ISTO É A CNN


O passado 3 de Março asistim a um debate para jornalistas em Jerusalém sobre “Cidadania e identidade”, entre dois membros da Knesset israeli: Danny Ayalon, antigo embaixador de Israel nos EEUU e membro de Israel Beiteinu, e Jamal Zahlaka, membro do partido árabe Balad e que, antes de entrar na política, sacou o título de doutor em medicina na Universidade Hebrea de Jerusalém.

Tanto Ayalon como Zahlaka estiveram numa linha profissional, cortês, e geralmente razoável naquilo que disseram. Outro tanto cabe dizer dos jornalistas que efectuaram as perguntas, incluíndo aquí a Ethan Bronner, correspondente em Jerusalém do “The New York Times”.

Mas uma jornalista, sentada na fila diante minha, não esteve precisamente “cortês”. No vídeo que adjunto abaixo podedes comprovar a sua agressiva interpelação contra Danny Ayalon, no transcurso da qual o arenga e reprende duramente, chamando-o “fascista”.

A jornalista em questão é Nidal Rafa, que durante anos tem sido uma das cabezas visíveis da CNN em Jerusalém, período durante o qual já era tão partidista e sectária como demonstra seguir sendo-o na actualidade.

Nenhum dos outros 50 jornalistas que presençaram o episódio, incluíndo a Ethan Bronner do “The New York Times”, figeram menção do arrebato de Rafa nas suas crônicas.

Rafa é uma árabe-israeli, nascida perto de Haifa, e é bem conhecida na sua localidade não só por ser uma produtora da CNN, senão também pela sua extremada crítica pública face Israel. Por exemplo, já protagonizara outra encendida intervenção no curso dum evento no IPCRI (Centro de Documentação e Informação Israel/Palestina), no mes de Fevereiro.

Noutras ocasiões, em 2007 e 2008, trabalhando para a CNN, fixo um chamamento público a que Israel deixasse de existir como Estado judeu. E vários anos atrás, num artigo sobre como entrevistam os reporteiros occidentais aos palestinianos, até o próprio jornal progressista “Ha’aretz” sinalou que “Nidal Rafa [que daquela trabalhava para uma cadeia de TV dos EEUU] decide o que se traduze [do árabe ao inglês] e que coisas ficam sem traduzir”.

Rafa também tem trabalhado para a BBC e a NPR.

Posto à fala com Kevin Flower, director em Jerusalém da CNN, este dixo-me que o contrato de Rafa com a CNN era discontínuo, embora se negou a dar-me uma razão específica de por que isto é assim.

A pesar do qual, tras a sua agressão contra Danny Ayalon, Rafa dou a sua tarjeta de visita, com membrete da CNN, a várias pessoas –incluído eu próprio- e dixo que trabalha para a CNN. Mas, inclusso quando já não trabalhe aí, a questão é: por que a CNN teve empregada a uma pessoa como esta pelo menos durante os dois últimos anos?

Quando falei com Rafa quedou-me claro que, como muitos dos jornalistas árabes que trabalham para CNN, Reuters, Associated Press e outras grandes agências de notícias occidentais no Meio Leste, ela não acredita que exista contradicção entre trabalhar como jornalista para uma agência internacional e sustentar pontos de vista extremadamente ánti-israelis.

TOM GROSS *

22 Adar 5769 / 18 Março 2009


* Tom Gross, é correspondente do “Sunday Telegraph” no Meio Leste.

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