então Israel é condeável por dupla partida. Como apêndice colonial enquistado em Oriente, esconde a sua vorazidade territorial tras o ecrã dum erro insuperável, o genocídio, como se os árabes tivessem que pagar por um crime cometido em Europa no passado. Ao antigo reproche de cosmopolitismo que lançava ontem a extrema direita, responde o de ilegitimidade que enarbola hoje a esquerda. Velaqui, pois, que o ódio a Occidente passa já pelo ódio aos judeus que se convertem na sua comunidade emblemática depois de terem sido, ao longo dos séculos, o chivo expiatório. Por isso o enfrontamento israelo-palestiniano ve-se como “o símbolo da negação do direito árabe e muçulmão por parte do mundo occidental”. Daí surge também a incrível tolerância das nossas elites intelectuais, políticas e mediáticas face o terrorismo palestiniano: os atentados, as bombas humanas, recebem uma condeia muito superficial, ou são justificados como actos de desesperação, como a resposta legítima às barbaridades cometidas pelo exército judeu. Nem o horror ante os candidatos ao suicídio, com a sua grotesca mitologia das 70 virgens que os agardam no Paraíso, compensará jamais, aos olhos desses grupos, a ignomínia dos israelis. Importam pouco as vítimas dessas explossões e muito menos a cultura de morte que se extende entre a juventude de Cisjordânia e Gaza.

Como quer que a nossa indulgência está marcada pela condescendência, não nos perguntamos se este alento que insuflam os militantes emboscados nos seus bastiões europeus ou estadounidenses não é, antetudo, suicida para os próprios palestinianos, e se não hipoteca o seu desejo de paz e de dignidade, já que há “momentos em que os povos aspiram a educar aos seus filhos noutro lugar que não sejam os cimitérios (Jean Daniel)”.

A nossa fascinação, através de ecrãs interpostos, pelos banhos desangue, as execuções colectivas, o martírio redentor de Hamas ou da Yihad Islâmica não só é obscena, como o foi a alegria de Baudrillard ante o derrube das Torres Gémeas de New York. Sobretudo, porva o nosso despreço por este povo reduzido a simples projectis humanos. Preferimos claramente a estética do crime à ética do compromisso.

Daí que, finalmente, a intelligentsia francesa e uma parte da esquerda, pese a um ánti-fascismo puntilhoso elevado à categoria duma mística republicana, tenham gardado silêncio ante o desencadeamento da judeofóbia de orige imigrante que sacudiu França a partir da 2ª Intifada (e em cujo contexto se situa a morte por tortura do jovem Ilan Halimi, obra duma banda da periféria em 2006, e que foi à vez um acto de gamberrismo e de razismo). São muitos os que se têm liado numa negação embaraçosa, quando não têm acusado aos afectados de paranoia, e inclusso de provocação. É sintomático que na França, cada vez que afloram problemas de identidade, botemos mão dos nossos judeus, inclusso, como ocorre actualmente, através do prisma de Oriente Próximo. É uma relação passional.

França quase se sublevou para defender a reputação de Alfred Dreyfus, acusado de traidor. “Uma nação capaz de dividir-se a causa da honra dum simples capitão judeu é uma nação à que cumpre trasladar-se”, dizia-lhe o seu pai lituano ao filósofo Emmanuel Levinas antes da 2ª Guerra Mundial.

Mas na dácada do 2000 os gardas do dogma da resistência, que procuravam por todas partes até os menores indícios d complacência face a doutrina názi, calaram de súpeto fazendo-se cúmplizes das vexações, os insultos e as paliças recebidas pelos seus concidadãos israelitas. Nada comparável, por suposto, com o que se passava na década de 1930, justo a inquietude suficiente, as suspeitas necessárias para envelenhar a vida cotidiana. Também não faltaram vozes para explicar os acontecimentos pelo contexto, como foi o caso do simpático José Bové, que acusou ao Mossad em 2001, numa emisão de Karl Zéro, no Canal +, de queimar as sinagogas galas para fomentar os problemas (desculpando-se acto seguido, por se as suas manifestações podiam ter “ferido sensibilidades”).

Quando o politólogo Pascal Boniface, numa nota confidencial aos dirigentes do Partido Socialista, enviada em Abril de 2001, aconselhava-lhes por simples cálculo eleitoral, que renunciassem ao voto judeu (500.000 na França) a favor do voto muçulmão (5 milhões), desembuchou-no tudo com a maior honestidade. Obrigados a escolher entre duas minorias, muitos intelectuais, simpatiçantes activos da causa palestiniana, têm preferido, em nome dum estrito ánti-razismo, abandoar aos judeus a favor dos árabes, considerando a estes injustamente favorecidos, e àqueles injustamente desherdados, passando a perdas e ganhos o sentimento de soidade e abandono dos primeiros.

Os actos de violência, o facto de que na França muitos homens e mulheres já não puidessem passear pelas ruas duma cidade cobertos com uma kipá ou luzindo uma Magen David, de que os rapazes judeus já não puidessem ser educados numa escola qualquer, têm ficado excusados pelo malestar dos jóvenes dos arrabaldos. Deixou-se livres a estes, em doses homeopáticas, para desquitar-se com os que eram mais débeis que eles.

Não, Europa não tem volto ao desenfreo da época de entreguerras, inclusso tem erguido todo tipo de barreiras morais e jurídicas para evitar o retorno da Besta Imunda. Mas pode pôr em prática, chegado o caso, um ánti-semitismo por abstenção em nome de uma loável preocupação pela equidade e a tranquilidade. (O qual não impede em absoluto um razismo equivalente com respeito aos imigrantes do norte de África nem da África negra, as innóveis agressões contra os estrangeiros de cor). Como esquecer, neste sentido, a anecdota daquele suboficial britânico em Palestina que, em 1947, antes os enfrontamentos diários entre judeus e árabes, não rematava de decidir a qual dos dois grupos despreçava mais?

Em todas as grandes cidades do Velho Continente, alcaides e governantes, para evitar a importação às suas cidades do conflito israeli-palestiniano, acabarão achando-se um dia na obriga de mediar entre as fortes comunidades muçulmãs e uma pequena comunidade judea. Não nos atrevemos a imaginar a qual de elas abandoarão. Antes as minorias voziferantes, apoiadas por uma forte diáspora exterior, a paz social bem vale algum sacrifício.



PASCAL BRUCKNER

SHABAK SHALOM


Existem sucessos que podem ser obviados, Outros, bem, tes que estar ido para ignorá-los. Nestes enquadra-se o ataque a noite passada contra o Professor Zeev Sternhell em Jerusalém.
Antes de seguir, duas pontualizações:

1. (Para evitar que me metam no cárcere): Não acredito em ir deixando bombas na casa da gente. Estou em desacordo.
2. Zeev Sternhell, mais que ser galardonado com o Prémio Israel, deveria ser encarcerado por incitação. No artigo publicado em Ha'aretz o 11 de Maio de 2001 escreveu: "Não há dúvida respeito à legitimidade da resistência armada nos territórios. Se os palestinianos tivessem um pouco de sentido comum, deveriam concentrar a sua luta contra os assentamentos..."

e

"O fascismo não pode ser detido com argumentos racionais. Só pode ser detido pela força, e quando existe risco de guerra civil. Quando seja preciso, teremos que utilizar a força contra os colonos de Ofra ou Elon Moreh. Só uma pessoa capaz de avançar sobre Ofra com tanques será capaz de frear a escalada fascista que ameaça com afogar a democracia israeli" (Zeev Sternhell, jornal Davar, Abril 1998).

Isto é, nem mais nem menos, incitação ao assassinato, legitimar o assassinato dos judeus residentes em Judea, Samaria (e depois, Gaza). O sítio para a gente que incita ao assassinato está detrás das reixas.

Dito o qual, os sucessos da passada madrugada devem ser examinados cuidadosamente. Um artefacto explossivo foi abandoado na entrada da casa de Sternhell. Quando estoirou, ele resultou ferido por metralha na perna. A posterióri, um cartaz foi achado perto da sua vivenda oferecendo um milhão de shekels a qualquer disposto a matar líderes de Shalom Ajshav (Paz Agora).

Quais foram as reacções imediatas?: A polícia (seguindo os ditados das cabeceiras principais da imprensa e de internet) concluiu, num tempo récord, que a "extrema direita" era a responsável do ataque, em resposta às opiniões esquerdistas de Sternhell. A reacção em cadeia desatou-se, com entrevistas e comentaristas lembrando o assassinato de Rabin e as provocações da "extrema direita", etc., etc. ad nauseam.

Agora, detenhamo-nos por um instante. Que se passou ontem, ou quiçá o dia anterior a ontem, que puidesse ter provocado que um extremista de direita acorda-se pela manã e decidisse que o tempo era chegado de "pôr a bom recaudo" ao bom profesor? Algo?...Nada!

Daquela, que sucedeu? Por que um extremista de direita de súpeto toma a justiça pela sua mão e intenta assassinar a um anciano? Confissarei-vos a minha impresão: não foi a extrema direita.

Joguemos às adivinhanças. Quem poderia ser o beneficiado? Quem estaria interessado em levantar uma curtinha de fume culpando à direita? (Tede em conta que não há demassiado tempo o chefe da polícia em Hebron afirmou publicamente que a extrema esquerda é muito mais perigosa que a extrema direita). Por que alguém poderia estar interessado em lixar a image da direita israeli? Quando foi a última vez que se dera um intento orquestrado de pôr em questão à direita israeli?

OSLO.

Deslegitimação da direita, preparando o caminho ao abandono continuado de territórios de Eretz Yisrael e à expulsão dos judeus dos seus fogares.

Adivinhade quem lança as acusações?: O Governo Israeli (a sombra alongada de Avishai Raviv!!!).

E para concluir: quem puido realmente ter protagonizado o atentado?
Queridos amigos, isto tem o aspecto do clássico exercício de garderia do Shabak. Fagamos que a outra parte se sinta mal. Deixemos um inofensivo artefacto explossivo na sua casa, causando-lhe danos sem importância mas provocando um grande "big bang", e depois deixemos que os rottweilers (a rádio israeli, televisão, internet, etc) fagam o seu trabalho. E que a opinião pública zurre do lindo a todos esses nojentos direitistas. E depois...Israel seguirá jogando a "cheguemos a um acordo", sem ninguém que moleste na partida.

E agora, a pergunta do milhão:

Que "líder" político israeli trabalhou durante um par de anos com os serviços secretos israelis?

Não, não foi Olmert.

Não, também não foi Mufaz.

Correcto!. A Primeira Dama -a nova Golda-, Mrs. Tzippy.

Shabak Shalom!


DAVID WILDER

(26 Elul 5768 / 26 Setemrbo 2008)






Na Conferência da ONU, Peres chamou a Ahmadinejad "uma desgraça para o Islám". Peres provavelmente tinha em mente a sua própria image, como uma desgraça para os judeus. Os muçulmãos não concordam com Peres, e consideram a Ahmadinejad um bom e correcto líder ánti-semita.

Os comentários de Peres formam parte da estúpida campanha estadounidense para achar um bom, moderado e pacífico Islám.

A Assembleia Geral da ONU ovaciounou a Ahmadinejad sinceramente. Conscientes de que o pior está por chegar, uma representação de Neturei Karta agradeceu a Ahmadinejad o bom trato que dispensa aos judeus iraniãos.

Quando a estratégia dos EEUU e os sionistas é errônea, Neturei Karta entra na cena para salvar um punhado de judeus.



OBADIAH SHOHER


Publicamos hoje a primeira de três entregas do capítulo adicado à percepção que Europa tem do problema judeu, nomeadamente de Israel, pertencente ao último livro do pensador francês Pascal Bruckner, “La tyrannie de la penitence” (Éditions Grasset, Maio de 2008). Nesta magnífica obra, Bruckner realiza uma rigorosa análise do que ele denomina o masoquismo occidental. Bruckner sinala que Europa, a partir de 1945 sofre os tormentos do arrependimento, e aposta por um rechaço lúzido da responsabilidade da actual situação dos países descolonizados avogando por um novo universalismo das luzes. No ensaio, e desde um ponto de vista que intencionadamente se situa no politicamente incorrecto, trata de dar resposta a uma série de perguntas incómodas que poucos se atrevem a plantejar sobre as nossas relações com a imigração, o mundo islâmico, os EEUU, Israel e o próprio passado do continente.
Há edição em castelhano recém saída na Editorial Ariel.
Altamente recomendável.




A PISCINA DA INOCÊNCIA RECUPERADA


Todos os viacrúzis chegam à sua redenção. Aos agobiados europeus fica-lhes uma saída para evitar a decadência: desviar o pecado face as suas nações indignas da nossa civilização, Israel e os EEUU, repudiá-las para poder redimir-se. Romper todos os laços com elas, repudiá-las sem trégua, manifestar em voz alta o desejo da sua neutralização, já que não o da sua desaparição, provar que “Occidente” não existe, que é um conceito inapropriado porque abarca realidades muito diferentes.

Aos que têm perdido todas as suas esperanças subversivas e já não se satisfazem com as coqueterias da vestimenta do Comandante Marcos, fica-lhes, para saciar a sua sede de absoluto, um último bom selvagem: o palestiniano. Ele é o grande icono crístico, o oprimido dos oprimidos cujo processo de beatificação dura já trinta anos. E o facto de que a sua situação não tenha melhorado permite manter viva a revolta que encarna.

Desde 1974, Jean Genet, que cantou nas suas obras a beleza das SS, dos granujas, dos assassinos, dos Panteiras Negras, dos fedayins, pontualizava numa entrevista com Tajar Ben Jelloun: “Por que os palestinianos? Era o mais natural que me interessasse não só pelos mais desfavorecidos, senão pelos que encarnam no seu nível mais extremo o ódio face Occidente”. Ocorre que os palestinianos, ou mais bem a ideia mítica que se tem de eles, conjugam dois elementos favoráveis a esta cristalização: são podres com respeito a um punhado de colonizadores procedentes de Europa, e são muçulmãos na sua maioria, quer dizer, são membros duma religião que para uma parte da esquerda representam a ponta de lança dos desherdados. Deste modo, este conflito interminável convertiu-se durante os anos 1980-2000, a medida que retrocediam os horizontes revolucionários, na causa indiscutível dum certo progressismo orfo. O assombrosso é que as preferências duma minoria se tenham convertido numa opção maioritária, que tenha recebido a aprovação das mais altas esferas do poder (quando menos na França e na Europa Occidental) até o ponto de configurar a mentalidade de toda uma época.


QUE CENTRALIDADE DE ORIENTE PRÓXIMO?


Efectivamente, nada resulta mais surprendente para um observador que a extraordinária mediatização da que se beneficia esta região do mundo desde há tantos anos. Como se a sorte do planeta se decidir por completo num anaco de terra que se extende entre Tel-Aviv, Ramala e Gaza. A condeia de Israel é em princípio a obsesão de Israel. É uma mediatização paradoxal, pois não ensina nada no senso estrito do termo, senão que se limita a reforçar o estereotipo do enfrontamento entre um Estado colonial e razista chegado com retrasso ao mundo árabe (1948) e um povo esmagado e expoliado.

O tratamento da Segunda Intifada, a partir de 2.000, puxo de manifesto o clichê que enfrontava às forças da Opresão com as forças da Resistência. Esta riada permanente de novas –nem um só dia sem informes minuciosos dos abusos do exército israeli- ía acompanhada dum monumental desconhecimento da realidade da zona. Na televisão e demais meios de comunicação asistia-se a um excesso de informação produtor de ignorância. Vaia surpresa, por exemplo, ao descobrir ao dia seguinte da morte de Yaser Arafat, o 11 de Novembro de 2004, que a militarização da Intifada resultara um formidável fracasso e deixara à sociedade esgotada e ao borde da guerra civil. Que também conlevara uma progressiva perseguição dos cristãos, obrigados a fogir ou comprometer-se com o nacionalismo, e revela a corrupção de Al Fatah sem menoscabar a moral do Estado hebreu. Desengano para os militantes, mas também para os correspondentes de imprensa, que se sentiram desautorizados! Que surpresa se inteirar de que o velho Arafat, possuidor de uma extraordinária baraka, que fogira de tantas emboscadas, destacara também como um orfebre da doble linguagem, encarnara o feito nacional palestiniano tanto como o dinamitara, torpedeando as negociações de Camp David de 2.000! Isso sem falar da demonização do “carneceiro” Ariel Sharon (os jóvenes judeus agredidos nos colégios franceses durante esses anos tinham que suportar que os chamassem “sharões” ou “sharoneiros”), que impediu ver o desenlaço que se avizinhava em Gaza, o estoirido do Likud e a suavização das teses expansionistas do Grande Israel. Os periodistas não mentiram, deixaram-se cegar pelas suas convicções..., estes homens e mulheres tão apegados à terra não viram na realidade mais que a projecção das suas próprias pantasmas.

Com o apoio aos palestinianos não se deseja ajudar a seres de carne e óso, senão a ideias puras. Nesta beira do Mediterrâneo, os intelectuais, os escritores, os políticos, não querem tanto investigar sobre um antagonismo concreto –um litígio imobiliário entre dois proprietários igualmente legítimos, como dixo Amos Oz- como desejar arranjar contas com a cultura occidental. Pouco importa o tipo de realidade destes milhões de homens e mulheres submetidos a humilhações cotidianas e a condições de vida precárias; como também não importa a nossa aquiescência com respeito ao terrorismo palestiniano, tanto de Hamas como de Hezbullah.

O que se passa é que Oriente Próximo tem-se convertido num lugar onde se desenvolve uma batalha mundial pelo título de pária. Georges Montaron escrevia já em 1969 em “Témoignage chrétien”, órgao católico de esquerdas: “Jesuscristo está com os palestinianos, tanto se são muçulmãos, judeus ou cristãos, desde o momento em que são pobres [...] os refugiados são os autênticos lugares santos de Palestina, os verdaeiros testigos de Deus ainda vivos”. Uns dias depois, o próprio Montaron escrevia: “No coração de todos os pobres do mundo árabe, os fedayin são heróis, a image viva do libertador. O mesmo que o Che Cuevara em América Latina, a resistência palestiniana é uma cama que ilumina aos oprimidos e se extende cada vez mais. Aqui, ainda mais que entre nós, a resistência é sinônimo de Revolução e tem uma potença messiânica incalculável”. Vestígios de uma época exaltada, lirismo dum tempo que temos deixado atrás? Quiçá, mas entretando têm sido barridas numerosas esperanças de regulamentos, o conflito tem-se atascado e nenhum outro em nenhuma parte do mundo tem levantado o entusiasmo que desperta este.

Pensemos, por exemplo, no que escreveu Edgar Morin o 19 de Fevereiro de 2004: “Não cabe dúvida de que os palestinianos são os humilhados e ofendidos de hoje em dia e nenhuma razão ideológica poderia desviar a compassião que despertam”. O argumento não é falso, mas por que temos que esquecer aos chechenos, os tibetãos, aos sudaneses de Darfur, aos congolenhos, que passaram todos pelo ecrã como se só nos interessassem as vítimas dum país occidental, coroadas a este respeito de uma aureola particular? De modo que nos entra a suspeita de que a nossa percepção do Oriente Próximo é menos política que psicológica. Não se trata de colher uma fonte de tensões, de reconciliar aos irmãos inimigos, senão de trasladar a um teatro estrangeiro as nossas próprias mitologias.


“SIONISMO, ADN CRIMINAL DA HUMANIDADE”


Nesta monomania pelo Oriente Próximo confluim dois interesses: permite ao mundo árabe transformar ao Estado judeu em causa cômoda das suas missérias e frustrações (o rechaço face Israel é o afrodisíaco mais potente dos muçulmãos, dizia com humor Hassan II), e a uma parte de Europa limpar-se dos seus crimes passados contra o judaísmo. A condeia de Israel, autêntico tema estrela do Quai d’Orsay, equivaleria à exoneração dos crimes do passado contra os judeus. Como se os descendentes lonjanos dos deportados dessem valor a partir de agora aos verdugos que gasearam aos seus antepassados. Tempo atrás, o adjectivo “sionista” era já sinônimo de infâmia no vocabulário da propaganda comunista. O próprio Stáline utilizara-o, juntamente com o adjectivo “cosmopolita”, para justificar uma vasta perseguição ánti-semita a finais da década de 1940, à que só a sua morte puxo fim. Mas o termo, convertido em insulto, inclusso em obscenidade entre a esquerda europeia, fez fortuna no mundo árabe-muçulmão que tem importado, sem discriminação, toda a propaganda ánti-semita europeia.

Que crime não se terá imputado ao sionismo nos meios destes países? De ser “uma forma de razismo e de discriminação razial”, como afirma uma ressolução do 10 de Novembro de 1975 adoptada pela Assembleia Geral da ONU. De ter criado na sua totalidade a Hitler, de ter inventado o mito do Holocausto para fazer com ele um jugoso negócio. Mas também de ser responsável do 11-S em New York (o Mossad teria avisado a todos os judeus que não fossem trabalhar esse dia!), de ter criado o vírus da SIDA para eliminar à humanidade ou à raça negra, de ter provocado o maremoto de Dezembro de 2004 através duma explosião nuclear, de estar também na orige da gripe aviar para debilitar a África e a Ásia, de ter pagado baixo corda as caricaturas de Mahoma aparecidas em Dinamarca com a finalidade de enfrontar entre si a cristãos e muçulmãos, segundo declarou o ayatolá Jamenei em Fevereiro de 2006. O apelativo infamante aplica-se agora a qualquer que considere normal a ideia dum Estado judeu, já que Israel é antetudo culpável de existir. Se o sionismo não existisse haveria que o inventar!

Não se trata de minimizar a tragédia palestiniana, de negar a ilegitimidade da ocupação, de subestimar a repressão brutal, amiúde desproporcionada, da Intifada ou as destrucções inutilmente crueis que se infligem à população civil, aplestiniana ou libanesa. Também não deixa de resultar assombroso o facto de que se centre a atenção de maneira exclussiva sobre esta região em detrimento das demais. O Estado de Israel não é precisamente irreprochável. Consruiu-se a partir duma expropriação favorecida pelas guerras que os seus vizinhos lançaram contra ele, tem uma nutrida representação de fanáticos e de extremistas, manteve vinculações perversas com o regime de segregação de Pretória e de Rod´seia, o seu exército comete de quando em vez terríveis atropelos, mas torze-se o sentido quando é acrescentado ao Império do Mal.

De feito, time-se por onde se tome, o Estado hebreu será sempre o autor de perturbações, o agente da divisão, o que frea a concórdia universal, o que retarda a chegada da bendita época da harmonia, em suma, a pedra no sapato da humanidade. Sem ele, o mundo portaria-se melhor, pois este pequeno anaco de terra pom-nos a todos em perigo. Inclusso é a principal ameaça da paz mundial, segundo uma sondagem encarregada pela Comisão Europeia em Novembro de 2003. Agora já o sabemos. O necessário arranjo do problema palestiniano, quer dizer, a criação em Gaza e Cisjordânia de um Estado com fronteiras reconhecidas não garantiria em absoluto a paz para Israel, como também não calmará o ardor dos cruzados do Profeta em guerra contra Occidente. Cumpre abordar esta tarefa justa, mas sem ilusões.

É curioso ver as passiões que levanta este enfrontamento de baixa intensidade se o comparamos com as guerras africanas onde as vítimas se contam por milhões, e apesar disso não movilizam radicalmente as conciências!

Pareceria que na esfera mediática a vida de um israeli ou dum palestiniano vale um milheiro ou cem milheiros de vezes a de um africano. Talvez cumpra ver neste ódio a evolução da nossa actitude com respeito ao problema judeu em Europa. Temos passado da idealização subseguinte ao decobrimento do genocídio à posterior denigração. O elógio levava implícita a iminência da crítica atroz, a calúnia seguia de cerca à idolatria. A image do bom judeu, humilde e perseguido, foi ré-empraçada pela do colonizador arrogante e agressivo. Admirava-se ao primeiro, desarraigado, vagamundo, testemunha exemplar da condição humana; desprecia-se-lhe como pessoa normal, cidadão ordinário de uma nação que se defende com unhas e dentes.

Ódia-se aos judeus por terem superado a sua debilidade imemorial, por ter recorrido à força sem temor. Têm traicioinado a missão que lhes atribuira a História, a de ser um povo de apátridas que não se encerra na estreitez obtusa das nações. A sua dispersão pelo mundo abonava no passado a sua grandeza. No momento em que a própria Europa abjura das suas pátrias, a vinculação dos judeus a uma terra parcialmente roubada a outros povos equivale a um desastre.

Em ressumo, neles não amávamos uma memória, uma cultura, uma relação concreta com o estudo, a escrita e o livro, senão mais bem à vítima impessoal, puja projecção crística. O seu principal pecado? Os judeus têm ré-escrito sem o nosso permiso o guião que lhes impugéramos, portanto têm perdido o direito a pedir-nos contas. Nação de párias, também Israel tem-se convertido, na opinião pública europeia, no párias das nações. “Israel –dixo José Bové –é um sentinela avançado da colonização liberal”. Ostermos estám eligidos a propósito para conjugar duas abominações: colonialismo e liberalismo. Portanto, todos os judeus de Europa tên sido declarados culpáveis do Estado hebreu, agás se o repudiam publicamente.

Pela sua cobertura maniquea do conflito árabe-israeli, os meios de comunicação tên criado uma atmósfera irrespirável e têm uma esmagadora responsabilidade no sentimento de inquietude que os invade nos últimos anos.

Desde a conferência de Durban contra o razismo de Sudáfrica, celebrada no 2000, que deu pé a uma vaga de ódio ánti-semita, exige-se aos judeus da diáspora que proclamem alto e forte a sua aversão ao sionismo.


PASCAL BRUCKNER*


* Pascal Bruckner é um filósofo e novelista francês. Ex-intelectual de esquerdas, nas últimas eleições na França fixo campanha pública por Sarkozy. Tem escrito vários livros, entre eles “A nova desorde amorosa”, em colaboração com Alain Finkielkraut.


Os judeus estadounidenses têm uma boa razão para sentir-se avergonhados e contrariados hoje. Mentres que Irão avança nas etapas finais do desenvolvimento do programa das suas armas nucleares –armas que utilizarão para destruir o Estado de Israel, pôr em perigo aos judeus de todo o mundo e intimidar os EEUU de América- os líderes de Judeus Demócratas de América decidiram que colocar ao senador Barack Obama na Casa Branca é mais importante que proteger as vidas do povo judeu de Israel e do mundo inteiro.

A passada segunda feira, o New York Sun publicou o discurso que a candidata à vicepresidência pelo Partido Republicano, e Governadora de Alaska, Sarah Palin teria exposto na concentração celebrada no exterior da sede central da ONU em New York contra o Presidente Mahmoud Ahmadineyad e contra o plano iranião de destruir Israel. Teria-o exposto de não ser porque lhe retiraram a invitação.

A concentração estava convocada pela Conferência de Presidentes das Grandes Organizações Judeas, a Coaligação Nacional “Stop Iran Now”, O Projecto Israel, as Comunidades Judeas Unidas, a Federação UJA de New York e o Conselho Judeu de Assuntos Públicos. O seu propósito era apresentar uma plataforma dos judeus americãos unida contra o líder genocida de Irão e o seu genocida régime, que está desenvolvendo armas nucleares com a firme intenção de acometer o segundo Holocausto em 80 anos.

O discurso de Palin é um documento extraordinário. No seu parágrafo inicial, deixa claro que Irão supõe um perigo não só para Israel, senão para os EEUU. E não só para alguns estadounidenses, senão para todos. O seu discurso era uma advertência a Irão –e a quem quigesse ouvir- de que os estadounidenses não são indiferentes à sua conduta, a sua ideologia genocida e a barbárie do seu regime. Senão que mais bem estám escandaliçados.

Tras o começo, o discurso de Palin põe claramente de manifesto como Irão está desenvolvendo o seu projecto nuclear, por que deve ser privada de adquirir armas nucleares e por que e como o próprio regime deve ser combatido por uma questão de sentido comum –não só pelos israelis e norteamericãos, senão por todo o mundo que valore a liberdade humana.

O discurso de Palin era uma mensagem de determinação nacional –mais que simplesmente Republicana- contra o programa de armas nucleares de Irão e a sua activa complicidade no terrorismo regional e global. Desenvolveu este aspecto fazendo menção ao informe que a Senadora Democrata Hillary Clinton elaborou contra o regime de Irão.

A alocução detalhava os passados e actuais ataques de Irão contra os EEUU, começando pelo atentado contra os soldados de serviço no Líbano em 1983 e seguindo pela guerra que os patrocinados de Irão mantêm contra as forças estadounidenses em Iraq, e contra os próprios iraquis que se opõem à sua intenção de fazer-se com o controlo do país.

Criticando o papel iranião em Iraq, não só ilustra por que é essencial uma vitória dos EEUU para derrotar a Irão; deixou claro ao mesmo tempo que a guerra de Irão vai contra os EEUU, e não só contra Israel.

Da guerra de Irão contra Israel, os EEUU, e as pessoas amantes da liberdade de todo o mundo, o discurso de Palin passava à guerra do regime contra o seu próprio povo. Atacava o regime pela sua sistemática repressão das mulheres iraniãs. Aplaudindo a extraordinária valentia de mulheres como Delaram Ali, que arriscam as suas vidas e as suas famílias para exigir direitos elementares para as mulheres iraniãs. Ali, sinalou, foi sentenciada a receber dez latigaços e a três anos de prisão por ter a coragem de falar em voz alta. Uma protesta internacional tem logrado que se suspenda temporalmente a sentença.

Depois, Palin regressava ao tema do programa de armas nucleares iraniãs e o seu apoio aos grupos terroristas juramentados na destrucção de Israel e na dos EEUU. Volveu sobre os chamamentos de Ahmadineyad à aniquilação de Israel. Reiterou a solene promesa do candidato presidencial Republicano, o Senador John McCain, de trabalhar junto a Israel para evitar que Irão possa desenvolver armas nucleares, unindo ela também o seu nome à promesa de estar sempre do lado de Israel para evitar outro Holocausto.

Se Palin tivesse sido autorizada a lêr este discurso na concentração da passada segunda feira, teria feito exactamente o que os organizadores da mesma, e o que o povo judeu de Israel, América e todo o mundo, necessitam que se faça. Teria elevado o imperativo de evitar que Irão desenvolva armas nucleares, e o imperativo moral e estratégico implícito de combater o regime de Teheran, ao posto mais alto da agenda de seguridade nacional dos EEUU. Dada a massiva atenção mediática que levanta em todas as suas aparições públicas, a participação de Palin na concentração teria aportado mais à causa dos americãos –de todo espectro político- na sua luta contra Irão, que o que poidam aportar dez resoluções sancionadoras do Conselho de Seguridade da ONU.

Era um memorável discurso, preparado por uma mulher memorável. Mas não puido ser escuitado. Não foi escuitado porque o Partido Democrata e os judeus democratas pensam que o seu interesse partidista em demonizar a Palin, e fazer que os estadounidenses em geral, e os judeus em particular, a ódiem e temam para assegurar os seus votos para Obama e o seu companheiro de cartaz o senador Joseph Biden nas eleições de Novembro, é mais importante que permitir que Palin advirta da necessidade de evitar um segundo Holocausto.

Os organizadores da concentração convidaram tanto a Clinton como a Palin a falar. Foi uma decisão sensata. À vista da monstrosa opressão das mulheres iraniãs, ter às duas mulheres mais poderosas na política dos EEUU aunando forças na oposição ao regime e a sua guerra contra a liberdade, teria servido para enviar uma mensagem da unidade e determinação estadounidense que teria ecoado não só nos EEUU e no contexto da carreira eleitoral, senão no mundo inteiro e em Irão mesmo. Mas não puido ser.

No momento em que Clinton soubo que ía compartir estrado com Palin, cancelou a sua presença. Com a cancelação, deu a entender aos judeus democratas –e aos Democratas em geral- que a oposição total a Palin e ao Partido Republicano é mais importante que se opôr a Ahmadineyad e o regime genocida que representa.

Os judeus democratas do comitê organizador da concentração captaram clara e diafanamente a mensagem. Dois dos convocantes do acto – o Conselho Judeu para Assuntos Públicos e a Federação UJA de New York exigiram que a Conferência retirasse a invitação a Palin.

O CJAP está dirigido por Steven Gutow. Antes de aderir a CJAP era director executivo do Conselho Nacional Judeu Democrata, que é o braço judeu de apoio do Partido Democrata. A Federação UJA de New York está dirigida por John Ruskay, que começou a sua carreira sendo um “activista pela paz” ánti-israeli nas organizações radicais CONAME e Breira. Entre os seus méritos, CONAME e Breira opugeram-se à ajuda militar estadounidense a Israel durante a Guerra do Yom Kippur, e apoiaram o reconhecimento da OLP por parte dos EEUU, dias depois de que o devandito grupo massacrasse 26 crianças de Ma’alot em 1974.

Gutow e Ruskay foram respaldados na sua petição de retirar a invitação a Palin pelo Conselho Democrata Nacional Judeu e pelo novo lobby judeu pro-palestiniano J-Street.

Num intento de contentar a Gutow e Ruskay, os organizadores convidaram a Biden para que intervisse. Mas resultou que ele tinha um “problema de agenda”. Assim que os organizadores contactaram com o comitê de campanha de Obama pedindo que enviassem um representante. O comitê ofereceu-lhes ao congressista Robert Wexler.

Mas os Democratas decataram-se que Wexler não é rival para Palin, e optaram finalmente por seguir pela via da confrontação, argumentando de maneira absurda que invitando a Palin (e a Clinton, Biden e Wexler) os organizadores ponheriam em perigo o estátus de organizações livres de pagar impostos dos organizadores. Em ressumo, através de Gutow e Ruskay, e no seu intento de evitar a toda costa a intervenção de Palin na concentração, os Democratas ameaçaram com desfazer a comunidade organizada judea.

Pouco importa que a ameaça seja absurda. A possibilidade de que o Serviço de Investigação Fiscal pudesse abrir uma investigação contra cada uma das grandes organizações judeas dos EEUU por atrever-se a invitar a Palin a uma concentração de repulsa à presença de Ahmadineyad na ONU e a manifesta intenção de Irão de aniquilar a Israel, é ligeiramente inferior que a de Ahmadineyad aparecendo enrolado numa bandeira israeli e cantando “Hatikva” na tribuna da ONU.

Mas não importa. O temor a que estes Democratas judeus pudessem fracturar a comunidade judea fixo recuar aos organizadores. A ideia de que o Partido Democrata, e os seus apoios judeus, pudessem dar a espalda à necessidade de enfrontar-se a Irão em aras da fortuna política do seu Partido e da sua carreira face a Presidência, foi decisiva. Retirou-se a invitação a Palin.

Os judeus esquerdistas dos EEUU, como os esquerdistas dos EEUU em geral, e inclusso como os seus colegas de esquerdas em Israel e no resto de Occidente, autoproclamam-se os campeões dos direitos humanos. Dizem que eles velam pelos desamparados, a sal da terra. Eles miram pelo meio ambente. Eles velam porque todas as mulheres dos EEUU podam acceder sem restricções ao aborto. Eles encarregam-se de manter a Cristandade e a Deus fóra da esfera pública. Eles oferecem paz àqueles que procuram de forma activa a sua destrucção, de forma que se podam aplaudir a sim próprios pela sua aberta mentalidade e podam dizer-se a sim mesmos o muitíssimo melhores que são respeito dos selvagens conservadores.

Esses abomináveis conservadores, belicistas, assassinos de Bámbi, defensores de crianças não nascidas, crentes em Deus, que acreditam que existem coisas pela cuja protecção paga a pena ir à guerra, devem ser derrotados a toda costa. Cumpre demonizar, intimidar, atacar e derrotar a esses conservadores que acreditam que as mulheres livres occidentais deveriam estar hombro com hombro não com a Planificação Familiar, senão com as mulheres do mundo islâmico escraviçadas por um misôgeno código legal de Sharia que as converte em escravas e as priva do controlo, não só do seu sexo, senão dos seus rostos, do seu cabelo, dos seus braços, das suas pernas, das suas mentes e dos seus corações.

A vida de seis milhões de judeus em Israel estám hoje vinculadas ao destino dessas mulheres, à fortuna das tropas estadounidenses em Iraq, à vontade dos americãos de todo espectro político e ideológico de reconhecer que são mais as coisas que os unem que as que os afastam, e agir nesse sentido para derrotar às forças do genocídio, da opressão, do ódio e a destrucção, dirigidas hoje pelo regime iranião e personificadas na brutal personalidade de Ahmadineyad.

Mas os Judeus Democratas preferem ignorar esta verdade elementar, a fim de silenciar a Sarah Palin.

Deveriam estar avergonhados. O Partido Democrata deveria sentir vergonha. E os votantes judeus dos EEUU deveriam considerar cuidadosamente se opôr-se a uma mulher que está contra o aborto é realmente mais importante que apoiar o direito dos judeus já nascidos a seguir vivendo e do Estado judeu a continuar existindo. Dado que esta semana chegaram a isso.



CAROLINE B. GLICK

(23 Elul 5768 / 23 Setembro 2008)


Rússia ajudou a Índia com o seu programa nuclear para vingar-se do apoio que Pakistão dera às forças ánti-soviéticas em Afeganistão. Rússia tomou repressálias contra Israel, por suministrar armamento a Georgia, proporcionando Missis Terra-Ar [SAM] a Síria. Síria sugeriu aos russos que se cobrassem vingança pelo despregue de Missis Ánti-Balísticos [ABM system] em Polônia, fazendo outro tanto no seu território. Israel bombardeou o reactor nuclear sírio com o assesoramento de Corea do Norte. Rússia vende sistemas ABM a Irão para compensar o despregue dos EEUU no Meio Leste.

A diferência entre armas defensivas e ofensivas é artificial. As aeronaves de guerra israelis são utilizadas para a defesa estratégica. Irão utiliza os seus estrictamente defensivos SAM para proteger as suas capazidades nucleares ofensivas. Podem ser considerados responsáveis os proveedores de armamento? De ser assim, pelos ataques directos ou pelo suministro de armas ao inimigo, segundo o quid pro quo? E se não existe quid pro quo?: Síria, certamente, ameaça a existência mesma de Israel com o armamento russo, mas Israel não seria capaz de dotar de suficiente armamento a Georgia como para que supugesse uma ameaça real para Russia.

As normas e a justiça só funcionam no micronível, entre a gente, porque a gente é algo concreto, inclusso se a comparamos à aplicação das leis pelo abrumador poder do Estado, e as suas interacções ajustam-se a patrões estatísticos. Nas relações internacionais, porém, não podem existir regras porque os assuntos são muito desiguais, as interacções muito escasas, e consequentemente as normas abstractas não podem ser desenvolvidas. Nas relações exteriores, Israel tem que golpear tão forte como poda em cada caso particular, e fazer caso omiso das protestas internacionais.


OBADIAH SHOHER

(24 Elul 5768 / 24 Setembro 2008)


O primitivo mantra sionista era que Israel é o único lugar na Terra onde os judeus podiam estar a salvo. A eterna capital judea, infestada de árabes, é novamente cenário dum ataque terrorista. Esta vez o árabe conduzia um BMW em vez duma excavadora. Poucos judeus possuem um BMW, inclusso de segunda mão, mas o árabe de 19 anos tomou o carro dum parente –o qual não é extrano, dado que os árabes não pagam impostos nem servem no exército defendendo Israel contra os árabes.

O árabe residia na mesma vila ao leste de Jerusalém que o terrorista de Merkaz HaRav. O Governo tinha previsto destruir a casa daquele terrorista desde Março –e a sua absoluta passividade animou, sem dúvida, ao seu vizinho a realizar este novo ataque. Ainda mais, a polícia israeli tem incitado aos árabes tras evitar brutalmente que manifestantes judeus entrassem na vila para o funeral do ataque de Merkaz HaRav.

Sorrinte, o árabe dirigiu o seu carro contra a multidão perto da Porta de Jaffo na Cidade Velha, e foi disparado quase de imediato por um oficial de permiso das IDF –embora, teve tempo de ferir a quinze judeus. O tenente não quixo problemas com os tribunais israelis e disparou um tiro de advertência contra o terrorista. Dentro desta esquizofrênia judea, outro soldado disparou contra os neumáticos do carro em vez de ao condutor.

Os mass média simpatiçantes de Fatah identificaram o árabe como membro de Hamas, mas o mais provável acabará sendo que decidisse o ataque despeitado porque a sua noiva o abandoou.

A acção terrorista vem-lhe de perlas ao Governo israeli concentrado como está em incluir a Cidade Velha, o Monte do Templo e as aldeias palestinianas em “Jerusalém Leste” e entregar-lho aos árabes.

A família do terrorista, apoiada pelos fanáticos dos direitos humanos, fala de incidente de tráfico e apresenta cárregos contra o tenente Elad, que foi quem liquidou o terrorista.



OBADIAH SHOHER

(23 Elul 5768 / 23 Setembro 5768)


"Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores" (Salmos 1:1)

As elites dirigentes israelis sifrem uma patologia claramente manifestada nas páginas do Éxodo ao descrever a conduta do Faraão egípcio.

Apesar de sofrer uma praga devastadora tras outra, o déspota egípcio rechaçou obstinadamente que os judeus pudessem marchar. Tras a sétima praga, Deus endureceu o seu obstinado coração para que fosse quem de suportar os seguintes ataques. Dado que era responsável de tanto mal, foi provado da liberdade de arrepentir-se e desistir da sua,obviamente, ruinosa política. Com toda claridade, o Faraão estava guiado pela egolatria, mas esta egolatria for reforçada por Deus. A este tipo de egolatria denomino-a o Síndrome Faraônico.

O Síndrome Faraônico aqueixa pas elites políticas israelis. Durante os passados 15 anos, seis sucessivos primeiros ministros —Yitzhak Rabin, Shimon Peres, Binyamin Netanyahu, Ehud Barak, Ariel Sharon, Ehud Olmert— cegos à enormidade do seu mal, trataram de assinar a paz com a OLP, uma organizaãó cujos antecedentes terroristas e criminais remontam-se ao próprio momento da sua formação em 1964. Estes políticos foram tão moralmente obtusos que consideravam que o objectivo genocida da OLP, proclamado na sua Carta fundacional, era negociável.

Lénine teria-os chamado “idiotas úteis”, por consentir que a OLP acumulasse amplos arsenais de armas e que adestrasse aqui mesmo, em Israel, um exército terrorista que, coordinado com Hizbullah, ameaça a exostência deste país. Se Tzipi Livni consegue formar Governo, teremos outra Primeira Ministro aqueixada do Síndrome Faraônico.

A manifestação mais çobvia deste síndrome é a obstinação do Governo em aderir a desastrosa política de “paz por territórios”, uma política santificada por Oslo ou os Acordos do 13 de Setembro de 1993.

Desde a sinatura desses acordos, que permitiram a Arafat estabelecer uma rede terroristaem Israel, uns 1.799 judeus têm sido assassinados. Muitos milheiros mais têm sido feridos, mutilados, traumatizados. Ainda, no dézimo quinto aniversário dos Acordos de Oslo, Uri Savir, que era Director Geral do Ministério de AA.EE. e negociador chefe nas conversas, teve o rosto e a desvergonha de dizer a The Jerusalem Post, “trata-se de continuar Oslo ou nada”.

O Post dignificou o inane comentário de Sacir publicando-o na primeira plana da sua edição do 14 de Setembro. Ao dia seguinte, o Post publicou nessa mesma primeira a advertência do membro da Knesset, Yuval Steinitz, de que “uma solução de dois Estados [ao conflito entre Israel e os árabes palestinianos] suporia a desaparição de Israel”.

Steinitz tem sido chamado o protegido de Netanyahu. Representam as suas advertências os pontos de vista do seu mentor político? Netanyahu jamais se tem referido a Oslo como um garrafal erro diplomático. De facto, ele votou contra uma ressolução da Knesset para derrogar o Acordo de Oslo, inclusso apesar de que a sua própria oficina, quando ele era Primeiro Ministro, emitia quase a diário informes de como a OLP estava violando os Acordos. Semelha que Netanyahu não pode vencer o Síndrome Faraônico sem se incriminar a sim próprio e a muitos outros como cúmplices no derramamento de sangue judeu.

Que continua com a política letal de “paz por territórios” faz-se evidente dada a sua insistência na “reciprocidade” em negociar com a Autoridade Palestiniana. Ainda mais, dado que persiste em afirmar que “necessitamos um sócio com quem negociar”, seria razoável deducir que não é contrário ao estabelecimento dum Estado Palestiniano –apesar das advertências de Steinitz. Forte Síndrome Faraônico.

Outra manifestação deste síndrome é a taimada e deshonesta afirmação dos políticos israelis, juízes, acadêmicos e jornalistas de que Israel é uma democracia . Existe algum tipo de conexão entre esta afirmação de Síndrome Faraônico e a descavelada adesão a Oslo? Sim, embora só seja porque a reputação de Israel como democracia leva aos seus Primeiros Ministros a iniciar negociações com os inimigos implacáveis de Israel. Essa actitude é a que se agarda dos democratas, como testemunha a vontade dos EEUU de negociar com Irão, epicentro da yohad islâmica –como se um pudesse falar com os déspotas ialâmicos à marge das suas diabólicas crenças, o seu ódio aos infideis, e os seus objectivos globais.

Detenhamo-nos aqui. Sempre,a partir de 1975, quando a ONU declarou o sionismo uma forma de razismo, as elites dirigentes de Israel têm-se avergonhado de afirmar o seu sionismo –a ideia que dirigiu e justificou o renascimento de Israel. O que agora dota de legitimidade ao Governo de Israel e às suas elites dirigentes de respeitabilidade não é o sionismo senão a “democracia”. O ethos da democracia requere liquidar as disputas por meio da negociação e o compromisso. Daí, que para preservar a reputação de Israel como uma democracia, os governos israelis devam negociar com a OLP, o que não faz mais que acrescentar a cor da legitimidade dum Estado palestiniano.

Porém, a consequência prática de legitimar um Estado palestiniano é a deslegitimação do Estado judeu perjudicando –por etapas- a integridade territorial israeli. Este é o motivo de que o Código Penal israeli estipule que qualquer acto que vaia contra a integridade territorial de Israel é uma traição. Uma petição a tal efecto foi remitida, e rechaçada, pela ultrasecular Corte Suprema israeli, cujos dirigentes subordinam os valores judeus aos valores democráticos inclusso apesar de que a própria Corte é uma oligarquia que se auto-perpetua!

A destructividade do Síndrome Faraônico é absolutamente evidente nos dirigentes da Corte Suprema, que no nome da democracia, têm truncado e mutilado a comunidade judea. Basta mencionar a tendenciosa sentência desta Corte de que Gaza, assim como Judea e Samaria, consituem “territórios ocupados beligerantemente”. Nenhuma outra sucursal do Governo ilustra mais claramente o destrutivo Mito da democracia israeli.

O mito impregna a mentalidade do povo de Israel. A retirada do Governo de Sharon de Gaza, assim como a expulsão dos seus 8.000 residentes judeus em 2005 foi justificado em termos de “democracia”, apesar de que uma abrumadora maioria dos votantes rechaçara essa política nas eleições de Janeiro de 2003.

Doutra banda, consideremos as eleições primárias de Kadima, ganhadas pela Ministra de AA.EE. Tzipi Livni. Esta mesquinha eleição de partido –resultado do desastroso Governo de Kadima- pospõe umas eleições nacionais nas que o povo de Israel pudessem decidir quem haveria de ser o Primeiro Ministro. Um brilhante jornalista sinala a oximorônica, assim como faraônica, conclussão de que “o povo está privado actualmente de fazer qualquer coisa ante o atropelho de Livni e o Kadima do nosso sistema democrático”

As eleições nacionais de 2003 foram um rotundo fracasso da democracia quando o líder do Likud, Ariel Sharon, fixo campanha em contra, mas a posterióri, adoptou a política laborista de desconexão unilateral.

O Síndrome Faraônico, que deforma a mente dos “melhores e mais brilhantes” está arruinando Israel. Pergunto.-me se algo distinto a um tratamento de choque pode derrotar a este síndrome. Não acredito nas eleições democráticas em Israel, apenas só seja porque as instituições de governo actuais estám muito longe de ser democráticas, como tenho demonstrado com frequência.

Israel está sob a ameaça da destrucção. Irão, Síria, Hizbollah, Hamas, e inclusso Egipto querem borrar Israel do mapa. Hizbollah que tinha arredor de 12.000 missis antes da 2ª Guerra do Líbano, tem agora uns 30.000. Hamas está acumulando missis mortíferos que podem alcançar mais cidades israelis. A construcção militar egípcia e o aluvião áti-semita dos seus mass média é aterrador.

Mentres, muitos europeus, pelo que semelha, não lamentariam a desparição de Israel. O ódio face Israel incrementou-se notoriamente durante o mandato de Ariel Sharon, apesar de que ele seguiu uma política de auto-controlo e retirada territorial. O Governo israeli fazeria bem seguindo o conselho de Maquiavelo: melhor ser temido que querido. Por isso, o Governo deve alterar drasticamente a forma em que os demais percebem a Israel. Israel deve deixar de ser percebida como uma democracia, cujo governo está desejoso de entregar troços do fogar judeu –actitude que só pode acarrear despreço, sobretudo entre os árabes. E, por suposto, Israel deve cesar na sua cobarde “política de paz”, que é induvidavelmente ánti-democrática.

Israel está em guerra, confrontada a múltiples inimigos. Precisamos urgentemente um Governo que mobilize o país e afronte uma guerra selectiva contra estes inimigos. Namedida em que eluda esse Governo, Israel seguirá o caminho da República Romana e se encontrará com um ditador para a ocasião –uma ocasião de guerra.

Não há paz sem vitória. Negociar com déspotas –homens diabólicos- dignifica-os a eles e degrada-nos a nós. As eleições democráticas e os seus insignificantes políticos não fazerão mais que nos distrair e dividir na medida em que Israel permaneça atrapada neste ineficaz sistema de gabinetes governamentais multipartidários. Devemos pôr fim a um sistema que magnifica o auto-engrandecimento político. Devemos pôr fim às mentiras da “paz por territórios” –sim, e a todas as mentiras sobre a democracia israeli.

Devemos fazer pedaços o Síndrome Faraônico e apostar por um novo começo.



PAUL EIDELBERG

(22 Elul 5768 / 22 Setembro 2008)

A SARAH PALIN DE BIBI


Concedamos-lhe o mérito a McCain quando o mereze. O envoltório autodenominado “inconformista” e ideologicamente independente/esquerdista do líder republicano, o seu baile face o mítico centro (esquerda, na realidade) estava fracassando notoriamente e a sua campanha fazia águas. Num golpe de decisão fixo o que tinha que fazer. Escolhendo a Sarah Palin como companheira de cartaz, McCain insuflou de energia a base potencial dos conservadores no Partido Republicano, e surpresivamente desbancou a Obama nas enquisas. Podemos falar todo o que queiramos sobre o atractivo de Palin para o seitor feminino e o seu estilo singelo, mas ela tem aquilo do que carece McCain: uma militância conservadora 100% dotada do DNA republicano que lhe falta a McCain.

Bibi é o John McCain israeli. Encabeça o Likud, o partido de maior tamanho de Israel, o partido de tendência nacional conservadora que é uma autêntica “Israel em miniatura”. Mas Bibi carece claramente do DNA do Likud. Evidências? Traslademo-nos às eleições gerais do 2005. Os expertos em análise política vaticinaram que Bibi ganharia se se inclinava mais face à direita. Então, que fixo Bibi? Zambulir-se à procura do mítico centro israeli, desviando o Likud face a esquerda em todos os temas nacionais e de seguriade com a finalidade de mimetizar o estilo de Kadima. Uma estratégia magistral e vitoriosa....para Kadima e para Ehud Olmert, um tímido (ou sem vergonha) legislador que chegou ao silhão de Primeiro Ministro como cabeça do partido fundado com uma só missão: a desconexão (ou como tem rematado por ser conhecido, o partido “da-expulsão-para-salvar-o-traseiro-de-Sharon-do-processamento”), mentres o seu mentor mantém o seu corpo e cerebro refrigerados em hibernação vegetativa.

Volvamos a 2008. Mentres Tzipi Livni trata agora de formar um Governo que faga entrega de tudo e o barco se afunde (não vos importe o que digam os do Shas), Bibi está claramente decidido a demonstrar-me que tenho razão quando lhes digo aos seus seguidores que ele nunca cambiará. Intenta colocar esquerdistas como Dan Meridor e Lizi Dayan assim como pseudo-colonos e judeus simbólicos como Yechiel Leiter (quem, por certo, foi o chefe de campanha de Bibi no 2005) na carreira por figurar nas listas do Likud, assim como a umas 3.700 pessoas que estám registadas tanto no Likud como em Kadima a fim de despraçar-se face a esquerda do mítico centro israeli. Ora bem, por que está Bibi fazendo isto quando alguns expertos políticos lhe dizem de novo que se despraze à direita? Bem, bastante ironicamente, Bibi está intentando achar a Sarah Palin do Likud (em sentido político, por suposto).

Isso é, amigos, a versão de Bibi e do Likud de Sarah Palin não é outra que o grande Moshe Feiglin, da facção Manhigut Yehudit do Likud. Bibi observa como Feiglin sube lentamente as escaleiras do Likud para convertir-se na segunda figura mais prominente do partido, com uma inquebrantável e incorruptível mensagem de liderádego não coercitivo baseado na fê para constituir um autêntico Estado judeu. Bibi contempla como a mensagem de Moshe colhe força e começa a resoar entre os likudniks, tanto observantes como seculares. Bibi intenta todos os trucos sujos que vêm no livro para deixar fóra de jogo a Moshe, ou quando menos numa posição margina, empurrando-o o mais abaixo possível nas listas onde políticos como Ayala Chassan de Poplitika podam dizer que Moshe está entre os cinco melhores do Likud. Bibi sabe que Moshe não será a sua mascota nem fará escuros pactos com ele. Bibi nota que é Moshe e não ele quem possue o DNA do liderádego no Likud e, apesar de que os expertos dizem a Bibi que remate com as trampas sujas e se aproxime a Moshe, em vez de intentar destrui-lo, porque isso será beneficioso para ele e para o Likud, Bibi não quere escutar e cai novamente nos erros de 2005 uma e outra vez.

Bibi, tens a tua própria Sarah Palin justo aí, no Likud, em Moshe Feiglin. Com ele poderias atrair a muita gente na direita e assegurar-te a tua vitória e a do Likud nas próximas eleições. Mas, ao mesmo tempo, es conscente de que Moshe não seguirá os teus ditados no Governo e que não serás capaz de silenciá-lo ou suborná-lo. Assim que segues apostando pela tua disfuncional estratégia e continuas falando de formar governos de unidade com o pianista virtuoso e Ministro de Defesa a tempo parcial Ehud Barak que, de não ser pela graça divina e a mentalidade de abrumadora tendência homicida e ódio face os judeus de Arafat, quase logra entregar a maior parte de Judea e Samária e Jerusalém durante o seu mandato como Primeiro Ministro.

Os governos de unidade nunca têm funcionado, Bibi; mas uma vez mais, por que haveria de agardar que me demonstres que estou errado? Ainda não me tens decepcionado. Não posso agardar a ver que sucede se Livni forma um Governo seguido de certa relativa paz e calma. Para então já se terá convertido no ídolo número um da imprensa, e ti afundirás-te na irrelevância, ao igual que o 80% da gente que diz que votaria por ti -embora não acredite em ti- começará a buscar a alguém que diriga o Likud. Quem será esse alguém? A tua Sarah Palin, Bibi.



JASON GOLD *

* Jason Gold é editor do Jewish Leadership Blog.

MIRAGRES E MAIS MIRAGRES


Bem, com tudo o que se está passando, deixemos a política por um minuto e falemos de coisas mais grandes e melhores.

Arredor desta época, mentres nos aproximamos ao final de um ano e o começo de outro, um novo ano, muitos pensamentos cruzam as vossas cabeças. Com tantos assuntos diante nossa, é fázil esquecer todo o bom, todo o positivo e, falando de Hebron, as maravilhosas miragres que formam parte de tamanhe maneira da nossa vida cotidiana que, amiúde, damo-las por descontadas.

Foi precisamente nesta época, oito anos atrás, quando começou a Guerra de Oslo (chamada por outros, a Segunda Intifada). Não sou capaz de contar o número de buracos de bala nas casas e carros da gente, que “falharam por uma pulgada”. E essas ainda caberia a possibilidade de contá-las. Mas, que me dizedes da gente caminhando pela rua que foi tiroteada –às vezes nem sequer imaginando quan perto passaram esses projectis para rematar com eles.

Assim tem sucedido, ao longo destes anos. Nunca um momento de trégua, mas também não nunca um momento sem uma miragre.

Isso mesmo se passou hoje.

Aqui, em Beit Hadassah, onde eu vivo, temos um grande pátio exterior. Parte do lugar alberga um grande parque de jogos para as crianças. Na outra zona há um par de colúmpios e bancadas. Quando os dias são agradáveis, ao atardecer, mentres os rapazes estám jogando numa parte, as mães e os mais meninos estám sentados na outra, conversando e disfrutando da queda da tarde.

Hoje não era uma excepção. Um numeroso grupo de mulheres e crianças relaxavam-se lá abaixo, quando de súpeto vários blocos de pedra começaram a chover sobre eles. A edificação de Beit Hadassah está comunicada com a rua por uma longa ponte de pedra que se extende sobre o pátio. Por alguma razão desconhecida, grandes blocos de pedra do lateral da ponte soltaram-se e começaram a cair, justamente onde estavam as mães e os meninos. Uma mulher, miragrosamente, vinha de sacar ao seu pequeno de seis meses do carrinho quando, boom, um bloco de pedra caiu sobre o leito onde segundos antes estava descansando. Outro raparigo de poucos meses estava gateando pelo chão. Um bloco aterriçou e rebotou junto a ele deixando-o intacto. Falade de miragres. Wow!

Outras pedras cairam sobre a entrada dum apartamento familiar. Afortunadamente, ninguém passava por ali nesse instante.

Este é um pequeno exemplo daquilo pelo que temos que estar agradecidos, conforme nos aproximamos ao novo ano. Às vezes observamos miragres e às vezes não somos capazes, mas sempre estám entre nós, e temos muito pelo que estarmos agradecidos.

Quiçá em Hebron este tipo de miragres sã mais tangíveis que noutros sítios. Eu sei que existe um Deus lá arriba que nos protege onde queira que estejamos. E, apesar de todos os roblemas, jamais devemos esquecer-nos de amosar gratidão por todas as coisas boas que Ele faz por nós, e sentir com alegria o privilégio que significa estarmos aqui, fazendo o que fazemos, na cidade sagrada de Hebron.



DAVID WILDER

(21 Elul 5768 / 21 Setembro 2008)

ADIANTE!


A conduta aparentemente ánti-israeli de muitos dos nossos amigos vem provocada pela indecisão de Israel. Não é só um problema de que todos detestemos às pessoas que estám perpetuamente indecisas. Alentar uma nação vacilante é um risco para um próprio.

O Governo israeli trata de trasladar a responsabilidade da toma de decisões respeito a Irão à Administração dos EEUU. Mas, por que haveriam de respaldar o ataque os EEUU? Seguramente, Irão não tem intenção de bombardear os EEUU. Nem, sendo realistas, subministrará armas nucleares a Al Qaeda ou organizações similares para que o façam. Ao contrário que Israel, os EEUU reagiram com certa contundência a várias provocações: utilizaram missis balísticos contra Líbia e Sudám por actos terroristas que possivelmente só eles puderam promover. Irão não se atreverá a usar as suas armas nucleares contra os EEUU.

Portanto, Israel quer que os EEUU aprovem o ataque a Irão contra os próprios interesses americãos. Fazendo-o, a Administração fazeria-se responsável do presumível reponte dos preços do petróleo, o terrorismo de repressália iranião em todo o mundo, a desestabilização internacional, e as protestas justificadas dos esquerdistas internacionais. Os EEUU não têm razões para fazê-lo.

Se Israel emarca a ameaça nuclear iraniana nos termos de um Holocausto, cobra sentido perguntar-se qual é a lição que tirou o mundo daquela catastrofe. A lição é unívoca: a matança de judeus foi correcta. Dois anos depois do Holocausto, Alemanha estava de volta na comunidade de nações, e hoje em dia está plenamente integrada e é um membro respeitado. Ucrânia, cuja população massacrou 200.000 judeus nos começos do século XX, e mais adiante estreitou entusiasticamente os laços com os Názis, é um importante aliado dos EEUU; pouco importa que para um judeu tocado com a kipá e os tzitzit seja melhor não passear pelas ruas de Kiev ou Donetsk. Se aquilo foi aceitável no caso dos alemães, por que não o haveria ser para Irão? Depois de que os aliados libertaram os campos da morte, apenas melhoraram o trato aos superviventes: estes seguiram vivendo em condições horríveis, com escassos alimentos, entre enfermidades massivas, e milheiros de eles morreram tras serem libertados. Durante o seu vergonhoso percorrido por Yad Vashem, o Presidente norteamericão perguntou a Rice porque os EEUU não bombardearam as vias de ferrocarril que conduziam aos campos de extermínio; não lhe presupomos excesiva educação respeito ao Holocausto. O ánti-semitismo cristão de quinze séculos segue vivo e crepitando.

Historicamente, as Administrações dos EEUU opugeram-se a qualquer ataque preventivo de Israel: na guerra de 1956 (post factum), em 1967 (vanamente), em 1973 (“exitosamente”). Por que perguntar? Suponde que vamos e atacamos Irão: que poderia fazer Bush? O Exército dos EEUU não obrigará a despegar os seus aviões de Iraq para interceptar os bombardeiros israelis de caminho a Natanz, embora só seja porque o seu Presidente estaria durmindo a essas horas, e não teriam tempo de reagir. Para além disso, Bush não se arriscaria a ficar como aquele que freou um ataque potencialmente vitorioso de Israel contra as instalações do Holocausto. Graças a Rússia, os EEUU não sancionariam a Israel nem deixariam de subministrar-nos armamento: neste momento de confrontação renovada, os EEUU não se arriscarão a perder o seu maior aliado no Meio Leste. E Israel sempre poderia dirigir-ser a Rússia ou França na procura de armas. Inclusso podemos producir armamento em cooperação com China.

A nossa proposta: a fabricação chinesa é mais barata. Ao diablo com a nova orde mundial.



OBADIAH SHOHER

(21 Elul 5768 / 21 Setembro 2008)

O DESAFIO ISRAELI


Fum perguntado recentemente sobre por que Israel estava “ghettizando” aos palestinianos mediante a construcção de uma barreira de seguridade em áreas que serviram de pontos de trânsito para os terroristas que entravam no país. O entrevistador, considerou que como israeli eu seria mais sensível ao conceito de “ghetto”, e os seus efectos deshumanizadores sobre as pessoas. Respondim-lhe que a barreira de seguridade não fora erigida por razões de discriminação nem motivada pelo razismo, senão como elemento dissuassivo para proteger a vida dos israelis dos homens-bomba palestinianos; e, de facto, em grande medida tem cumprido o seu objectivo.

Mas a insinuação de que Israel podia ter actuado por motivos razistas ao construir a barreira molestou-se, porque já semelha ser um tema recorrente entre os principais organismos internacionais. Perguntei à periodista por que decidira escolher a Israel para ilustrar esse “tratamento especial”., Depois de tudo, a barreira de seguridade que tem construído Israel para manter afastados do país aos terroristas suicidas não é muito diferente da construçida pelos saudis para manter aos yihadistas yemenis afastados do seu país, ou da que Índia tem erigido ao longo das suas fronteiras com Pakistão, Kashmir ou Bangladesh por idêntica razão, ou a que os Thais construiram para manter longe do seu país aos yihadistas malaios, ou a que os EEUU estám erguendo para deixar aos ilegais mexicanos fóra do seu país; embora não sou capaz de lembrar a última vez que um mexicano se imolou em Albuquerque, ou disparou missis contra Dallas ou Houston.

O que me molesta do assunto é que esta farça ánti-israeli vai muito para além do tema da barreira. Representa um cruel despreço aos direitos básicos e, quiçá, inclusso um ánti-semitismo encoberto de recta indignação.

Com o início do Ramadám (o mes islâmico de ajuno) a começos de Setembro, por exemplo, as forças israelis que controlam os passos de controlo no West Bank receberam ordes de evitar fumar ou comer diante dos palestinianos como sinal de respeito, mentres os palestinianos continuam usando a Tumba de José como vertedeiro de desperdícios e acudem a orinar junto os rolos da Torá na Cova dos Patriarcas. Ainda mais, cotidianamente, as prisões israelis recebem representantes da Cruz Vermelha, jormalistas, juçizes, advogados dos presos, assim como membros das famílias de presos convictos palestinianos, mentres Gilad Shalit, um soldado israeli sequestrado por Hamas em solo israeli, é mantido isolado e negando-se-lhe o direito a ser visitado pelos seus advogados, família ou a CruzVermelha Internacional –em clara violação dos direitos humanos e da legislação internacional. Mas, onde está a protesta internacional por Shalit?

E ainda mais, Israeli acha-se permanentemente confrontada com a exigência de que deve devolver Gaza e o West Bank aos palestinianos e os Altos do Golám a Síria –zonas tomadas durante a Guerra dos Seis Dias em 1967. Por que, então, nunca escuitamos idêntico argumento aplicado a outras nações? Tras a 2ª Guerra Mundial, Polônia anexou-se o 10% do que historicamente era Alemanha (Prússia Oriental); Marrocos controla o Sahara Occidental; Armênia controla o 15% da sua vizinha Azerbaiyão desde 1994; Turquia controla a metade de Chipre desde a invasão de 1974; Rússia tem controlo sobre as Ilhas Kuriles no norte do Japão desde há 63 anos; e China ocupa o Tíbet desde 1950. Portanto, onde está a protesta internacional exigindo que estes países devolvam as terras que ocuparam no transcurso das guerras? A que se deve que só o controlo de Israel sobre o West Bank seja merecedor da censura internacional?

Depois, temos a exigência de que os palestinianos tenham direito a “um direito de retorno” sobre as suas propriedades em Israel ou, quando menos, a compensações justas por ter sido despraçados como resultado da Guerra de Independência de Israel em 1948. Por que não se formulam exigências semelhantes respeito os sírios, os iraniãos, os iraquis e os egípcios que despraçaram (ou, mais especificamente, expulsaram) a 750.000 judeus dos seus países em 1948?

Não lembro que nenhuma nação figesse demandas compensatórias ou permitisse o direito de retorno aos refugiados despraçados tras algumas guerras nos tempos recentes –agás, por suposto, àqueles referidos a Israel. Checoslováquia expulsou aos seus alemães dos Sudetes tras a 2ª Guerra Mundial; os polacos expulsaram milhões de alemães de Prússia Oriental e anexionaram o seu território a Polônia em 1945; milheiros de turco-chipriotas foram despraçados pelo exército grego nos anos 60 e primeiros 70, mentres as forças turcas despraçavam a milheiros de greco-chipriotas do norte de Chipre tras a guerra de 1974-76; 450.000 chineses foram expulsados por Viet-Nam entre 1978-79; os habitantes de Bangladesh expulsaram arredor de três milhões de hindus em 1974; 250.000 georgiãos foram despraçados de Abjázia entre 1993 e 1998, por não mencionar aos mais de 500.000 russos em Chechênia que foram despraçados durante a 1ª Guerra de Chechênia em 1994-96, e os mais de 800.000 kosovar-albanos expulsados de Kosovo durante a Guerra de Kosovo em 1998-99. Seja como for, seguro que não me inteirei das ofertas de direito de retorno ou os paquetes de compensação que foram oferecidos a esses milhões e milhões de pessoas despraçadas pelas guerras –agás no caso de Israel.

Depois, está o tema relativo ao trato que Israel proporciona aos palestinianos em Gaza. Tomemos em consideração como se comportam estes “monstros” israelis. Hamas tem declarado a sua intenção de destruir Israel e assassinar a todo judeu que resida ali, e tem disparado arredor de 7.000 missis no sul de Israel. A câmbio, Israel suministra o 70% da energia eléctrica de Gaza e, cada semana, envia toneladas de alimentos, combustível e ajuda humanitária a um inimigo cuja única razão de existir é exterminar ou subjugar a todos os judeus de Israel. Durante a 2ª Guerra Mundial, os aliados bombardearam Dresde, borraram do mapa várias cidades alemãs, e arrojaram bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki. Israel, porém, alimenta aos seus inimigos.

Por último, Israel tem sido condeada pelas suas repressálias contra Hamas e Hizbullah tras os seus ataques com missis no sul e norte de Israel sobre povoações civis porque, diz-se-nos, Israel é (e isto está tirado literalmente de Human Rights Watch) “pondo em perigo a não combatentes, utilizando força desproporcionada e cometendo crimes contra a humanidade”. Se Israel tivesse disparado missis sobre Gaza City, Sidon ou Tyre, a comunidade internacional teria-se enfurezido, o Conselho de Seguridade da ONU teria convocado uma sessão especial, Condoleezza Rice teria ameaçado a Jerusalém –uma vez mais- e os mass média houvessem tido um dia feliz. Daquela, como é possível que quando os palestinianos e libaneses disparam missis sobre os civis israelis –como primeiro objectivo- apenas se faz menção nos mass média, mas quando Israel responde contra os pontos de procedência desses missis é considerado “força desproporcionada”?.

Por que as críticas nunca se dirigem a Hamas ou Hizbullah, que habitualmente utilizam crianças como escudos humanps para proteger aos seus líderes e os seus arsenais? Nas condeias contra Israel procedentes dos mass média, motivadas pelas operações de repressália em Gaza e Líbano durante a 2ª Guerra do Líbano (e nas que virão) ninguém se pergunta nunca: “Como pode uma nação democrática pretender ganhar uma guerra sem “pôr em perigo civis”, especialmente quando o inimigo usa escudos humanos como arma táctica para proteger-se das incursões inimigas? Não estamos concedendo aos nossos inimigos uma enorme ventagem táctica? Como pode qualquer nação democrática pretender ganhar uma guerra contra inimigos que usam escudos humanos se isso é condeado como “pôr em perigo aos civis”?”.

Até que haja uma condeia universal desse tipo de tácticas e um reconhecimento do discriminatório doble raseiro aplicado a Israel, as protestas das organizações internacionais auto-investidas de autoridade como Human Rights Watch, Amnesty International, a Assembleia Geral da ONU, a União Europeia e o Tribunal Internacional de Justiça carecem de todo sentido. São falsas e ofensivas.



MARK SILVERBERG


(17 Elul 5768 / 17 Setembro 2008)



“Si hay un idioma inventado no es el gallego, sino el hebreo”.

(Ramón Villares, antigo Rector da Universidade de Compostela)





Os gnósticos judeus sustentavam que o hebreu da Torá era sem dúvida o idioma de Deus, embora o homem tiver deixado de ter acceso às profundidades do seu sentido esotérico cabal. Outros inquisidores do absoluto, de Paracelso aos pietistas do século XVII, estavam dispostos a ver no hebreu um modo de expressão privilegiado, mas corrompido pela caída e que só era capaz de manifestar imperfectamente a presença divina. Da sabedoria brahmânica às tradições populares celtas e norafricanas, todas as mitologias lingüísticas, ou praticamente todas, coincidem em acreditar que a língua original se dividiu em 72 fragmentos ou em qualquer múltiplo simples deste número. Como identificar os primeiros fragmentos? É evidente que, se chegassem a ser reconhecidos, uma investigação acuciosa saberia descobrer neles pegadas léxicas e sintácticas da língua perdida do Paraíso, restos equitativamente esparejidos por um Deus furioso e cuja ré-construcção, como a dum mosaico roto, devolveria aos homens a gramática universal de Adám.. De existir em verdade, estas claves estariam ocultas muito profundamente. Teriam que ser rastrejadas, como os membros da Cábala e os discípulos de Hermes Trismegisto tratavam de fazê-lo, interrogando as configurações ocultas das letras e das sílabas, invertindo palavras e aplicando aos nomes antigos -especialmente aos diversos nomes do Criador- um cálculo tao intrincado como o dos quiromânticos e astrólogos. Os riscos eram muito altos. Se o homem podia romper o cárcere dum discurso disperso e corrompido (o cascalho da Torre derrubada), penetraria novamente nos pregues mais íntimos da realidade. Conheceria a verdade ao falá-la e, ao dizer, diria verdade. Seria essa a fim da sua alienação respeito doutros povos; teria rematado o seu ostracismo nas jerigonças e a ambiguidade. A raíz duma antiga e imperiosa esperança afirma-se na palavra esperanto.

Do capítulo segundo da Gênese até as "Investigações" de Wittgenstein ou ao primeiro artigo inédito de Chomsky sobre a morfofonêmica no hebreu, o pensamento judeu tem desenvolvido um papel de primeira importância na mística, a erudição e a filosofia linguísticas. Para os judeus como para os gentios, as Táboas de Moisês possuiam um carácter de revelação extranha a qualquer outro corpo verbal posterior. O hebreu põe a prova às línguas, tem sido o fio de diamante na ferramenta do talhador. Na tradição judea achamos todos os temas que orientarão a reflexão occidental sobre a essência das línguas humanas e o seu enigmático desmembramento. Cada elemento do texto recebido tem engendrado as suas próprias tradições de estudo no misticismo judaico e a tradição rabínica. Existe uma filologia e uma gnose de cada uma das letras hebreas, como as há de cada uma das palavras e unidades gramaticais. Para o misticismo merkabah, todo caracter escrito encarna um detalhe do panorama essencial da criação; a experiência humana na sua totalidade, os discursos chegados e por vir, acham-se já latejantes nas letras do alfabeto. Essas letras insondáveis cujas combinações configuram os 72 nomes de Deus podem revelar, quando se escruta nelas, o pregue mais escondido da significação, a cifra, a geografia do cosmos. Por isso a cábala profética preocupa-se por desenvolver a "ciência das combinações das letras". Graças a uma meditação levada até a hipnose sobre os agrupamentos incertos dos caracteres individuais, que, doutra banda, não têm necessariamente um significado em sim próprios, o iniciado pode chegar a vislumbrar o venerável nome de Deus que, se bem está manifesto na fisionomia da natureza, está envolvido, por assim dizê-lo, nos amortiguados espesores da língua vulgar. Embora o hebreu possa dar-se o privilégio dum contacto directo, a Cábala reconhece que todas as línguas são um mistério e que se relacionam todas, em última instância, com a palavra divina.

Para o jasidismo alemão é absolutamente necessário conservar intacta a palavra com o seu sentido oculto e não o signo alfabético. Mutilar uma só palavra da Torá, alterar o seu sítio, poderia pôr em perigo os ténues vínculos que subsistem entre o homem caído e a presença divina. Já o Talmud dizia: "Omitir ou acrescentar uma só letra pode levar à destrucção do mundo inteiro". Alguns illuminati chegaram a especular que a escuridade e a turbulência do mundo deviam-se a algum erro -sem importar quam pequeno fosse- cometido pelo amanuense a quem Deus ditou o texto sagrado. A teosofia exposta no Zohar e nos comentários que o seguiram empregava retruêcanos místicos e jogos de palavras para provar a verazidade dalguns pontos essenciais da sua doutrina. Elohim, o nome de Deus, une Meu, o sujeito oculto, a Eloha, o objecto oculto. A dissociação de sujeito e objecto é a debilidade que aqueixa ao mundo temporal. Só o nome de Deus contém a promesa da unidade final, a seguridade de que o homem se libertará da dialética da história. Em ressumo: a verdadeira linguagem de Deus,o idioma da intimidade perfeita que lhe era familiar a Adám e à espécie humana até Babel, ainda pode ser descifrada, quando menos parcialmente, nas ramificações e capas interiores do hebreu e, quicá, nas outras línguas nascidas da dispersão original.



GEORGE STEINER

(Fragmento de "Depois de Babel", 1975)


[Este breve comentário vai em clave muito local, quase aldeana. Pregamos por isso, aos seguidores habituais, que não perdam com ele o tempo nem procurem muito que entender e saltem directamente à entrada seguinte]




Não será norma desta página prestar atenção a polêmicas derivadas a sítios alheios. Excepcionalmente faremo-lo desta vez para pontualizar um par de aspectos recolhidos na web de Galicia Confidencial (www.galiciaconfidencial.com) em relação com o texto publicado pela nossa colaboradora Sophia L. Freire a passada sexta, dia 19.


1. ÚLTIMOS DIAS DE BAR KOCHBA não tem vinculação de nenhuma índole –para além da admiração que rendemos às pessoas que debatem nela- com a Lista de Correios Galiza-Israel; de forma contrária a Galicia Confidencial, que semelha estar vinculada muito directamente à UPG.

2. Antecipando-nos a elocubrações conspirativas, informo-vos que também não nos financia o Governo israeli –como resulta óbvio apenas vos molestedes em lêr qualquer dos posts que publicamos- nem somos narigudos agentes do Mossad, como provavelmente aventurará se lhe perguntades Ghaleb Jaber Ibrahim.

3. A Fundación Aragunaey também não nos financia. Mágoa! Estaríamos revolcando-nos em petrodólares e enviando disciplinadamente cheques com os que dotar das armas e munição que a Baruch Marzel e os amigos de Hebron não fazilita o seu Governo para fazer fronte aos habituais progromos árabes.

4. Falando com propriedade, a nossa colaboradora Sophia L. Freire só acusa de “lambões” ao 95 % dos “académicos, escritores e poetas” da AELG (portanto não a todos). O qual, bem mirado, e dado que os acadêmicos, escritores e poetas galegos “de talla internacional” são –segundo os últimos dados que obram no nosso poder- uns 21.000, leva-nos a pensar que a companheira Sophia foi muito generosa.

5. 48 horas depois seguimos sem saber quem é Marta Docampo, e com que bagagem pessoal e ainda argumental se considera autorizada a banalizar o Holocausto como faz no escrito que saca em "A Peneira".


Anos atrás, soia dizer o escritor Lino Braxe que Galiza seria uma sociedade normalizada quando se ligasse em galego nas discotecas (??) e quando nos quiosques se distribuissem novelinhas do western de usar e tirar e imprensa do coração escritas em galego. As novelas e novelinhas de usar e tirar, há tempo que as temos -e ainda por riba subvencionadas com os impostos de todos- e a imprensa do cotilheio vê-se que também tem o oco coberto com excrecências como Galicia Confidencial.
Porém, Galiza cada dia é uma sociedade mais subnormal. Botão de mostra -que eu vejo avondo repressentativo-, a secção Comentários do citado remedo de Salsa Rosa chamado Galicia Confidencial. Entre a sarta de insultos machistas e homofóbicos e as afirmações chauvinistas que destila, no meio duma chuva de paus de cego, ninguém foi quem de negar a maior. É o argumentário do era de noite e sem embargo chovia. Alboroto, incomodo, tecleio nervoso e redacção de ninhatos em 1º de carreira, procurando averiguar quem se atreve a sair do redil, de isso sim que houvo. Adrenalina. Judeofóbia. Que se passa com os confidentes? Ponde em funcionamento a maquinária delatora. Que digam algo os chivatos. Luzes vermelhas: ataque contra a tribo, ataque contra a igreja. Soltade os cães a procurar pela hereje. Galicia judenrat. Auto de fé; outra volta. Nazionalismo blocário. Cumplicidade da AELG.

Tirade as vossas próprias conclusões.
E passemos a coisas mais importantes.



SIMON BAR KOCHBA

(21 Elul 5768 / 21 Setembro 2008)