O bombardeo de Sderot põe de relevo um interessante problema que os Estados-nação intentam esquecer: a ausência de seguridade a grande escala. Historicamente, as áreas fronteiriças são zonas problemáticas. Os tratados de paz foram pouco comuns; as nações maioritariamente co-existiram sobre bases ad hoc, com inquietude. As escaramuças fronteiriças são habituais. Pelo lado positivo, as fronieras em constante fluxo reflexaram o balanço em tempo real do poder. Os Estados vizinhos desenvolveram conflitos a pequena escala, maiormente nas áreas de fronteira. Os acordos de paz trocaram essa situação. As partes assinantes da promesa de paz reprimiam explotar as suas eventuais ventagens militares. O descontento e a disparidade de poderes aumentava. Quando a guerra finalmente estalava, tendia a ser total. Os tratados de paz, como outras barreiras ao curso natural dos acontecimentos, suprimiram muitos pequenos problemas até que chegaram a convertir-se em grandes problemas. A guerra total reempraçou às contínuas escaramuças.
Os Estados-nação ódiam admitir que os tratados de paz não traim a paz. Os Estados edificam-se na promesa de seguridade para os seus cidadãos. Cidades-Estado amalgamadas em Estados-nação para estar mais seguras –mas abocadas a guerras de amplo espectro que surgem para além dos muros dos tratados de paz. Os Estados modernos precipitaram o final de uma era na que todas as tribos se sustentavam por si próprias e as gentes caminhavam pelas ruas levando pendurada um arma. Os Estados prometeram seguridade a câmbio de impostos. Sderot demonstra que aquela promesa caiu em saco roto.
Europa lambe as feridas depois de duas guerras mundiais e os Estados Unidos resulta mais atractivo para os trabalhadores mexicãos que a opção da guerrilha, mas a maioria das fronteiras mundiais não são seguras. A fronteira entre o Iraque e Turquia, Iraque e Irão, Egipto e Sudão, Síria e Líbano, Abu Dhabi e Oman, Israel e Gaza são permeáveis para as pessoas e as armas. Não é de extranhar que a froneira israeli seja permeável aos ataques com morteiros.
As áreas fronteiriças estiveram sempre fóra de controlo. Roma estabeleceu a Pax Romana ao longo do mundo civilizado, mas Cicerão observava que poucas pessoas se aventuravam pelos subúrbios de Roma devido ao temor de ser assassinado ou atracado. Os países que Occidente denomina arrogantemente “Estados falhidos” são, na realidade, a norma ao longo da história. Tem sido muito excepcional que um poder central lograsse estabelecer-se em zonas fronteiriças. A poderosa União Soviética não foi capaz de impôr o seu controlo nas suas zonas fronteiriças de Ásia e o lonjano Leste, e América não pode garanti-lo nas suas fronteiras com México e Canadá. A maioria dos Estados não são capazes de manter a raia aos seus grupos extremistas e guerrilhas; aqueles que o logram constituim aberrações totalitárias e não perduram muito tempo, já que invariavelmente destuim a oposição política junto com os insurgentes. Para além de que Israel alcanze um acordo de paz com os palestiniãos ou não, muitos de eles seguirão praticando o terrorismo. O Governo israeli apresenta o tratado de paz como uma panacea, esquecendo que Israel tem suportado, ainda bem recentemente, ataques inclusso desde Egipto, um país em paz com Israel e com um aparelho de seguridade avondo potente.
Alfombrar de bombas Palestina ressolveria o problema do terrorismo só temporalmente. A guerra de 1948 infligiu nos árabes um sofrimento não menor que um bombardeo em toda regra, mas os palestiniãos volveram à prática terrorista rapidamente.
Os Estados inteligentes colonizaram as áreas fronteiriças com militares retirados ou pioneiros militantes; a inconsciente Israel fixo-o com beneficiários do estado-de-bem-estar. Em vez de desmantelar os assentamentos, Israel deveria impermeavilizar as suas fronteiras com colônias e outorgar lá aos judeus carta branca para manter a raia aos terroristas árabes –com incursões de castigo, se for necessário.
Israel tão só debe armar aos colonos e fazer a vista gorda com o seu agir.
OBADIAH SHOHER
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